Arquivos do Vaticano VI
- Segue a seguir uma série de textos de natureza religiosa que escrevi para o blog Catolicismo em Maria. Os textos estão resgatados com a finalidade de arquivo pessoal de meus escritos.
Papa Francisco canoniza novas santas e defende o papel da mulher dentro da Igreja
Papa Francisco canoniza novas santas e defende o papel da mulher dentro da Igreja - Nesse fim de semana o Papa Francisco canonizou quatro novas santas. Duas delas são palestinas, se tornando as primeiras santas do povo palestino. As novas santas palestinas são: a irmã carmelita Santa Maria de Jesus Crucificado (1846-1878) e Santa Maria Alfonsina (1843-1927), uma das fundadoras da Congregação das Irmãs do Rosário de Jerusalém. Também foram canonizadas a francesa Jeanne Emilie de Villeneuve e a italiana Maria Cristina Brando da Imaculada Conceição. Todas mulheres e todas santas. Para o Papa Francisco esse evento abriu margem não apenas para falar sobre a paz no Oriente Médio, principalmente envolvendo a eterna crise entre Israel e Palestina, como também da importância do papel da mulher dentro da Igreja Católica.
Em seu discurso o Papa ressaltou a importância das mulheres dentro da Igreja. "As mulheres devem ser nomeadas para cargos mais importantes dentro da Cúria Romana" - disse o Papa. "Isso não será suficiente para recuperar ainda mais seu papel dentro da Igreja, mas é um bom começo. Elas devem ser promovidas para posições de lideranças. Isso é vital e algo muito importante para nossa Igreja. Atribuir lideranças a mulheres é acima de tudo uma questão funcional, garantindo a elas voz e posição dentro da Igreja" - esclareceu o Papa Francisco. Depois prosseguiu: "Quando nós, os homens, estamos lidando com um problema, chegamos a uma conclusão, mas se lidamos com o mesmo problema ao lado das mulheres, a conclusão poderia ser bem diferente. Isso poderia levar ao longo do mesmo caminho, mas seria bem mais rico, mais forte, mais intuitivo" - ele disse. "Mulheres na igreja devem ter este papel fundamental, porque a igreja precisa da personalidade e do gênio feminino".
O Papa também ressaltou a importância das mulheres dentro das diocesses e lembrou de sua própria experiência pessoal, em Buenos Aires, quando incentivava cada vez mais a participação efetiva das religiosas dentro de sua comunidade. "As mulheres são excelentes confessoras e guias espirituais" - destacou o Papa. "Quando vinham me pedir conselhos eu sempre perguntava a elas se não existia em suas paróquias alguma irmã sábia, com sabedoria de vida! Depois eu aconselhava que essa mulher fosse colocada em lugar de destaque dentro da comunidade cristã de sua região. Incentivava para que todos a seguissem como guia espiritual. Esse não é uma função exclusiva para sacerdotes. Leigos também podem exercer isso de maneira muito produtiva para a comunidade" - explicou o Papa Francisco. Para reforçar ainda mais seu exemplo o Papa lembrou de uma pessoa comum, um carpinteiro, que era muito sábio. "Ele nem era um Diácono, mas ele era um grande diretor espiritual".
Assim em seu discurso o Papa encorajou os membros da Igreja a identificarem em suas comunidades pessoas boas e sábias que podem contribuir bastante como guias e diretores espirituais de seus rebanhos. Depois reconheceu que não é uma tarefa fácil, mas que vale a pena seguir em frente nessa direção. "Uma pessoa assim estará na comunidade para que as pessoas falem sobre o que sentem em seu coração e também para darem consolação aos que sofrem." E nesse aspecto Francisco mais uma vez destacou a importância das mulheres nesse processo. Para Francisco o verdadeiro amor cristão é o amor materno, concreto. Envolver, dar carinho e alimentar os famintos, vestir os que nada possuem para usar e visitar os que sofrem, inclusive os que estão em hospitais, prisões, etc. Para Francisco o papel da mulher é mais do que significativo nesse processo, pois é aquele que trará a verdadeira harmonia dentro das dioceses católicas ao redor do mundo.
O Papa Francisco e Cuba
Hoje o Papa Francisco recebeu o presidente de Cuba, Raúl Castro. Como se sabe ele assumiu o poder da ilha caribenha após a saída do irmão, Fidel Castro. A aproximação acabou virando uma das notícias mais comentadas do fim de semana por uma questão histórica. A Igreja Católica sempre foi uma instituição que lutou ao longo da história contra o comunismo. Depois da queda do muro de Berlim e da derrocada do regime soviético, ao qual o Papa João Paulo II se empenhou pessoalmente, criou-se um forte antagonismo entre o catolicismo e os regimes socialistas que sobraram no mundo, em especial Cuba. Essa ilha do Caribe inclusive virou um símbolo para os comunistas que tentavam reerguer sua ideologia após o grande golpe que sofreu em nível mundial no final da década de 1980.
O Papa Francisco se destacou nos últimos anos pelos esforços diplomáticos em romper a barreira existente entre Estados Unidos e Cuba. Há anos imperava um grande bloqueio comercial americano contra Cuba e isso causava reflexos dentro da sociedade cubana, isolada e longe de praticamente tudo em termos de inovações tecnológicas (basta ver os carros que circulam pelas ruas de Havana para entender bem do que estou falando). Com a saída de Fidel do poder, por motivo de idade e saúde, seu irmão Raúl assumiu as rédeas do poder. Ele sempre foi bem mais liberal em sua forma de entender os problemas de seu país. Internamente sabe que Cuba precisa manter relações comerciais com países ricos para sobreviver economicamente. Os Estados Unidos, tão pertinho de seu país, pode ser a solução para a crise.
Com a chegada de Obama na Casa Branca, um presidente democrata e menos radical do que seu antecessor, Raúl viu uma grande oportunidade de acabar com essa situação de isolamento que sua nação enfrenta há décadas. O Papa Francisco assim surge como um elo importante de aproximação. Isso não o transforma em um comunista, como alguns andam defendendo em redes sociais. Muito pelo contrário, Francisco se mostra nessas negociações como um agente diplomático relevante e extremamente importante dentro do cenário das relações internacionais. Claro que a aproximação com o regime cubano, tão conhecido pelas violações aos direitos humanos e liberdade, pode incomodar alguns. Por outro lado é interessante verificar que uma vez dentro da sociedade cubana a Igreja Católica pode prestar seguramente um grande serviço para que Cuba volte novamente a trilhar os caminhos da liberdade em seu regime político. O Papa Francisco luta por essa aproximação pois está pensando principalmente no povo cubano, pois é esse que sofre em última instância pelo embargo econômico americano.
Em breve o Papa Francisco começará uma série de viagens por países da América Latina e Estados Unidos. Ele está na verdade costurando uma importante rede de aproximações entre nações que até bem pouco tempo atrás se hostilizavam. A abertura de diálogo, de aproximação, jamais pode ser condenado por um verdadeiro cristão. Jesus, na essência de sua mensagem, sempre pregou o amor entre os homens, amar ao próximo como ele próprio os amou. Francisco assim segue seu exemplo da forma mais pura possível. Sua semente de paz e superação de problemas ideológicos certamente dará excelentes frutos nos anos que virão. O catolicismo assim se fortalece, mostrando sua importância dentro de um mundo cada vez mais globalizado e plural.
Igreja Católica exalta novamente a importância da Aparição de Fátima - O cardeal Angelo Amato deu uma brilhante palestra no Vaticano sobre as aparições da Virgem Maria em Fátima. Intitulado "A mensagem de Fátima entre o carisma e a profecia" ele publicou a íntegra do texto que proferiu em conferência realizada no último dia 7 de maio. Alguns aspectos de seus escritos merecem atenção. O cardeal reforçou que, em sua mensagem, Maria, mãe de Jesus, deixou claro que haveria novamente uma intensa perseguição contra os cristãos em todo o mundo. Ela também teria previsto com antecedência o advento da Segunda Grande Guerra Mundial que chegou ao fim há exatamente setenta anos. Como Secretário da Congregação para a doutrina da fé o cardeal teve o privilégio de ler os manuscritos originais do aparecimento de Fátima. Segundo seu ponto de vista a mensagem não se restringiria a acontecimentos históricos do século XX, mas iriam além, alcançando nossos dias, aqueles em que vivemos atualmente. Para o Cardeal o século XX não foi apenas um momento de razão e fraternidade entre os povos, mas também um período negro e trágico para o cristianismo em geral.
