sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

O Caminho de Volta

Nesse filme o ator Ben Affleck interpreta um homem que está afundando. Após a morte de seu filho e do fim de seu casamento, ele se entrega ao alcoolismo. Arranja um emprego qualquer na construção civil apenas para sobreviver. Sua vida parece ter chegado a um beco sem saída, um destino que ninguém imaginava uma vez que no passado, quando era jovem, ele foi um excelente jogador de basquete. Diziam que iria entrar até mesmo na NBA, mas as coisas não foram por esse caminho. Então, enquanto afunda, ele recebe a ligação de um padre. O religioso o conhece há muitos anos e lembrou dele quando surgiu uma vaga de treinador da escola católica onde ele jogou no passado. Pode ser sua redenção pessoal, quem sabe... De qualquer forma é uma chance de recomeçar, encontrar uma razão para se levantar pela manhã para mais um dia de vida.

Bom, o roteiro desse filme não pode ser definido exatamente como algo original, mas mesmo assim devo dizer que funciona! É a velha história do homem que precisa de um novo sentido na vida e o encontra no esporte, treinando um time de jovens colegiais. É considerado o pior time da liga escolar, mas pode ser que as coisas mudem. Com dedicação e treinamento tudo pode mudar. E para o personagem de Ben Affleck é justamente isso o que importa. Esse filme é um bom drama esportivo, com algumas coisas manjadas, é preciso reconhecer, mas que ainda assim não deixa de ser um bom exemplo de vida.

O Caminho de Volta (The Way Back, Estados Unidos, 2020) Direção: Gavin O'Connor / Roteiro: Brad Ingelsby / Elenco: Ben Affleck, Al Madrigal, Janina Gavankar / Sinopse: Jack (Affleck) foi no passado um promissor jovem jogador de basquete. Agora, envelhecido e destruído emocionalmente, corroído pelo alcoolismo, ele vê uma chance de recomeçar ao se tornar treinador de um time de basquete escolar.

Pablo Aluísio.

Amityville 4

Título no Brasil: Amityville 4 - A Fuga do Mal
Título Original: Amityville Horror - The Evil Escapes
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Spectacor Pictures
Direção: Sandor Stern
Roteiro: Sandor Stern
Elenco: Patty Duke, Jane Wyatt, Fredric Lehne, Lou Hancock, Norman Lloyd, Gloria Cromwell

Sinopse:
As forças demoníacas que no passado se manifestaram na casa assombrada de Amityville acabam assustando uma jovem menina que começa a ter visões de sua pai, há muitos anos falecido.

Comentários:
O terceiro filme da franquia Amityville até fez um apreciável sucesso nos cinemas. A quarta parte por outro lado já demonstrava o buraco em que os filmes tinham entrado. Quase um filme trash! É uma produção B muito fraca, tão fraca que os produtores decidiram lançar o filme na televisão nos Estados Unidos ao invés de bancar um lançamento no circuito comercial de cinemas da época. Aqui no Brasil não houve melhor sorte e esse terror foi parar direto nas prateleiras das locadoras de vídeos VHS. No meio de tanta ruindade esse quarto filme chama atenção pela presença da veterana atriz do cinema clássico Jane Wyatt. Ela que havia feito tantos bons filmes em sua longa carreira! Infelizmente acabou indo parar nesse terror B bastante esquecível. São as sombras do destino.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Demons 2

Título no Brasil: Demons 2 - Eles Voltaram
Título Original: Dèmoni 2... l'incubo ritorna
Ano de Produção: 1986
País: Itália
Estúdio: DACFILM
Direção: Lamberto Bava
Roteiro: Dario Argento, Lamberto Bava, Franco Ferrini
Elenco: David Edwin Knight, Nancy Brilli, Coralina Cataldi-Tassoni, Bobby Rhodes, Asia Argento  

Sinopse:
Durante uma festa de aniversário uma garota, sem ter consciência disso, invoca um demônio destrutivo e com sede de sangue. Depois disso tudo vira caos e morte dentro daquela casa.

