segunda-feira, 25 de agosto de 2025

A Marca de um Erro

A Marca de um Erro
Tendo como garantia um excelente roteiro assinado por Zequial Marko, a música de Lalo Schifrin (Operação Dragão), e um time de atores de respeito como: Alain Delon, Ann-Margret, Van Heflin e Jack Palance - o diretor Ralph Nelson (Réquiem Para um Lutador) construiu um belo filme no estilo do inconfundível policial-noir e com forte influência de clássicos do gênero, como os premiados, Rififi - Os Segredos das Jóias e O Grande Golpe. O longa, A Marca de Um Erro (Once a Thief - 1965) conta a história de Eddie Pedak (Alain Delon) um imigrante italiano de Trieste e ex-presidiário que, vivendo na cidade de São Francisco tenta seguir o caminho da regeneração. Porém, o sonho de viver em paz junto com sua linda mulher, Kristine Pedak (Ann-Margret) e sua filhinha, parece impossível.

Tudo porque em seus calcanhares estão o Inspetor Mike Vido (Van Heflin), que jura que Eddie é o responsável pelo recente assalto a uma loja de conveniência que culminou com a morte da proprietária - além da presença sinistra do bandidão Walter Pedak (Jack Palance) irmão de Eddie e que deseja a todo custo o retorno de seu irmão ao mundo do crime para um último e lucrativo assalto. Porém, no caminho do sucesso deste último assalto, está o bandidão James Arthur Sargatanas (John Davis Chandler) braço direito de Walter e inimigo mortal de Eddie Pedak. Um bom filme, com um ótimo e surpreendente final. A bela dupla Delon-Margret, com diálogos precisos e com uma ótima química, consegue manter, suspenso no ar, elementos incendiários como mentira, ciúme e infidelidade, que, jogados num caldeirão em ebulição, pode deixar a história ainda mais instigante e explosiva. Nota 7

A Marca de um Erro (Once a Thief, França, Estados Unidos,1965) Direção: Ralph Nelson / Roteiro: Zekial Marko / Elenco: Alain Delon, Ann Margret e Jack Palance / Sinopse: Em São Francisco (EUA), o jovem imigrante ex-presidiário Eddie tenta mudar de vida e trabalhar para sustentar a esposa e filha pequena. Mas um policial e também seu irmão bandido não o deixam em paz, e acabam por forçá-lo a voltar ao crime. Mas, ao contrário dos outros, Eddie sabe quem são seus verdadeiros inimigos. Filme premiado no San Sebastián International Film Festival.

Telmo Vilela Jr. 

domingo, 24 de agosto de 2025

Imperador Romano Teodósio

Imperador Romano Teodósio
A vida pública de Teodósio começou com um grande fracasso militar. Ao lado do pai, participou de uma violenta campanha militar na Britânia (atual Reino Unido). As legiões romanas há tempos vinham enfrentando forte resistência dos povos nativos. Após uma batalha particularmente sangrenta, seu pai foi morto. Teodósio só sobreviveu por um lance de sorte. Foi alvejado por uma flecha envenenada que entrou em suas costas. Por pouco não morreu. Ferido, foi enviado de volta ao império. Passou meses se recuperando na propriedade de seu pai na Hispânia (atual Espanha). 

Nesse ponto de sua vida, ele não tinha mais ambições políticas. Converteu-se ao Cristianismo e agradeceu por ainda estar vivo! Queria passar o resto de sua vida como dono da fazenda de seu pai, levando uma vida simples, mas seus planos foram deixados de lado quando foi convocado pelo Imperador Graciano para ocupar um alto cargo no Império Romano do Oriente. Nesse período histórico o Império Romano havia sido dividido em dois, pois havia se tornado tão extenso que era impossível governar com um único centro de poder. Havia dois Impérios Romanos e dois Imperadores! No ano de 378 o Imperador Valente foi morto no campo de batalha em uma luta feroz contra os bárbaros Godos. Isso abriu caminho para que Teodósio se tornasse o novo Imperador Romano do Oriente. 

