O cavaleiro medieval era altamente motivado. Embaixo de sua armadura havia um ser humano que acreditava piamente nas palavras da escritura sagrada, na Bíblia. Por isso ele deixava praticamente tudo para trás para se juntar às fileiras das cruzadas. Muitas foram as motivações que moveram os cruzados ao longo dos séculos, porém todas elas sempre tinham praticamente o mesmo motivo principal: livrar a terra santa dos infiés muçulmanos que aquelas paisagens distantes ocupavam.
O típico cavaleiro medieval que conhecemos é muito parecido com essa gravura ao lado. Montado em seu cavalo, com um grande espada e uma armadura complexa que o protegia da cabeça aos pés. Essas armaduras eram caras, pesadas e nada confortáveis. Apenas os nobres ricos e os Reis tinham condições econômicas de ostentar algo assim.
Talvez a única exceção tenha sido os cavaleiros templários, porém seus elmos e armaduras eram fornecidos pela Igreja Católica, a mais rica e influente instituição da era medieval. Depois com o passar dos séculos os templários foram ficando imensamente ricos e eles próprios compravam suas armaduras. Os templários não eram apenas guerreiros como os demais cavaleiros das cruzadas. Eles eram também monges e faziam parte da hierarquia da Igreja. Os Templários faziam parte de uma ordem religiosa, tal como os Jesuítas, Franciscanos, etc. A diferença básica é que essa era uma ordem guerreira, feita para ir para a guerra. Eles eram guerreiros em essência, prontos para tudo, para defender suas crenças, mesmo em territórios estrangeiros. Deles provavelmente nasceu o lema de se ter a cruz em uma das mãos e uma espada em outra.
As mulheres medievais idolatravam os cavaleiros. Por onde eles passavam havia dezenas de mulheres dispostas a tudo para conquistá-los. Por isso logo se criou toda uma arte em volta dessas figuras metálicas. Os trovadores criavam canções e poemas, sempre mostrando o errante cavaleiro conquistando o coração das donzelas. Isso criou toda uma literatura também. Vem daí a figura do "Príncipe encantado" que iria aparecer em muitos contos infantis, chegando até nós pelas adaptações desses contos em filmes da Dinsey, por exemplo. E de fato o cavaleiro medieval era um nobre, seja um prínicipe, um rei ou um membro da chamada nobreza menor. Casar com um deles na Idade Média era tirar a sorte grande entre as mulheres, principalmente as camponesas, que viviam em uma escala social bem menor do que a dos guerreiros medievais.
Pablo Aluísio.
domingo, 24 de dezembro de 2023
sábado, 23 de dezembro de 2023
Carlos Magno
Carlos Magno foi um dos mais importantes monarcas medievais da história. Embora a França como nação ainda não existisse nos moldes modernos, ele é considerado um dos mais marcantes reis franceses da história, dando nome a sua própria dinastia, conhecida como Carolíngia. Tamanho era seu poder em vida que ele acumulava diversos títulos, entre eles o de Rei dos Lombardos e Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, uma tentativa tardia de restaurar os dias de glória do império romano. Carlos era filho de Pepino, o Breve. Quando esse morreu começou a luta pelo trono entre seus filhos. Como era costume na era medieval o verdadeiro sucessor iria se impor pela força de sua espada. O último que ficasse em pé, vivo, se consagraria monarca e imperador.
Após vencer a disputa pela coroa com seu irmão Carlomano, Carlos Magno começou seu projeto de expansão territorial. Ele foi efetivamente um Rei guerreiro que passou grande parte de sua vida em cima de um cavalo, com espada em punho, comandando seus exércitos reais por diversas nações. Suas campanhas militares foram extremamente bem sucedidas a ponto de Carlos Magno dominar praticamente todo o mapa da Europa, com terras conquistadas na Alemanha, na Itália, Áustria, Suíça, Bélgica e Bulgária (obviamente os países aqui nomeados não existiam na época de Carlos Magno, sendo essa apenas uma forma de localizar o leitor sobre os domínios desse Rei franco). De certa forma ele ajudou a redesenhar o mapa europeu ao seu bel prazer, como aconteceria séculos depois com Napoleão Bonaparte.