Comentários:
Continuação de "Demons", filme de baixo orçamento que ganhou um certo status de cult movie nos anos 80. Essa produção italiana, rodada na Alemanha, procurava seguir os passos do primeiro filme, mas com um roteiro raso e primário não conseguiu convencer o público. É um filme notoriamente bem fraco que capricha apenas nas cenas de violência, a imensa maioria delas bem gratuita. Esse terror, assim como o primeiro, não conseguiu espaço nos cinemas brasileiros, sendo lançado diretamente no mercado de vídeo através do selo Transvídeo que nos anos 80 se especializou em lançar fitas de terror. Mesmo sendo um horror B fica aqui o registro.

Pablo Aluísio.

David e Lisa

Título no Brasil: David e Lisa
Título Original: David and Lisa
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Harpo Productions
Direção: Lloyd Kramer
Roteiro: Theodore Isaac Rubin
Elenco: Sidney Poitier, Lukas Haas, Brittany Murphy

Sinopse:
David, um gênio retraído, mas aparentemente próximo, que teme ser tocado. Brittney Murphy interpreta Lisa, uma jovem aparentemente sofrendo de dupla personalidade que fala apenas em rimas e se afasta de qualquer um que não fale com ela da mesma forma.

Comentários:
Filme produzido pela TV. Assisti em um canal a cabo em agosto de 2006. Geralmente eu não perderia tempo assistindo a um filme feito para a televisão nos anos 90. O que me chamou a atenção foi realmente o elenco, contando com o veterano Sidney Poitier, um dos atores negros mais importantes da história de Hollywood. A história do filme é até bobinha, mas bem intencionada, colocando duas pessoas, dois jovens, bem diferentes no modo de ser. Uma forma de trazer inclusão social no cinema, isso em uma época em que esse termo nem era muito usado. No mais é um filme que podemos definir como interessante, pelo menos.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Lore

Lore
Não conhecia essa série de terror, até que me foi recomendada por um amigo. Na opinião dele era uma das melhores coisas produzidas no gênero nos últimos anos. Depois de assistir ao primeiro episódio devo concordar. Realmente temos aqui um produto de excelente qualidade. A intenção é mesclar a linguagem dos documentários com a estética dos filmes de terror mais tradicionais. Assim vemos dramatizações, com atores, de histórias reais. Depois descobrimos a ligação dessas histórias com o surgimento dentro da cultura pop de personagens lendários, como Drácula, vampirismo, etc. A primeira temporada contou com apenas seis episódios. A razão? Eles são bem produzidos, usando inclusive de trechos com animação. Isso custa dinheiro e leva tempo para ficar pronto. O resultado não poderia ficar melhor. Aqui nessa postagem irei comentar todos os episódios da temporada, conforme for assistindo a eles. Segue abaixo reviews de cada um deles.

Lore 1.01 - They Made a Tonic
Esse primeiro episódio conta a história real da família Brown. Eles viveram no século XVIII, nos Estados Unidos. O pai era um homem bom, honesto e trabalhador. Só que nada disso fez diferença quando sua esposa morreu, vitimada pela tuberculose. Depois sua filha, também contaminada, faleceu do mesmo mal. Por fim o filho mais novo, que acabara de se casar e ter o primeiro filho também morreu da mesma doença. O patriarca assim viu todos os seus parentes morrerem em um curto espaço de tempo. Sem esperanças com a medicina tradicional ele acaba sendo convencido por um pastor de que sua família estaria amaldiçoada por um demônio e para dar fim a essa maldição satânica deveria exumar os corpos de todos os seus familiares para cravar uma estaca em seus corações. Caso contrário eles voltariam nas noites para sugar o sangue de pessoas indefesas. O coração também deveria ser arrancado e queimado. Das cinzas surgiria um chá que iria curar as pessoas doentes. Pensou na figura mitológica dos vampiros? É isso mesmo. O mais incrível é que toda a história narrada nesse primeiro episódio aconteceu mesmo, é história verídica. Uma tragédia causada pela ignorância. Esse mesmo caso acabaria inspirando o escritor Bram Stoker quando ele estava escrevendo seu livro "Drácula". Bom, não precisa dizer mais nada não é mesmo? Muito interessante e muito curioso tudo o que é contado aqui. Se você gosta de terror e quer conhecer de onde todas essas histórias e personagens surgiram, então não há recomendação mais certeira. Não deixe de conhecer essa série "Lore". / Lore 1.01 - They Made a Tonic (Estados Unidos, 2017) Direção: Darnell Martin / Roteiro: Jeff Eckerle, Marilyn Osborn / Elenco: Aaron Mahnke, Campbell Scott, Jason Davis.