Enquanto se tornava Imperador do Império Romano do Oriente, Roma era saqueada por diversos povos bárbaros, colocando em queda o Império Romano do Ocidente. Sem outras alternativas, Teodósio reuniu todas as legiões romanas orientais e partiu para uma guerra de vida ou morte em Roma. Foi uma guerra extensa e extremamente sangrenta, mas Teodósio conseguiu expulsar os bárbaros de Roma. A cidade, em ruínas, louvava o seu novo Imperador. Teodósio desfilou com suas legiões diante do fórum romano. O caos havia chegado ao fim. Ele prometia ordem e segurança ao povo romano a partir daquele dia. 

Coube a Teodósio então reunificar o Império Romano. Deixou de existir a divisão entre Império Romano do Ocidente e do Oriente. Ele se tornava o único imperador, de todas as províncias, de todas as legiões, até as fronteiras mais distantes do Império. Com a saúde bastante abalada após tantas guerras, o Imperador decidiu também transformar o Cristianismo em religião oficial do Império Romano. Não queria mais que tempo fosse perdido em perseguições contra os cristãos. Ele colocava fim assim a uma crise que vinha de séculos e que nem o grande Constantino havia conseguido encerrar. A partir daquele decreto imperial o Império Romano se tornava oficialmente um Império Cristão!

No ano de 395, enquanto estava chegando em Milão, ao lado de suas legiões, o Imperador Teodósio sentiu-se muito mal. Ele nunca havia se recuperado de forma definitiva dos ferimentos que colecionou ao longo de tantas décadas em frentes de batalha por todo o Império. Além de sofrer aquela flechada quase mortal na Britânia anos antes, ele ainda havia sofrido pancadas, quedas e até mesmo um ferimento de espada que quase lhe matou quando entrou em Roma para a guerra definitiva contra os Godos. Depois disso passou a ter dificuldades até mesmo para respirar com regularidade. 

Ao passar pelos portões da cidade de Milão, ele caiu sozinho de seu cavalo. Estava à frente de uma grande Legião Romana que havia expulsado os bárbaros de Roma. Enviado para um acampamento militar próximo, lutou pela vida por alguns dias, mas finalmente faleceu em 17 de janeiro daquele mesmo ano. Historiadores acreditam que ele morreu vítima de um edema vascular. Outra teoria afirma que a espada bárbara havia perfurado um de seus pulmões, causando sua morte dias depois. Tinha apenas 49 anos de idade quando morreu. A partir desse momento passou a ser conhecido como Teodósio, o Grande, recebendo também o título de Augusto (Divino) pelo Senado Romano. Depois de sua morte o Império foi novamente dividido em duas grandes porções, oriental e ocidental. E nunca mais se reunificou. Assim Teodósio foi o último Imperador Romano de um Império único, unificado, o maior que o mundo havia conhecido desde então. 

Pablo Aluísio.

sábado, 23 de agosto de 2025

A Onda

A Onda 
"A Onda" é um filme mais do que relevante nos tempos atuais. Essa produção do cinema alemão levanta várias questões de relevância social e política sobre a natureza do ser humano. O roteiro parte de uma premissa interessante: tentando atrair a atenção de seus alunos um professor resolve colocar em prática as aulas sobre "autocracia" que está lecionando. Para isso impõe para a sua classe todos os princípios e diretrizes que formam esse tipo de sistema ditatorial de Estado. Conceitos como disciplina, nacionalismo extremo, militarismo fanático e ordem baseada na violência de Estado saem das páginas dos livros para se tornar parte do cotidiano de cada um dos alunos. O problema é que embora utilizasse as bases da autocracia para que todos desenvolvessem um espírito crítico sobre o tema, o tiro acaba saindo pela culatra e os jovens que formam sua classe acabam tomando gosto pela coisa toda e invertem completamente seus valores, abraçando as ideias que deveriam criticar durante o curso que frequentam. 

"A Onda" é interessante pois demonstra que apesar de todas as lutas e todas as batalhas travadas contra regimes ditatoriais e fascistas ainda resiste no espírito humano as sementes que fizeram germinar ideologias perigosas e genocidas como o Nacional Socialismo (Nazismo) e o próprio Fascismo italiano. Como é brilhantemente exposto pelo professor, tudo o que se precisa para que regimes autoritários voltem à ordem do dia é uma crise, um líder carismático, palavras de ordem, símbolos e uma ideologia de intolerância para que tudo volte a tomar forma.