Tantos anos em um campo de batalha cobraram seu preço. Carlos Magno mal sabia ler e escrever, já adulto, quando era praticamente o monarca de toda a Europa continental, não conseguia entender nem uma frase simples escrita em um documento de seu reino. Um monarca analfabeto, como quase toda a Europa naqueles tempos medievais. Por essa razão o Rei teve o cuidado de disseminar e reformar o sistema educacional. Com o apoio da Igreja Católica o Rei sonhava com o dia em que todo menino europeu pudesse estudar em escolas mantidas pelo Estado - algo que iria se concretizar nos séculos seguintes. Esse aspecto também moldou seu modo de ajudar estudiosos, artistas e intelectuais. Para Carlos Magno nem o maior dos impérios teria futuro sem uma geração de pessoas instruídas e educadas. Até para comandar seus exércitos o Rei entendeu que era necessário que cada soldado e general pudesse se comunicar através de cartas escritas.
Carlos Magno também foi um dos fundadores do sistema feudal que iria predominar em praticamente toda a Idade Média. Os escravos da antiga Roma não teriam mais espaço em seus domínios. Ao invés disso ele determinou que cada escravo se tornasse servo, ligado a um feudo, dominado por um senhor feudal. O mais poderoso e rico senhor feudal seria o próprio Rei, ligado a uma rede de nobres que lhe deviam favores em tempos de paz e guerra. Os papas também condenavam a escravidão, pois seria anticristã. De certa forma a influência de Carlos Magno na história da Europa e do mundo ocidental foi ampla e duradoura. Ele fundou muitos aspectos que iriam dominar o mundo europeu, com influências até mesmo em nossa história.
Carlos Magno morreu de complicações pulmonares no campo de batalha. Ao invés de tentar se curar com a medicina da época ele optou por jejuar, o que piorou seu quadro, o levando à morte alguns dias depois. Corria o ano de 814 e o imperador de quase toda a Europa morria em um vilarejo lamacento em terras que hoje em dia pertencem à Alemanha. Foi obviamente enterrado com toda a pompa que um Rei tinha direito na Basílica de Saint-Denis, onde praticamente todos os reis franceses seriam enterrados, mas um fato sórdido ocorreu séculos depois. Seu túmulo foi profanado pela revolução francesa. Seu caixão foi aberto, roubaram as joias e as insígnias reais de seu corpo e depois do vandalismo seus restos mortais foram jogados no pântano. Só depois, quando a monarquia foi restaurada, já após o advento da queda de Napoleão Bonaparte é que o Rei Luís XVIII mandou que os corpos reais fossem recuperados e levados de volta para a catedral onde foram enterrados. Não foi algo fácil pois os restos mortais de todos os reis e rainhas estavam misturados, sendo impossível identificá-los. Dessa forma todos os ossos, crânios e restos mortais foram colocados em conjunto em urnas que atualmente estão em exposição para turistas que visitam a famosa igreja medieval.
Pablo Aluísio.
Após vencer a disputa pela coroa com seu irmão Carlomano, Carlos Magno começou seu projeto de expansão territorial. Ele foi efetivamente um Rei guerreiro que passou grande parte de sua vida em cima de um cavalo, com espada em punho, comandando seus exércitos reais por diversas nações. Suas campanhas militares foram extremamente bem sucedidas a ponto de Carlos Magno dominar praticamente todo o mapa da Europa, com terras conquistadas na Alemanha, na Itália, Áustria, Suíça, Bélgica e Bulgária (obviamente os países aqui nomeados não existiam na época de Carlos Magno, sendo essa apenas uma forma de localizar o leitor sobre os domínios desse Rei franco). De certa forma ele ajudou a redesenhar o mapa europeu ao seu bel prazer, como aconteceria séculos depois com Napoleão Bonaparte.
