domingo, 5 de novembro de 2006

Randolph Scott - 6 Classic Westerns

Nos Estados Unidos chegou nas lojas esse DVD bem interessante. Na verdade é praticamente um box, já que são seis filmes estrelados por Randolph Scott. E o melhor de tudo, o preço é bem convidativo, nada fora do normal. Mostra bem como o mercado americano é muito superior ao brasileiro, onde praticamente nada do ator foi lançado nos últimos anos. Pois bem, aqui temos os seguintes filmes de Scott para apreciação de seus fãs: "Obrigado a Matar" (1955), "O Resgate do Bandoleiro" (1957), "Entardecer Sangrento" (1957), "Fibra de Heróis" (1958), "O Homem que Luta Só" (1959) e finalmente "Cavalgada Trágica" (1960).

Não há muito material extra, até porque quando os filmes foram feitos não era costume dos estúdios de Hollywood produzir os chamados "Making Off". O que o fã de western terá de novo é a presença dos trailers originais, além da reprodução dos posters dos filmes que foram fixados nos cinemas quando os filmes chegaram nas telas pela primeira vez. Dando uma olhada na reação e críticas lá nos Estados Unidos pude também perceber que muitos desses jovens jornalistas não conhecem muito a fundo o legado de Randolph Scott. Bom, não deixa de ser um pouco interessante ler a opinião de alguém que está tendo contato com os filmes do ator apenas agora, mais de 60 anos depois da produção original dos filmes.

Numa das resenhas que li um crítico escreveu: "São filmes de curta duração, geralmente de uma hora e trinta minutos ou uma hora e vinte. Os personagens são clichês em sua maioria, mas isso não quer dizer que os filmes não sejam bons. Algumas cenas demoram para acontecer, para ter um desfecho. Porém em cada filme há pelo menos duas boas cenas com tiros e duelos. A edição geralmente chama atenção pois é sempre bem feita. A fotografia também. São filmes de western bem eficientes". Esse tipo de lançamento em DVD é bem importante porque apresenta esses filmes clássicos de western para toda uma nova geração de cinéfilos.

Pablo Aluísio.

Cine Western: Audie Murphy

 Audie Murphy

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

10 curiosidades sobre Terence Hill

1. Seu nome real é Mario Girotti. Ele nasceu em Veneza, na Itália. O nome artístico Terence Hill foi adotado em homenagem ao seu pai adotivo, Ross Hill. O Hill acabou sendo adotado também pelo filho de Terence, o também ator Jess Hill. Antes de adotar o nome artístico de Terence Hill, Mario tentou usar Hildegard Thieme, mas os produtores acharam péssimo. Sem outra alternativa ele o trocou.

2. A mãe de Terence Hill era alemã e seu pai italiano. Seus marcantes olhos azuis são uma herança de sua mãe que também foi modelo de moda na juventude. Sua origem germânica explica em termos o horrível primeiro nome artístico que usou, Hildegard Thieme!

3. O grande parceiro de Terence Hill no cinema foi o ator e comediante Bud Spencer. Juntos realizaram dezoito filmes. Eram campeões de bilheteria, sempre com Hill fazendo o papel do bom malandro e Spencer do gigante gentil que nas horas de necessidade se transformava numa máquina de brigar e derrotar seus adversários.

4. Terence Hill sempre sonhou em voltar para a terra de sua mãe, a Alemanha. Para isso ele aprendeu a falar alemão fluentemente. Hoje vive períodos entre Berlim e Veneza, onde mantém casas.

5. Seu primeiro filme foi produzido em 1953 e se chamava "Il viale della speranza" onde usou seu nome real nos créditos, Mario Girotti. O filme foi filmado nos famosos Cinecittà Studios em Roma. Sua última atuação foi na série "Don Matteo" onde interpreta o papel título. No total Terence Hill atuou em 80 trabalhos, entre filmes e séries para a TV.

6. Terence Hill também foi diretor. Ele dirigiu episódios de séries e filmes. Seu primeiro trabalho como cineasta foi "Don Camillo" em 1984. Em 1991 dirigiu "Lucky Luke", adaptação dos quadrinhos criados pelos cartunistas René Goscinny e Morris.

7. No Brasil Terence Hill é bastante associado a Trinity. Foram vários os filmes que usaram o nome Trinity em seu título como chamariz de bilheteria em nosso país, começando por "Trinity Vai à Guerra" de 1967, passando por "A Cólera de Trinity", "Chamam-me Trinity", "Trinity Ainda é Meu Nome", "Dá-lhe Duro, Trinity!", "Trinity e Seus Companheiros" e "A Volta de Trinity" de 1994, o último a usar esse nome. Curiosamente o nome do personagem em italiano era Trinità e Terence Hill só o interpretou mesmo em "Chamam-me Trinity" e "Trinity Ainda é Meu Nome", todos os demais eram outros personagens, pistoleiros que foram chamados de Trinity no Brasil por causa da força comercial do nome.

