segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

James Dean - Hollywood Boulevard - Parte 20

James Dean não dava muita bola para a religião. Na realidade, ele nem se considerava um cristão no sentido tradicional dessa palavra. Era um assunto que só o interessava quando estava envolvido com alguma peça de teatro ou filme em que ele iria atuar. Foi justamente isso que o levou a ler a parte inicial do velho testamento pela primeira vez, pois a primeira grande chance que ele teve no cinema veio justamente numa adaptação do livro do Gênesis. Baseada no livro escrito por John Steinbeck, essa história era, na verdade, uma alegoria da história de Caim e Abel. Aqueles dois irmãos trágicos, onde um matou o outro logo nas primeiras páginas da bíblia. Obviamente que Dean acabou sendo cotado para interpretar o irmão mau. 

Vidas Amargas seria dirigido por Elia Kazan. Isso levou James Dean a procurar um velho amigo, o sacerdote que trabalhava na cidade onde ele foi criado, em Indiana. O religioso havia sido um veterano da guerra e agora tentava salvar almas no meio Oeste dos Estados Unidos. Embora Dean nunca tenha sido religioso em nenhum momento de sua vida, ele se tornou amigo desse homem da igreja. O que uniu os dois em amizade era o amor pelo teatro. Na realidade, o velho sacerdote havia ensinado as primeiras lições rudimentares de atuação para um jovem James Dean.

Um aspecto curioso é que esse padre era homossexual. Muitos homossexuais se refugiavam numa vida religiosa para esconder justamente esse lado. Eles ficavam no armário enquanto tentavam esconder sua própria orientação sexual em uma época em que havia grande e violento preconceito dentro da sociedade. É claro que Dean sabia da verdade, mas nunca o confrontou sobre isso, respeitando-o como pessoa e como indivíduo. A religião condenava a homossexualidade, mas Dean nesse aspecto, achava tudo uma grande besteira. Ninguém poderia se pautar por um livro escrito por escribas que viveram há 2500 anos em um outro mundo que já não existia mais. Nesse aspecto, ele estava coberto de razão. 

Vidas amargas foi um momento de virada na vida do jovem ator. Antes, ele havia aparecido em 3 filmes, mas em nenhum deles teve nenhum destaque. Na maioria das vezes tinha apenas uma linha de diálogo para falar ou apenas uma figuração sem importância. Com Vidas Amargas a coisa mudou totalmente. Ele seria o principal ator do filme em uma produção cara que recriava a sociedade americana na década de 1910. Era certamente uma grande responsabilidade para Dean, mas ele aceitou o desafio com incrível pragmatismo. E acabou atuando muitíssimo bem, recebendo elogios por parte de toda a crítica dos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.

As Cartas de Grace Kelly - Parte 9

Após o lançamento do faroeste Matar ou Morrer, a atriz Grace Kelly virou alvo de fofocas em Hollywood. Havia jornalistas que eram especializados nesse tipo de imprensa marrom. E assim que o filme chegou nos cinemas e virou um grande sucesso de bilheteria, ela também começou a aparecer nas capas de revistas de fofocas. A grande novidade, o grande escândalo, é que ela tinha se envolvido romanticamente com o ator Gary Cooper. Havia dois problemas básicos aí para a sociedade moralista da época. Ele era bem mais velho do que ela e era um homem casado. Uma fofoca dessas poderia prejudicar Grace logo no começo da sua carreira. 

Grace Kelly nessa etapa de sua vida se considerava uma garota liberal, de mente aberta e não se preocupou muito com isso. Mesmo que carreira não desse muito certo no cinema, ela poderia viver como modelo em Nova Iorque tranquilamente. Além disso, era uma garota de família muito rica, aristocrata. Pouco se importou com as fofoquinhas que pulavam de um lado para o outro nas revistas. Ao terminar o filme, ela viajou para Nova Iorque, onde considerava ser o seu lar. Ela só ia em Los Angeles quando era necessário para atuar em algum filme.