Tantos anos em um campo de batalha cobraram seu preço. Carlos Magno mal sabia ler e escrever, já adulto, quando era praticamente o monarca de toda a Europa continental, não conseguia entender nem uma frase simples escrita em um documento de seu reino. Um monarca analfabeto, como quase toda a Europa naqueles tempos medievais. Por essa razão o Rei teve o cuidado de disseminar e reformar o sistema educacional. Com o apoio da Igreja Católica o Rei sonhava com o dia em que todo menino europeu pudesse estudar em escolas mantidas pelo Estado - algo que iria se concretizar nos séculos seguintes. Esse aspecto também moldou seu modo de ajudar estudiosos, artistas e intelectuais. Para Carlos Magno nem o maior dos impérios teria futuro sem uma geração de pessoas instruídas e educadas. Até para comandar seus exércitos o Rei entendeu que era necessário que cada soldado e general pudesse se comunicar através de cartas escritas.
Carlos Magno também foi um dos fundadores do sistema feudal que iria predominar em praticamente toda a Idade Média. Os escravos da antiga Roma não teriam mais espaço em seus domínios. Ao invés disso ele determinou que cada escravo se tornasse servo, ligado a um feudo, dominado por um senhor feudal. O mais poderoso e rico senhor feudal seria o próprio Rei, ligado a uma rede de nobres que lhe deviam favores em tempos de paz e guerra. Os papas também condenavam a escravidão, pois seria anticristã. De certa forma a influência de Carlos Magno na história da Europa e do mundo ocidental foi ampla e duradoura. Ele fundou muitos aspectos que iriam dominar o mundo europeu, com influências até mesmo em nossa história.
Carlos Magno morreu de complicações pulmonares no campo de batalha. Ao invés de tentar se curar com a medicina da época ele optou por jejuar, o que piorou seu quadro, o levando à morte alguns dias depois. Corria o ano de 814 e o imperador de quase toda a Europa morria em um vilarejo lamacento em terras que hoje em dia pertencem à Alemanha. Foi obviamente enterrado com toda a pompa que um Rei tinha direito na Basílica de Saint-Denis, onde praticamente todos os reis franceses seriam enterrados, mas um fato sórdido ocorreu séculos depois. Seu túmulo foi profanado pela revolução francesa. Seu caixão foi aberto, roubaram as joias e as insígnias reais de seu corpo e depois do vandalismo seus restos mortais foram jogados no pântano. Só depois, quando a monarquia foi restaurada, já após o advento da queda de Napoleão Bonaparte é que o Rei Luís XVIII mandou que os corpos reais fossem recuperados e levados de volta para a catedral onde foram enterrados. Não foi algo fácil pois os restos mortais de todos os reis e rainhas estavam misturados, sendo impossível identificá-los. Dessa forma todos os ossos, crânios e restos mortais foram colocados em conjunto em urnas que atualmente estão em exposição para turistas que visitam a famosa igreja medieval.
Pablo Aluísio.
Clóvis I - O Primeiro Rei da França
Esse Rei dos Francos é considerado o primeiro Rei da França. Isso porque seu território correspondeu quase que exatamente o que depois iria se tornar o país da França. Mesmo assim não podemos nos esquecer que Clóvis I reinou em um passado bem distante, há mais de 1500 anos. Seu reinado durou de 481 a 511. Nessa época o Império Romano do Ocidente entrava em colapso. Considerado um Rei Bárbaro pelos Romanos, Clóvis I logo impôs seu poder na região conhecida pelos romanos como Gália. Ali ele uniu sob um mesmo reino diversas tribos dos Francos. Por isso é considerado pelos historiadores o primeiro Rei francês.
Ele também é considerado o fundador da Dinastia merovíngia que iria reinar por dois séculos na França. Foi também o primeiro líder dos francos a se converter ao catolicismo. Isso se deu em razão da influência de sua esposa, Clotilde da Borgonha. Ela era uma devota cristã. Até esse momento Clóvis seguia a religião pagã, com seus diversos deuses e crenças. Tinha adoração por Júpiter e Mercúrio. Ele renegou todos eles adotando a cruz como símbolo de seu reinado. Essa conversão ao cristianismo também trouxe o apoio da Igreja cristã que crescia entre os francos convertidos.
Outro ponto marcante no reinado de Clóvis e que fez com que ele se tornasse o criador do que seria conhecido como França, é o fato de que ele escolheu Paris para ser sua capital. Até então o Reino dos Francos não tinha uma cidade como sua capital. Povo bárbaro e guerreiro, eles tinham capitais itinerantes, usando o lema de que a capital de seu reino era onde o Rei estava. Em Paris ele fundou uma abadia, chamada de São Paulo e São Pedro, nas margens do Rio Sena.