Ao lado da propaganda de que teria sido uma era de ciência e racionalismo o que se viu durante todo o século XX foi um quadro devastador de guerras, mortes e genocídios. Sem dúvida o século passado foi banhado pelo sangue de muitos mártires cristãos que foram mortos por sua fé. Houve o genocídio armênio (relembrado pelo Papa Francisco recentemente), a repressão estatal contra a religião no México, as perseguições na Espanha, o extermínio da fé cristã nos países comunistas e por fim a perseguição promovida por grupos radicais islâmicos. Para o cardeal isso gerou milhões de vítimas de ideologias genocidas que continuam a proliferar pelo mundo afora, criando ódios, conflitos e divisão entre os povos.
O Cardeal afirmou: "Como o Papa Francisco sempre me fala, a Igreja hoje é sobretudo a Igreja dos mártires, dos cristãos indefesos que são mortos por causa de sua fé inabalável em nosso nosso Senhor Jesus Cristo. A mensagem de Fátima, de forma visionária, evocou essa tragédia que os cristãos iriam viver e isso em eventos históricos claros e concretos.". Para o cardeal o que temos atualmente é uma nova onda de ataques do maligno contra a Igreja, pois a sua maldade sempre se oporá contra a benevolência de Deus. A esse ser de puro mal incumbe a tarefa de colocar sentimentos negativos de inimizade e morte dentro dos corações humanos.
O cardeal deixou claro que a mensagem de Fátima é única em termos religiosos. Foi a mais profética e importante mensagem de todas as aparições no mundo contemporâneo. O religioso também esclareceu que atualmente não existem mais segredos guardados pela Igreja Católica em relação a essa aparição. Ao contrário do que se espalha em inúmeras teorias da conspiração sem fundamentos, não existem segredos de Maria ainda guardados nos arquivos secretos do Vaticano. Tudo foi revelado, inclusive o último segredo, por ordens diretas do Papa João Paulo II.
A aparição de Fátima se deu em Portugal no ano de 1917. Na ocasião Maria teria revelado três segredos a três crianças pastorinhas da região. Anos mais tarde uma delas, a irmã Lúcia Santos, escreveu sobre os segredos de Fátima. Eles revelavam profecias, inclusive a eclosão da Segunda Guerra Mundial, a ascensão do comunismo e a perseguição religiosa contra os cristãos nesses países, uma visão do inferno e por fim o triunfo do imaculado coração de Maria sobre o mundo, em especial sobre a Rússia, assolado pelo ateísmo estatal comunista. O cardeal finalmente revelou a essência da aparição de Fátima. "Há a necessidade de reconhecermos a presença e a ação do mal sobre toda a humanidade. Ela é constantemente seduzida pelo adversário do bem, que está sempre pronto a fazer a humanidade cair no abismo da perdição. O Filho de Deus veio ao mundo precisamente para destruir as obras do mal. E nessa luta, Maria está totalmente envolvida na obra de salvação do Cristo. Ele coopera efetivamente com seu divino filho contra os planos de Satanás." Maria acompanha a Santa Igreja e a humanidade e desperta no coração dos fiéis a luta em prol de Deus contra as ideologias perversas que se espalham pelo mundo. E é justamente nisso que reside toda a força e o carisma de Fátima.
Papa Francisco e a unidade familiar - O Papa Francisco ressaltou hoje em seu pronunciamento na Praça de São Pedro a importância do casamento entre o homem e mulher como um dos mais importantes pilares da sociedade. Para o Papa os valores familiares estão sendo corroídos por um mundo cheio de ceticismo, desconfiança e hostilidade em relação aos valores tradicionais. Essa cultura moderna não mais valoriza a aliança estável e vivificante do casamento tradicional. Ao contrário disso ataca determinados valores religiosos, procurando colocar algo novo e pouco claro no lugar. Para o Papa esse tipo de pensamento acaba se tornando uma perda enorme para todos. Para o Papa o papel da mulher deve ser valorizado novamente, trazendo de volta a dignidade que todas as mulheres tinham em um passado recente.
Para o Papa, no centro de tudo, deve haver a valorização da família. Ele citou o gênesis, afirmando que Deus criou o céu e a terra e então para cuidar de sua criação fez a maior de todas as suas obras primas: o homem. A humanidade é dessa forma o ápice da criação de Deus. No jardim do Éden, Deus entendeu que o homem não deveria viver só pois lhe faltava algo, uma comunhão fraterna com uma companheira. Eva, a primeira mulher, então veio em resposta a essa situação. A mulher foi criada não para ser inferior ou subordinada ao homem, mas sim para ser a companheira, amiga e mãe de toda a humanidade. "A mulher não é uma criatura do homem, mas de Deus!" - afirmou o Papa. Homens e mulheres devem caminhar juntos pela vida, não com desconfiança ou divisão, mas sim com amor. Esse foi o plano de Deus. A personificação desse amor são os filhos. E dessa união, homem, mulher e filhos, nasce a base da sociedade humana, a família.
Para o Papa Francisco a família faz parte dos planos de Deus e deve sempre ser valorizada. Assim todo católico deve lutar contra a desvalorização da família tradicional, do casal formado por homem e mulher. Para o Papa Francisco devemos restaurar a honra do casamento e da família. Francisco esclareceu seu ponto de vista afirmando: "A desvalorização social da aliança estável e fecunda entre homem e mulher é uma perda para todos. Se não formos capazes de cuidar com simpatia desta aliança, capaz de proteger as novas gerações da desconfiança e indiferença, os nossos filhos serão cada vez mais excluídos". Francisco ainda relembrou sobre a ternura de Deus para com a humanidade, sendo que a família é a concretização desse sentimento. Dessa maneira Deus cuida e protege a sua maior obra-prima.
.
Papa Francisco: Pais e Filhos - O Papa Francisco falou sobre a crise da paternidade na sociedade. Mesmo as crianças com os pais podem ser "órfãos" se o pai está muito ocupado com o trabalho, ele disse. O Papa aconselhou aos pais que eles devem brincar com seus filhos, ser fortes, amorosos e modelos morais para as crianças. Para o Papa Francisco o problema ocorre quando as vidas dos pais se resumem a trabalho e nenhuma diversão. Em sua opinião nesse caso os pais transformariam seus próprios filhos em "órfãos" que não teriam mais a presença de um pai para guiá-los, mostrar-lhes o verdadeiro amor e ensinar-lhes valores morais e religiosos. O Papa Francisco afirmou: "Muitas crianças são órfãos no mundo de hoje porque seus pais são ausentes em suas vidas. Seja quando estão fisicamente ausentes da casa, seja quando estão presentes, mas não dialogam com seus filhos, não cumprem seu papel de educadores, não lhe ensinam valores, princípios e regras da vida. Não estão presentes em suas vidas".
Falando para uma audiência aproximada de sete mil pessoas presentes na sala Paulo VI no Vaticano o Papa Francisco ainda alertou para o perigo de "transformar os próprios filhos em seus servos, sendo autoritários demais, não ajudando-os a trilhar seu próprio caminho e nem assumir a responsabilidade por suas próprias vidas". Para o Papa Francisco não se deve ir de um extremo ao outro na educação dos filhos. Não se deve ser extremamente autoritário e nem liberal demais. Para o Papa o grande problema do mundo atual é a ausência dos pais na educação de seus filhos, não impondo limites ou os abrindo em excesso.
Para Francisco o mundo de hoje, principalmente no ocidente, parece ser um mundo sem pais presentes. Homens e mulheres estão focados em sua vida profissional e assim acabam esquecendo de suas próprias famílias. O papa lembrou de seus dias como arcebispo em Buenos Aires, quando recebia queixas de filhos que se sentiam abandonados pelos pais. Quando procurava por eles a resposta era praticamente sempre a mesma "Eu não tenho tempo para meus filhos!". Para o Papa Francisco esse tipo de desculpa é algo realmente terrível de se dizer. Para o Papa muitas crianças passam por problemas sérios em sua vida, do ponto de vista emocional, por causa da ausência constante dos pais. Para Francisco muitos problemas na sociedade começam exatamente assim, quando não há pais presentes na vida de seus filhos.