Lore 1.02 - Echoes  
Esse episódio conta uma história real que no fundo é muito triste. Na década de 1940 um médico americano chamado Dr. Walter Freeman afirmou ter encontrado a cura para a loucura e diversos outros tipos de doenças mentais. Era um método cruel chamado Lobotomia. Um instrumento era enfiado entre os olhos para perfurar um osso craniano. Com algumas batidas e eletrochoques o paciente deixava de apresentar comportamentos depressivos ou violentos. No fundo isso não curava nada, apenas destruía a cognição dos que eram submetidos a esse tratamento violento. Uma das páginas mais lamentáveis da história da medicina moderna. Quando o episódio começou me lembrei imediatamente do caso envolvendo Rosemary Kennedy que passou por esse procedimento e teve sua vida destruída. E esse caso, um dos mais famosos envolvendo lobotomia, está no episódio. Enfim, é um daqueles momentos trágicos da medicina. A cena final, com o garotinho subindo na maca do Dr Freeman. é de cortar o coração do espectador. / Lore 1.02 - Echoes (Estados Unidos, 2017) Direção: Thomas J. Wright / Roteiro: Glen Morgan, Aaron Mahnke / Elenco: Aaron Mahnke, Colm Feore, Kristen Cloke.

Lore 1.03 - Black Stockings
O foco desse episódio é em cima de uma estranha superstição que era popular na Irlanda em seus velhos tempos. Acreditava-se que fadas e seres conhecidos como metamorfos tomavam conta dos corpos de certas pessoas, se fazendo passar por elas a partir dessa "possessão". Muito, muito estranho. E no roteiro vemos um caso absurdo que realmente aconteceu, envolvendo a morte de uma mulher que foi assassinada pelo próprio marido que acreditava que um metamorfo havia dominado o corpo dela. Absurdo, loucura, escolha a palavra que você quiser. No meu caso esse episódio demonstrou como uma crença pode se tornar perigosa... e fatal! / Lore 1.03 - Black Stockings (Estados Unidos, 2017) Direção: Thomas J. Wright / Roteiro: David Chiu, Patrick Wall / Elenco: Aaron Mahnke, Holland Roden, Cathal Pendred.

Lore 1.04 - Passing Notes
O tema desse episódio é o espiritismo. Na história um reverendo, homem respeitado, fica desesperado após a morte de sua esposa e decide tentar entrar em contato com ela através de sessões de espiritismo, onde evocaria a alma de sua esposa falecida. Como o próprio roteiro afirma, certas portas ficam trancadas por um motivo. E as coisas só pioram, a casa dele fica atormentada com batidas, estranhos acontecimentos. O pastor tenta entrar em contato com essa entidade espiritual, pensando ser uma bruxa enforcada no século 17, mas descobre que não se trata disso, mas sim de uma "alma condenada". Bom episódio que dá uma geral no contexto histórico do surgimento do espiritismo, com destaque para algumas pessoas que se envolveram nisso, como o criador do Sherlock Holmes, Arthur Conan Doyle e o mágico Houdini. / (Estados Unidos, 2017) Direção: Nick Copus / Roteiro: Glen Morgan, Aaron Mahnke / Elenco:  Aaron Mahnke, Robert Patrick, Bethany Anne Lind. 

Lore 1.05 - The Beast Within 
Lobisomem existe? Esse episódio vai fundo nas origens dessa lenda do terror. O roteiro mostra que uma das histórias mais antigas sobre um homem que virava lobo tem mais de 2000 anos! E o mais incrível é que ela se parece demais com o conto infantil da Chapeuzinho Vermelho. Depois o episódio usa como linha narrativa principal um caso histórico real, envolvendo a aparição de um suposto lobisomem numa cidadezinha na Alemanha. Na verdade era um serial killer. E os psicopatas acabam sendo ligados diretamente a esse mito. Afinal mortes animalescas em série realmente fizeram parte da história de assassino em série ao longo da história. Muito bom esse episódio, com direito a contar uma lenda envolvendo São Patrício e uma aldeia de lobisomens. Arrepiante! / Lore 1.05 - The Beast Within (Estados Unidos, 2017) Direção: Darnell Martin / Roteiro: David Coggeshall, Aaron Mahnke / Elenco: Aaron Mahnke, Adam Goldberg, Clark Moore. 

