quinta-feira, 21 de março de 2024

Voluntários da Fuzarca

Título no Brasil: Voluntários da Fuzarca
Título Original:  Volunteers
Ano de Lançamento: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Nicholas Meyer
Roteiro: Ken Levine, David Isaacs
Elenco: Tom Hanks, John Candy, Rita Wilson

Sinopse:
Após se formar na prestigiada universidade de Yale, um jovem norte-americano se manda para o sudeste asiático para fugir de credores que querem sua cabeça. O pai rico não lhe ajudou, então ele se mandou para o lugar mais longe possível de seus problemas. E lá acaba entrando em um grupo de voluntários para a construção de uma ponte, o que vai criar inúmeras confusões. 

Comentários:
Essa é uma daquelas comédias dos anos 80 que ninguém se lembra, que não fez muito sucesso e tampouco era muito boa. Pra falar a verdade o filme era meio sem graça. O único atrativo era o bom elenco. Para Tom Hanks o filme até hoje é apreciado, mas por motivos pessoais. Ele conheceu a atriz Rita Wilson nas filmagens, se apaixonou por ela, começaram a namorar e se casaram algum tempo depois. Estão juntos até hoje! Coisa rara de acontecer em termos de comunidade de Hollywood. Já o comediante gordinho John Candy sempre foi uma simpatia de pessoa. Um daqueles atores que sempre tive muita boa vontade, desde os seus primeiros filmes. Era talentooso, mas morreu precocemente. Uma pena. Então é isso, um filme pequeno, atualmente esquecido, com um título que já naquela época soava como nome de filme velho. Mas enfim, vale o registro. 

Pablo Aluísio.

Recrutas da Pesada

Título no Brasil: Recrutas da Pesada
Título Original: Stripes
Ano de Lançamento: 1981
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Ivan Reitman
Roteiro: Daniel Goldberg, Harold Ramis
Elenco: Bill Murray, John Candy, Harold Ramis

Sinopse:
Amigos desbaratados, duros e desempregados, decidem entrar no exército dos Estados Unidos! Uma decisão mais do que complicada, uma vez que eles não possuem o menor jeito para a vida militar e a disciplina dos quartéis. 

Comentários:
O Bill Murray ficou conhecido pela televisão, pelo programa Saturday Night Night. Só depois é que tentou uma carreira no cinema. E em seus primeiros filmes as coisas não foram tão bem. Eram pequenas comédias, de produções bem fracas e roteiros idem. Muitos desses primeiros filmes não fizeram sucesso nenhum no circuito dos cinemas, só encontrando um pouco de público mesmo nas locadoras VHS. Esse se enquadra perfeitamente nessa categoria. De bom mesmo o Bill Murray teve a oportunidade de conhecer o diretor Ivan Reitman e o roteirista e ator Harold Ramis. Ficaria grande amigo deles. Era o começo de uma amizade que iria render grandes sucessos de bilheteria no futuro, como "Os Caça-Fantasmas". Por essa razão Murray sempre teve grande afeto por essa comédia dos anos 80. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 20 de março de 2024

Êxito Fugaz

Título no Brasil: Êxito Fugaz
Título Original: Young Man with a Horn
Ano de Lançamento: 1950
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Michael Curtiz
Roteiro: Carl Foreman, Edmund H. North
Elenco: Kirk Douglas, Lauren Bacall, Doris Day

Sinopse:
O jovem Rick Martin (Kirk Douglas) descobre que tem um dom para a música e se apaixona pelo trompete. O lendário trompetista Art Hazzard coloca Rick sob sua proteção e lhe ensina tudo o que sabe sobre como tocar. Rick acaba se tornando um trompetista famoso, mas sua personalidade volátil e seu desejo de tocar jazz em vez das músicas mais convencionais das bandas para as quais trabalha o colocam em uma situação complicada.