Clóvis I morreu com apenas 46 anos de idade, em 511 e foi sepultado na Basílica de Saint-Denis. Isso deu origem a outra tradição entre os reis franceses, pois praticamente todos eles seriam enterrados nessa mesma igreja, que se tornaria um símbolo da monarquia francesa. Por todas essas razões a indicação de historiadores de que ele foi o primeiro Rei da França, é plenamente justificável.
Pablo Aluísio.
Ele também é considerado o fundador da Dinastia merovíngia que iria reinar por dois séculos na França. Foi também o primeiro líder dos francos a se converter ao catolicismo. Isso se deu em razão da influência de sua esposa, Clotilde da Borgonha. Ela era uma devota cristã. Até esse momento Clóvis seguia a religião pagã, com seus diversos deuses e crenças. Tinha adoração por Júpiter e Mercúrio. Ele renegou todos eles adotando a cruz como símbolo de seu reinado. Essa conversão ao cristianismo também trouxe o apoio da Igreja cristã que crescia entre os francos convertidos.
Outro ponto marcante no reinado de Clóvis e que fez com que ele se tornasse o criador do que seria conhecido como França, é o fato de que ele escolheu Paris para ser sua capital. Até então o Reino dos Francos não tinha uma cidade como sua capital. Povo bárbaro e guerreiro, eles tinham capitais itinerantes, usando o lema de que a capital de seu reino era onde o Rei estava. Em Paris ele fundou uma abadia, chamada de São Paulo e São Pedro, nas margens do Rio Sena.
Clóvis I morreu com apenas 46 anos de idade, em 511 e foi sepultado na Basílica de Saint-Denis. Isso deu origem a outra tradição entre os reis franceses, pois praticamente todos eles seriam enterrados nessa mesma igreja, que se tornaria um símbolo da monarquia francesa. Por todas essas razões a indicação de historiadores de que ele foi o primeiro Rei da França, é plenamente justificável.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 22 de dezembro de 2023
Five Nights at Freddy's - O Pesadelo Sem Fim
Desesperado por um emprego, para manter a guarda da própria irmã mais jovem, menor de idade, um homem aceita um emprego daqueles que ninguém quer. Ele passa a trabalhar como vigilante noturno de um velho estabelecimento comercial que havia feito sucesso nos anos 80, mas que havia fechado as portas após a morte trágica de cinco crianças. O lugar está abandonado há anos e tem uns velhos bonecos que funcionavam através da velha tecnologia do animatronics. E vários vigilantes noturnos tinham pedido demissão após passar as madrugadas naquele lugar sombrio e assustador. E pelo visto o terror iria novamente retornar, numa série de eventos sobrenaturais que aos poucos seriam desvendados, não sem antes ter que enfrentar velhos fantasmas e traumas do passado.
Quando esse filme começou eu fiquei surpreso ao perceber que ele tem basicamente a mesma premissa de outro filme que vi recentemente com o Nicolas Cage chamado "Willy's Wonderland - Parque Maldito". É basicamente a mesma história, o mesmo cenário e até mesmo os mesmos monstrengos desengonçados. A diferença básica é que o filme do Cage foi recebido como um trash movie e esse aqui, muito mais bem produzido, acabou faturando uma bela bilheteria nos cinemas americanos, se tornando um dos filmes mais lucrativos do ano! De maneira em geral gostei do filme (ando muito receptivo para filmes de terror ultimamente!), embora tenha ficado com um pé atrás todo o tempo. É um daqueles filmes que ficam ali na beira do abismo da ruindade, mas que nunca caem de vez no buraco. É algo que agradou aos fãs americanos de horror e que certamente dará origem a uma nova franquia cinematográfica do gênero. Agora é esperar para ver o que virá nos próximos anos. Provavelmente muitos filmes ruins, mas isso também faz parte do jogo nesse tipo de produção!
Five Nights at Freddy's - O Pesadelo Sem Fim (Five Nights at Freddy's, Estados Unidos, 2023) Direção: Emma Tammi / Roteiro: Scott Cawthon, Seth Cuddeback, Emma Tammi / Elenco: Josh Hutcherson, Piper Rubio, Elizabeth Lail / Sinopse: Contratado para trabalhar como vigia noturno em um velho estabelecimento há muito fechado, homem descobre que o lugar apresenta estranhos e inexplicáveis eventos sobrenaturais nas noites sombrias em que trabalha por lá!