Outro problema lembrado por Francisco ocorre quando os próprios pais não sabem direito que papel devem desempenhar na vida de seus filhos. Alguns pais parecem perdidos, não sabem ao certo o que fazer no relacionamento com os garotos. Assim acabam decidindo por se retirarem de suas vidas, negligenciando suas responsabilidades, se escondendo atrás de uma vida supostamente sem tempo, onde o trabalho ocuparia todo o seu dia a dia. Isso leva muitas vezes os pais a se comportarem como se fossem "os amigos de seus filhos". Pais que não conseguem passar autoridade nenhuma. Para o Papa Francisco isso definitivamente também não é bom para uma criança pois ela acaba crescendo sem ter um modelo a seguir. Assim o Papa Francisco concluiu seu pensamento afirmando, com pesar, que a cada dia cresce o número de filhos "órfãos" de seus próprios pais. Jovens sem valores ou esperanças, que se agarram em uma vida vazia de prazeres fugazes e sem sentido, adotando o dinheiro como o verdadeiro deus em suas vidas. Finalizando o Papa lembrou que Cristo deixou claro que jamais iria deixar ninguém para trás e que ele seria "a esperança de que o mundo pode mudar, que o amor vence o ódio e que pode haver um futuro de fraternidade e de paz para todos."
Papa Francisco e a ideologia do gênero - O Papa Francisco condenou hoje no Vaticano a chamada "Teoria do Gênero" que prega o fim das identidades masculinas e femininas, implantando um conceito vago que fuja da qualificação natural entre homem e mulher. Para Francisco acabar com a diferença entre sexos não é solução, mas um problema. Para o Papa Francisco a sociedade humana é formada por relações entre homens e mulheres e que essa diferença é natural, querida por Deus. A família é assim formada pela "diferença e a complementaridade entre homens e mulheres", dando origem ao sacramento do matrimônio. O Papa disse que quando Deus criou a humanidade à sua imagem, fê-lo para que homens e mulheres caminhem juntos, "como um casal," em um estado de partilha e harmonia. A Diferenciação sexual existe, portanto, não para criar conflitos ou uma situação de subordinação, mas sim de reciprocidade e de fecundidade para a comunhão e geração de filhos, sempre com a imagem e a semelhança de Deus".
Para o Papa Francisco homens e mulheres foram criados por Deus para que possam se unirem e se ajudarem, uns aos outros, em sentimentos, no trabalho e na fé. Para o Papa essa teoria do gênero, que não vê a existência do feminino e nem do masculino, é uma criação da cultura moderna, que a despeito de tentar entender os novos rumos da sociedade atual só consegue mesmo introduzir muitas dúvidas e muito ceticismo entre as pessoas. Para Francisco a teoria do gênero seria um sinal da frustração e da resignação de certos setores que pretendem apagar a diferença sexual natural existente entre homens e mulheres. A teoria entende que as características masculinas e femininas são construções sociais em grande parte maleáveis. Para Francisco esse tipo de pensamento não representa avanço, mas sim retrocesso.
Francisco afirmou: "Deus confiou a terra para a aliança entre homem e mulher: seu fracasso drena o mundo de afeto e obscurece os céus de esperança." Depois deixou claro que esse novo tipo de pensamento lança sinais preocupantes sobre a humanidade, que estaria prestes a deixar de viver de acordo com o plano original de Deus de reciprocidade e harmonia entre homens e mulheres. Para o Papa está claro que as mulheres certamente devem ser mais ouvidas, mais reconhecidas dentro da sociedade e da igreja, usando-se inclusive o exemplo de Jesus, que em sua história de vida estava sempre contando com a ajuda preciosa delas em seu ministério religioso. Para Francisco o gênero feminino é essencial no desenvolvimento pleno da humanidade. Não será desconsiderando o papel da mulher que se resolverá certos problemas.
Francisco finalizou alertando aos católicos: "A comunhão com Deus é refletida na comunhão do casal humano. A perda de fé no pai celeste gera divisão e conflito entre homens e mulheres". Para o Papa o rebanho católico deve redescobrir a cada dia a beleza do plano do criador. Homens e mulheres devem se tratar com imenso respeito entre si, tudo resultando em uma cooperação amigável, com a graça de Deus, em casamentos que criem famílias sólidas, duradouras, felizes e fortes. Para o Papa o principal objetivo hoje é construir uma sociedade mais livre e justa, tanto para homens como também para mulheres.
A Mensagem de Páscoa do Papa Francisco - Leia a mensagem de Páscoa do Papa Francisco:"Queridos irmãos e irmãs, Jesus Cristo ressuscitou! O Amor triunfou sobre ódio, a vida conquistou a morte, a luz dissipou as trevas! Por amor a nós, Jesus Cristo despiu-se de sua glória divina, esvaziou-se, tomou a forma de um escravo e se humilhou até à morte, a morte na cruz. Por esta razão Deus o exaltou e o fez Senhor do universo. Jesus é o senhor! Com sua morte e ressurreição, Jesus mostrou a todos o caminho da vida e da felicidade e este caminho é o da humildade, que envolve até mesmo a humilhação. Este é o caminho que conduz à glória. Apenas aqueles que se humilham poderão ir para as "coisas que estão acima", no sentido de Deus (cf. Col 3:1-4). O olhar orgulhoso "de cima para baixo" nada edifica; o olhar humilde "de baixo para cima." leva a Deus. Na manhã de Páscoa, alertados pelas mulheres, Pedro e João correram ao túmulo. O encontraram aberto e vazio. Então eles se aproximaram e inclinaram-se a fim de ver o que havia dentro. Para entrar no mistério de Deus, precisamos também nos curvarmos, para a base de nós mesmos. Só quem agir desse modo entenderá a glorificação de Jesus e será capaz de segui-lo em seu caminho.
O mundo propõe que devemos nos colocar na frente a todo o custo, para competirmos e nos fazermos prevalecer sobre os outros... Mas os cristãos, pela graça de Cristo, morto e ressuscitado, são as sementes de outra humanidade, em que procuramos viver em serviço para o outro, para não sermos arrogantes, mas que ao contrário disso, para que nos tornemos bastante respeitosos e prontos para ajudar. Isto não é fraqueza, mas a verdadeira força! Aqueles que carregam dentro de si o poder de Deus, seu amor e sua justiça, não necessitam empregar a violência; Eles falam e agem com o poder da verdade, beleza e amor. Do Senhor ressuscitado, pedimos a graça para não sucumbirmos ao orgulho que se torna o combustível da violência e da guerra. Pedimos a coragem da humildade, do perdão e da paz. Pedimos a Jesus, o vitorioso sobre a morte, para aliviar os sofrimentos dos nossos muitos irmãos e irmãs que são perseguidos por causa de seu nome e de todos aqueles que sofrem a injustiça e a violência dos conflitos em curso.
Pedimos pela Paz, acima de tudo. Que na Síria e no Iraque cessem o barulho das armas. Que a paz seja restaurada e que as relações pacíficas entre os grupos voltem a reinar nesses países que hoje se encontram armados. Pedimos a comunidade internacional que se faça presente nessa intensa tragédia humanitária que está acontecendo nesses países. Que ajudem no drama dos numerosos refugiados dessas regiões atingidas pela guerra. Rezamos pela paz, que ela chegue a todos os povos da Terra Santa. Que a cultura do acordo e do encontro cresça entre israelenses e palestinos. Que o processo de paz entre esses povos seja retomado, colocando finalmente fim a anos de sofrimento e divisão. Imploramos pela paz na Líbia. Que os atos de violência, barbaridade e derramamento de sangue venham a cessar. Que todos os interessados no futuro dessa nação possam se reconciliar para construir uma sociedade verdadeiramente fraterna em que haja o pleno respeito da dignidade humana. Também expressamos nossa esperança para que a paz volte a ser um desejo comum no Iêmen, para o bem de seu povo.
Esperamos que na esperança que depositamos no Senhor misericordioso tudo seja retomado em direção a um mundo mais seguro e fraterno. Ao Senhor ressuscitado pedimos pelo dom da paz para a Nigéria, Sudão do Sul e República Democrática do Congo. Pedimos em oração constante pelas pessoas de boa vontade desses países, como também por aqueles que perderam suas vidas, em especial aos jovens que foram mortos na última quinta-feira no Quênia. Pedimos por todos aqueles que foram sequestrados e forçados a abandonarem suas casas e seus entes queridos. Que a ressurreição do Senhor traga luz à Ucrânia armada, em especial para todos aqueles que sofreram violência nesse conflito nos últimos meses. Que essa nação possa redescobrir o caminho da paz e da esperança, graças ao empenho sincero de todas as partes interessadas.