Comentários:
O jazz quando surgiu tinha o mesmo aspecto de som revolucionário que o rock iria ter alguns anos depois. Era considerado uma sonoridade da parcela negra e marginal da sociedade, então havia todo aquele preconceito e perseguição que bem conhecemos. Esse filme aqui tenta trazer um retrato desse tempo, focando no personagem de Kirk Douglas que não sabia tocar nenhum instrumento, mas como bom ator que era, passava de forma convincente nas telas de cinema como um músico talentoso. E ele precisa também se decidir entre duas mulheres fortes em sua vida, sendo uma delas a Doris Day quer era naquela época um símbolo de boa moça da sociedade. Enfim, um bom filme cujo roteiro até hoje se mostra bem interessante por causa do contexto cultural em que a história do filme se desenvolve. 

Pablo Aluísio.

A Mensagem dos Renegados

Título no Brasil: A Mensagem dos Renegados
Título Original: The Redhead and the Cowboy
Ano de Lançamento: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Leslie Fenton
Roteiro: Jonathan Latimer, Liam O'Brien
Elenco: Glenn Ford, Edmond O'Brien, Rhonda Fleming

Sinopse:
Gil Kyle (Ford) se vê envolvido na política e na agitação da Guerra Civil Americana e logo é acusado de assassinato. Seu único álibi é Candace Bronson (Fleming), que está ajudando a causa confederada. Ela deixou o território para entregar uma mensagem vital sobre um carregamento de ouro ianque. Assim Kyle se vê forçado em sair em busca de seu paradeiro, encontrando bandidos, agentes do governo e guerrilheiros, que estão mais interessados ​​no lucro do que nos ideais de justiça.

Comentários:. 
Um faroeste B clássico, todo rodado no deserto de poeira e calor do Arizona. Um aspecto que vai de certa maneira incomodar nos dias atuais é a forma como o personagem de Glenn Ford lida com sua amante, interpretada pela ruiva Rhonda Fleming. É uma forma de se lidar com uma mulher que hoje em dia poderíamos qualificar como rude e agressivo. O sujeito, nada romântico, só falta pegar a bela mulher pelos cabelos para levar para seu quarto, mas enfim, eram outros tempos. Talvez o roteiro quisesse mostrar o lado macho do cowboy interpretado por Ford. No mais, esse filme é um típico bang-bang dos anos 1950, com muitas perseguições, cavalos em disparada, tiroteios no meio do deserto e uma muito bem filmada sequência da caravana fugindo de um bando de assassinos e ladrões, todos atrás do ouro dos nortistas, dos ianques. No quadro geral, temos aqui uma boa diversão para os fãs de western. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 19 de março de 2024

Os Pistoleiros de Casa Grande

Título no Brasil: Os Pistoleiros de Casa Grande
Título Original: Gunfighters of Casa Grande
Ano de Produção: 1964
País: Estados Unidos
Estúdio: Gregor Production
Direção: Roy Rowland
Roteiro: Borden Chase, Borden Chase
Elenco: Alex Nicol, Jorge Mistral, Dick Bentley

Sinopse:
Joe Daylight (Alex Nico) é um pistoleiro errante que se sente cansado dos perigos de se roubar bancos nas grandes cidades. Ele está disposto a procurar por algo mais simples e menos perigoso. Assim resolve formar um novo bando de criminosos com o objetivo de roubar gado nas vastas fazendas de criação do Texas. Ele só não contava com a traição de um de seus comparsas.

Comentários:
Faroeste B, co-produzido entre Espanha e Estados Unidos e dirigido pelo veterano diretor da MGM Roy Rowland. Até que começa interessante pois a boa premissa envolvendo uma quadrilha de pistoleiros consegue atrair a atenção do espectador. Os problemas de roteiro porém logo se mostram claros. Os personagens não são bem desenvolvidos e a tensão entre eles por isso se dilui. Some-se a isso alguns problemas de continuidade e cenas francamente mal realizadas. Numa delas a personagem interpretada por Diana Lorys sofre uma punição com chicote mas esse não lhe deixam marcas nas costas. Ela se levanta, sobe a camisa e sai andando com a pele lisinha. Tudo assim bem mal feito realmente. No final o espectador fica sem entender direito quais eram as reais intenções do cineasta Roy Rowland! Ele queria realizar um filme americano com sabor de western spaghetti ou o filme é apenas mal realizado mesmo? Assim tirando um ou outro momento "Gunfighters of Casa Grande" é realmente um grande desapontamento. Pode dispensar sem maiores problemas.