"A Onda" demonstra como é fácil moldar e formar a mentalidade das pessoas mais jovens, bastando para isso reforçar a identidade do grupo e o espírito de união, mesmo que fundados em valores totalmente distorcidos. Como o final trágico demonstra, em pouco tempo a personalidade pessoal e individual é anulada em favor do grupo, do pensamento coletivo, por mais absurdas e obtusas que sejam as ideias que dão base a todo tipo de ideologia de força. Um filme que nos faz pensar sobre a atual conjuntura mundial, pois estamos vivendo atualmente um momento de crise econômica mundial, muito próxima do contexto histórico que fez com que homens como Adolf Hitler subissem ao poder supremo em seus respectivos países.

E por falar em ditaduras históricas: um dos fatos mais relevantes desse filme em particular é que ele foi inteiramente rodado na Alemanha atual. Maior simbolismo do que esse não há. O país que levou o mundo à II Grande Guerra enfrenta seu passado de peito aberto e com extrema sinceridade em um tema extremamente melindroso e perigoso. A grande lição que temos sobre o filme a "A Onda" é justamente esse. Se para muitos os fantasmas do nazismo e do fascismo estão inteiramente soterrados em suas ruínas, para outros nunca se deve baixar a guarda, pois a qualquer momento esse tipo de ideologia pode despertar e ganhar terreno rapidamente, principalmente entre os jovens (e no caso do Brasil, curiosamente, entre os mais velhos também!). A natureza do ser humano jamais pode ser subestimada, tanto para o lado do bem como para o lado do mal absoluto. Assista "A Onda" e tire suas próprias conclusões.

A Onda (Die Welle, Alemanha, 2008) Direção: Dennis Gansel / Roteiro: Ron Jones, Johnny Dawkins, Ron Birnbach / Elenco: Jürgen Vogel, Frederick Lau, Max Riemelt / Sinopse: Professor decide fazer um verdadeiro experimento social com seus alunos, aplicando a metodologia do fascismo e do nazismo em sala de aula, o que acaba criando uma situação que logo foge completamente do controle. Filme com história baseada em fatos reais. 

Pablo Aluísio. 

Conspiração Americana

Conspiração Americana
Muito bom esse drama de tribunal baseado em fatos históricos. O curioso é que o roteiro foca em cima de uma pessoa secundária nos acontecimentos que desembocaram na morte do presidente Abraham Lincoln. O foco é em cima do julgamento de Mary Surratt (Robin Wright), mãe de um dos acusados da conspiração que levou Lincoln à morte. O filme vai ser muito mais bem apreciado por quem é da área jurídica pois vários princípios que estudamos nas faculdades de direito são colocados em berlinda aqui: O devido processo legal, O direito à defesa e ao contraditório, a não extensão da pena a familiares dos acusados, a fragilidade da prova testemunhal (a prostituta das provas) e muito mais.

Eu pessoalmente gostei muito do tom imposto ao filme pelo diretor Robert Redford. Tudo é tratado com seriedade e objetividade, sem direito a novelizações em excesso. O final é brutal e mostra bem como pode ser penoso a um profissional de direito tentar realizar justiça em um sistema corrompido pela guerra e pelo clamor popular (que quase sempre confunde vingança com justiça - dois conceitos diferentes). O elenco está todo muito bem com destaque para o jovem advogado idealista Frederick Aiken (James McAvoy). Enfim, em tempos como o que vivemos agora esse é um bom filme para se refletir bem sobre o que ocorre dentro do poder judiciário. Excelente lição de história e direito. Recomendo.