Lore 1.06 - Unboxed
Fora da caixa! Esse último episódio da primeira temporada trata dos bonecos. Isso mesmo, usando como base a história de Robert, the doll, um boneco amaldiçoado, esse episódio vai mostrando algumas histórias assustadoras envolvendo esses brinquedos. Há a história do mexicano que vivia sozinho em uma ilha. Um dia ele achou o corpo de uma menina. Depois disso ele se convenceu que estava sendo assombrado pela alma da criança. Por isso encheu sua ilha de bonecas penduradas nas árvores. O local hoje é conhecido como "a ilha das bonecas". Outra história assombrosa envolveu um russo que levava corpos de crianças mortas para casa e as vestia com roupas de bonecas. Enfim, bom episódio para fechar a primeira temporada dessa excelente série de terror e suspense. / Lore 1.06 - Unboxed (Estados Unidos, 2017) Direção: Michael E. Satrazemis / Roteiro: Tyler Hisel, Aaron Mahnke / Elenco: Aaron Mahnke, Kristin Bauer van Straten, Joe Knezevich.

Pablo Aluísio.

Lovecraft Country

Essa nova série da Warner Bros em parceria com o canal HBO é baseada no livro escrito por Matt Ruff. Esse autor, por sua vez, escreveu sua obra procurando resgatar o universo criado por H. P. Lovecraft lá na primeira metade do século XX. Como se sabe Lovecraft é ainda hoje uma referência em termos de ficção, sendo considerado um dos escritores mais influentes da história nesse gênero. Falecido em 1937, ele viveu a era de ouro da literatura pulp. De certa forma nunca foi reconhecido em vida, porém sua obra foi ganhando cada vez mais importância ao longo das décadas.

Hoje em dia, Lovecraft tem sido contestado não por seus escritos, por sua obra na literatura, mas por suas opiniões pessoais racistas que inclusive chegou a divulgar em vida. Um lado lamentável de sua personalidade. Essa mancha em sua biografia não foi deixada de lado por Matt Ruff, que decidiu colocar protagonistas negros em suas histórias. Assim ele aproveitou o que havia de melhor no universo de Lovecraft, ao mesmo tempo em que modernizou e retirou dos textos originais essa grave falha de caráter do criador original. Essa primeira temporada conta com 10 episódios. Segue abaixo comentários sobre cada um dos episódios, que irei colocando periodicamente, conforme for assistindo.

Lovecraft Country 1.01 - Sundown
Esse primeiro episódio se passa na década de 1950. Um grupo de pessoas negras segue viagem de carro pelo interior do sul dos Estados Unidos. Terra de gente muito racista e violenta. Eles temem por sua segurança e até mesmo por suas vidas, pois por onde passam sofrem hostilizações dos brancos locais, um bando de caipirões mal encarados e armados. E a coisa só piora quando são parados por policiais, também extremamente racistas. Mesmo que não estejam cometendo crime algum, eles passam a ser perseguidos pelos tiras. E quando entram numa estrada que atravessa uma floresta no meio da noite são cercados pelos policiais que claramente estão ali para linchá-los. Só que algo muito obscuro se esconde entre as árvores da floresta, no melhor estilo lovecraftiano. Bom episódio que já deixa claro os elementos principais dessa nova série. Pelo que assisti a série toda promete muito. Vou acompanhar. / Lovecraft Country 1.01 - Sundown (Estados Unidos, 2020) Direção: Yann Demange / Roteiro: Misha Green / Elenco: Jurnee Smollett, Jonathan Majors, Aunjanue Ellis.

