domingo, 25 de fevereiro de 2007

Elvis Presley em Acapulco


Elvis Presley em Acapulco
Elvis Presley no filme o seresteiro de Acapulco. Esse filme fez muito sucesso no Brasil, sendo exibido diversas vezes na sessão da tarde, principalmente nas décadas de 1970 e 1980. É um filme leve, com muita música, romance e até mesmo cenas de ação e aventura. O cantor estava nos seus momentos mais populares em Hollywood. Tanto sucesso fez que a trilha sonora foi reeditada e relançada no Brasil na década de 80, dando o pontapé inicial para relançamento de vários de seus discos pela Victor.

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de fevereiro de 2007

O Barco do Amor

"Clambake" é muito divertido. Seguindo a fórmula dos filmes de Elvis Presley dos anos 60, o filme consegue prender atenção não só pelas músicas mas também por um enredo muito bem bolado e simpático. A troca de identidades entre o garoto rico (Presley) e o instrutor pobretão de esqui de um hotel de luxo na Flórida (Hutchins), rende boas piadas e situações engraçadas, principalmente por causa do elenco de apoio, todo bom. Shelley Fabares, o par romântico de Elvis, era uma gracinha, uma simpatia só, que deu tão certo com ele que estrelou mais dois filmes ao seu lado. Já o rival de Elvis pela mão da mocinha foi interpretado pelo bom Bill Bixby, que iria se consagrar nos anos 70 interpretando Bruce Banner no famoso seriado de TV Hulk.

Como sempre Elvis vai apresentando as músicas da trilha ao longo do filme. Aqui duas se destacam: "You Don´t Know Me" (que de tão boa foi regravada por Elvis depois, porque ele não tinha gostado muito de sua versão para esse filme) e "House That Has Everything" (que mostrava muito bem porque Elvis Presley era o maior cantor de sua época). No mais, muitas paisagens bonitas (esse foi o segundo filme de Elvis rodado na Flórida) e um boa corrida de lanchas potentes como pano de fundo.

Outro fato digno de nota é que esse filme foi um dos mais reprisados na Sessão da Tarde nas décadas de 1970 e 1980, por isso acabou se tornando também um dos mais queridos dos fãs brasileiros. Seguramente só não foi mais exibido pela Rede Globo nessa época do que "Feitiço Havaiano" e "Saudades de um Pracinha", os campeões nesse quesito. O curioso é que Elvis sofreu um pequeno acidente nas filmagens, ao tropeçar no fio de um eletrodoméstico. Isso fez com que as filmagens fossem suspensas por algumas semanas. Porém essa interrupção não atrapalhou o resultado final do filme. "Clambake" pode até não ser dos mais lembrados filmes feitos pelo cantor, mas como disse, é um dos mais divertidos e nostálgicos, principalmente para os fãs brasileiros.

O Barco do Amor (Clambake, Estados Unidos, 1967) Direção: Arthur H Nadel / Roteiro: Arthur Brownie Jr / Elenco: Elvis Presley, Bill Bixby, Will Hutchins e Shelley Fabares / Sinopse: Scott Haywerd (Elvis Presley) é filho de um dos homens mais ricos dos EUA, dono de refinarias de petróleo. As garotas só se aproximam dele por causa de sua rica herança; Cansado dessa situação resolve trocar de identidade com Tom Wilson (Will Hutchins), um pobre instrutor de esqui aquático de resorts de luxo. Após a troca de identidades Scott conhece Diane Carter (Shellery Fabares) uma garota que rouba seu coração.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - O barco do amor

Elvis Presley - O barco do amor. 
Antes do começo das filmagens desse filme, Elvis sofreu uma queda no banheiro de seu apartamento em Hollywood! Ele bateu fortemente com a cabeça no piso e precisou ser levado a um hospital. As filmagens foram suspensas por um período para que ele se recuperasse. O estúdio de cinema teve prejuízo e seu empresário, o coronel Parker ficou furioso. Para o empresário, o que estava atrapalhando Elvis era suas leituras de temas exóticos, livros esotéricos que ele pediu para que Elvis queimasse logo após esse incidente.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Volta Meu Amor