Foi então que pintou um convite muito interessante. Produtores de Hollywood queriam que ela atuasse em um filme que era passado na África. Para ser um filme mais bem realista, toda a equipe técnica e o elenco deveriam mesmo viajar para um safári nas terras africanas. Isso por si só já chamou muita atenção de Grace Kelly, pois ela adorava viajar. Nunca havia estado no continente africano e achava tudo muito exótico, interessante. Mesmo que o roteiro não fosse lá grande coisa, só o fato de passar alguns meses fora dos Estados Unidos, em um ambiente que ela nunca esteve antes, já a atraía para ir atuar nessa nova produção.

E aconteceu também algo curioso. Como as revistas de fofoca estavam sempre falando nela, Grace acabou se tornando muito famosa por essa época. Era a velha máxima do "falem mal de mim, mas falem de mim". E as estrelas de Hollywood muitas vezes viviam mesmo de fofocas. Basta lembrar do caso de Marilyn Monroe. Grace também era uma atriz loira buscando estrelato em Hollywood, e tinha que dançar conforme a música tocada. E ela aprendeu que isso significava, muitas vezes, abrir mão de aspectos de sua vida pessoal. Era um jogo de celebridades em curso. E ela tinha toda a vocação do mundo para ser uma celebridade Internacional. Disso ninguém tinha dúvidas.

Pablo Aluísio.

domingo, 4 de dezembro de 2022

Os Segredos do Castelo

Título no Brasil: Os Segredos do Castelo
Título Original: We Have Always Lived in the Castle
Ano de Lançamento: 2018
País: Estados Unidos
Estúdio: Furthur Films
Direção: Stacie Passon
Roteiro: Mark Kruger
Elenco: Taissa Farmiga, Alexandra Daddario, Crispin Glover, Sebastian Stan, Paula Malcomson, Peter Coonan

Sinopse:
Duas jovens irmãs precisam lidar com o peso do passado de sua própria família. Seus pais foram envenenados e seu tio escapou da morte, mas acabou ficando preso em uma cadeira de rodas. E o envenenamento foi promovido justamente por seus próprios familiares. Estigmatizadas para sempre, elas precisam viver o dia a dia de suas vidas. E tudo muda com a chegada de um primo distante.

Comentários:
Esse filme foi produzido pela atriz Vera Farmiga. Ela inclusive colocou sua talentosa irmã caçula no elenco principal. É uma história um pouco amarga e com certo humor negro, mas que nunca se assume como tal. As duas protagonistas moram em uma bela casa nos arredores de uma cidade pequena. Foi o que sobrou de sua herança após uma tragédia. Papai e mamãe morreram envenenados. As garotas são consideradas figuras esquisitas pelos moradores da cidade. E a mais jovem das irmãs sempre foi uma das principais suspeitas de ter envenenado os pais. Sem provas, nunca foi condenada. Eu assisti ao filme e achei interessante, mas ao mesmo tempo considerei convencional demais para a história que conta. Fiquei imaginando um diretor mais autoral ou mais talentoso, como Tim Burton por exemplo, filmando uma história dessas. Ele certamente teria feito um filme mais memorável. Do jeito que está, apenas conta sua história, mas de um modo todo quadradinho. E olha que essa história daria pano para a manga para alguém que quisesse fazer algo mais fora da casinha. De qualquer forma, é um filme que dá para assistir sem problemas. Não é particularmente brilhante, mas pelo menos conta a história do livro original. Nada muito especial.

Pablo Aluísio.

Instinto

Título no Brasil: Instinto
Título Original: Instinct
Ano de Lançamento: 2019
País: Holanda
Estúdio: Topkapi Films
Direção: Halina Reijn
Roteiro: Esther Gerritsen
Elenco: Carice van Houten, Marwan Kenzari, Marie-Mae van Zuilen, Pieter Embrechts, Ariane Schluter

Sinopse:
Uma psicóloga forense acaba rompendo as barreiras éticas de sua profissão ao se relacionar com um prisioneiro no sistema carcerário onde trabalha. Para piorar ainda mais a situação, o detento foi condenado por crimes de natureza sexual contra mulheres. É um predador sexual perigoso e que pode colocar em risco sua vida.