Lovecraft Country 1.02 - Whitey's on the Moon
Depois da correria do primeiro episódio temos uma pequena calmaria, mas só na primeira parte dessa história. Todos estão em uma estranha mansão, onde funciona a sede de uma seita bizarra, onde os membros dizem que são descendentes de Adão, o primeiro homem. Em sua doutrina eles almejam voltar ao jardim do Éden, onde todos são imortais. É a tal coisa. Todas as ideias que vemos nessa série nasceram, de uma maneira ou outra, na mente de HP Lovecraft. E, na minha opinião, nem todos os pontos eram impecáveis ou perfeitos. Havia sim sua dose de bobagens. Assisti ao episódio, mas confesso que não achei tão bom. Pode ser que não vá em frente por achar a série um pouco fantasiosa demais e até mesmo um tanto cansativa (e sonolenta). / Lovecraft Country 1.02 - Whitey's on the Moon (Estados Unidos, 2020) Direção: Daniel Sackheim / Roteiro: Misha Green / Elenco: Jurnee Smollett, Jonathan Majors, Aunjanue Ellis. 

Lovecraft Country 1.03 - Holy Ghost  
'Leti' Lewis resolve comprar uma velha casa vitoriana há muito abandonada. Ele fica extremamente feliz com a compra e chama sua irmã e outros amigos negros a morarem ao seu lado na grande casa. Só que há vários problemas. A vizinhança é toda formada por brancos racistas que não querem a presença deles ali. E como se isso não fosse ruim o bastante, a casa começa a ficar estranha, com o surgimento de várias manifestações paranormais por todos os seus quartos e principalmente no porão, onde no passado oito pessoas foram encontradas mortas. Bom episódio, que me animou a continuar assistindo a série. / Lovecraft Country 1.03 - Holy Ghost (Estados Unidos, 2020) Direção: Daniel Sackheim / Roteiro: Misha Green / Elenco: Jurnee Smollett, Jonathan Majors, Aunjanue Ellis. 

Lovecraft Country 1.04 - A History of Violence
Estou parando de assistir por aqui. Nesse quarto episódio já entendi que não é minha praia. A série pode ter várias referências à obra de Lovecraft, pode ter sido bastante elogiada pela crítica, mas não me pegou. Não gostei. Com quatro episódios assistidos já deu para entender isso. Nesse aqui há um clima que me lembrou dos velhos filmes de Indiana Jones, mas sem o mesmo charme. Há um texto, que está escondido numa velha câmara fechada há séculos, com uma sereia dentro... enfim, fantasia demais para o meu gosto. E para onde tudo isso vai parar? Penso que em lugar nenhum. Enfim, boa sorte para quem curtiu. Eu pessoalmente prefiro outros estilos de séries, mais dramáticas e menos fantasiosas. É isso. / Lovecraft Country 1.04 - A History of Violence (Estados Unidos, 2020) Direção: Victoria Mahoney / Roteiro: Misha Green, Wes Taylor / Elenco: Jurnee Smollett, Jonathan Majors, Aunjanue Ellis.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

O Massacre da Serra Elétrica

Temos aqui mais um filme da franquia de terror "Texas Chainsaw Massacre". É de se impressionar como uma linha de filmes que surgiu no distante ano de 1974 ainda desperte interesse dos mais jovens. Agora a produção é assinada pela Netflix. O interessante é que esse filme não é o único mais recente. Eu me recordo de pelo menos outros dois filmes da mesma marca que foram lançados há pouco tempo. E o mais estranho de tudo é que no geral não são filmes ruins, pelo contrário, conseguem manter um certo padrão de qualidade. Esse não foge à regra. Apesar do roteiro simples me senti perfeitamente satisfeito quando o filme chegou ao fim. Ele tem um clima retrô que me lembrou filmes de terror dos anos 80. O Leatherface assusta porque é completamente demente. Inspirado em um serial killer americano chamado Ed Gein, ele usa o rosto das vítimas em sua face! Isso, por si só, já é algo que impressiona ainda hoje o público em geral!