Conspiração Americana (The Conspirator, Estados Unidos, 2010) Diretor: Robert Redford / Roteiro: James D. Solomon / Elenco: Robin Wright, James McAvoy, Justin Long, Evan Rachel Wood, Johnny Simmons, Toby Kebbell, Tom Wilkinson / Sinopse: Após os acontecimentos que levaram ao assassinato do Presidente Abraham Lincoln vários conspiradores são presos, entre eles uma mulher chamada Mary Surratt (Robin Wright), dona da pensão onde os conspiradores se reuniram para planejar a morte do líder americano. Acusada, mesmo sem provas sólidas, ela é defendida no tribunal por um jovem advogado Frederick Aiken (James McAvoy) que tentará de tudo para livrá-la da pena de morte.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Meu Ano em Oxford

Meu Ano em Oxford
Espere um momento! Tem coisa errada por aqui! Não faz muito tempo assisti a um filme chamado "Encontrando o Amor em Oxford" que tinha basicamente a mesma história desse filme! Uma jovem americana entra na prestigiada universidade de Oxford e lá se apaixona por um inglês, vivendo uma bela história de amor! Claro, há algumas diferenças de detalhes entre os dois filmes, mas a premissa básica é a mesma! O outro filme foi produzido em 2023 e esse aqui em 2025, então se formos levar em conta apenas o aspecto cronológico, esse aqui pode ser considerado quase um plágio do anterior! O pior de tudo é que eu acabei gostando dos dois filmes (mais do primeiro, confesso)! Então, só posso concluir que ideias originais andam em falta mesmo no cinema atual. 

De qualquer maneira vamos em frente. Esse outro romance (semelhante, mas tentando ser diferente!) até que tem algumas ideias interessantes (que não encontramos no primeiro filme). Por exemplo, a protagonista acaba se apaixonando pelo jovem professor bonitão que vem substituir a professora titular do curso. Ela fica decepcionada em um primeiro momento, mas como vai ter um romance com o teacher, esse desapontamento logo passa. Para que o filme não ficasse apenas no puro namoro dos dois, os roteiristas foram no passado pegar pequenas pitadas de um grande sucesso do cinema, "Love Story". Sim, o bonitão inglês está com câncer e vai morrer em breve... Oh, mundo cruel! E assim corre a história. Bonitinha, com ótima fotografia! Não faz mal a ninguém. Podem dizer o que quiserem, mas não tem cenário mais bonito para um filme romântico do que o tradicional campus da universidade de Oxford. Deve por isso que temos agora essa onda de filmes que se passam por lá! 

Meu Ano em Oxford (My Oxford Year, Estados Unidos, Reino Unido, 2025) Direção: Iain Morris / Roteiro: Julia Whelan, Allison Burnett, Melissa Osborne / Elenco: Sofia Carson, Corey Mylchreest, Dougray Scott / Sinopse: Uma jovem norte-americana vai estudar na prestigiada e tradicional universidade de Oxford e lá se apaixona por seu professor bonitão. Infelizmente, essa história de amor também terá seus dramas pessoais envolvendo o casal de apaixonados românticos. 

Pablo Aluísio. 

Sequestrando Chaplin

Sequestrando Chaplin
Esse filme conta a história de dois vigaristas ingleses que decidem roubar o corpo de Charles Chaplin que estaria enterrado em Las Vegas! A intenção seria pegar o resgate dos familiares que certamente iriam pagar para ter os restos mortais do gênio do cinema de volta! E como eles estariam atolados em dívidas com criminosos da cidade, nada poderia ser mais urgente. Então colocam o plano idiota em ação! Ok, parem tudo... está tudo errado! Realmente roubaram o corpo de Chaplin, naquele que foi um dos crimes mais nefastos na história de Hollywood. Só que isso foi em 1977, pouco tempo após seu sepultamento que se deu na Suíça e não em Las Vegas! É isso, esse filme, que claramente se propõe a ser uma comédia de humor negro, não tem praticamente nada a ver com o que aconteceu. Fico pensando porque não fizeram um filme contando o crime real... Teria sido muito melhor. Eu mesmo estaria muito mais interessado do que no fraco humor desse filme!

