terça-feira, 27 de agosto de 2019

O Assalto

Título no Brasil: O Assalto
Título Original: Heist
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Morgan Creek Entertainment
Direção: David Mamet
Roteiro: David Mamet
Elenco: Gene Hackman, Rebecca Pidgeon, Danny DeVito, Sam Rockwell, Rebecca Pidgeon, Patti LuPone

Sinopse:
Ladrão de Joias profissional, veterano e experiente, acaba entrando em conflito com seu antigo parceiro de crimes por causa de um pequeno erro que cometeu durante um dos roubos. Ele se deixou filmar por acidente por uma câmera de segurança. Ele então decide compensar o erro, trabalhando em um novo e bem elaborado roubo.

Comentários:
Esse foi um dos últimos filmes do ator Gene Hackman. Depois de uma longa carreira, onde ele trabalhou em alguns clássicos do cinema, decidiu finalmente se aposentar. E como faz falta um Gene Hackman no cinema hoje em dia. Pois é, o ator se aposentou e não deixou herdeiros. Claro, esse "Heist" não pode ser comparado aos seus grandes filmes do passado, principalmente com os que fez nos anos 70, porém é bem acima da média do que era produzido em sua época de lançamento. É um filme com um roteiro bem elaborado, apostando mais uma vez nesse verdadeiro nicho dos filmes policiais, a dos grandes assaltos. Na trama temos um ladrão de joias (lembrou de "Ladrão de Casaca" de Hitchcock?) que acaba entrando em atrito com alguns comparsas. Parece simples, mas não é. O roteiro foi escrito por David Mamet, que também dirigiu o filme. Quem conhece o trabalho dele sabe que pode ser tudo, menos banal. Gostei bastante quando vi pela primeira vez e ainda hoje recomendo. É um tipo de filme que, assim como Hackman, também faz falta nos dias atuais.

Pablo Aluísio.

A Marca do Zorro

Título no Brasil: A Marca do Zorro
Título Original: The Mark of Zorro
Ano de Produção: 1974
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox
Direção: Don McDougall
Roteiro: Brian Taggert, John Taintor Foote
Elenco: Frank Langella, Ricardo Montalban, Gilbert Roland, Louise Sorel, Robert Middleton, Anne Archer

Sinopse:

Don Diego de La Vega (Frank Langella) é um nobre que sensibilizado pelas injustiças que presencia resolve assumir a identidade de um justiceiro mascarado chamado Zorro. Sua presença desperta a ira das autoridades da região, em especial do Capitão Esteban (Ricardo Montalban) que fará de tudo para desmascará-lo. O povo porém passa a proteger Zorro.

Comentários:
Eu me recordo perfeitamente bem de assistir esse filme durante os anos 80, sendo exibido pela Rede Globo. Na época eu achava muito interessante ter o ator Frank Langella interpretando o Zorro porque afinal de contas eu havia adorado seu trabalho naquele excelente filme do Drácula em 1979. Pois é, ator carismático, interpretando dois personagens ícones do cinema e isso em dois filmes realmente muito bons. Além de Frank Langella esse filme ainda tinha outra atração no elenco para os cinéfilos, a presença de Ricardo Montalban como o inimigo do Zorro. Aqui não era o Sargento Garcia das cenas de humor da série de TV, mas um personagem mais sério, o Capitão Esteban, sempre disposto a prender o cavaleiro mascarado. Excelente produção, com roteiro preciso, elenco perfeito, tudo resultou até hoje em um dos melhores filmes do Zorro. O filme foi bastante reprisado ao longo dos anos na TV brasileira, mas infelizmente saiu de cena após os anos 90. Uma pena que as novas gerações não tenham tido a oportunidade de conhecer um filme tão bom e tão marcante para quem o viu na TV aberta. Em meu caso é uma peça de nostalgia dos meus anos de juventude.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Esposa de Mentirinha

Título no Brasil: Esposa de Mentirinha
Título Original: Just Go with It
Ano de Produção: 2011
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Dennis Dugan
Roteiro: Allan Loeb, Timothy Dowling
Elenco: Adam Sandler, Jennifer Aniston, Nicole Kidman, Brooklyn Decker, Nick Swardson, Bailee Madison

Sinopse:
Danny (Sandler) tem um passado de relacionamentos fracassados. Ele então acaba se apaixonando por uma jovem e para não se mostrar tão carente e desesperado inventa que é casado com sua melhor amiga, trazendo uma série de constrangimentos e desencontros em sua vida emocional.

