sexta-feira, 14 de maio de 2021

Harém

Título no Brasil: Harém
Título Original: Harem
Ano de Produção: 1985
País: França
Estúdio: Sara Films
Direção: Arthur Joffé
Roteiro: Arthur Joffé
Elenco: Nastassja Kinski, Ben Kingsley, Dennis Goldson, Michel Robin, Zohra Sehgal, Juliette Simpson

Sinopse:
Uma jovem americana é sequestrada por um xeque árabe e mantida em cativeiro em seu harém. No início, ela tenta freneticamente escapar, mas à medida que eles vão se conhecendo e se apreciando, surge algo a mais naquele relacionamento.

Comentários:
Nastassja Kinski foi símbolo sexual dos cinéfilos durante os anos 80. Ponto. Essa é uma informação importante. Agora imagine levar essa atriz para o mundo oriental e seu erotismo todo exótico para os padrões dos ocidentais. Foi justamente essa a proposta dessa produção francesa. Funcionou? Em termos. O teor erótico do filme foi mantido por causa das belas curvas de Nastassja Kinski, mas como puro cinema temos apenas algo morno. Assim como a série Shogun, esse filme tinha um gosto de coisa falsa, de algo que não captou de verdade a cultura daqueles povos do Oriente Médio. Além disso a maquiagem e os figurinos nos dias atuais podem soar bem datados, se formos muito críticos. De qualquer forma não é nada mal ver a Nastassja Kinski praticando a dança do ventre.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 13 de maio de 2021

A Grande Ilusão

Esse filme é bem interessante pois no fundo é uma crítica contra políticos populistas. O personagem principal interpretado pelo ator Sean Penn é um sujeito que entra na vida pública como tesoureiro da cidade onde mora. E nesse cargo presencia todo tipo de corrupção e roubo com o erário público. Então incentivado por outros decide entrar para a política, se candidatando a governador. No começo ele recebe o apoio de tipos que querem apenas manipular sua candidatura.

Nessa primeira fase de campanha eleitoral ele adota um discurso mais técnico, mostrando os desvios do tesouro público. Não dá muito certo, as pessoas nem entendem o que ele está falando. Então decide mudar de postura. Adota um discurso raivoso, populista, radical, se colocando ao lado do povo, se auto declarando um caipira, com o lema de que "caipira vota em caipira". Acaba dando certo e uma vez eleito ele se torna um político corrupto, cheio de esquemas por baixo do pano. Justamente o que ele mais criticava na campanha.

Um magistrado, interpretado por Anthony Hopkins, começa a critica-lo, dando o pontapé inicial de um impeachment e o governador decide então contratar um jornalista para descobrir os podres do juiz. Jogo sujo, baixo, barato. Embora o personagem de Sean Penn seja de mera ficção, ele foi inspirado em um político real chamado Huey Long, que foi governador da Louisiana, estado do sul dos Estados Unidos, durante a década de 1930. Como eu escrevi no começo desse texto o filme é uma grande crítica contra políticos populistas. Um tipo de escroque que ainda segue enganando o povo, mesmo nos dias atuais.

A Grande Ilusão (All the King's Men, Estados Unidos, 2006) Direção: Steven Zaillian / Roteiro: Steven Zaillian, Robert Penn Warren / Elenco: Sean Penn, Jude Law, Anthony Hopkins, Kate Winslet, Mark Ruffalo, James Gandolfini / Sinopse: O filme conta a história do político Willie Stark (Sean Penn). Populista, corrupto e mentiroso, ele engana seus eleitores, se tornando governador da Louisiana durante a década de 1950.

Pablo Aluísio.

Howard, o Super-Herói

Título no Brasil: Howard, o Super-Herói
Título Original: Howard the Duck
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures, Lucasfilm
Direção: Willard Huyck
Roteiro: Steve Gerber, Willard Huyck
Elenco: Lea Thompson, Jeffrey Jones, Tim Robbins, Ed Gale, Chip Zien, Tim Rose

Sinopse:
Um sarcástico pato humanoide é puxado de seu mundo natal para a Terra, onde deve impedir uma invasão alienígena com a ajuda de um cientista nerd e uma lutadora cantora de rock. Filme indicado ao Framboesa de Ouro na categoria de Pior Filme do Ano.