Pablo Aluísio.

Punho Contra Revólver

Título no Brasil: Punho Contra Revólver
Título Original: The Fargo Kid
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: Edward Killy
Roteiro: Morton Grant, Arthur V. Jones
Elenco: Tim Holt, Ray Whitley, Emmett Lynn

Sinopse:
Fargo Kid (Tim Holt) é um cowboy das pradarias que é confundido com um famoso pistoleiro. Um rico fazendeiro da região tenta contratar seus serviços de matador para liquidar um inimigo seu. O jovem porém não aceita a proposta, obviamente por não ser quem todos pensam que ele é. Ao recusar acaba caindo na mira do xerife e dos outros envolvidos na encomenda do crime. Agora Fargo Kid precisa lutar por sua vida ao mesmo tempo em que tenta conquistar o coração da garota de seus sonhos.

Comentários:
O sucesso de personagens como Durango Kid deram origem a paródias ou sátiras mais bem humoradas e leves que os filmes originais. "The Fargo Kid" vai por esse caminho. A fita foi obviamente realizada para o público jovem e adolescente que frequentava as matinês. Os mocinhos usam roupas impecáveis, coloridas e os vilões são caricaturais. No meio de tudo, música e diversão. A trilha sonora é cantada pelo cantor Ray Whitely e seu trio country e para surpresa geral essas cenas musicais chegam a ser a melhor coisa do filme, que se assume como uma comédia leve, com muito romance e alguns tiroteios porque afinal se trata de um western também. Quem interpreta Fargo Kid é o ator Tim Holt (1919 - 1973) que na época em que o filme foi lançado era um herói juvenil da garotada dos anos 1940. O curioso de tudo é que Fargo Kid fez tanto sucesso que acabou indo para outros formatos, entre eles uma bem sucedida série de revistas em quadrinhos. O velho oeste, já naqueles tempos, era muito pop, como se pode perceber.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de março de 2024

Queimada

Queimada
Muitas pessoas foram surpreendidas quando a autobiografia de Marlon Brando foi lançada e nela o ator considerava esse o seu melhor filme! Ninguém tinha a menor ideia de que ele gostava tanto desse filme, até porque comercialmente não foi uma produção bem sucedida, muito pelo contrário. E essa sensação de exagero por parte do ator fica ainda mais evidenciado quando assistimos a esse filme nos dias de hoje. Está mais para a linguagem do cinema italiano da época do que da forma de se produzir filmes em Hollywood. Há claramente uma sensação, ao assistirmos ao filme, de que estamos vendo uma obra cinematográfica quase amadora, tanto no aspecto de cenários, figurinos, edição e direção de arte de uma forma em geral, como também do próprio roteiro, que me pareceu bem truncado. 

Penso que Brando gostou mais de fazer o filme do que propriamente do que viu na tela. E tiro essa conclusão do próprio texto escrito pelo ator em seu livro. Ele não parece dizer, em momento algum, que foi um grande filme, mas que sim, certamente se lembrou de todas as histórias inusitadas que viveu no set de filmagens. Brando tinha uma relação muito conturbada com esse diretor italiano e quando descobriu que ele tinha várias superstições resolveu brincar no set, o que quase levou esse diretor à loucura. Só lendo sua autobiografia para conferir. De minha parte penso que é apenas um filme regular, bem mediano mesmo. Hoje em dia não seria nada bem recebido pela crítica mundial (como na época também não foi, diga-se de passagem). Vale como curiosidade e nada mais.

Queimada (Burn!, Itália, França, Estados Unidos, 1969) Direção: Gillo Pontecorvo / Roteiro: Franco Solinas, Giorgio Arlorio / Elenco: Marlon Brando, Evaristo Márquez, Renato Salvatori / Sinopse: Em 1844, um mercenário britânico ajuda os escravos revoltados de uma colónia insular das Antilhas a conquistar a independência de Portugal, mas depois regressa para caçar um líder rebelde local e antigo protegido.

