quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Lincoln

Título no Brasil: Lincoln
Título Original: Lincoln
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Tony Kushner, John Logan
Elenco: Daniel Day-Lewis, Tommy Lee Jones, Joseph Gordon-Levitt, Sally Field, James Spader, Lee Pace

Sinopse:
Com roteiro baseado no livro histórico “Team of Rivals” de Doris Kearns Goodwin, o filme "Lincoln" conta a história do presidente dos Estados Unidos Abraham Lincoln em um dos momentos mais cruciais da história de sua nação, quando o país viveu uma violenta e prolongada guerra civil. O exército da União em guerra com o exército confederado do Sul.

Comentários:

Muitas pessoas não param para pensar muito sobre isso, mas gostar de filmes de western também é gostar de história. Aqui temos o ponto de vista da política em relação ao grande conflito que se deu durante todos aqueles anos. A história da guerra civil dos Estados Unidos também é a história por trás da maioria dos filmes de faroeste. E o presidente nesse período sangrento foi o cultuado Abraham Lincoln. Homem culto, advogado e humanista, até hoje ele é reverenciado nos Estados Unidos. E para interpretar esse grande nome da história ninguém melhor do que um grande ator como Daniel Day-Lewis, o maior ator de sua geração. Não canso de elogiar esse grande talento. É daqueles atores que desaparecem em seu personagem. É justamente o que acontece aqui. E a direção de Steven Spielberg só vem para engrandecer ainda mais esse belo filme. Destaco também a qualidade do roteiro que precisou adaptar uma série de detalhes e fatos históricos importantes em apenas um filme. O material original era tão extenso que seria mais adequado para uma série com várias temporadas. De qualquer forma o trabalho dos roteiristas foi excepcional. Com isso o filme já pode ser considerado pelos cinéfilos como uma verdadeira obra-prima da sétima arte. Perfeição histórica em celulóide. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor filme, atriz coadjuvante (Sally Field), ator coadjuvante (Tommy Lee Jones), ator (Daniel Day-Lewis) e direção (Steven Spielberg),

Pablo Aluísio.

O Esquadrão da Justiça

Título no Brasil: O Esquadrão da Justiça
Título Original: The Star Chamber
Ano de Produção: 1983
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Peter Hyams
Roteiro: Roderick Taylor, Peter Hyams
Elenco: Michael Douglas, Hal Holbrook, Yaphet Kotto, Sharon Gless, James Sikking, Joe Regalbuto

Sinopse:
O juiz Steven Hardin (Michael Douglas) não acredita mais na lei. Ele fica frustrado por ter que libertar criminosos perigosos, porém deve seguir sempre o que determina a lei. Depois de anos indignado decide formar um grupo para fazer justiça fora dos processos e dos trâmites legais. Ele decide executar por conta própria os piores criminosos que ficaram impunes.

Comentários:
Quando o filme começa o espectador fica chocado ao ver um juiz se tornando justiceiro. E o roteiro parece mesmo chancelar tudo o que acontece na tela, com um juiz mandando matar presos que ele mesmo mandou soltar. Ele quer justiça pelas próprias mãos, sem códigos, sem processos, sem lei nenhuma. Claro, temos aqui uma mensagem puramente fascista. Porém como poderia um progressista como o ator Michael Douglas entrar em um filme com uma mensagem tão perigosa como essa? Calma, o espectador deve ter calma. Lá pela parte final do filme vem a grande mensagem de que sem lei e sem processo não há como fazer justiça. O tal justiçamento dá errado e pessoas inocentes são executadas. Sangue nas mãos, sangue de pessoas que não fizeram nada de errado. O sistema de justiça pelas próprias mãos se mostra falho. Grande filme, grande roteiro, que traz uma mensagem mais atual do que nunca. E pensar que ainda hoje há pessoas que defendem justamente o que esse filme condena. Estão completamente obtusos. Uma mentalidade que não encontra mais espaço em países de primeiro mundo. A civilidade segue por outro caminho, que seguramente não é o da bárbarie e da violência insana.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 4 de agosto de 2020

Maria e João: O Conto das Bruxas

Título no Brasil: Maria e João - O Conto das Bruxas
Título Original: Gretel & Hansel
Ano de Produção: 2020
País: Estados Unidos, Irlanda, Canadá
Estúdio: Orion Pictures
Direção: Oz Perkins
Roteiro: Rob Hayes
Elenco: Sophia Lillis, Samuel Leakey, Alice Krige, Jessica De Gouw, Fiona O'Shaughnessy, Donncha Crowley

Sinopse:~
Gretel (Sophia Lillis) e seu pequeno irmão Hansel (Samuel Leakey), são expulsos de casa pela mãe. Eles então passam a vagar pela floresta, com fome e frio. Acabam encontrando uma velha casa, onde mora uma senhora que parece ser bondosa, pois os alimenta e lhes dá abrigo. Só que na verdade ela é uma bruxa que tem péssimas intenções em relação a essas crianças.