E, para surpresa geral, também tem boas sequências. Aqui eu destaco a cena do massacre no meio da plantação de roseiras amarelas. Para quem não sabe o símbolo do Texas é a rosa amarela. Violento ao extremo, a cena também lida muito bem com o suspense. E aquela "obra de arte" que o Leatherface faz com uma de suas vítimas é simplesmente assustadora! Outra cena que gostei foi a da carnificina no ônibus. Essa tem um diálogo para cair na gargalhada. Quando Leatherface entra no veículo um sujeito, tipicamente um desses riquinhos progressistas, diz a ele: "Veja lá o que você vai fazer hein! Qualquer coisa nos vamos te cancelar na net!". Não deu para segurar a risada depois dessa! Enfim, curti mesmo essa volta do Leatherface, um dos mais doentes psicopatas que já surgiram no cinema. Prepare-se para o banho de sangue e... divirta-se!

O Massacre da Serra Elétrica - O Retorno de Leatherface (Texas Chainsaw Massacre, Estados Unidos,2022) Direção: David Blue Garcia / Roteiro: Chris Thomas Devlin, Fede Alvarez / Elenco: Sarah Yarkin, Elsie Fisher, Mark Burnham / Sinopse: Após a morte de sua cuidadora, uma mulher que o criou desde os tempos de orfanato, Leatherface parte para a vingança sangrenta. O alvo dessa vez é um bando de pessoas da cidade grande, que vieram comprar tudo numa velha cidade abandonada do Texas, a mesma onde o psicopata agora vive, escondido de todos. A matança vai começar!

Pablo Aluísio.

Anjos da Noite 4

Essa franquia "Anjos da Noite" não se endireita mesmo. Quando pensamos que vai melhor a coisa desanda e cai na vala do lugar comum. Os últimos filmes até que conseguiam manter o mínimo interesse na luta entre lobisomens e vampiros mas esse "Anjos da Noite 4" coloca tudo a perder. O roteiro é muito vazio, derivativo e nulo para ser levado a sério. Ao que tudo indica houve problemas de negociação com o ator Scott Spedman (que faz um dos principais personagens da franquia, o híbrido Michael). Sem ele os roteiristas tiveram que rebolar para eliminar sua presença em cena (seu personagem aparece apenas congelado no filme). Segundo algumas fontes Spedman teria pedido um cachê maior e também maior destaque ao seu personagem nesse quarto filme e como não conseguiu chegar a um acordo foi eliminado da estória. Isso criou um buraco tão grande em "Anjos da Noite 4" que o filme ficou totalmente à deriva - fora o quase plágio com outra franquia, Aliens, pois aqui resolveram colocar também uma garotinha (interpretada pela inexpressiva atriz mirim India Eisley) para acompanhar a protagonista Selene (Kate Beckinsale)

Assim, com tantos problemas de roteiro, não me admirei em nada ao assistir ao filme. Eu já não esperava grande coisa, isso é certo, mas ficou pior do que pensei. Na falta de uma estrutura de roteiro melhor os diretores Måns Mårlind e Björn Stein (ambos de Identidade Paranormal) partiram para o uso e abuso de efeitos especiais em cada tomada. É verdade que alguns monstros são bem realizados, incluindo um mega lycan de 3 metros de altura, mas sem desenvolvimento maior tudo fica com cara de vídeo game mesmo. Nem sequer a mitologia que acompanha a franquia aqui foi minimamente desenvolvida, resultado numa obra oca em demasia. Para piorar o que já era bem ruim "Anjos da Noite 4" tem outro problema: é inconclusivo, deixando todos os desfechos para uma próxima continuação! Obviamente os produtores querem faturar mais uma grana numa possível quinta continuação! Haja paciência para agüentar tanto oportunismo.