Pedimos paz e liberdade para todos os homens e mulheres que são submetidos a antigas e novas formas de escravidão por parte de grupos e indivíduos criminosos. Que a paz e a liberdade também cheguem às vítimas dos traficantes de drogas, que muitas vezes se aliam a membros poderosos de seus países, justamente os mesmos que deveriam combater o crime, zelando pela harmonia da sociedade e da família humana. Pedimos paz para esse mundo subjugado pelos traficantes de armas. Olhemos para os marginalizados, os presos, os pobres e os imigrantes que são tantas vezes rejeitados, maltratados e descartados nos países onde vivem. Olhemos para os doentes, para as crianças que sofrem, especialmente aquelas que são vítimas de violência. Para todos os que estão de luto e para todos os homens e mulheres de boa vontade. Que todos ouçam as palavras do Senhor Jesus que desejou paz a cada um deles, porque assim Jesus determinou: "Não temas, porque eu estou ressuscitado e estarei sempre com vocês"
Papa Francisco e a crisma - Nosso querido Papa Francisco celebrou nessa Quinta-feira Santa a missa do Crisma. A cerimônia foi realizada na Basílica Vaticana. Na ocasião Francisco fez a benção dos santos óleos, que serão utilizados nos sacramentos de Batismo, Unção de Enfermos e Crisma. Em sua homilia o Papa Francisco dedicou especial atenção aos sacerdotes da Igreja Católica. Para ele o ato de servir a Deus deve ser um esforço constante, que não pode ser abalado pelo simples cansaço físico ou emocional. Francisco confessou aos membros do clero que sempre pensa sobre essa questão e reza pedindo a Deus que dê forças aos membros da Igreja para que jamais desistam de seguir em frente pregando a palavra do Senhor.
Francisco ainda lembrou a importância da missão de cada um, que deve trabalhar junto ao povo de Deus, mesmo que em lugares isolados e perigosos. Para Francisco o cansaço de cada sacerdote é elevado a Deus, como se fosse um incenso que sobe silenciosamente ao Céu e de lá adentra diretamente ao coração do pai celestial. O Papa Francisco também lembrou Nossa Senhora afirmando que ela também está plenamente consciente do cansaço de cada membro do clero. Francisco recordou que Maria, como Mãe, sabe compreender o quanto seus filhos estão cansados e se preocupa com essa questão. Na palavras do Papa a mensagem de Maria pode ser entendida na frase: "Descansa, meu filho. Depois falamos... Não estou aqui eu, que sou tua Mãe?".
O Papa Francisco também frisou que o descanso é importante e que os membros da Igreja precisam aprender a lidar com o cansaço e o merecido repouso. Todos devem também aprender a repousar pois cada sacerdote deve entender que além de levar a palavra de Deus aos outros também é ele próprio uma ovelha do rebanho de Deus. Para Francisco essa recompensa virá do amor, da gratidão e do carinho de cada fiel de Deus, após o trabalho pastoral de cada um. Não se deve perseguir o descanso dos ricos, com luxos e tudo mais, mas sim o descanso e o repouso dos pobres, evitando assim cair nas armadilhas da sociedade de consumo. Depois Francisco reforçou o compromisso dos padres, bispos e cardeais da Igreja que é o de levar a boa nova, o evangelho, aos oprimidos, aos que estão cativos, aos que se encontram na escuridão. Lembrou o profeta Isaías que dizia que todos devem cuidar daqueles que possuem seus corações despedaçados. Todos precisam consolar os aflitos. O Papa lembrou ainda que cada sacerdote precisa criar um vínculo com seu povo, com as multidões. Que deve carregar em si o cheiro de suas ovelhas, com um sorriso de pai que contempla os seus filhos e netinhos.
Finalizando o Papa Francisco lembrou que o inimigo jamais se cansa. O diabo e seus seguidores não dormem. Como não conseguem suportar a palavra de Deus precisam ser combatidos, todos os dias, em todas as horas. Para o Papa Francisco essa luta não se resume a apenas fazer o bem, mas também proteger seu rebanho dos avanços do maligno e o mais importante: se defender a si próprio desse mesmo mal. Francisco disse: “O maligno é mais astuto do que nós e é capaz de destruir num instante aquilo que construímos pacientemente durante muito tempo. Aqui é preciso pedir a graça de aprender a neutralizar: neutralizar o mal”
Papa Francisco no Domingo de Ramos
Nosso querido Papa Francisco celebrou hoje ao lado dos católicos o Domingo de Ramos no Vaticano. A procissão foi realizada na própria Praça de São Pedro, lotada de peregrinos católicos de todo o mundo. O Santo Padre deu uma benção especial aos presentes, lembrando sempre do exemplo de Jesus Cristo em nossas vidas. O Papa também fez questão de lembrar de todos os cristãos que são perseguidos pelo mundo afora por causa de sua fé, principalmente dos que estão sendo mortos no Oriente Médio simplesmente por serem cristãos. Francisco pediu a todos que rezem pela "Igreja que sofre" em lugares onde imperam a intolerância religiosa e o fanatismo de religiões que não aceitam a existência do cristianismo. Foi uma celebração muito bonita que deixou a todos emocionados. Que a graça do Senhor esteja convosco!
Papa Francisco e a Água - Papa Francisco exalta importância da água no mundo e distribui evangelhos de bolso aos católicos - Na oração do Angelus desse domingo o Papa Francisco ressaltou a importância da água na vida de todos. Organismos internacionais promovem nesse domingo o denominado "Dia Mundial da água" para conscientizar os povos do mundo da importância vital na vida humana desse precioso elemento da natureza. Apoiando a campanha o Papa Francisco lembrou a todos como a água é um precioso presente de Deus e como todos devemos ter uma relação de responsabilidade com ela, evitando desperdícios e abusos no dia a dia, já que grande parte da humanidade já passa por dificuldades ao redor do mundo por sua escassez e má administração por parte das autoridades públicas.
Por falar nelas, o Papa Francisco ganhou novamente as manchetes dessa semana ao promover uma de suas mais duras críticas contra a corrupção. Para o Papa o verdadeiro cristão jamais pode se envolver com atos de corrupção ou se solidarizar de qualquer forma com eles. A corrupção não é apenas um crime perante os homens, mas também perante os olhos de Deus, pois a corrupção em geral tira recursos justamente dos mais pobres e necessitados, daqueles que dependem da saúde pública e da educação promovida pelo próprio Estado. Para Francisco a corrupção fede e mostra a degradação da alma humana em todos os seus níveis.
Seguindo na pregação do Angelus na praça de São Pedro, Francisco deu um belo presente para todos os fiéis que foram ao Vaticano nesse domingo. Ele mandou distribuir gratuitamente exemplares de bolso do Evangelho. As freiras católicas distribuíram os livros totalmente de graça para todos os que estavam na Praça de São Pedro para ouvir as palavras do Papa. Francisco recomendou aos católicos que levem o pequeno evangelho de bolso sempre ao seu lado, aproveitando para ler pequenos trechos do evangelho sempre que tiverem um pouco de tempo livre, seja nas viagens de ônibus, numa fila, nos momentos de descanso etc. Francisco aconselhou a leitura do bolsilivro como um hábito do cotidiano, pois a palavra do Senhor pode abrir caminhos em nossas vidas, sempre que devidamente consultado. Por fim Francisco saudou os católicos espanhóis, franceses e húngaros que estavam presentes na praça de São Francisco. Também saudou com especial carinho os franciscanos que foram até Roma para ouvir as preciosas palavras papais.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 18 de março de 2011
Papa Leão XI
Esse foi um Papa de breve papado. Apenas 26 dias no trono de Pedro. Seu nome de batismo era Alessandro Ottaviano de' Medici, nascido em Florença. Foi embaixador, Bispo de Pistola e Arcebispo de Florença. Pertencia à poderosa família Medici, clã tradicional na formação de Papas durante a história. Para se ter uma ideia de sua linhagem ele era parente direto de dois Papas. Era sobrinho-neto de Leão X, ao qual homenageou quando se tornou Papa. Também era parente de Clemente VII. Então ter Papas em sua família era algo até mesmo normal.
Esse Papa foi eleito contra os interesses do Rei da Espanha, porém apoiado pelo clero italiano em Roma. Também contava com a simpatia e o apoio de toda a nobreza francesa. Assim criou-se uma rivalidade entre as mais importantes coroas da Europa sobre sua eleição. Porém uma vez empossado não havia mais como retroceder.
Como esteve como Papa por poucos dias - foi um dos mais breves papados da história - ele não teve tempo de fazer grandes realizações. Para falar a verdade não houve tempo para nada, nem para organizar os principais cargos dentro da cúria romana. O que teria causado sua morte? Até hoje são levantadas suspeitas, mas sem provas concretas. Na época de sua morte falou-se em envenenamento por parte de enviados da coroa espanhola. Outros dizem que sua morte foi natural. De uma forma ou outra esse Papa subiu ao trono de Pedro no dia prmeiro de abril de 1606 e morreu no dia 27 desse mesmo mês. Por isso alguns historiadores se referem a essa Papa como Leão, o Breve.