Pablo Aluísio. 

Quem Era Aquela Pequena?

Título no Brasil: Quem Era Aquela Pequena?
Título Original: Who Was That Lady?
Ano de Produção: 1960
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: George Sidney
Roteiro: Norman Krasna
Elenco: Tony Curtis, Dean Martin, Janet Leigh, James Whitmore, John McIntire, Barbara Nichols

Sinopse:
Mal aconselhado por um amigo, um professor de química afirma falsamente que ele é um agente secreto do FBI, a fim de encobrir sua infidelidade conjugal, mas sua mentira, embora engolida por sua esposa, o coloca em apuros com o verdadeiro FBI, a CIA e a KGB.

Comentários:
No total Dean Martin realizou 66 filmes em sua carreira. Seus maiores sucessos no cinema foram as comédias que rodou ao lado de Jerry Lewis. Depois do film da parceria, ele ainda reencontrou o caminho do sucesso ao lado do amigo Frank Sinatra nos filmes do Rat Pack. Aqui temos um filme diferente nessa filmografia. Uma rara parceria entre Dean Martin e Tony Curtis. Como se sabe Dean Martin havia rompido com Jerry Lewis. Ele considerava que não era valorizado o suficiente pelo sucesso da dupla. Assim partiu para seguir seu próprio caminho. Acabou recebendo convites para filmes bem interessantes. Tony Curtis, um dos grandes galãs da época, contracenou aqui com aquela que iria se tornar sua futura esposa, a bela loirinha Janet Leigh (a mesma atriz da famosa cena do chuveiro de "Psicose"). O filme é bem água com açúcar, como era comum em comédias românticas desse período, mas acabou se destacando entre os críticos, a ponto de levar duas honrosas indicações ao Globo de Ouro! Concorreu ao prêmio na categoria de melhor comédia do ano e para surpresa de muitos o próprio Dean Martin também foi indicado, como melhor ator - categoria comédia ou musical! Quem diria... logo ele que era considerado apenas uma "escada" para o humor escrachado de Jerry Lewis! Pois é, durante toda a sua carreira o Dino foi subestimado... Pelo menos aqui, por um breve período, ele ganhou o reconhecimento que merecia.

Pablo Aluísio.
 

domingo, 17 de março de 2024

South Park (Não Recomendado para Menores)

Título no Brasil: South Park (Não Recomendado para Menores)
Título Original: South Park (Not Suitable for Children)
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Comedy Partners
Direção: Trey Parker
Roteiro: Trey Parker, Matt StoneA
Elenco: Trey Parker, Matt Stone, April Stewart

Sinopse:
Os pais ficam chocados ao descobrirem que uma das professoras do ensino fundamental onde estudam seus filhos criou uma conta adulta no Onlyfans! Pior do que isso, apenas a loucura que toma conta dos garotos em relação a uma nova bebida que surge no mercado. Eles ficam completamente obcecados pela marca. Vira quase uma seita de adoração impulsionada pelo marketing digital. 

Comentários:
Antes de mais nada é bom saber que South Park não é uma animação para crianças. E essa aqui ainda é mais proibida do que os episódios normais da série. Uma vez afastadas as crianças da sala, só resta aos adultos rirem muito com a ironia que existe em cada cena. O foco aqui é atirar contra a hipocrisia da sociedade americana, tão falsamente puritana. Em um lance de hilaridade os pais ficam chocados em saberem que a professorinha posa nua na internet e que ganha uma grana com isso. Logo alguns dos velhos tentam abrir também uma conta no Onlyfans! Nonsense total. Agora, inteligente mesmo, é a sátira em cima da loucura que toma conta das crianças em relação a uma nova bebida que só faz mal para elas. Puro açúcar, nada saudável. Mostra como um marketing agressivo detona mesmo a mente dos pequenos, mas claro, tudo feito sob um ângulo da galhofa e do humor. 