Nenhum casal fez tanto sucesso nos cinemas durante a década de 1960 do que Rock Hudson e Doris Day. Juntos, eles fizeram três comédias românticas que tiveram excelentes bilheterias para a época. A fórmula era infalível. Com o sucesso de "Confidências à Meia Noite" a volta do casal era algo considerado certo pelos produtores. A própria Doris Day tinha adorado ter trabalhado ao lado de Rock e ao final das filmagens havia lhe dito que eles deveriam fazer outros filmes juntos. Afinal se o público havia gostado tanto por que não retornar para um novo filme?

"Volta Meu Amor" foi o segundo filme de Rock Hudson e Doris Day. O roteiro seguia basicamente a mesma estrutura do primeiro filme. Um playboy chamado Jerry Webster (Rock Hudson) se fazia passar por outro homem para conquistar o coração da bela Carol Templeton (Doris Day). A ideia seguia as linhas básicas do primeiro filme, mostrando um jogo de sedução que acabava virando contra o sedutor mal intencionado. O roteiro era muito parecido também, a mesma ideia central que havia sido utilizada em "Confidências à Meia Noite". Nem por isso o filme deixou de ser um bom passatempo, dos mais agradáveis, até mesmo nos dias de hoje.

Apesar dos diálogos "ousados" para os anos 60 a produção era divertida, leve e recomendada para todos os públicos, mas principalmente casais. A sociedade americana passava por profundas mudanças sociais e de costumes na época em que esses filmes eram lançados nos cinemas. As mulheres finalmente tinham conquistado seu espaço no mercado de trabalho. Eram agora independentes, profissionais e não usavam mais o casamento como único meio de vida. Ter ou não um companheiro tinha se tornado apenas uma opção e não uma obrigação. O roteiro, com todo o seu bom humor, mostrava esses aspectos, principalmente em relação à personagem de Doris Day.

Rock Hudson geralmente interpretava homens incorrigíveis, playboys e conquistadores inveterados. Já Doris Day trazia para as telas a nova mulher, dona de seu destino, com pleno controle de sua própria vida. O choque entre esses dois estilos de vida é que criava o fino humor para esse tipo de produção. Quando foi lançado "Volta Meu Amor" se tornou um sucesso de bilheteria ainda maior do que "Confidências à Meia Noite", o que deixou todos surpresos. Ninguém esperava que o filme original fosse superado. Por causa do sucesso a dupla voltaria ainda a atuar junto pela terceira e última vez em "Não Me Mandem Flores". De qualquer forma fica a dica para os fãs de Rock Hudson e Doris Day. "Volta Meu Amor" é uma delícia de filme. Não envelheceu e mesmo revisto nos dias de hoje, ainda é uma ótima diversão.

Volta Meu Amor (Lover Come Back, Estados Unidos, 1961) Direção: Delbert Mann / Roteiro: Stanley Shapiro, Paul Henning / Elenco: Rock Hudson, Doris Day, Tony Randall / Sinopse: Jerry Webster (Rock Hudson) é um publicitário que tem que promover um produto novo chamado VIP que se tornará um grande sucesso de vendas para e empresa em que trabalha. O problema é o tal produto simplesmente não existe! Para completar suas dores de cabeça ele ainda tem que lidar com uma outra publicitária rival, Carol Templeton (Doris Day), que luta para que sua licença de publicitário seja cassada. Para vencer Carol, Jerry acaba fazendo se passar por outra pessoa, pelo suposto inventor de VIP. E os dois acabam se apaixonando nessa confusão toda! Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original (Stanley Shapiro e Paul Henning). Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Tony Randall).

Pablo Aluísio.