Pablo Aluísio.
Esse Papa foi eleito contra os interesses do Rei da Espanha, porém apoiado pelo clero italiano em Roma. Também contava com a simpatia e o apoio de toda a nobreza francesa. Assim criou-se uma rivalidade entre as mais importantes coroas da Europa sobre sua eleição. Porém uma vez empossado não havia mais como retroceder.
Como esteve como Papa por poucos dias - foi um dos mais breves papados da história - ele não teve tempo de fazer grandes realizações. Para falar a verdade não houve tempo para nada, nem para organizar os principais cargos dentro da cúria romana. O que teria causado sua morte? Até hoje são levantadas suspeitas, mas sem provas concretas. Na época de sua morte falou-se em envenenamento por parte de enviados da coroa espanhola. Outros dizem que sua morte foi natural. De uma forma ou outra esse Papa subiu ao trono de Pedro no dia prmeiro de abril de 1606 e morreu no dia 27 desse mesmo mês. Por isso alguns historiadores se referem a essa Papa como Leão, o Breve.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 17 de março de 2011
Papa Inocêncio X
Quando o Papa Urbano VIII faleceu o trono de Pedro ficou vazio e começaram as acirradas disputas para saber quem seria o novo Papa. Os reinos da França e Espanha começaram uma intensa luta política para decidir o conclave. Por parte da Espanha o indicado era o cardeal Jules Mazarin. A França, na figura do "Rei Sol" Luís XIV, apoiava o cardeal Giambattista Pamphili. Quando finalmente os votos foram contados o favorito do rei francês venceu a eleição. Luís XIV ficou extremamente contente e mandou que fosse realizada uma grande festa em Roma, tudo pago pelo trono francês.
Um grande desfile foi realizado com carruagens douradas e fogos. O novo Papa assumiu como Inocêncio X. Inicialmente temia-se por causa de sua idade. Quando se tornou Papa já contava com mais de 70 anos de idade, considerado muito velho por alguns. Porém o novo Papa surpreendeu a todos, ficando uma década no trono em Roma. Ele inclusive se revelou um ótimo estadista, sabendo aparar as intrigas e animosidades entre França e Espanha, nações inimigas da época.
O Papa também conseguiu pacificar regiões germânicas, naquele momento em intenso conflito por questões religiosas, econômicas e sociais. Não obteve porém melhor resultado na Inglaterra. Por lá um rebelde republicano chamado Oliver Cromwell havia tomado o poder. O rei tinha sido decapitado. Mesmo que a Igreja Católica tivesse rompido com o trono inglês na época de Henrique VIII, havia ainda uma preocupação com a queda da casa real. Via de regra Roma apoiava todas as monarquias da Europa e sustentava teologicamente que os reis tinham direito divino de governar. A coroa era uma determinação de Deus na Terra.
Em Roma mandou construir novos prédios e promoveu o embelezamento da cidade, inclusive determinado por decreto uma série de reformas de cunho sanitário. Foi considerado um excelente gestor da cidade eterna. Apesar de todos os seus méritos pessoais esse Papa também enfrentou problemas particulares envolvendo seus familiares. O clero romano tinha pavor de familiares próximos demais ao Papa, principalmente pelos acontecimentos envolvendo Alexandre VI e por isso esses parentes foram vistos com desconfiança. O Papa faleceu em 7 de janeiro de 1655 e foi sucedido por Alexandre VII. Para os historiadores esse Papa Inocêncio X foi considerado um bom pontífice. Homem correto, honesto e sem manchas em sua reputação pessoal.
Pablo Aluísio.
Um grande desfile foi realizado com carruagens douradas e fogos. O novo Papa assumiu como Inocêncio X. Inicialmente temia-se por causa de sua idade. Quando se tornou Papa já contava com mais de 70 anos de idade, considerado muito velho por alguns. Porém o novo Papa surpreendeu a todos, ficando uma década no trono em Roma. Ele inclusive se revelou um ótimo estadista, sabendo aparar as intrigas e animosidades entre França e Espanha, nações inimigas da época.
O Papa também conseguiu pacificar regiões germânicas, naquele momento em intenso conflito por questões religiosas, econômicas e sociais. Não obteve porém melhor resultado na Inglaterra. Por lá um rebelde republicano chamado Oliver Cromwell havia tomado o poder. O rei tinha sido decapitado. Mesmo que a Igreja Católica tivesse rompido com o trono inglês na época de Henrique VIII, havia ainda uma preocupação com a queda da casa real. Via de regra Roma apoiava todas as monarquias da Europa e sustentava teologicamente que os reis tinham direito divino de governar. A coroa era uma determinação de Deus na Terra.
Em Roma mandou construir novos prédios e promoveu o embelezamento da cidade, inclusive determinado por decreto uma série de reformas de cunho sanitário. Foi considerado um excelente gestor da cidade eterna. Apesar de todos os seus méritos pessoais esse Papa também enfrentou problemas particulares envolvendo seus familiares. O clero romano tinha pavor de familiares próximos demais ao Papa, principalmente pelos acontecimentos envolvendo Alexandre VI e por isso esses parentes foram vistos com desconfiança. O Papa faleceu em 7 de janeiro de 1655 e foi sucedido por Alexandre VII. Para os historiadores esse Papa Inocêncio X foi considerado um bom pontífice. Homem correto, honesto e sem manchas em sua reputação pessoal.
Pablo Aluísio.
Memórias de um Exorcista - Gabriele Amorth
Hoje terminei de ler esse livro chamado "Memórias de um Exorcista", escrito pelo padre Gabriele Amorth. Devo confessar que achei o livro menos interessante do que eu esperava. Isso porque o livro foi todo escrito na forma de perguntas e respostas. Pelo visto o Padre não teve tempo ou paciência para escrever um livro convencional. Assim temos um jornalista lhe fazendo perguntas e ele respondendo. Pode até parecer interessante para algumas pessoas esse tipo de formato, mas para mm, soou um pouco cansativo. Além disso quando um livro é escrito dessa maneira ele perde uma ordem cronológica, uma contextualização maior dos fatos.
Não quero com isso desmerecer a figura do Padre, que foi em vida um dos mais famosos exorcistas da história recente da Igreja Católica. Apenas quero deixar registrado que esse tipo de esquema literário não faz o meu estilo. No mais, passando por cima desse aspecto formal, devo dizer que o livro traz algumas informações preciosas. Entre elas uma constante reclamação do Padre sobre seus superiores. Ele deixou claro mais de uma vez sua insatisfação pelo fato de que bispos e cardeais não levaram mais à sério esse tipo de exorcismo. A alta cúpula do clero romano nada fazia para ajudar o Padre em suas funções de exorcizar demônios. E isso foi algo bem decepcionante de saber.
Ao olhar do clero católico atual o exorcismo soa como algo medieval demais. Assim poucos exorcistas são formados até hoje. Os que existem acabam ficando sobrecarregados. Já em relação a conhecimento sobre demonologia, bom, as informações são eventuais e não muito informativas. O Padre cita algumas entidades demoníacas como Lúcifer, Satanás, Asmodeus, Belzebu, etc, mas não chega a entrar fundo no assunto. Ele também explica as diferenças entre possessões, opressões, etc. Vale como título de informação, mas devo dizer, tudo acaba soando bem superficial realmente.
Pablo Aluísio.
Não quero com isso desmerecer a figura do Padre, que foi em vida um dos mais famosos exorcistas da história recente da Igreja Católica. Apenas quero deixar registrado que esse tipo de esquema literário não faz o meu estilo. No mais, passando por cima desse aspecto formal, devo dizer que o livro traz algumas informações preciosas. Entre elas uma constante reclamação do Padre sobre seus superiores. Ele deixou claro mais de uma vez sua insatisfação pelo fato de que bispos e cardeais não levaram mais à sério esse tipo de exorcismo. A alta cúpula do clero romano nada fazia para ajudar o Padre em suas funções de exorcizar demônios. E isso foi algo bem decepcionante de saber.