Comentários:
Pode ser considerado o filme mais equivocado da carreira de George Lucas. Não, ele não dirigiu o filme, mas sua companhia cinematográfica produziu praticamente tudo, inclusive usando de efeitos especiais de última geração para contar essa bobagem em celuloide. Eu particularmente sempre achei o filme bem ruim, muito embora, devo dizer, existem ainda (poucos) defensores dessa ideia. Do meu ponto de vista pouca coisa se salva, a tal ponto que esse filme do Pato espacial ter recebido inúmeras indicações ao Framboesa de Ouro, o Oscar do que é ruim em termos de cinema. Realmente pouca, mas muita pouca coisa, se salva. Talvez apenas os efeitos especiais, já que a Lucasfilm realmente não iria fazer um trabalho ruim nesse campo. Porém fora isso, pode jogar tudo na lata de lixo. O filme é ruim de doer.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 12 de maio de 2021

Tesla

Título no Brasil: Tesla
Título Original: Tesla
Ano de Produção: 2020
País: Estados Unidos
Estúdio: Millennium Media
Direção: Michael Almereyda
Roteiro: Michael Almereyda
Elenco: Ethan Hawke, Eve Hewson, Kyle MacLachlan, Eli A. Smith, Lucy Walters, Dan Bittner

Sinopse:
Empregado na companhia de Thomas Edison, o talentoso Nikola Tesla (Ethan Hawke) decide seguir seu próprio caminho. Inventor e cientista, ele cria um novo sistema elétrico que poderá revolucionar o mundo. Algo que vai contra os planos do próprio Edison em dominar essa inovadora tecnologia. Filme premiado no Sundance Film Festival.

Comentários:
Não faz muito tempo e tivemos um excelente filme contando essa mesma história. Trata-se de "A Batalha das Correntes". Aqui nessa produção o roteiro obviamente foca muito mais na história do Tesla, ao contrário do anterior que tinha um foco mais ampliado dos eventos. Penso que em termos de comparação esse novo filme perde. O roteiro toma certa liberdades narrativas, como a personagem da filha de J.P. Morgan que faz uma narradora dos fatos históricos usando inclusive de ferramentas do mundo atual, como o Google. Ficou legal? Na minha opinião isso pode até funcionar com os mais jovens, porém para quem está em busca de um filme mais centrado nos aspectos históricos, soa como puro modernismo desperdiçado. Outro aspecto é que na terça parte final do filme o diretor optou por uma linguagem quase teatral. Ecos da busca por um cinema com ares de filme independente. No saldo geral acabou não me agradando muito. Preferia assistir a algo mais convencional e tradicional em termos narrativos.

Pablo Aluísio.

A Encruzilhada

É bem antiga a lenda do jovem músico que para se tornar o maior de todos os tempos acaba vendendo sua alma ao Diabo. E esse pacto, segundo essa mesma lenda, era feito em uma encruzilhada. A história do ícone do blues Robert Johnson é um exemplo perfeito dessa lenda. E até hoje, acreditem, dizem que ele realmente fez um pacto e por isso se tornou um dos maiores nomes do blues de todos os tempos. E as circunstâncias misteriosas sobre sua morte pavimentaram ainda mais esse mito. Os historiadores ainda discutem o que realmente teria acontecido, enquanto os mais velhos reforçam as velhas histórias, dizendo que sim, ele realmente fez um pacto com o Diabo. A lenda virou parte da história cultural daquela região.

Esse filme "A Encruzilhada" tem um roteiro completamente baseado nessas velhas histórias do folclore dos Estados Unidos. O protagonista é um jovem músico que quer seguir os passos dos grandes nomes do blues do passado. Interpretado pelo ator Ralph Macchio, ele é um jovem branco que precisa mergulhar na cultura negra do sul da América para finalmente se tornar um grande músico desse estilo. Considero muito bom esse filme. Ele fez relativo sucesso justamente por causa do Macchio, naquela altura colhendo os frutos de "Karatê Kid". Porém é um daqueles filmes que valem principalmente por seus próprios méritos cinematográficos. Quer conhecer um pouco das lendas do blues? Esse filme é o ideal.