Comentários:
Eu acredito que mesmo algumas boas ideias de roteiro podem soar bem difíceis de acreditar quando passam para a tela de cinema. É o caso deste filme holandês. A premissa é até interessante. Vemos uma psicóloga se apaixonando por um prisioneiro. E não é um prisioneiro comum. É um sujeito que foi condenado por crimes sexuais bárbaros. Daí vem a principal falta de verossimilhança dessa história. Como uma mulher bonita, inteligente, psicóloga, dona de si, se apaixonaria por um tipo desses? E o roteiro força ainda mais a situação ao colocá-la como uma mulher que saiu de uma relação lésbica recente. Então as peças simplesmente não se encaixam muito bem nesse tabuleiro. Ainda assim, o filme se sustenta por mais incrível que isso possa parecer. O cinema europeu tem esse estilo, tem essa elegância que resiste a tudo mesmo. Só não me convenceu em nenhum momento que uma mulher daquelas iria se apaixonar por um tipo com cabelo moicano, não particularmente bonito e com histórico de crimes sexuais. Ainda assim, com essas ressalvas, deixarei a dica para os que apreciam o cinema produzido no norte da Europa.

Pablo Aluísio.

sábado, 3 de dezembro de 2022

Pixinguinha - Um Homem Carinhoso

Título no Brasil: Pixinguinha - Um Homem Carinhoso
Título Original: Pixinguinha - Um Homem Carinhoso
Ano de Lançamento: 2021
País: Brasil
Estúdio: Ipê Artes Cinematográficas
Direção: Allan Fiterman, Denise Saraceni
Roteiro: Manuela Dias, Denise Saraceni
Elenco: Seu Jorge, Taís Araújo, Tuca Andrada, Jorge Aragão, Pierre Baitelli, Luan Caruso

Sinopse:
O filme conta a história do músico, compositor e instrumentista Pixinguinha. Ele se tornou um dos nomes mais famosos e cultuados da música popular Brasileira. Foi autor de canções inesquecíveis e de Marchinhas de Carnaval que até hoje são conhecidas e estão na boca do povo. Um dos grandes nomes da nossa música em sua história. 

Comentários:
O Pixinguinha foi um gênio da música Brasileira. Disso, poucos pousam discordar. Era extremamente talentoso e tinha uma vocação para escrever músicas inesquecíveis como poucas vezes se viu em nossa história. Era também um instrumentista de rara veia artística. O filme conta a sua história de forma muito digna. Ele nasceu em uma família de músicos no Rio de Janeiro. Aos poucos foi abrindo seus próprios caminhos. Formou um grupo musical de sucesso que chegou até mesmo a excursionar em Paris. Criou uma nova linguagem musical. Acabou sendo contratado pela multinacional RCA, onde, como maestro e arranjador, trabalhou ao lado de grandes nomes da nossa música. Também teve seus tropeços da vida, principalmente em relação ao alcoolismo que o prejudicou. Nada que diminuisse seu valor como artista. Ainda assim, deixou um vasto repertório de ricas canções compostas. Era eclético e compunha para cantores românticos, peças instrumentais e até mesmo para marchinhas de Carnaval. Uma figura simbólica da nossa história que não pode ser esquecido. E o filme o resgata de forma valorosa. Esse tipo de filme deveria ser exibido nas escolas por todo o país. É o retrato de uma época em que nossa música tinha grande qualidade e valor.

Pablo Aluísio.