Ao olhar do clero católico atual o exorcismo soa como algo medieval demais. Assim poucos exorcistas são formados até hoje. Os que existem acabam ficando sobrecarregados. Já em relação a conhecimento sobre demonologia, bom, as informações são eventuais e não muito informativas. O Padre cita algumas entidades demoníacas como Lúcifer, Satanás, Asmodeus, Belzebu, etc, mas não chega a entrar fundo no assunto. Ele também explica as diferenças entre possessões, opressões, etc. Vale como título de informação, mas devo dizer, tudo acaba soando bem superficial realmente.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 16 de março de 2011
Papa Bento I e a Reconstrução de Roma
Por esses tempos a única coisa que mantinha a cidade em pé era sua fé cristã. Todas as instituições do império romano tinham desaparecido. Os bárbaros destruíram o senado, as legiões do exército e tudo o mais que pudesse se identificar com o antigo poder da Roma Imperial do tempo dos Césares da antiguidade. Apenas a figura do Papa, do líder da Igreja Católica, poderia reverter esse quadro. De certo modo, olhando-se criticamente, podemos dizer que a herdeira direta do antigo império era justamente a Igreja Católica. Saiu de cena os antigos brasões imperiais com suas águias douradas e entrou em cena a cruz cristã.
O Papa passa então a exercer as funções políticas que eram do imperador. Ele se torna não apenas uma figura espiritual, mas também e principalmente de poder político. Após a consolidação de sua posição papal (confirmada por concílio realizado em Constantinopla) Bento I seguiu em frente trazendo paz e prosperidade para vastas regiões da França e Itália que tinham sido destruídas pelas forças invasoras Lombardas. Foi um homem de grande coragem e empenho em reerguer o mundo cristão que estava em ruínas. Cronistas da época relatam que não apenas a guerra assolava Roma, mas também a fome e a peste, a ponto inclusive de muitos romanos se entregarem aos invasores em troca de um pouco de comida.
Apenas a subida ao trono de Pedro de um novo Papa conseguiu reconstuir a base da sociedade romana. Para o povo em geral ele passou a ser conhecido como Bento, o Grande. Um título que já havia sido dado antes a grandes conquistadores como Alexandre da Macedônia. Bento I, considerado herói dos cristãos, morreu em 30 de julho de 579 aos 54 anos e foi enterrado abaixo da cúpula da Basílica de São Pedro no Vaticano. Foi sucedido por Pelágio II, dando continuidade ao processo de seleção dos novos papas..É considerado hoje um dos grande Papas da história porque conseguiu manter a unidade da Igreja mesmo diante de um dos mais conturbados períodos históricos da Europa cristã.
Pablo Aluísio.
Vaticano - Origens Históricas
Roma sempre foi considerada a cidade eterna. Desde os tempos do Império Romano e seu apogeu quando dominou praticamente todo mundo conhecido pelos europeus, essa região é considerada um dos berços da civilização ocidental. Desde que Roma nasceu o Vaticano se chama Vaticano. Na realidade a origem de seu nome se perdeu no tempo. As mais antigas escavações arqueológicas confirmam que essa parte da Roma Antiga já era conhecida como Vaticano desde os tempos remotos dos primeiros reis romanos - ainda no período da realeza que depois seria substituída pela República e logo depois pelo Império Romano. Assim para os Imperadores Romanos o nome Vaticano era tão antigo quanto parece para todos nós.
Como se pode perceber o local onde hoje se situa a sede da Igreja Católica Romana tem uma longa história, uma história verdadeiramente milenar. Em tempos remotos o Vaticano serviu de guarnição dos primeiros exércitos organizados de Roma. Depois com o tempo foi sendo remodelado até se tornar um centro de execuções de inimigos do Estado e um cemitério para esses criminosos. O curioso é que durante o reinado de Calígula o lugar chegou a ser até mesmo parte dos luxuosos jardins da mãe do imperador insano, mas depois voltou a ser ocupado e administrado pelos militares do exército romano.
O lugar onde está fincada a sede da Igreja Católica tem um enorme significado histórico para os católicos. Foi nesse mesmo lugar onde Pedro, apóstolo de Jesus, foi preso, torturado e depois crucificado de cabeça para baixo por ordem do imperador Nero que culpava os cristãos pelo incêndio que tinha destruído a cidade. Seu túmulo está situado logo abaixo do altar principal da Basílica, um lugar restrito a visitantes, com entrada só permitida por ordem expressa das autoridades da Igreja. Lá embaixo, em um extenso corredor onde se pode visualizar vários nichos e criptas de pessoas enterradas no século I da era cristã, se encontra o local onde Pedro, o pescador, foi enterrado. Há uma inscrição milenar onde se pode ler: "Aqui está Pedro". Ossos do apóstolo que foram encontrados no lugar se encontram agora em uma caixa confeccionada especialmente para isso.
A tradição tratou de preservar o local de seu sepultamento na mente dos primeiros cristãos. Após séculos de perseguição incansável de vários imperadores a crença no Cristo aumentou a ponto de se tornar a religião oficial do Império. Coube a Constantino dar a plena liberdade religiosa aos cristãos, sendo depois considerada a religião oficial de Roma pelo Imperador Teodósio I. Por uma questão de justiça então resolveu-se construir a basílica de São Pedro onde o apóstolo de Jesus Cristo sofreu seu martírio. Confirmando-se assim o que o próprio Jesus disse quando afirmou: "Tu és Pedro e sobre essa Pedra edificarei a minha Igreja e os portões do inferno jamais prevalecerão sobre ela" (Evangelho Segundo Mateus).
Pablo Aluísio.
Como se pode perceber o local onde hoje se situa a sede da Igreja Católica Romana tem uma longa história, uma história verdadeiramente milenar. Em tempos remotos o Vaticano serviu de guarnição dos primeiros exércitos organizados de Roma. Depois com o tempo foi sendo remodelado até se tornar um centro de execuções de inimigos do Estado e um cemitério para esses criminosos. O curioso é que durante o reinado de Calígula o lugar chegou a ser até mesmo parte dos luxuosos jardins da mãe do imperador insano, mas depois voltou a ser ocupado e administrado pelos militares do exército romano.
O lugar onde está fincada a sede da Igreja Católica tem um enorme significado histórico para os católicos. Foi nesse mesmo lugar onde Pedro, apóstolo de Jesus, foi preso, torturado e depois crucificado de cabeça para baixo por ordem do imperador Nero que culpava os cristãos pelo incêndio que tinha destruído a cidade. Seu túmulo está situado logo abaixo do altar principal da Basílica, um lugar restrito a visitantes, com entrada só permitida por ordem expressa das autoridades da Igreja. Lá embaixo, em um extenso corredor onde se pode visualizar vários nichos e criptas de pessoas enterradas no século I da era cristã, se encontra o local onde Pedro, o pescador, foi enterrado. Há uma inscrição milenar onde se pode ler: "Aqui está Pedro". Ossos do apóstolo que foram encontrados no lugar se encontram agora em uma caixa confeccionada especialmente para isso.
A tradição tratou de preservar o local de seu sepultamento na mente dos primeiros cristãos. Após séculos de perseguição incansável de vários imperadores a crença no Cristo aumentou a ponto de se tornar a religião oficial do Império. Coube a Constantino dar a plena liberdade religiosa aos cristãos, sendo depois considerada a religião oficial de Roma pelo Imperador Teodósio I. Por uma questão de justiça então resolveu-se construir a basílica de São Pedro onde o apóstolo de Jesus Cristo sofreu seu martírio. Confirmando-se assim o que o próprio Jesus disse quando afirmou: "Tu és Pedro e sobre essa Pedra edificarei a minha Igreja e os portões do inferno jamais prevalecerão sobre ela" (Evangelho Segundo Mateus).
Pablo Aluísio.
terça-feira, 15 de março de 2011
A Betsaida de Jesus
Como se pode perceber por esses exemplos essa foi uma localidade bem importante durante o ministério de Jesus Cristo. Por anos a localização exata de Betsaida foi uma dor de cabeça para historiadores e arqueólogos. Pistas eram encontradas no Evangelho. Sabia-se, por exemplo, que com certeza Betsaida era localizada na Galiléia pois há um trecho na Bíblia bem direto sobre isso ("...estes, pois, foram ter com Filipe, que era de Betsaida da Galiléia, e lhe fizeram este pedido: Senhor, queremos ver a Jesus." João 12:21). Pois bem, após séculos de busca um grupo de pesquisadores afirmam finalmente terem encontrado a vila de pescadores dos milagres e de três dos apóstolos de Jesus. Mordechai Aviam, professor de arqueologia na Faculdade Kinneret, em Israel, afirma ter bastante certeza sobre onde estariam as ruínas de Betsaida.
Esse pesquisador descobriu outro fato importante, a localização exata da cidade (na verdade uma pequena vila de pescadores) estava sob as ruínas de uma cidade romana que foi construída por cima dela chamada Julias, que assim foi nomeada em honra à filha do imperador Augusto. Curiosamente essa filha do líder romano cairia em desgraça perante o pai alguns anos depois por promover uma orgia dentro de um templo sagrado em Roma. Expulsa da cidade acabou morrendo em uma ilha distante.