E mesmo se limitando apenas nas pretensões dessa produção, devo dizer que nem tudo é tão divertido assim. O filme até que começa bem, gerando algum tipo de interesse. Infelizmente depois desse começo promissor as coisas ficam chatas... e a história se arrasta, se arrasta... causando tédio em quem assiste. Essa coisa de gângster que cobra dívidas (no caso da dupla de idiotas da história) só funciona em bons filmes do gênero. Aqui eles se tornaram meros vilões de histórias em quadrinhos (das ruins, não das boas!). Então é isso. Deveriam ter contado o que aconteceu mesmo, não fazer mais uma comédia sem graça! E assim temos outra boa ideia para fazer um filme totalmente desperdiçada...

Sequestrando Chaplin (Stealing Chaplin, Reino Unido,  2020) Direção: Paul Tanter / Roteiro: Doug Phillips, Simon Phillips / Elenco: Wayne Newton, Al Sapienza, Peter Woodward / Sinopse: Dois vigaristas decidem colocar em prática um plano ousado (e completamente maluco) de roubar o corpo de Charles Chaplin do cemitério para pedir um resgate milionário por ele! E acabam se dando muito mal depois disso...

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Superman (2025)

Superman (2025) 
Quando terminei de assistir a esse novo filme do Superman cheguei na conclusão de que nem havia assistido a um filme, mas sim lido uma edição de quadrinhos do personagem nos anos 80. Isso mesmo, esse filme é exatamente isso, uma revista de quadrinhos daquela época, quando as histórias do Homem de Aço estavam voltadas mais para um público bem juvenil. A intenção era conquistar novos leitores entre os jovens. A década agora é outra, mas a intenção é exatamente essa. A DC e a Warner miraram com esse filme os mais jovens, adolescentes e crianças. 

Nada de muito sério você encontrará aqui. Nem o próprio filme se leva à sério. É diversão pela diversão! E não tem nada de errado nisso. Os últimos filmes do Superman estavam indo mesmo pelo caminho errado. Tinham colocado ele numa vibe sombria, até meio depressiva. Ei, isso não é o Superman, mas sim o Batman! Então os realizadores desse filme de forma acertada romperam com essa imagem errada. O Superman é na verdade um herói cheio de bondade a ponto de ser até ingênuo e até mesmo meio boboca. Então acertaram o foco aqui finalmente. 

Algumas coisas até me surpreenderam. É o filme em que o Superman mais apanha de todos eles. Cheguei até mesmo a desconfiar que ele seria derrotado! Imagine você! O clima de enfrentamento com robôs e monstros gigantes espaciais é pura cultura pop vintage. Ponto positivo. Também descartaram fazer mais um filme sobre origens, algo que ninguém iria aguentar mais. Quando o filme começa a carruagem já está na estrada. Eu achei isso o ideal. Não queria mais ver tudo o que já havia sido explorado nos filmes anteriores e de maneira muito melhor. Enfim, gostei do filme! No quadro geral não tenho outra avaliação. O Superman de 2025 é exatamente o que eu disse, uma revista em quadrinhos dos anos 80 que resolveram transformar em filme. Deu bem certo! Parabéns aos envolvidos. O caminho é por aí mesmo. 

Superman (Superman, Estados Unidos, 2025) Direção: James Gunn / Roteiro: James Gunn, baseado nos personagens criados por Jerry Siegel e Joe Shuster / Elenco: David Corenswet, Rachel Brosnahan, Nicholas Hoult / Sinopse: O Superman precisa enfrentar um novo desafio: Enfrentar um clone dele mesmo que foi criado pelo vilão Lex Luthor! 

Pablo Aluísio. 

Inteligência Artificial: A Ascensão das Máquinas

Inteligência Artificial: A Ascensão das Máquinas 
Não vá confundir com o filme de Steven Spielberg. Esse é outro filme, bem mais recente e bem mais modesto em suas pretensões cinematográficas. A história se passa no futuro. Um astronauta começa uma longa viagem rumo a um astro distante. Para não ficar sozinho e não morrer ou sofrer dos efeitos da solidão, embarca com ele uma andróide. Ela tem forma feminina de uma bela mulher e eventualmente, se assim desejar o astronauta, também poderá ser usada para finalidades sexuais. 