A Viagem de Pedro

Título no Brasil: A Viagem de Pedro
Título Original: A Viagem de Pedro
Ano de Lançamento: 2021
País: Brasil 
Estúdio: Biônica Filmes
Direção: Laís Bodanzky
Roteiro: Laís Bodanzky, Luiz Bolognesi
Elenco: Cauã Reymond, Luísa Cruz, Luise Heyer, Francis Magee, Welket Bungué, Soren Hellerup

Sinopse:
O imperador Dom Pedro I abdica do trono do Brasil. Ele embarca de volta para Portugal, pois seu irmão Miguel, assumiu o trono. É uma luta pela coroa de Portugal. Ele é um usurpador. Durante a viagem, o imperador acaba relembrando aspectos e fatos de sua vida. E faz uma reflexão sobre tudo o que aconteceu até aquele momento.

Comentários:
Esse filme faz ficção em torno de uma história real. Realmente, Dom Pedro I voltou para Portugal para lutar contra seu irmão pelo trono do país. Só que dessa viagem há poucos registros históricos. Ninguém ao certo sabe o que se deu durante a viagem do imperador de volta à Portugal. Assim, o roteiro do filme usa esse vácuo histórico para criar sua história. Mostra Dom Pedro I reflexivo, introspectivo, relembrando aspectos de sua vida no passado. Ele chega até mesmo a ver uma aparição de sua ex-mulher, a imperatriz Maria Leopoldina da Áustria, já falecida naquela época. O filme adota então esse tom de busca interior. A produção é OK, mas deixa a desejar para um filme que se passa em um navio daquela época. É um filme interessante, mas pode soar um pouco cansativo para certas plateias.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Audie Murphy e o Western - Parte 7

Na Universal Pictures, o ator Audie Murphy atuou no filme "A Morte Tem Seu Preço". Esse faroeste é realmente muito bom, sempre lembrado por colecionadores como um western bem-conceituado dos anos 50. Aqui temos o tema do arrependimento e da redenção. Audie Murphy interpreta um pistoleiro amargurado pelo seu passado. Olhando para o que se passou em sua vida, ele fica arrependido por coisas que fez. A consciência fica pesada com os crimes que cometeu. Ele deseja superar esse passado. Ao conhecer um velho rancheiro e sua filha, decide se tornar o seu protetor. O rancho está sendo cobiçado por um grupo de pistoleiros. Homens fora-da-lei que não pensam duas vezes antes de cometerem crimes para colocar as mãos naquelas terras. Dirigido por Nathan Juran e com a jovem atriz Susan Cabot no elenco, esse faroeste é um bom momento na carreira de Murphy.

Em seu filme seguinte "Jornada Sangrenta" o ator Audie Murphy interpretou um tenente da cavalaria dos Estados Unidos. Ele é enviado para um forte distante, perto da Fronteira, onde existe uma forte concentração de nativos da etnia Navajo. Há um tratado de paz entre os brancos e os índios, só que um general da cavalaria quer que tudo venha a ser rompido. Ele é, na verdade, um racista, um sulista que quer lutar pela Confederação na guerra civil que está prestes a explodir. E deseja, acima de tudo, prejudicar o exército da União.

O jovem tenente desconfia de tudo e percebe que há uma armadilha sendo montada contra os nativos que moram na região. Heroicamente, ele tenta proteger os índios de um massacre que se avizinha. Um dos filmes mais interessantes da carreira do ator. Tem um roteiro muito consciente do ponto de vista social. E não coloca os índios como vilões, mas como vítimas. O grande vilão desse filme é um general da cavalaria americana. Quem poderia imaginar em algo assim?

Em "A Ronda da Vingança" Audie Murphy interpreta um personagem em busca de justiça. Ele foi acusado de traição e de um crime que nunca cometeu. Durante uma viagem de trem há um grave descarrilhamento de um dos vagões. Logo, ele é acusado de ter planejado tudo para ficar com o dinheiro que supostamente estaria nesse vagão. É dito como covarde e traidor. Porém, nada disso seria verdade. Ele precisa fugir para não ser preso e assim, em liberdade, provar toda a verdade dos fatos, algo que não vai ser fácil, pois há pessoas importantes que querem vê-lo na prisão. Mais uma produção da Universal Pictures, também dirigida por Nathan Juran. O filme foi rodado praticamente todo no chamado Vale da Morte, na Califórnia. Mais um bom momento dessa fase da filmografia de Audie Murphy.