Da Betsaida original de Jesus praticamente nada resistiu ao tempo, isso em razão do fato dela ter sido construída por habitações bem rudimentares, pobres, de pessoas humildes, pescadores em sua maioria. Apenas as construções romanas, com fundações mais firmes e restos de pisos com mosaicos, sobreviveram há mais de mil anos de história. De qualquer maneira essa nova localização bate bem de acordo com as informações arqueológicas e históricas até onde sabidas, como o fato do lugar ser localizado na Galiléia, às margens do mar da região. Durante algumas décadas pensou-se que a antiga vila teria sido encontrada no sítio de e-Tell, mas com as novas descobertas essa antiga tese foi superada. Assim a ciência, aqui arqueologia, surge novamente para comprovar textos bíblicos.
Pablo Aluísio.
Sábios Conselhos de Dom Bosco
Eu ainda pretendo escrever alguns textos sobre a vida e a obra desse homem maravilhoso que foi Dom Bosco, mas agora quero tecer alguns comentários sobre algumas de suas sábias frases. Ele foi seguramente um verdadeiro filósofo do catolicismo, uma pessoa não apenas abençoada por Deus como também extremamente sábia.
Uma de minhas frases preferidas de Dom Bosco é essa: "Fale pouco de você e menos ainda dos outros!". Parece simples, e realmente é, mas dentro dessa simplicidade há uma verdade absoluta. Aquele que se mantém discreto, reservado, respeitando as outras pessoas, não vai sair falando mal de absolutamente ninguém. O falar mal do outro é uma das coisas mais anticristãs que existem. O próprio Jesus, respondendo sobre velhos costumes judeus, disse que o verdadeiro pecado não vem do que se coloca na boca, mas sim do que sai dela. Não é o alimento proibido pela religião que irá manchar a alma do cristão, mas sim o mal falar, a fofoca maldosa, a ofensa, a injúria, a calunia, etc.
Manter-se sempre equilibrado, sem procurar transformar as desgraças e tragédias das demais pessoas em motivo de mal falar é algo que todo cristão deve prezar. "Fale menos ainda dos outros", ensinou Dom Bosco. Também procure evitar a vaidade pessoal. Aquele que só abre a boca para falar bem de si mesmo, sempre se auto elogiando, mostra um vazio espiritual muito acentuado. O bom cristão é aquele que ajuda ao próximo sem transformar isso numa propaganda, em uma forma de se auto promover. "Fale pouco de você" - disse o nosso querido Dom Bosco. Não transforme sua vida e suas boas ações em uma marquise de propaganda e auto elogio. Seja discreto, humilde, prestativo.
A outra frase maravilhosa de Dom Bosco que uso como regra de vida é a seguinte: "A Pior escravidão é a escravidão da opinião dos outros". Pense e reflita. A pessoa que vive de aparências, sempre ostentando, querendo parecer mais do que realmente é, não passa de um ser humano um tanto vazio, que vive da imagem que tenta projetar para as demais pessoas. Isso nada tem a ver com o verdadeiro espírito cristão. Jesus não ensinou ninguém a querer ser melhor do que os outros e tampouco a viver de aparências fúteis. Em verdade apenas devemos ser o que somos. E a opinião das outras pessoas não deve nortear os caminhos de nossas vidas. No final de nossa existência terrena entenderemos que na verdade nunca foi algo entre você e as demais pessoas, mas sim entre Deus e você! Essa é a verdadeira essência de ser um bom e correto seguidor dos passos de Jesus.
Pablo Aluísio.
Uma de minhas frases preferidas de Dom Bosco é essa: "Fale pouco de você e menos ainda dos outros!". Parece simples, e realmente é, mas dentro dessa simplicidade há uma verdade absoluta. Aquele que se mantém discreto, reservado, respeitando as outras pessoas, não vai sair falando mal de absolutamente ninguém. O falar mal do outro é uma das coisas mais anticristãs que existem. O próprio Jesus, respondendo sobre velhos costumes judeus, disse que o verdadeiro pecado não vem do que se coloca na boca, mas sim do que sai dela. Não é o alimento proibido pela religião que irá manchar a alma do cristão, mas sim o mal falar, a fofoca maldosa, a ofensa, a injúria, a calunia, etc.
Manter-se sempre equilibrado, sem procurar transformar as desgraças e tragédias das demais pessoas em motivo de mal falar é algo que todo cristão deve prezar. "Fale menos ainda dos outros", ensinou Dom Bosco. Também procure evitar a vaidade pessoal. Aquele que só abre a boca para falar bem de si mesmo, sempre se auto elogiando, mostra um vazio espiritual muito acentuado. O bom cristão é aquele que ajuda ao próximo sem transformar isso numa propaganda, em uma forma de se auto promover. "Fale pouco de você" - disse o nosso querido Dom Bosco. Não transforme sua vida e suas boas ações em uma marquise de propaganda e auto elogio. Seja discreto, humilde, prestativo.
A outra frase maravilhosa de Dom Bosco que uso como regra de vida é a seguinte: "A Pior escravidão é a escravidão da opinião dos outros". Pense e reflita. A pessoa que vive de aparências, sempre ostentando, querendo parecer mais do que realmente é, não passa de um ser humano um tanto vazio, que vive da imagem que tenta projetar para as demais pessoas. Isso nada tem a ver com o verdadeiro espírito cristão. Jesus não ensinou ninguém a querer ser melhor do que os outros e tampouco a viver de aparências fúteis. Em verdade apenas devemos ser o que somos. E a opinião das outras pessoas não deve nortear os caminhos de nossas vidas. No final de nossa existência terrena entenderemos que na verdade nunca foi algo entre você e as demais pessoas, mas sim entre Deus e você! Essa é a verdadeira essência de ser um bom e correto seguidor dos passos de Jesus.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 14 de março de 2011
O lado obscuro de Martinho Lutero
Autores da época ficaram admirados pelo fato daquele homem baixinho, gordo e truculento causar tanta confusão. Lutero tinha problemas de pele - alguns historiadores afirmam que ele sofria de sarna, muito comum na idade média - e isso aumentava ainda mais seu tremendo mau humor. Mais de uma vez puxou punhais para desafetos e não era raro em suas homéricas bebedeiras puxar briga com quem estivesse por perto. Era um valentão de bar. Lutero odiava a vida religiosa e os dogmas católicos a que era submetido. Detestava os votos de pobreza e castidade e ria dos padres que lhe aconselhavam a não encher a cara de vinho na frente dos paroquianos pois isso iria trazer um tremendo mal estar para os demais religiosos da região. Afinal os homens de Deus deveriam dar o exemplo. Para Lutero isso porém não tinha a menor importância. Engordando cada vez mais e mais, ele foi piorando suas doenças de pele e pouco chegado em banhos regulares viu grande parte de seu corpo ser tomado por infecções dolorosas e putrefatas. Alguns que estiveram em sua presença afirmaram que ele fedia muito. Uma de suas biografias afirma que Lutero tomava no máximo um banho rápido a cada sete ou oito meses.
Curiosamente alguns autores defendem a tese de que Lutero no fundo não tinha nenhuma vocação religiosa. Ele teria entrado para um mosteiro católico às pressas, para escapar da morte pois teria matado um homem numa briga de bar. Ao virar religioso ele ganhava um tipo de imunidade penal que vigorava na época, além do mais a vida nos conventos era completamente separada da vida lá fora, assim Lutero poderia escapar, ir para outros conventos distantes e nunca ser pego pela polícia. O que ele não queria mesmo era ser enforcado por assassinato. Pior para os que tentavam conviver com ele dentro das abadias pois além de briguento Lutero era também desbocado, muitas vezes mandando todos para aquele lugar, sem nenhum arrependimento ou remorso. Outro ponto negativo da biografia de Lutero era sua intolerância religiosa e o racismo. Ele odiava judeus e deixou claro sua opinião em diversos escritos. Chegou ao cúmulo do absurdo ao propor a matança da comunidade judaica que vivia em sua região. Lutero queria não apenas matar os judeus como também incendiar suas sinagogas, algo que causou muitos embaraços para seus seguidores, não apenas de sua época, como também de gerações futuras. Como defender ideias tão ofensivas e contrárias da verdadeira fé cristã? Impossível. Mais de um historiador também afirma que Lutero tinha uma queda e tanto por prostitutas, que aliás eram presença frequente nos bares em que ele tomava suas enormes bebedeiras. Isso obviamente era um escândalo para um monge mas Lutero tinha uma personalidade impulsiva que nunca media direito seus atos, por mais absurdos e escandalosos que fossem. Talvez por adorar a presença de mulheres de vida fácil, Lutero tenha lutado tanto contra o celibato católico que, para ele, era um absurdo completo. Lutero achava que todo homem era pecador e deveria pecar até não querer mais, para depois receber o perdão divino de braços abertos.