Comentários:
Depois de assistir a essa adaptação do conto infantil "João e Maria" (e não "Maria e João" como está no título nacional) cheguei na conclusão que esse tipo de coisa já foi um pouquinho longe demais. O conto original é um conto de fadas para ensinar as crianças o perigo de se falar com estranhos. Aqui nesse filme tudo virou uma loucura lisérgica sem muito sentido, apelando o tempo todo para um estilo até mesmo surreal de se contar histórias. Como a estorinha original tem poucas páginas, o roteirista desse filme de terror exagerou na dose, criou um monte de delírios visuais para encher a paciência do espectador. Sinceramente não gostei do resultado. Como era de esperar tudo é muito escuro, sombrio e perverso. Praticamente não sobrou muita coisa do conto de fadas. Aqui só há insanidade. A figura da bruxa pode tanto surgir na figura de uma velha senhora, como também de uma criatura de beleza eterna. Aliás o roteiro traz uma série de sequencias em flashback para contar sua história. Achei desnecessário. Enfim, melhor ir atrás da história infantial. Essa adaptação aqui é pretensiosa ao extremo e nada natural.

Pablo Aluísio.

A Última Casa

Título no Brasil: A Última Casa
Título Original: The Last House on the Left
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: Midnight Entertainment
Direção: Dennis Iliadis
Roteiro: Adam Alleca, Carl Ellsworth
Elenco: Garret Dillahunt, Michael Bowen, Joshua Cox, Riki Lindhome, Aaron Paul, Sara Paxton

Sinopse:
O filme "A Última Casa" conta uma história de terror, crime e suspense. Depois de sequestrar e estuprar brutalmente duas mulheres, gangue de presos fugitivos encontra refúgio na casa dos pais de uma de suas vítimas, os quais passam a desenvolver táticas de vingança.

Comentários:
Esse filme é na realidade um remake de uma produção de 1972 chamada "Aniversário Macabro". O filme original é hoje considerado um verdadeiro cult-movie de uma linha de filmes mais crus e viscerais, muitas vezes produzidos sem grande orçamento (ou com orçamento beirando o zero absoluto!. Essa refilmagem aproveitou o enredo original, mas com nova roupagem, boa produção e elenco mais conhecido do público atual. E talvez esse seja o grande problema desse novo filme, pois fãs de terror de linha mais sangrenta acabaram considerando essa nova versão "muito limpinha" para o gosto deles. Com isso o roteiro se mostrou bem mais convencional, sem maiores ousadias. A famosa cena de estupro do filme original foi bem amenizada para não chocar tanto. Ela se tornou bem mais "clean". Outra coisa que irritou bastante os admiradores do filme original é que nesse novo remake foi criado um personagem bem do estilo bom moço, para contrabalancear com os vilões. No filme original não havia espaço para esse tipo de bom mocismo. Por fim o roteiro também foi considerado equivocado em seu desenvolvimento. Para os "puristas", tudo se resolveria rápido demais, sem desenvolver melhor os acontecimentos, como no filme da década de 1970. Ou seja, trocando tudo isso em miúdos, a lição que fica é que mexer em filmes cultuados do passado, principalmente em se tratando de filmes de terror, quase sempre é uma má ideia.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Boneco do Mal II

Título no Brasil: Boneco do Mal II
Título Original: Brahms - The Boy II
Ano de Produção: 2020
País: Estados Unidos
Estúdio: Lakeshore Entertainment
Direção: William Brent Bell
Roteiro: Stacey Menear
Elenco: Katie Holmes, Christopher Convery, Owain Yeoman, Ralph Ineson, Daphne Hoskins, Keoni Rebeiro

Sinopse:
Um jovem casal e seu filho de nove anos decide ir para o campo, alugando uma antiga casa. Eles querem superar um trauma nascido quando sua casa em Nova Iorque foi invadida e assaltada. Para o garoto isso é mais do que recomendado, porque ele parou de falar após o crime. E nessa casa ele acaba encontrando um antigo boneco no bosque. Algo que vai mudar a vida de toda a família para sempre.