Pablo Aluísio.
Curiosidades sobre o filme Five Nights at Freddy's - O Pesadelo Sem Fim
1. Para criar os bonecos assustadores do filme o estúdio contratou a equipe que no passado havia trabalhado com o diretor e especialista em marionetes Jim Henson. Só que obviamente existe uma grande diferença entre esse filme de terror e aquelas produções infantis e de fantasia do Henson como Vila Sésamo e A História Sem Fim.
2. No começo o estúdio preferia o uso de computação gráfica na produção dos bonecos, mas depois foi finalmente convencido a usar grandes robôs reais para o filme. E não foi fácil pois muitos deles apresentaram problemas técnicos durante as filmagens, atrasando o cronograma do filme como um todo.
3. Esse terror foi um grande sucesso de bilheteria. Seu custo de produção foi de aproximadamente 20 milhões de dólares. E nas bilheterias o filme alcançou a marca dos 290 milhões de dólares! Um grande sucesso e um ótimo resultado comercial! Assim entrou na lista dos dez filmes mais lucrativos no cinema durante o ano de 2023.
4. O filme foi uma produção em regime de sociedade entre a Universal Pictures e a companhia cinematográfica Blumhouse Productions, especializada em filmes de terror. O roteiro circulava há anos sem que nenhum estúdio bancasse sua produção. Coube a Blumhouse acreditar inicialmente nessa história.
5. Após o sucesso do filme o presidente da Universal declarou: "O estúdio precisa urgentemente de mais filmes como esse!" Agora o estúdio planeja a produção e lançamento de mais dois filmes para compor uma trilogia inicial. Já se pensa até mesmo em um universo expandido... O que uma boa bilheteria não faz por um filme não é mesmo?...
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 21 de dezembro de 2023
9 1/2 Semanas de Amor 2
Título Original: Another 9 1/2 Weeks - Love in Paris
Ano de Lançamento: 1997
País: Estados Unidos, França, Reino Unido
Estúdio: M6 Films
Direção: Anne Goursaud
Roteiro: Elizabeth McNeill, Mick Davis
Elenco: Mickey Rourke, Agathe de La Fontaine, Angie Everhart, Steven Berkoff, Dougray Scott, Werner Schreyer
Sinopse:
John (Mickey Rourke), um turista norte-americano em Paris, acaba indo atrás de um amor de seu passado. Ele ainda tenta reviver aquele antigo sentimento, mas o coração lhe traz muitas surpresas, pois logo ele se vê atraído e apaixonado pela melhor amiga dela. Como poderá superar essa armadilha emocional?
Comentários:
Depois de um começo de carreira tão promissor, onde chegou a ser até mesmo comparado a Marlon Brando, o ator Mickey Rourke entrou em um círculo vicioso de filmes ruins que fracassaram completamente nos cinemas. Um pior do que o outro, sem reservas. Seu nome passou a ser associado a bombas cinematográficas. Em uma tentativa desesperada de emplacar algum sucesso em sua cambaleante carreira, Mickey Rourke aceitou fazer essa continuação de um de seus maiores sucessos. O projeto soava como oportunismo puro e tirando Rourke nenhum outro membro do filme original estava envolvido, todos queriam distância. Nenhum sinal de Kim Basinger ou Adrian Lyne. Como era de se esperar de um filme assim, tudo deu errado. Foi massacrado pela crítica e um tremendo fracasso de bilheteria. Mesmo que a produção procurasse ser de bom gosto, com finas locações em Paris, nada conseguiu salvá-lo do desastre completo. Rourke continuava sem sorte e com o nome associado a filmes que não conseguiam fazer nenhum sucesso nos cinemas.
Pablo Aluísio.
Jovens Bruxas
Título Original: The Craft
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Andrew Fleming
Roteiro: Peter Filardi, Andrew Fleming
Elenco: Fairuza Balk, Neve Campbell, Robin Tunney
Sinopse:
Uma jovem garota de Los Angeles se muda e vai parar em uma nova escola. Para seu azar é uma daquelas escolas católicas mais rígidas, só que para sua surpresa ela descobre que lá também estudam garotas como ela, que adora uma magia antiga.