Pablo Aluísio.

Randolph Scott e o Velho Oeste - Parte 6

"Na Pista do Criminoso" foi uma produção B da Paramount Pictures. Apresentava apenas 61 minutos de duração, feita e realizada para ser exibida em matinês dos cinemas de bairro, a preços promocionais. Tudo feito em ritmo de linha de produção mesmo. Para se ter uma ideia a Paramount produziu mais de 700 fitas como essa entre os anos de 1929 a 1949, todas vendidas depois para a recém-nascida TV que exibia os filmes em horários matutinos, tornando o western ainda mais popular, principalmente entre os mais jovens.

Já o filme seguinte, "A Hora do Coquetel", nada tinha a ver com cavalos, esporas e duelos. Era um filme que tinha a proposta de ser mais sofisticado, passado na alta classe de Nova Iorque. É curioso que antes de decidir se dedicar totalmente ao western, Randolph Scott intercalava filmes de cowboy, com produções mais românticas. Ele procurava seguir nesse último aspecto os filmes mais chiques e borbulhantes como champagne estrelados por seu amigo pessoal Cary Grant. Por essa época inclusive eles decidiram morar juntos em uma bela mansão em Hollywood, o que acabou sendo a origem dos boatos envolvendo os dois. Para as fofocas da época eles formavam um casal gay no armário.

"O Homem da Floresta" (Man of the Forest) trazia um Randolph Scott ainda bem jovem, magro, com bigodinho ao estilo Errol Flynn (na época um dos maiores astros de Hollywood). Era um western dirigido pelo grande Henry Hathaway, ainda também em começo de carreira. O roteiro era baseado em um livro escrito por Zane Grey. Esse escritor era tão popular na época que seu nome ganhava grande destaque nos materiais promocionais dos filmes feitos a partir de seus romances e novelas. Randolph Scott era o xerife na história, que de forma ousada lidava com temas complicados, envolvendo o sequestro de uma jovem garota e um vilão astuto, mestre em jogar a culpa de seus crimes nos outros. O filme tem uma sequência de perseguição em um desfiladeiro nos arredores de Los Angeles que acabou ferindo um dos dublês que caiu com seu cavalo de uma altura considerável. O próprio Scott escapou também de descer ladeira abaixo nessa cena. Anos depois ele ainda se recordaria desse dia de filmagens que quase lhe custou a vida.

Depois desse filme Randolph Scott continuou trabalhando na Paramount Pictures para seu próximo faroeste. Outra adaptação de um romance escrito por Zane Grey, também com direção de Henry Hathaway. Esse novo western recebeu o título de "Rixa Antiga" (To the Last Man), O enredo se passava nas montanhas do Kentucky. Após a guerra civil uma briga de famílias rivais levava um jovem para a prisão por longos 15 anos. Quando ele finalmente cumpre sua pena decide ir até o estado de Nevada para se vingar de Lynn Hayden (Randolph Scott), que ele considerava ser o principal responsável por sua prisão. Esse filme foi bem marcante para Scott porque foi um dos primeiros a lhe dar grande promoção em seu cartaz. Ele estava virando um ator realmente popular em Hollywood.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

A História não Contada da Primeira Cineasta do Mundo

Filme muito bom, principalmente para quem aprecia a história do cinema. E aqui temos a história justamente da primeira cineasta da história. Aliás, você já ouviu falar de Alice Guy-Blaché? Esse documentário começa com essa questão. E depois vai destrinchando em uma grande pesquisa sobre a biografia dessa cineasta que, infelizmente, apesar de ser uma pioneira, foi esquecida. A produção executiva deste documentário contou com grandes astros de Hollywood, entre eles Robert Redford e Jodie Foster. Ela narra o filme. O nome de Alice Guy-Blaché surgiu em velhos livros, contando a história do cinema francês. Veja que história curiosa! Ela era secretária em uma empresa que trabalhava com os irmãos Auguste e Louis Lumière em Paris. Essa empresa estava participando do invento da primeira câmera cinematográfica do mundo. Quando o invento ficou pronto, ela decidiu fazer uns pequenos filmes para si, praticamente como diversão!