Comentários:
Eu gostei do primeiro filme. Havia ali um clima de terror inglês que me deixou bem satisfeito com o resultado final. Agora os produtores apostaram em outra direção, mais de acordo com o cinema de terror que é produzido nos Estados Unidos. Pois é, "Boneco do Mal 2" deixa o terror mais vitoriano de lado para apostar em um enredo mais convencional, americanizado. O boneco Brahms está de volta. Na aparência ele parece um velho brinquedo, daqueles que as pessoas jogam fora. Só que por trás dele há uma história envolvendo um garoto que tinha problemas mentais e que era escondido por sua família, porque naqueles tempos era uma grande vergonha para essas famílias ricas e de elite terem como filho um menino com necessidades especiais. Esse fio do passado ainda é tecido nesse segundo filme, mas sem se alongar demais sobre essa questão. O mais importante é mesmo dar alguns belos sustos no público. Esse segundo filme também traz uma novidade no elenco, com a presença da atriz  Katie Holmes. Pelo visto a boa bilheteria do primeiro Boneco do Mal animou ela a participar dessa sequência, interpretando justamente a mãe do garoto oprimido pelo Brahms. Ela também é mãe, na vida real, de uma garota quase na mesma faixa etário do personagem do filme. A garota é filha do ator Tom Cruise. Enfim, vale a pena conhecer esse terror. Não é melhor do que o primeiro, mas ainda assim é um bom filme do gênero, eficiente e bem realizado.

Pablo Aluísio.

Hellraiser - O Julgamento

Título no Brasil: Hellraiser - O Julgamento
Título Original: Hellraiser - Judgment
Ano de Produção: 2018
País: Estados Unidos
Estúdio: Dimension Films
Direção: Gary J. Tunnicliffe
Roteiro: Gary J. Tunnicliffe
Elenco: Damon Carney, Randy Wayne, Alexandra Harris, Heather Langenkamp, Paul T. Taylor, Gary J. Tunnicliffe

Sinopse:
Três policiais de Los Angeles investigam um caso envolvendo um serial killer que assina seus crimes como o "preceptor". Há um toque de religiosidade fanática em seus assassinatos. Sò que isso é apenas a ponta do iceberg, pois seres sobrenaturais começam a julgar os vivos e os mortos por seus pecados, os condenando a torturas horríveis e inimagináveis.

Comentários:
Que filme ruim! Realmente essa franquia "Hellraiser" sempre foi problemática. De verdade apenas o primeiro filme pode ser considerado um bom filme de terror. O restante da série é bem ruim mesmo. Com o tempo a qualidade dos filmes apenas piorou, não sobrando muita coisa a elogiar. Esse aqui é dos piores. O roteiro é bem ruim, os protagonistas são realmente péssimos e tudo soa como falso, fake. Pouca coisa se salva. O pior é que conseguiram estragar até mesmo o Pinhead, aquele personagem com pregos na cabeça, sempre lembrado do primeiro filme. Ele se tornou banal e tosco. E o que dizer de seu combate final com uma jovem loira representando um anjo? Muito fraco, praticamente risível. Eu já esperava por algo fraco, mas não pensei que fosse tão ruim. E pensar que esse filme B foi produzido pela Dimension, companhia cinematográfica sempre lembrada por bons filmes de terror no passado! Erraram a mão demais nessa produção, provavelmente estejam indo à falência... ou algo assim. Enfim, praticamente nada se salva. Fica apenas a vontade de rever o filme original, aquele sim um bom filme de terror dos anos 80, até hoje lembrado pelos fãs. 

Pablo Aluísio.

domingo, 2 de agosto de 2020

Bombshell: A História de Hedy Lamarr

Título no Brasil: Bombshell - A História de Hedy Lamarr
Título Original: Bombshell - The Hedy Lamarr Story
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: Reframed Pictures
Direção: Alexandra Dean
Roteiro: Alexandra Dean
Elenco: Hedy Lamarr, Mel Brooks, Jennifer Hom, Peter Bogdanovich, Diane Kruger, Robert Osborne 

Sinopse:
Documentário que resgata a história da atriz Hedy Lamarr. Durante a década de 1940 ela se tornou uma das estrelas mais populares do cinema americano. Além de seu sucesso ela se destacou também ao criar um sistema de transmissão de rádio de ondas alternadas durante a II Guerra Mundial. Esse documentário recupera imagens raras de filmes e aparições públicas da atriz, além de trazer entrevistas inéditas de pessoas que conviveram com ela, inclusive de seus familiares. 