Comentários:
Pois é, nos anos 90 surgiu essa modinha no cinema trazendo filmes de bruxas, mas calma aí que não é bem o que você está pensando. Não era mais aquela figura clássica das bruxas dos velhos filmes com mulheres idosas voando em suas vassouras. Nada disso. As bruxinhas agora eram todas gatas, adolescentes, jovens estudantes do ensino médio. Claro que tudo não passava de uma tremenda bobagem, mas que fazia sucesso a ponto de ter dado origem não apenas a filmes como esse, mas também a séries que também fariam sucesso naqueles anos. Numa era pré-Harry Potter parecia que tudo estava sendo preparado para a chegada dos bruxinho mais famoso da história do cinema, mas claro sem comparar os filmes pois produções como essa eram muito mais modestas!
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 20 de dezembro de 2023
Elvis Presley - On Stage, February 1970 - Parte 5
O vinil segue tocando na agulha e vamos chegando ao final do álbum, com suas duas últimas músicas. "Walk a Mile In My Shoes" sempre foi uma das minhas preferidas dessa fase da carreira de Elvis. Certa vez Elvis declarou: "Antes de criticar os outros, meu caro, se coloque no lugar deles!". A essência da letra dessa música é justamente essa. Coloque-se no lugar do outro, lute suas batalhas, vejas as dificuldades que cada um enfrenta na sua própria pele. Criticar é fácil, viver os problemas alheios, não! Elvis foi tão criticado ao longo dos anos 60 que ele sabia muito bem o que essa mensagem significava. "Caminhe uma milha em meus sapatos", ou seja, fique no meu lugar, veja como é difícil andar nessa jornada, como a vida definitivamente não é nada fácil para ninguém. Em um trecho a letra é clara sobre isso ao dizer: "Viva um pouco no meu lugar, antes de abusar, criticar e acusar, viva um pouco no meu lugar". Aliás se formos analisar bem a letra foi a chave, o fator determinante, que fez Elvis gravar essa canção. Elvis estava farto, cansado, exausto de ser tão criticado depois de tantos anos.
Em termos puramente musicais "Walk A Mile In My Shoes" não havia se destacado antes de Elvis gravar a sua própria versão. A canção foi lançada de forma bem obscura como Lado B de um single do cantor e compositor Joe South. O compacto, um tanto precário, quase uma produção independente, foi lançado como sendo do grupo "Joe South and the Believers". Na realidade não era bem uma banda, um novo conjunto vocal country, mas sim um arranjo envolvendo Joe South, seu irmão Tommy e sua cunhada. Eles se reuniram em Atlanta, juntaram uns trocados, fizeram uma gravação praticamente amadora em um estúdio da cidade e mandaram prensar 500 cópias. Tinham a esperança de vender pelo menos umas 300 cópias para lucrar algum dinheiro, e isso era tudo. Acontece que a música acabou chegando até Elvis (não me perguntem como!) e assim o astro a cantou ao vivo em Las Vegas. Quando o álbum "On Stage" chegou nas lojas Joe South pulou de alegria obviamente. Depois de Elvis colocar sua voz em sua criação finalmente Joe conseguiu lançar um single profissional que, pasmem, acabou fazendo um bom sucesso na parada country do cinturão bíblico do sul dos Estados Unidos. Sua sorte havia finalmente mudado!