A Encruzilhada (Crossroads, Estados Unidos, 1986) Direção: Walter Hill / Roteiro: John Fusco / Elenco: Ralph Macchio, Joe Seneca, Jami Gertz / Sinopse: Eugene Martone (Ralph Macchio) é um jovem músico de blues que deseja conhecer tudo sobre seu maior ídolo Robert Johnson. E quem sabe encontrar suas músicas há muito perdidas.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 11 de maio de 2021

Daryl

Título no Brasil: Daryl
Título Original: D.A.R.Y.L.
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Simon Wincer
Roteiro: David Ambrose, Allan Scott
Elenco: Barret Oliver, Mary Beth Hurt, Michael McKean, Kathryn Walker, Josef Sommer, Danny Corkill

Sinopse:
Daryl parece ser m garoto normal, como tantos outros de sua idade, só que nada disso é real. Na verdade ele é um protótipo de um ultrassecreto experimento das forças armadas dos Estados Unidos. Uma máquina de última geração.

Comentários:
O que poderia ser mais legal para um garoto dos anos 80 do que se imaginar como uma espécie de robô das forças armadas americanas? Bom, pouca coisa. Esse bom filme marcou a garotada da época justamente por causa desse mecanismo de identidade que os roteiristas usaram. E o filme é bem divertido mesmo. Talvez se leve muito à sério, mas nem isso atrapalha o resultado final. A cena do garoto Daryl fugindo com um caça supersônico espião da força áerea dos Estados Unidos foi um deleite para a garotada dos anos 80. Outro aspecto interessante é que esse filme juvenil captou também o surgimento da tecnologia dos computadores chegando nos lares americanos. De repente qualquer criança tinha acesso a computadores doméstivos, algo que inexistia até aquela data. Enfim, divertido como um Atari, Daryl até que merecia um remake com os efeitos especiais dos dias atuais. Acho que ficaria muito bacana.

Pablo Aluísio.

Encurralado

Título no Brasil: Encurralado
Título Original: Duel
Ano de Produção: 1971
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Richard Matheson, Richard Matheson
Elenco: Dennis Weaver, Jacqueline Scott, Eddie Firestone, Lou Frizzell, Gene Dynarski, Lucille Benson

Sinopse:
Um técnico de computação, em viagem pelas estradas, passa a ser perseguido, sem qualquer razão, por um motorista de um velho caminhão. A obsessão torna a viagem um verdadeiro jogo de vida ou morte. Filme premiado no Emmy Awards na categoria de melhor edição de som. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor filme especialmente produzido para a televisão.

Comentários:
Esse pode ser considerado o primeiro filme da carreira de Steven Spielberg. Antes ele já havia dirigido alguns curtas e alguns episódios para séries de TV (como "Columbo"), mas nunca havia assumido o posto de direção em um filme de longa-metragem. Feito para a TV, foi quase como um teste da Universal em relação ao jovem cineasta, recém contratado. O resultado ficou muito melhor do que era esperado. Com elementos básicos em mãos, uma história simples, Spielberg conseguiu realizar um excelente thriller de estrada, um road movie de suspense, explorando cada situação ao máximo. Tão boa foi a receptividade que em alguns países o filme foi exibido nos cinemas, cono no Canadá, Europa e Brasil. E pensar que aquele jovem diretor iniciante iria se tornar nas décadas seguintes o diretor mais popular da indústria cinematográfica. E tudo começou aqui, nesse modesto, mas muito bom telefilme dos anos 1970.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 10 de maio de 2021

Possessão - O Último Estágio

Qual é o último estágio de uma possessão demoníaca? Segundo o roteiro desse filme é aquele em que o possuído aceita de sua própria vontade a possessão do Diabo. É incrível notar como "O Exorcista" segue sendo um dos filmes mais influentes da história do cinema. Até hoje, todos os anos, são lançados dezenas de filmes de terror que basicamente são apenas genéricos desse clássico dos anos 1970. Esse aqui não é diferente. Mais um herdeiro tardio e bastardo do filme original. Basicamente a mesma ideia central, embora tente se mostrar original.

Na história um pai viúvo fica desesperado quando seu filho (um garoto de 10 anos de idade) começa a mostrar sinais de possessão. O pai tem histórico de esquizofrenia, por isso inicialmente pensa que seu filho herdou a doença, só que não é bem isso o que está acontecendo. Com a ajuda de dois padres e uma médica eles começam as sessões de exorcismo no garoto. E aí surgem os dois problemas básicos desse filme. O primeiro é que o exorcismo em si fica sem segundo plano. Sempre feito a portas fechadas, com o pai do menino (e o espectador) do lado de fora do quarto. O segundo problema do roteiro é o seu final. Inconclusivo e mal editado, vai deixar muita gente com a sensação de que o filme termina repentinamente, sem desfecho. De repente, o filme acaba! Pois é, já não se fazem mais bons genéricos de "O Exorcista" como antigamente.