Comentários:
Uma atriz de cinema que também era inventora? Que criou um sistema que até hoje é usado em celulares, GPS e até satélites? Pois é, parece roteiro de filme B, altamente improvável de ter acontecido na vida real, mas de fato é uma história mais do que realista. A Hedy Lamarr era uma bombshell da Metro, uma mulher muito bonita que virou estrela de cinema. Só que ela também era uma mulher muito inteligente que a despeito de não ter uma educação formal adequada, conseguiu feitos incríveis. Sua patente de invenção vale hoje algo em torno de 30 bilhões de dólares, segundo o documentário, porém ela nunca desfrutou disso. Ao contrário, morreu pobre, esquecida e reclusa em Nova Iorque, depois de uma série de casamentos fracassados. Algo muito comum de acontecer com esse tipo de diva. Quando a juventude se vai, a beleza deixa de existir e elas geralmente eram descartadas pela indústria do cinema. Um fato que chama muito atenção é que sua invenção estava tão à frente de seu tempo que passou anos sem ser utilizada. Só recentemente é que se tornou um item indispensável para produtos que exigem alta tecnologia. Quem diria que a bela Hedy Lamarr era também uma genial inventora e cientista?  É aquele tipo de enredo que nem os mais criativos roteiristas de Hollywood poderiam imaginar.

Pablo Aluísio.

O Príncipe das Marés

Título no Brasil: O Príncipe das Marés
Título Original: The Prince of Tides
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Barbra Streisand
Roteiro: Pat Conroy
Elenco: Barbra Streisand, Nick Nolte, Blythe Danner, Kate Nelligan, Jeroen Krabbé, Melinda Dillon

Sinopse:
Baseado no romance escrito por Pat Conroy, o filme "O Príncipe das Marés" conta a história de Tom Wingo (Nick Nolte). Após sua irmã tentar o suicídio ele vai até Nova Iorque para ajudá-la. Na grande cidade se apaixona pela analista Susan Lowenstein (Barbra Streisand). Só que há um problema: Tom é casado, pai de três filhas e não consegue lidar com essa nova paixão em sua vida.

Comentários:
Além de talentosa cantora e atriz, Barbra Streisand também se revelou uma excelente cineasta nesse filme. Esse foi seu segundo filme como diretora. Antes ela tinha feito algumas experiências nesse sentido, com curtas, mas esse foi mesmo sua segunda experiência em uma grande produção, em um renomado estúdio de Hollywood. Ela faz um filme muito bonito de se ver, com bela fotografia e trilha sonora incidental bem romântica. O público, especialmente o feminino, gostou muito e a crítica teceu elogios. Parecia ser um novo começo em sua vida profissional, mas ela só voltaria a dirigir apenas mais um filme, "O Espelho tem Duas Faces". cinco anos depois. De qualquer maneira esse até raro registro dela dirigindo um longa-metragem, mostra que ela tinha a sensibilidade certa para essa função. Aliás, para surpresa de muitos, o filme conseguiu a façanha de levar sete indicações ao Oscar, entre elas a de melhor filme, melhor ator (Nick Nolte, quem diria, em um dos melhores momentos de sua carreira), melhor atriz coadjuvante (Kate Nelligan), melhor direção de fotografia (belo trabalho de Stephen Goldblatt) e melhor trilha sonora incidental (como já havia frisado, em ótimos temas musicais conduzidos e compostos pelo autor James Newton Howard). Enfim, temos aqui um belo romance do começo dos anos 90, assinado pela Barbra Streisand. Para seus fãs é um filme realmente obrigatório.

Pablo Aluísio.

sábado, 1 de agosto de 2020

Conexão Mortal

Título no Brasil: Conexão Mortal / Celular
Título Original: Cell
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: 120dB Films
Direção: Tod Williams
Roteiro: Stephen King
Elenco:  John Cusack, Samuel L. Jackson, Isabelle Fuhrman, Clark Sarullo, Ethan Andrew Casto, Owen Teague

Sinopse:
Clay Riddell (John Cusack) é um criador de histórias em quadrinhos que se vê numa situação limite. Enquanto esperava seu avião em um aeroporto de Chicago, ele percebe que as pessoas que estavam falando ao celular subitamente sofrem um colapso, caindo no chão, em convulsões horríveis. Depois passam a atacar todos os demais passageiros no terminal. Agora, em um novo apocalispe zumbi, a única intenção passa a ser sobreviver.