Os primeiros filmes da história apenas documentavam fatos, como, por exemplo, a chegada de um trem na estação ou então a saída de operários de uma fábrica. Ela olhou para aquele pequeno artefato e pensou, por que não contar uma história? Como numa peça teatral. E assim o fez. Se tornando dessa forma a primeira diretora de cinema nos registros históricos! E não parou por aí, conforme foi ganhando dinheiro com a exibição de seus primeiros curtas ela fundou sua própria companhia cinematográfica. E foi para Los Angeles, onde estava se criando um movimento de jovens cineastas. A história dela é incrível! Infelizmente, poucos filmes sobreviveram ao tempo. O primeiro foi rodado ainda no século XIX. Os mais expressivos que ainda existem são exibidos durante esse documentário em pequenos trechos. Ela não foi apenas uma pioneira no cinema, mas também uma mulher muito talentosa, com muita visão do futuro.

A História não Contada da Primeira Cineasta do Mundo (Be Natural: The Untold Story of Alice Guy-Blaché, Estados Unidos, França, 2018) Direção: Pamela B. Green / Roteiro: Pamela B. Green, Joan Simon / Elenco: Jodie Foster, Alice Guy, Pamela B. Green / Sinopse: O filme conta a biografia da primeira cineasta da história, a francesa Alice Guy-Blaché. Roteiro baseado no livro histórico "Alice Guy Blaché, Lost Visionary of the Cinema" de Alison McMahan.

Pablo Aluísio.

O Comando

Título no Brasil: O Comando
Título Original: The Commando
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Avail Entertainment
Direção: Asif Akbar
Roteiro: Asif Akbar
Elenco: Mickey Rourke, Michael Jai White, Brendan Fehr, 
Jeff Fahey, Donald Cerrone, Gianni Capaldi

Sinopse:
Johnny (Mickey Rourke) passa anos em uma penitenciária cumprindo pena. Quando finalmente sai sob condicional, ele precisa resolver uma velha questão. Ele necessita ir atrás do dinheiro roubado depois de seu último crime. Ele escondeu 6 milhões de dólares em uma casa, só que agora essa mesma casa está alugada para um ex-agente do Departamento de polícia de Los Angeles. O que definitivamente vai transformar a recuperação do dinheiro em algo perigoso.

Comentários:
Mas um filme B de ação com o ator Mickey Rourke. E aqui ele atua também como produtor executivo do filme. Nada muito especial. Com um figurino de cowboy brega de Los Angeles, ele assume esse personagem marginal que precisa pegar a grana de seu último roubo. Ele escondeu os dólares dentro de uma casa residencial comum. Agora, ali mora um policial. Um comando do departamento de narcóticos de Los Angeles. Um sujeito preparado, com pleno domínio das táticas de combate em operações especiais. Como recuperar essa grana com sujeito desse e sua família sentada em cima dela? E o pior de tudo é que as filhas adolescentes do policial já descobriram o dinheiro no assoalho de seu quarto. E estão começando a gastar toda a grana do criminoso. Ele precisa agir logo e de forma brutal. O filme tem alguns bons momentos, mas no geral é bem convencional. Cenas de ação não formam o seu forte. Curiosamente, esse filme me lembrou, em certos aspectos, de outro filme de Rourke chamado "Horas de desespero" de 1990. Só que aquele filme era infinitamente melhor. E contava com Anthony Hopkins no elenco. Esse aqui é bem banal, uma fita de ação B para passar na programação da TV a cabo. E nada mais.

Pablo Aluísio.