O disco fecha as cortinas com a grandiosa e bela "Let It Be Me". A primeira vez que ouvi essa música não foi na voz de Elvis Presley. Na verdade ela já havia feito muito sucesso antes na interpretação do grupo "The Everly Brothers". Essa versão - a primeira em língua inglesa - havia sido lançada pelos irmãos em 1960, alcançando um grande sucesso nas paradas, em especial da Billboard Hot 100. É curioso que esse sucesso chegou talvez tarde demais para eles. Já havia uma grande tensão entre os dois e a canção acabou sendo um de seus últimos sucessos juntos. Curiosamente alguns meses atrás assisti a uma entrevista com Paul McCartney afirmando que o estilo vocal do Everly Brothers havia se tornado a grande influência para os Beatles em seus primeiros discos. De fato, basta ouvir álbuns como "Please Please Me" ou "With The Beatles" para comprovar bem isso. Além da influência vocal havia também os arranjos, baseados principalmente na dobradinha voz e violão, que os Beatles também procuraram seguir, principalmente nas canções mais lentas, ternas, com letras que falavam de amor, romance e paixão. Não há como negar, os Beatles deveram muito em termos de influência musical a essa dupla americana. De qualquer maneira apesar da inegável importância da versão dos irmãos Everly, o fato é que a versão original não era deles. A primeira gravação dessa canção foi lançada na França com o título de "Je t'appartiens" na voz do cantor Gilbert Bécaud.
Isso abre um fato histórico interessante. Elvis teria conhecido a música através do single dos Everly Brothers ou tinha gostado dela por causa da versão original, quando ainda estava servindo o exército americano na Europa? Como se sabe Elvis adorava música francesa e chegou a visitar Paris em uma viagem de férias enquanto estava em solo europeu. Anos depois, consultando a discografia particular de Elvis em Graceland, descobriu-se que ele tinha tanto o compacto americano dos Everly Brothers como o álbum de Gilbert Bécaud. Na dúvida sobre qual gravação era a sua preferida uma coisa é certa: quando apareceu a oportunidade Elvis não deixou passar em branco e resolveu também gravar sua versão em forma de homenagem para essa grande canção, que em suas mãos ganhou um arranjo rico, com muita orquestra, bem diferente das versões originais que primavam pela suavidade e simplicidade harmônica.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Kentucky Rain
Elvis Presley: Kentucky Rain
Pelo figurino da capa já podemos ver que se trata da primeira temporada de Elvis em 1970 na cidade de Las Vegas. Afinal é a mesma roupa de palco que vemos na capa do álbum oficial "On Stage - February 1970". Aqui nesse lançamento temos o concerto realizado no dia 22 de fevereiro de 1970, que para muitos se trata de um concerto inédito na qualidade "Audience Records" (que significa tape gravado direto do meio do público, muitas vezes com equipamento não profissional). E essa temporada sempre foi uma das mais apreciadas pelos fãs de Elvis. Não foi uma das mais registradas, por outro lado, o que traz um sabor de interesse sempre que algo que foi gravado nessa época chega ao mercado.
O bom desse tipo de registro é que ele acaba captando a reação da plateia, sem efeitos sonoros ou nada que o valha. O curioso é que não havia a gravação da última canção da noite, a romântica Can't Help Falling In Love. Assim os produtores acabaram colocando uma versão gravada dois dias antes, para não soar ao ouvinte como algo incompleto. No mais o CD vale por registrar uma das poucas versões ao vivo de Elvis para a canção Kentucky Rain. Há também um curioso momento da apresentação em que Elvis diz ao público que o cantor Roy Orbison está na plateia, prestigiando seu show. Algo bem legal do ponto de vista histórico.
Elvis Presley: Kentucky Rain
1. Opening Vamp - 02. All Shook Up - 03. I Got A Woman - 04. Long Tall Sally - 05. Don't Cry Daddy - 06. Hound Dog - 07. Monologue - 08. Love Me Tender (with false start) - 09. Kentucky Rain - 10. Let It Be Me - 11. I Can't Stop Loving You - 12. Walk A Mile In My Shoes (false start only) - 13. C. C. Rider - 14. Sweet Caroline - 15. Polk Salad Annie - 16. Introductions of singers, musicians, orchestra - 17. Suspicious Minds - 18. Introduction of Roy Orbison - 19. Can't Help Falling In Love.
Pablo Aluísio.
Pelo figurino da capa já podemos ver que se trata da primeira temporada de Elvis em 1970 na cidade de Las Vegas. Afinal é a mesma roupa de palco que vemos na capa do álbum oficial "On Stage - February 1970". Aqui nesse lançamento temos o concerto realizado no dia 22 de fevereiro de 1970, que para muitos se trata de um concerto inédito na qualidade "Audience Records" (que significa tape gravado direto do meio do público, muitas vezes com equipamento não profissional). E essa temporada sempre foi uma das mais apreciadas pelos fãs de Elvis. Não foi uma das mais registradas, por outro lado, o que traz um sabor de interesse sempre que algo que foi gravado nessa época chega ao mercado.