Rock Hudson

Durante muitos anos, o ator escondeu de Hollywood sua verdadeira orientação sexual. Ele era gay, mas teve que viver no armário. Naquela época, um escândalo desses iria acabar com sua carreira no cinema americano. Fez muito sucesso de bilheteria nas décadas de 1950 e 1960. Seu nome sempre constava entre os 10 maiores nomes de Hollywood. Entre os 10 atores que mais traziam bilheteria para o cinema. Morreu em 1985, após admitir, finalmente, que era gay. Foi o primeiro grande caso conhecido de morte de famoso pela AIDS.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Rio Violento

Um filme clássico que une o talento de direção de Elia Kazan com a excelente performance de um grande ator como Montgomery Clift só poderia despertar muito o interesse dos cinéfilos. E foi justamente isso o que aconteceu com esse "Rio Violento". O filme procurava responder a uma questão extremamente pertinente: Até que ponto o progresso da sociedade justificava a mudança compulsória do modo de vida das pessoas? Qual era igualmente o limite de intervenção do Estado na existência das pessoas comuns? Até que ponto essa interferência era legítima ou legalmente justificável?

No filme Montgomery Clift (excepcionalmente bem) interpreta o personagem Chuck Glover, um agente do governo dos Estados Unidos que tem a missão de retirar uma senhora idosa que mora em uma ilha no rio Tennessee. Ela se recusa a abandonar o local pois foi ali que nasceu e criou seus filhos, enterrou seu marido e viveu ao lado de negros libertos e demais moradores do local. Lutando por seus valores tradicionais e por aquilo que lhe é mais importante a senhora resolve enfrentar até mesmo o poder do governo americano. E isso obviamente criou uma disputa jurídica que iria repercutir em todo o sistema judiciário norte-americano.

O filme apresente um excelente elenco. Aliás essa sermpre foi uma característica marcante nos filmes de Elia Kazan. A atriz Jo Van Fleet está simplesmente maravilhosa. Interpretando a matriarca Ella Garth, ela tem duas grandes cenas que a fazem ser o grande destaque de todo o filme. Em uma delas explica ao personagem de Montgomery Clift a dignidade de quem viveu e trabalhou no rio Tennessee há gerações. Devo dizer que poucas vezes vi Clift ser superado em cena, mas aqui ele realmente foi colocado de lado, até mesmo pela força do texto que a atriz tem a declamar. Socialmente consciente, tocando em temas tabus para a época (como o racismo do sul dos Estados Unidos), "Rio Violento" é um dos melhores trabalhos de Kazan. Ele foi um diretor que via o cinema como algo a mais e não apenas um mero entretenimento. Por isso seus filmes sempre tinham alguma mensagem a passar ao público.

Rio Violento (Wild River, Estados Unidos, 1957) Direção: Elia Kazan / Elenco: Montgomery Clift, Lee Remick, Jo Van Fleet / Sinopse: Chuck Glover (Clift) é um jovem agente do governo dos Estados Unidos que tem a missão de retirar um grupo de moradores de uma ilha no meio do rio Tennessee. As pessoas não querem ir embora de lá, deixando suas casas e sua história para trás. Porém é do interesse do Estado que elas deixem aquelas terras. Filme indicado no Berlin International Film Festival.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

O Absolutismo - A Ascensão de Luís XIV

Dois monarcas europeus se tornaram símbolos máximos do absolutismo. O primeiro foi Henrique VIII da Inglaterra. O segundo foi Luís XIV da França. Esses reis governaram sem limites. Não havia divisão de poderes. A ordem desse tipo de monarca era a lei. E isso incluia seus caprichos, injustiças e violações de direitos humanos de toda ordem. E como não havia limites para seus poderes, toda a riqueza de suas nações lhes pertencia pessoalmente. Por isso também viviam em palácios luxuosos, com paredes folheadas a ouro, quadros pintados pelos maiores artistas. Luxo e riqueza absolutas, enquanto grande parte da população passava fome, pagando pesados impostos.