Comentários:
Quando Stephen King acerta, ele cria verdadeiros clássicos que rendem excelentes filmes. Porém quando ele erra a mão, erra pra valer mesmo. Só sai porcaria. Esse filme é um desses momentos infelizes do escritor. Ele mesmo escreveu o roteiro para esse filme muito, muito fraco. Confesso que quase desisti do filme logo na sua primeira cena, a do aeroporto. As pessoas dando ataques e virando zumbis foi uma das coisas mais ridículas que já vi em um filme inspirado na obra do King. Depois as coisas não melhoram. Os personagens interpretados pelos atores John Cusack e Samuel L. Jackson saem armados de fuzis nas ruas para procurar uma saída naquele apocalipse zumbi. A única diferença de todos os outros filmes nessa linha, que já saturaram, é bom salientar, é que os infectados viram praticamente meras antenas de celulares... é bizarro! Se nos filmes anteriores a origem do mal vinha de algum vírus, etc, agora todos viram zumbis sem alma por causa do aparelho celular! Certo, o King quis criticar as pessoas que ficam viciadas em celular, como se tornassem zumbis, mas não precisva apelar para algo tão banal. Essa é uma premissa boba, débil mental, ridícula, não tem salvação, não sustenta trama nenhuma, nem de livro, nem de filme. Enfim, um filme ruim causado pelo material original igualmente ruim no qual foi inspirado. Um Stephen King péssimo querendo imitar The Walking Dead, mas sem originalidade e sem vergonha na cara.

Pablo Aluísio.

Magnatas do Crime

O diretor Guy Ritchie volta à boa forma com esse novo filme. É uma espécie de filme de gângster numa linha mais moderna e descolada. O personagem principal interpretado pelo ator Matthew McConaughey se chama Michael Pearson. Ao longo da vida ele teve acesso a boas escolas e boas universidades, mas o negócio dele nunca foi o mundo dos estudos. O que ele gostava mesmo era de vender drogas para esses estudantes grã-finos. O tempo passa e ele resolve se mudar para Londres. E em pouco tempo se torna o maior traficante da Inglaterra. Só que ele trafica apenas maconha, uma mercadoria complicada de cultivar em um país como aquele, pequeno, sem muitas terras onde você poderia esconder uma plantação da erva. Sua solução é criar ambientes de alta tecnologia, no sub-solo, onde os policiais nem desconfiam que a maconha é cultivada. Só que ele agora quer vender seus "negócios" e aí os problemas começam a surgir. A máfia chinesa se mete no meio da transação, os russos querem vingança pela morte de um filho do chefão e nesse processo a violência explode.

O filme segue na linha do cinema tipicamente desse diretor. A direção procura o ágil, a edição é toda em cima de uma linguagem mais acelerada. O espectador vai pegando os pedaços de narrativa no ar, procurando sempre fugir do convencional. As cenas de ação não ditam o ritmo do filme, mas quando elas surgem na tela, se tornam o grande atrativo. Dizem que o ator Matthew McConaughey só aceitou fazer o filme se seu personagem se tornasse um traficante especializado apenas em comercializar maconha, porque segundo ele seria uma droga não fatal. E de fato há um diálogo no filme em que ele diz exatamente isso. Bobagem. Seja lá o que for, é um criminoso e era exatamente isso que Guy Ritchie queria para seu filme. E ele conseguiu chegar nisso. Melhor para todos pois é sem dúvida um bom filme.

Magnatas do Crime (The Gentlemen, Estados Unidos, Inglaterra, 2019) Direção: Guy Ritchie / Roteiro: Guy Ritchie, Ivan Atkinson / Elenco: Matthew McConaughey, Charlie Hunnam, Colin Farrell, Hugh Grant, Michelle Dockery, Jeremy Strong / Sinopse: O traficante Michael Pearson (Matthew McConaughey) se torna o maior produtor e vendedor de maconha da Inglaterra e agora deseja vender todos os seus "negócios", só que isso definitivamente não vai ser fácil, gerando uma série de mortes, crimes e violência no meio do caminho.

Pablo Aluísio.