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de março de 2024

Elvis Presley - That's the Way It Is - Parte 2

 Elvis Presley - That's the Way It Is - Parte 2
"Twenty days and Twenty Nights" é mais uma bela balada romântica gravada por Elvis. Curiosamente essa canção nunca teve um espaço maior dentro da discografia oficial de Elvis. Ao que me consta ela nunca foi devidamente trabalhada ao vivo por Elvis e banda e nem tampouco ganhou maior cuidado por parte da RCA Victor. Em 2010 um CD foi lançado com o mesmo título da canção, trazendo uma rara versão ao vivo cantada por Elvis em agosto de 1970. Era um bootleg do selo Audionics com excelente qualidade sonora. Mesmo assim continuou sendo uma música coadjuvante dentro da vasta obra musical do cantor. De qualquer forma, como foi dito, embora Elvis tenha cantado a canção em raras ocasiões em Las Vegas a RCA Victor no álbum original "That´s The Way It Is" resolveu usar a versão de estúdio, bem mais conhecida entre os fãs. Sua linha melódica mais triste (e diria até mesmo melancólica) realmente combinava melhor com o cuidado e o clima mais intimista de um estúdio de gravação do que um palco, onde ela muitas vezes a canção caia em um clima de tédio e falta de empolgação por parte do público, afinal de contas em concertos ao vivo nem sempre a música funcionava muito bem (e talvez por isso tenha sido deixada de lado por Elvis muito rapidamente). 

Uma das coisas mais interessantes sobre essa música, que fala sobre solidão e arrependimento, é o salto de qualidade do compositor Ben Weisman. Autor de algumas das mais bobas, maçantes e infantis canções da fase de Elvis em Hollywood, Ben se superou de forma surpreendente nessa composição, escrevendo finalmente um tema de relevância, adulto, falando de dramas reais, de pessoas reais, tudo com muita sobriedade e maturidade. Nada mais longe das bobagens que ele costumava escrever para Elvis em suas piores trilhas sonoras. Talvez a má qualidade desse material nem tenha sido sua culpa, talvez os próprios argumentos ridículos de alguns filmes de Elvis o tenha levado a escrever tantas bobagens, mas o que é importante destacar mesmo é que dessa vez ele finalmente apresentou um material digno e à altura de um astro como Elvis gravar. Em resumo: ótima canção, belíssimo arranjo e o mais importante de tudo, uma letra relevante com uma mensagem realmente importante a se passar adiante.

"How The Web Was Woven" é outra canção desse disco que considero apenas mediana. A letra até tem um refrão e um verso que considero bem escritos, fazendo uma analogia entre o ato de se apaixonar e a prisão em uma teia de aranha da qual não se consegue mais se desvencilhar. Mesmo assim, tirando isso, considero uma canção marcada por uma melodia que não avança, não vai para lugar nenhum. O acompanhamento de cordas ajuda a passar o tempo, mas o saldo final é de tédio. O próprio Elvis também não parecia levar muita fé na canção, tanto que nunca a trabalhou muito ao vivo, nunca ajudou em sua promoção e tampouco mostrou ter algum apreço especial por ela. Costumo rotular esse tipo de estilo de country melancólico de Nashville. 

Por essa época Elvis estava muito mergulhado no universo country da capital mundial desse gênero musical. A RCA Victor também enviou um grande leque de opções de músicas como essa para Elvis gravar durante a chamada Maratona de Nashville. Assim não me soa como surpresa a presença de faixas como essa durante essas produtivas sessões de gravação. Curiosamente muitos dizem perceber um certo cansaço físico por parte de Elvis na música. Sua performance seria quase no controle remoto. Não concordo muito com essa visão. No meu ponto de vista a própria canção demanda esse tipo de performance mais intimista, quase depressiva. Nesse aspecto Elvis apenas foi fiel ao que seu compositor queria passar em sua letra. O que ouvimos é uma voz de melancolia, não de cansaço.

Pablo Aluísio.