O filme "O Absolutismo - A Ascensão de Luís XIV" conta parte dessa história. Um belo filme assinado pelo talentoso cineasta Roberto Rossellini. No enredo Luís XIV, Rei absolutista da França, precisa lidar com as crises de seu governo, as intrigas palacianas e as paixões dentro da corte, enquanto organiza muito luxo e riqueza para ostentar de forma suntuosa nos corredores de seus palácios reluzentes. Não é para menos que o monarca passaria para a história conhecido como "O Rei Sol". É o cinema reconstruindo uma era de excessos, de exploração e também de muita injustiça. Uma palavra mal colocada na frente desse tipo de monarca poderia resultar em uma execução sumária.

O interessante é que o roteiro enfoca basicamente os primeiros anos do reinado do "Rei Sol", Luís XIV (1643-1715), o maior monarca absolutista da França. É sem dúvida um belo filme que se concentra nos detalhes de cotidiano da corte do afetado monarca francês. Apreciei a reconstituição histórica e a rica produção desse filme. Mostra acima de tudo que debaixo das perucas e dos babados, o Rei era um homem também extremamente inteligente e ciente do que ocorria em seu país e não apenas o alienado fútil e alheio ao mundo ao redor que geralmente emerge das páginas de alguns livros de história.

Outro aspecto que deve ser considerado é que no cinema europeu, de uma forma geral, temos um outro ritmo, um tipo diferente de dramaturgia. Nada de licenças poéticas e invencionices, tão comuns em filmes americanos. Roberto Rossellini procura ser o mais realista possível, sem arroubos insanos ou espaço para coisas desnecessárias. No final de tudo o que temos é de fato um filme realmente excepcional, muito recomendado e bem fiel aos fatos históricos reais. É uma lição histórica importante, mostrando inclusive o contexto em que iria surgir as primeiras obras iluministas, que iriam denunciar justamente as injustiças desse tipo de poder absoluto.

O Absolutismo - A Ascensão de Luís XIV (La Prise de Pouvoir Par Louis XIV, França, 1966) Estúdio: ORTF / Direção: Roberto Rossellini / Roteiro: Philippe Erlanger, Jean Gruault / Elenco: Jean-Marie Patte, Raymond Jourdan, Silvagni / Sinopse: O filme "O Absolutismo - A Ascensão de Luís XIV" é uma superprodução histórica do mestre Roberto Rossellini e conta a história do rei francês que se tornou símbolo de uma era em que a mera vontade dos monarcas não tinha limites, era a lei absoluta. Filme indicado no Cahiers du Cinéma como melhor filme do ano.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

O Escorpião Negro

Título no Brasil: O Escorpião Negro
Título Original: The Black Scorpion
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Amex Productions, Frank Melford-Jack Dietz Productions
Direção: Edward Ludwig
Roteiro:  David Duncan, Robert Blees
Elenco: Richard Denning, Mara Corday, Carlos Rivas, Mario Navarro

Sinopse:
Escorpiões gigantes estão destruindo a Cidade do México, surgindo de cavernas através de erupções vulcânicas. Resta a Hank, um geologista americano, a missão de pará-los.

Comentários:
Na década de 1950 houve uma grande quantidade de produções que apresentavam insetos gigantes, monstros que destruíam cidades e coisas do gênero. Via de regra esses filmes procuravam copiar sucessos de bilheteria como  "O Mundo em Perigo" (1954). Esse exemplar aqui é um dos menos conhecidos, mas não quer dizer que seja ruim. Pelo contrário os efeitos especiais são de boa qualidade. O especialista envolvido aqui foi o mesmo Willis O`brien, do clássico "King Kong". Nada mal. O orçamento obviamente foi bem menor, mas ele conseguiu, mesmo com poucos recursos, fazer um bom trabalho, não resta dúvidas. Há uma cena em especial, passada em uma caverna, com um monstro que mais lembra um verme, que até hoje é cultuada pelos fãs desse tipo de filme. Curiosamente reaproveitaram algumas criaturas que não tinham sido utilizadas no filme do gorilão, o que desperta ainda mais o interesse dos admiradores desse tipo de Sci-Fi produzido nos anos 50.

Pablo Aluísio.