Possessão - O Último Estágio (The Assent, Estados Unidos, Inglaterra, Israel, 2019) Direção: Pearry Reginald Teo / Roteiro: Pearry Reginald Teo / Elenco: Robert Kazinsky, Caden Dragomer, Peter Jason, Florence Faivre / Sinopse: Um garoto de 10 anos é possuído por Lúcifer. Dois padres exorcistas então são chamados para livrar o garoto dessa terrível possessão demoníaca. O problema é que o pai do menino tem histórico de doença mental, de esquizofrenia. Será a possessão verdadeira ou apenas sintoma desse tipo de enfermidade mental?

Pablo Aluísio.

Ao Vivo de Bagdá

Quando os Estados Unidos invadiram o Iraque, durante a guerra do Golfo, os espectadores acompanharam tudo, ao vivo, pelo canal de notícias CNN. Foi uma revolução na cobertura de guerra na época. Os bombardeios eram transmitidos no momento em que as bombas americanas caíam. Como se sabe esse grande conflito aconteceu após a invasão do Kuwait pelas tropas do exército iraquiano comandado pelo ditador Saddam Hussein. Dentro da história do jornalismo essa cobertura foi realmente algo histórico.

Esse filme aqui, produzido pelo canal HBO, conta a história sob o ponto de vista dos jornalistas. Com elenco muito bom, com destaque para o trabalho de atuação do ator Michael Keaton, esse filme tenta capturar uma narrativa próxima do documentário, embora não seja obviamente um documentário, mas um filme com atores profissionais, direção, etc. O resultado ficou muito bom. O espectador realmente se sente no meio da ação, daqueles dias conturbados. Indicado ao Globo de Ouro em três categorias, inclusive melhor ator (Michael Keaton) e melhor atriz (Helena Bonham Carter), esse filme é indispensável para quem se interessa pelo tema.

Ao Vivo de Bagdá (Live from Baghdad, Estados Unidos, 2002) Direção: Mick Jackson / Roteiro: Robert Wiener / Elenco: Michael Keaton, Helena Bonham Carter, Joshua Leonard / Sinopse: Baseado em fatos reais, o filme recria a cobertura jornalística feita pelo canal CNN durante a Guerra do Golfo, quando os Estados Unidos invadiram o Iraque. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Telefilme.

Pablo Aluísio.

domingo, 9 de maio de 2021

Viagem Clandestina

Esse filme é um pequeno clássico dos estúdios Disney. Eu particularmente me recordo de ter visto várias reprises ali nas tardes de domingo na Rede Globo, principalmente ainda na década de 1980, quando o filme ainda era considerado novo. Infelizmente esses canais de TV aberta costumam descartam filmes depois que eles ficam com cara de "velhos". Uma bobagem pois bons filmes nunca ficam velhos. Isso é coisa de gente que não é cinéfila.

A história conta a jornada de uma garotinha que vai atrás de seu pai durante a década de 1930. Tempos da grande depressão. E ela, sozinha, acaba encarando essa longa viagem. Sem dinheiro, acaba adotando de certa maneira o modo de vida dos vagabundos errantes daqueles tempos. Depois de um tempo faz uma preciosa amizade com um lobo que sofreu abusos por parte de seus antigos donos. Tudo muito caprichado, apelando mesmo para os sentimentos, como é praxe em filmes da Disney. Hoje em dia, revisto, bate a nostalgia para quem o viu lá atrás, no passado.

Viagem Clandestina (The Journey of Natty Gann, Estados Unidos, 1985) Estúdio: Walt Disney Pictures / Direção:  Jeremy Kagan / Roteiro:  Jeanne Rosenberg / Elenco: Meredith Salenger, John Cusack, Ray Wise / Sinopse: Natty Gann (Meredith Salenger) é uma garota de 12 anos que decide fazer uma grande viagem, nos anos 30, para reencontrar o pai que está trabalhando no outro lado do país. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor figurino (Albert Wolsky).

Pablo Aluísio.