Anjos da Noite 4 (Underworld: Awakening, Estados Unidos, 2012) Direção: Måns Mårlind, Björn Stein / Roteiro: :Len Wiseman, John Hlavin / Elenco: Kate Beckinsale, Michael Ealy, India Eisley / Sinopse: Forças humanas descobrem a existência dos clãs de vampiros e Lycons (lobisomens). Emcurralados os vampiros começam os planos de contra ataque contra sua existência.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Lucy in the Sky

Filme baseado em uma história real. Quando começa, logo na primeira cena, encontramos a astronauta Lucy Cola (Natalie Portman) no espaço olhando para nosso planeta. Ela participa de uma missão da NASA como tripulante de um ônibus espacial. Fica completamente extasiada ao ver a imensidão do universo e a beleza da Terra vista do espaço! Um momento de pura contemplação interior! É o auge de sua vida! De volta ao lar, em Houston, Texas, ela precisa voltar para a vida normal. Ela tem um casamento que já caiu no tédio. Sua sobrinha vem morar ao lado dela pois o pai sumiu! Sempre foi um irresponsável! Durante os treinamentos para uma nova viagem espacial na NASA ela acaba se apaixonando por um astronauta mais velho e veterano, Mark Goodwin (Jon Hamm), um sujeito bonitão que está se divorciando da esposa. Lucy sempre foi muito focada na vida profissional e pessoal, deixando tudo muito bem equilibrado e organizado em sua vida, mas começa a se apaixonar de forma desesperada por Mark. A NASA sempre determinou vários protocolos de comportamento que impediam relacionamentos amorosos entre astronautas. Mesmo assim ela continua a se encontrar, às escondidas, com sua nova paixão, ainda que sendo uma mulher casada.

Não demora muito e Lucy fica completamente obcecada pelo novo amante, que tem fama de mulherengo. E enquanto tenta ser escalada para a próxima viagem espacial, ela descobre que ele tem outra amante. É o gatilho para ela começar a perder completamente sua razão! Muito bom filme. Gostei de praticamente tudo. Elenco afinado, direção segura e um roteiro preciso. Como o título original do filme faz uma referência óbvia a uma das mais conhecidas músicas dos Beatles, Lucy in the sky with diamonds, ela também está presente na trilha sonora. Enfim, temos aqui uma história que parece de pura ficção, mas que foi verdade, o que não deixa de ser surpreendente.

Lucy in the Sky (Estados Unidos, 2019) Direção: Noah Hawley / Roteiro: Brian C. Brown, Elliott DiGuiseppi / Elenco: Natalie Portman, Jon Hamm, Zazie Beetz, Dan Stevens, Pearl Amanda Dickson, Ellen Burstyn / Sinopse: A história da paixão avassaladora de uma astronauta por um colega durante os preparativos de uma nova viagem espacial da NASA.

Pablo Aluísio.

Misteriosa Paixão

A atriz Ellen DeGeneres ficou muito famosa e popular com um programa de TV nos Estados Unidos. Porém nunca conseguiu se firmar no cinema americano, mesmos sendo muito talentosa, principalmente no humor. Esse filme que aqui tratamos foi uma das tentativas dela em emplacar uma carreira na indústria cinematográfica. Conta a história de uma mulher que se apaixona... pela mulher do próprio irmão. Pois é, uma história protagonizada por uma lésbica, tal como a própria Ellen DeGeneres em sua vida pessoal. Como o tema LGBT ainda era uma novidade e tanto no cinema dos anos 90 o filme acabou não fazendo sucesso. Preconceito do público? Certamente pode ter sido uma das razões.

Tirando um pouco esse aspecto de lado temos que admitir que o filme realmente não ficou muito bom. Há sempre uma tentativa de se fazer humor, mas ao mesmo tempo o filme quer ser levado mais à sério. Complicado. A Ellen DeGeneres interpreta uma policial que precisa desvendar um caso envolvendo o aparecimento de dois corpos na floresta e Patricia Arquette é a loira fatal que vem embolar o meio de campo. Ela usa uma peruca loira channel durante todo o filme. Não ficou bonita, apenas esquisita. Então é isso, mais uma produção que veio demonstrar que fazer sucesso no cinema é bem mais complicado do que se pensa.

Misteriosa Paixão (Goodbye Lover, Estados Unidos, 1998) Direção: Roland Joffé / Roteiro: Ron Peer, Alec Sokolow / Elenco: Patricia Arquette, Ellen DeGeneres, Dermot Mulroney, Mary-Louise Parker, Ray McKinnon, Alex Rocco / Sinopse: Rita Pompano (Ellen DeGeneres) é uma policial que precisa solucionar um caso de duplo assassinato enquanto tenta resolver sua caótica vida pessoal.

Pablo Aluísio.