A viagem começa e o astronauta nem perde muito tempo sobre isso. Nesse momento o filme quase vira um Soft Porn, afinal a atriz que interpreta esse ser robótico, tem belas formas e surge, muitas vezes em momentos de nudez. Só que o filme não avança muito nisso e em nenhum outro aspecto da história. Parece que o diretor confundiu tédio com reflexão filosófica! Bom, como todos sabemos, não é bem por aí. São duas coisas bem distintas para falar a verdade. Com isso o filme, no final de tudo, se revela apenas levemente curioso e interessante e nada muito além disso. 

Inteligência Artificial: A Ascensão das Máquinas (A.I. Rising, Sérvia, 2018) Direção: Lazar Bodroza / Roteiro: Zoran Neskovic, Dimitrije Vojnov / Elenco: Sebastian Cavazza, Stoya, Marusa Majer / Sinopse: Astronauta e uma andróide em forma feminina viajam pelo cosmos enquanto entram em um grande conflito emocional. 

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Nosferatu

Título no Brasil: Nosferatu
Título Original: Nosferatu
Ano de Lançamento: 1922
País: Alemanha
Estúdio: Jofa-Atelier Berlin-Johannisthal
Direção: F.W. Murnau
Roteiro: Henrik Galeen
Elenco: Max Schreck, Alexander Granach, Gustav von Wangenheim

Sinopse:
Jovem advogado é contratado para ir até uma região remota da Europa para vender uma propriedade para um velho nobre que vive recluso em seu castelo em ruínas. O Conde Graf Orlok (Max Schreck) não tarda a se revelar ser na verdade uma criatura da noite, um vampiro sedento por sangue humano. Baseado na obra "Drácula" escrito por Bram Stoker. 

Comentários:
Esse filme é um clássico absoluto do terror! É incrível assistir a ele hoje em dia, mais de 100 anos depois de seu lançamento original e perceber como as escolhas estéticas desse filme se perpetuaram depois em centenas de outras produções que jamais deixaram de seguir seus passos. É o filme de terror mais influente da história do cinema! E pensar que ele quase não chegou até nós! Foi salvo por acaso quando se encontrou uma única cópia dele nos velhos porões de um cinema francês. Todas as demais tinham sido destruídas por causa de um processo movido pela família do autor de "Drácula". Sim, a história é um plágio, não há como negar, mas esse filme é completamente inovador na questão de simbolismos e estética. O cineasta F.W. Murnau foi um gênio precoce do cinema e o ator Max Schreck fez um trabalho tão marcante que criou uma lenda sobre si mesmo. Dizia-se que ele não era um ator interpretando um vampiro, mas sim um vampiro real que achou um trabalho extra como ator! Lendas maravilhosas para quem aprecia terror. Enfim, eis aqui a origem de um todo um gênero cinematográfico. Uma obra-prima da sétima arte em seus primórdios! Simplesmente arrebatador!

Pablo Aluísio.

O Vampiro

Título no Brasil: O Vampiro
Título Original: Vampyr
Ano de Lançamento: 1932
País: Alemanha, França
Estúdio: Tobis Filmkunst
Direção: Carl Theodor Dreyer
Roteiro: Sheridan Le Fanu, Christen Jul
Elenco: Julian West, Maurice Schutz, Rena Mandel

Sinopse:
Pesquisador, particularmente interessado em estudar ocultismo e bruxarias, vai parar em uma estranha e isolada vila, onde acontecimentos estranhos não param de ocorrer. E vasculhando aquela região descobre um velho castelo onde lendas locais afirmam existir um antigo vampiro ancestral. 

Comentários:
Esse é considerado um dos mais antigos filmes sobre vampiros, talvez só superado pela versão original de Nosferatu. Ainda era cinema mudo, mas tempos depois fizeram uma dublagem em francês quando os atores surgiam em cena. Ficou bem satisfatório. O principal mérito foi que esse roteiro procurou fugir da influência avassaladora de Drácula, assim o filme se sustenta por si mesmo, embora deva confessar que a figura do vampiro propriamente dita é meio decepcionante. Ainda assim há boas ideias como o fato de que os serviçais parecem viver em uma realidade paralela onde as coisas acontecem ao contrário. Foi uma bem bolada criação desse antigo filme sobre vampirismo naquele velha Europa ainda cheia de mitologias e lendas. 

Pablo Aluísio.