8. Além de Trinity, Terence Hill fez sucesso interpretando outro cowboy do velho oeste, Lucky Luke, em 1991. A ideia deu tão certo que virou série de TV. O seriado "Lucky Luke" durou uma temporada que foi ao ar um ano depois, em oito episódios.

9. Além dos famosos faroestes spaghettis, Terence Hill também atuou em diversos outros gêneros cinematográficos, fazendo parte inclusive de alguns filmes bem conceituados pela crítica como "O Leopardo", clássico do cinema dirigido pelo talentoso cineasta Luchino Visconti e estrelado pelos atores Burt Lancaster, Alain Delon e Claudia Cardinale.

10. Terence Hill tem sido homenageado bastante nos últimos anos pelo conjunto da obra, sua carreira como um todo, em premiações importantes do cinema italiano, entre eles David di Donatello Awards, Roseto First Work Festival e Bambi Awards.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

James Stewart

James Stewart foi a prova que o homem comum também poderia se tornar um astro em Hollywood. Ele não tinha a altura e a beleza de um Rock Hudson, nem a coragem de um John Wayne, mesmo assim brilhou nas telas e teve uma filmografia tão ou mais rica do que esses dois mitos da era de ouro do cinema americano. Na verdade Stewart era um sujeito bem simples, comum, interiorano, que teve a rara sorte de trabalhar com alguns dos melhores cineastas de todos os tempos em filmes clássicos que jamais serão esquecidos. Provavelmente o diretor que o tornou imortal foi Frank Capra. Quando Stewart chegou em Hollywood, vindo do interior, sendo filho de um dono de lojas de ferragens, ele não encontrou as portas dos estúdios abertas para ele.

Na verdade Stewart amargou um bom tempo como figurante e depois como coadjuvante em filmes de pouca expressão. Sua sorte mudou quando Capra viu nele justamente aquela que era sua maior marca registrada: o jeito e a imagem do homem comum, do trabalhador operário de bom coração. Eram os tempos da grande depressão, a economia americana estava arruinada, com muito desemprego e pobreza. Para o otimista Capra a única forma de levantar a nação era levantando sua autoestima, sua moral. Por isso ele resolveu filmar uma série de roteiros que traziam mensagens positivas ao povo americano, sempre levando seu ânimo, trazendo uma carga única de esperança. Para interpretar seus protagonistas Capra não poderia ter encontrado ator mais ideal. Assim James Stewart começou a virar um astro com "Do Mundo Nada se Leva", uma verdadeira ode ao pensamento positivo. Depois vieram mais clássicos absolutos como "A Felicidade Não Se Compra" e "A Mulher Faz o Homem". Todos esses filmes são verdadeiras obras primas do cinema.

Em busca da mesma empatia outros mestres do cinema resolveram escalar James Stewart em seus filmes, especialmente o mestre do suspense Alfred Hitchcock. Sempre que surgia o personagem do cidadão comum, honesto e trabalhador, que se via numa situação excepcional, o velho Hitch telefonava ao ator sabendo se ele estava disponível. "Festim Diabólico", "Janela Indiscreta" (talvez a grande obra prima ao lado de Hitchcock), "O Homem que Sabia Demais" e "Um Corpo que Cai" são obras primas que por si só já valeriam a imortalidade de Stewart na sétima arte. Isso porém foi apenas uma parte de sua carreira, quando interpretava tipos urbanos em tramas de suspense que até hoje seguem insuperáveis.

Por fim, como se já não bastasse realizar tantos clássicos ao lado de Capra e Hitchcock, James Stewart também brilhou no mais americano de todos os gêneros cinematográficos: o Western. Ele foi um dos mais regulares atores do estilo, participando de inúmeras produções com destaque para os filmes que rodou ao lado de John Ford e Anthony Mann. Com esse último tinha uma relação de amizade e ódio. De todos os diretores com quem trabalhou foi o que mais gostou de atuar, segundo suas próprias palavras. Certamente ao lado de Mann ele não chegou ao ponto de estrelar filmes tão importantes como "O Homem que Matou o Facínora" (considerado um dos dez melhores faroestes de todos os tempos), mas rodou produções que ficaram na memória como "Winchester 73" e "Um Certo Capitão Lockhart". Foi realmente uma dupla inesquecível. Embora tenha concorrido por cinco vezes ao Oscar só foi premiado uma única vez, por "Núpcias do Escândalo". James Stewart faleceu em 1997 deixando uma filmografia realmente inigualável. Provavelmente tenha sido o ator que mais participou de obras primas do cinema ao longo da história. Nesse quesito ele realmente foi único. Nada mal para alguém que se dizia ser apenas um homem comum, com bons sentimentos.

Pablo Aluísio.