O bom desse tipo de registro é que ele acaba captando a reação da plateia, sem efeitos sonoros ou nada que o valha. O curioso é que não havia a gravação da última canção da noite, a romântica Can't Help Falling In Love. Assim os produtores acabaram colocando uma versão gravada dois dias antes, para não soar ao ouvinte como algo incompleto. No mais o CD vale por registrar uma das poucas versões ao vivo de Elvis para a canção Kentucky Rain. Há também um curioso momento da apresentação em que Elvis diz ao público que o cantor Roy Orbison está na plateia, prestigiando seu show. Algo bem legal do ponto de vista histórico.
Elvis Presley: Kentucky Rain
1. Opening Vamp - 02. All Shook Up - 03. I Got A Woman - 04. Long Tall Sally - 05. Don't Cry Daddy - 06. Hound Dog - 07. Monologue - 08. Love Me Tender (with false start) - 09. Kentucky Rain - 10. Let It Be Me - 11. I Can't Stop Loving You - 12. Walk A Mile In My Shoes (false start only) - 13. C. C. Rider - 14. Sweet Caroline - 15. Polk Salad Annie - 16. Introductions of singers, musicians, orchestra - 17. Suspicious Minds - 18. Introduction of Roy Orbison - 19. Can't Help Falling In Love.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 19 de dezembro de 2023
Playboy: Fama e Morte - Star Stowe
Ellen Louise Stowe teve um destino trágico. Quando atingiu a maioridade, se mandou de uma pequena cidade no Arkansas para Las Vegas pois queria ganhar a vida como modelo. Beleza não lhe faltava, era uma angelical loira de 18 anos de idade, uma verdadeira beldade. Na cidade do pecado acabou conhecendo o vocalista da banda Kiss, o Gene Simmons. Não demorou e se tornou sua namorada de ocasião, chegando até mesmo a aparecer em ensaios fotográficos com a famosa banda de rock. E foi o rockstar namorado que decidiu enviar suas fotos para a revista Playboy. Já que ela queria uma carreira de modelo ele poderia dar uma forcinha nisso.
Não deu outra e o fundador da revista Playboy, o magnata Hugh Heffner, impressionado com a beleza da garota, logo a contratou. Virou playmate estampando o poster da revista em fevereiro de 1977. Também saiu em uma edição japonesa da revista. O sucesso havia chegado! Essa foi a fase de maior fama e sucesso na vida de Star Stowe, nome artístico que adotou. Muitas festas, muita grana e também muita droga e sexo em orgias promovidas na própria mansão da Platboy. Ela caiu fundo nesse mundo, sendo explorada, em todos os sentidos, até mesmo sexualmente, pelo dono da revista. Logo se viu sendo usada por ele. Pior do que isso, percebeu que estava viciada em drogas e bebidas.
Após uma discussão com Heffner acabou sendo expulsa da mansão da Playboy. Ela perdeu tudo praticamente da noite para o dia. Sem grana, acabou voltando para Vegas onde passou a ganhar a vida como stripper nas casas noturnas locais. Não demorou muito e logo estava também fazendo programas para sobreviver. Foi uma queda dura, mas ela tinha que sobreviver de alguma forma. A grande maioria dessas garotas que posavam para a Playboy também eram vulneráveis de todas as formas. Um roteiro previsível na vida da maioria delas.
Star Stowe ainda teve tempo de ter um filho que amava, com um homem rude e violento. Mudou-se para a Flórida e para sua tragédia pessoal foi morta e assasinada na cidade de Fort Lauderdale em 1997. Estava trabalhando ainda como prostituta de rua. Não se sabe até hoje quem a matou, é um caso em aberto. Ela foi estrangulada e seu corpo jogado no meio de um matagal deserto, perto da estrada. Provavelmente entrou dentro de um carro para mais um programa e encontrou a morte, como muitas profissionais do sexo. Um triste final de vida para uma garota que quando jovem mais parecia um anjo, por causa de seu rosto angelical. Pena que até mesmo anjos podem ter um fim de vida bem trágico.
Pablo Aluísio.
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