Por fim, para quem tinha uma personalidade tão forte, a sua morte acabou em uma sombra de acobertamentos e mistérios, onde não se sabe direito qual foi a verdade dos fatos. Lutero foi encontrado morto pela manhã por seu assistente pessoal. Ele andava ranzinza com os rumos que a reforma protestante tomara. Reclamava que não havia mais organização nos dogmas protestantes pois cada um abria sua própria Igreja e escolhia o que iria ou não vigorar em seu ministério. Lutero achava isso um absurdo. A igreja evangélica em sua opinião deveria ser única, com dogma próprio e válido para todos os protestantes. Isso porém parecia cada vez mais distante. Frustrado, seu consumo de bebida aumentou. Ele procurava afogar sua ira em novas noites em claro de muitas bebedeiras. Para alguns historiadores ele teria morrido após uma noite dessas, de muitas farras e bebidas. Já para outros Lutero havia sido vítima de um acidente, embriagado teria se enrolado em cordas no seu quarto e morrido enforcado. Há ainda os que dizem que se matou com uma corda e seus seguidores teriam escondido a verdade, pois certamente não cairia bem para a nova religião que nascia ter um suicida como fundador. Esses são mistérios que infelizmente não terão solução pois passados tantos séculos já não se sabe mais com certeza o que teria acontecido. A única certeza parece ser a que Lutero definitivamente não era uma pessoa doce e inocente como querem fazer crer alguns de seus seguidores nos dias de hoje.
Pablo Aluísio.
Os Beneditinos
Durante a Idade Média prosperou uma nova religiosidade na Europa. Era baseada em uma busca espiritual interior, procurando encontrar Deus através de uma vida de austeridade, trabalho e ajuda ao próximo. Com certa inspiração nas religiões orientais surgiu por essa época o estilo de vida dos mosteiros. Essas eram construções isoladas - geralmente no alto de montanhas - em que viviam monges em profundo silêncio e disciplina. Todos trabalhavam pela auto suficiência do mosteiro e lá eles próprios plantavam sua alimentação em pequenas hortas dentro dos muros das abadias ou então em propriedades cedidas pela Igreja Católica ao redor dos próprios mosteiros. Em uma época com muitas guerras, pestes e fome, viver em um mosteiro não era uma má ideia. Lá os religiosos se encontravam seguros enquanto o mundo romano desabava sob pesadas invasões bárbaras.
Um dos nomes mais destacados desse período foi um monge católico chamado Bento que iria fundar uma nova ordem dentro da igreja que seria conhecida como a ordem dos Beneditinos. Não se sabe com precisão dados históricos sobre Bento mas documentos seculares encontrados na biblioteca do Vaticano informam que ele buscou pela autorização do Papa para a fundação de inúmeros mosteiros, habitações com no máximo dez ou doze monges que deveriam viver da terra, prestar auxílio e assistência de viajantes e ajuda médica e hospitalar às vilas vizinhas. Os monges deveriam viver sob uma estrita regra de organização interna. Atendiam às chamadas regras que impunham uma rígida organização em suas vidas. O trabalho era dividido entre os monges - alguns plantavam, outros se especializavam em tratamentos de doenças e outros exerciam funções intelectuais, como os importantes monges copistas de obras antigas (graças ao trabalho desses religiosos é que a grande parte dos livros clássicos da cultura grego-romana sobreviveram até os nossos dias).
Os monges católicos também davam grande importância ao estudo de línguas, sendo que muitos deles aprendiam grego para ler e ensinar as escrituras no idioma em que os primeiros evangelhos foram escritos. Também fundaram grandes centros e os mosteiros acabaram dando origem à muitas cidades modernas pois o homem medieval, em busca de educação ou assistência médica acabava fundando vilas nos arredores desses mesmos mosteiros. O moderno direito que ainda hoje disciplina nossas vidas foi preservado por mosteiros beneditinos que copiavam através dos séculos os grandes tratados de direito romano, que acabou dando origem ao direito continental europeu do qual somos herdeiros.
O sucesso da ordem beneditina logo prosperou em vários países europeus. Fundada inicialmente em cidades próximas à Roma a ideia de fundar mosteiros com religiosos se expandiu. Os monarcas da época deram apoio e ajuda financeira para que mosteiros fossem fundados em praticamente todos os reinos europeus. Em pouco tempo vários mosteiros foram criados na França, Alemanha, Inglaterra e Holanda. Os beneditinos começaram também a fundar escolas que, com os séculos, se transformariam nas primeiras universidades da Europa. Grandes catedrais também foram erguidas pela disciplina beneditina, inclusive as conhecidas igrejas milenares de Canterbury (ou Cantuária) e Winchester. A ordem também construiu a famosa Abadia de Westminster, onde os monarcas ingleses eram coroados e enterrados (tradição que segue até os dias atuais).
Assim dentro da milenar história da Igreja Católica a ordem dos monges beneditinos foi de vital importância. Disseminaram cultura e ajudaram os povos desamparados da época medieval. Em um tempo onde a maioria das pessoas era analfabeta por causa da inexistência de redes públicas de ensino, os beneditinos escolarizaram e ensinaram os primeiros europeus letrados. Também disponibilizaram ajuda e assistência médica aos mais pobres e humildes. Um grande exemplo de vida cristã que ecoa até os dias de hoje.
Pablo Aluísio.
Um dos nomes mais destacados desse período foi um monge católico chamado Bento que iria fundar uma nova ordem dentro da igreja que seria conhecida como a ordem dos Beneditinos. Não se sabe com precisão dados históricos sobre Bento mas documentos seculares encontrados na biblioteca do Vaticano informam que ele buscou pela autorização do Papa para a fundação de inúmeros mosteiros, habitações com no máximo dez ou doze monges que deveriam viver da terra, prestar auxílio e assistência de viajantes e ajuda médica e hospitalar às vilas vizinhas. Os monges deveriam viver sob uma estrita regra de organização interna. Atendiam às chamadas regras que impunham uma rígida organização em suas vidas. O trabalho era dividido entre os monges - alguns plantavam, outros se especializavam em tratamentos de doenças e outros exerciam funções intelectuais, como os importantes monges copistas de obras antigas (graças ao trabalho desses religiosos é que a grande parte dos livros clássicos da cultura grego-romana sobreviveram até os nossos dias).
Os monges católicos também davam grande importância ao estudo de línguas, sendo que muitos deles aprendiam grego para ler e ensinar as escrituras no idioma em que os primeiros evangelhos foram escritos. Também fundaram grandes centros e os mosteiros acabaram dando origem à muitas cidades modernas pois o homem medieval, em busca de educação ou assistência médica acabava fundando vilas nos arredores desses mesmos mosteiros. O moderno direito que ainda hoje disciplina nossas vidas foi preservado por mosteiros beneditinos que copiavam através dos séculos os grandes tratados de direito romano, que acabou dando origem ao direito continental europeu do qual somos herdeiros.
O sucesso da ordem beneditina logo prosperou em vários países europeus. Fundada inicialmente em cidades próximas à Roma a ideia de fundar mosteiros com religiosos se expandiu. Os monarcas da época deram apoio e ajuda financeira para que mosteiros fossem fundados em praticamente todos os reinos europeus. Em pouco tempo vários mosteiros foram criados na França, Alemanha, Inglaterra e Holanda. Os beneditinos começaram também a fundar escolas que, com os séculos, se transformariam nas primeiras universidades da Europa. Grandes catedrais também foram erguidas pela disciplina beneditina, inclusive as conhecidas igrejas milenares de Canterbury (ou Cantuária) e Winchester. A ordem também construiu a famosa Abadia de Westminster, onde os monarcas ingleses eram coroados e enterrados (tradição que segue até os dias atuais).
Assim dentro da milenar história da Igreja Católica a ordem dos monges beneditinos foi de vital importância. Disseminaram cultura e ajudaram os povos desamparados da época medieval. Em um tempo onde a maioria das pessoas era analfabeta por causa da inexistência de redes públicas de ensino, os beneditinos escolarizaram e ensinaram os primeiros europeus letrados. Também disponibilizaram ajuda e assistência médica aos mais pobres e humildes. Um grande exemplo de vida cristã que ecoa até os dias de hoje.
Pablo Aluísio.
Assinar:
Postagens (Atom)