Comentários:
Não é um bom filme, mas pelo menos é um pouco menos idiota do que a média das comédias estreladas pelo Adam Sandler. Pelo visto a presença de duas boas atrizes como Jennifer Aniston e Nicole Kidman fizeram com que o estúdio caprichasse um pouco mais em termos de roteiro do que o habitual, em se tratando de Sandler. Assim a vergonha alheia ficaria menor. E por falar nelas... a única razão para ver esse filme é justamente o elenco feminino. Em relação a  Jennifer Aniston não há tanto estranhamento em vê-la por aqui, afinal as comédias românticas estão bem de acordo com o que ela usualmente trabalha. É o nicho cinematográfico preferido de seus filmes desde que ela saiu da TV para o cinema. O que é estranho mesmo é ver Nicole Kidman nesse elenco, já que essa definitivamente não é a sua praia. O pior é que Nicole está em um papel bem secundário, nada adequado ao seu status de estrela de Hollywood. O que será que a fez embarcar nessa canoa furada? Eu particularmente não tenho a menor ideia. Então é isso, temos aqui um filme bem "Sessão da Tarde", mas com um elenco de atrizes inegavelmente acima da média.

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de agosto de 2019

O Escorpião Rei

Título no Brasil: O Escorpião Rei
Título Original: The Scorpion King
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Chuck Russell
Roteiro: Stephen Sommers, Jonathan Hales
Elenco: Dwayne Johnson, Steven Brand, Michael Clarke Duncan, Kelly Hu, Bernard Hill, Peter Facinelli

Sinopse:
No deserto do Egito uma nova ameaça surge no horizonte. Um líder guerreiro que comanda um exército praticamente invencível. A guerra se aproxima e definirá quem finalmente vai conquistar o poder absoluto.

Comentários:
Filme fraco, apesar da ideia ser pelo menos interessante, sob o ponto de vista da cultura pulp. O curioso é que foi um filme que nasceu de outra franquia e que ironicamente deu origem a sua própria linha de filmes, em continuações cada vez mais fracas. Assim é no final das contas um mero derivado da franquia "A Múmia" que já não era grande coisa. Aqui aproveitaram um personagem secundário do primeiro filme e resolveram fazer uma nova produção apenas para ele, claro tentando também transformar o "The Rock" (Dwayne Johnson) em um novo astro dos filmes de ação. No geral tudo é muito derivativo e sem importância, apoiando-se completamente nos efeitos especiais, que são até bons, porém inferiores aos dos filmes da múmia. Curiosamente houve um Faraó no Egito Antigo que se chamava Escorpião Rei, porém pouco se sabe sobre ele. Claro que o roteiro desse filme não está nem um pouco preocupado com história, mas apenas em faturar nas bilheterias com um produto fast food. Enfim, um filme sem razão de ser que apesar disso conseguiu gerar continuações! Pois é, como gostava de dizer um antigo produtor de Hollywood, sempre é bom não subestimar o gosto ruim do público americano. Ele muitas vezes dá lucros inesperados.

Pablo Aluísio.

O Quarto dos Esquecidos

Título no Brasil: O Quarto dos Esquecidos
Título Original: The Disappointments Room
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Relativity Media
Direção: D.J. Caruso
Roteiro: D.J. Caruso, Wentworth Miller
Elenco: Kate Beckinsale, Mel Raido, Lucas Till, Duncan Joiner, Michaela Conlin, Michael Landes

Sinopse:
A arquiteta Dana Barrow (Kate Beckinsale) e seu marido David (Mel Raido) decidem mudar de vida. Eles resolvem comprar uma antiga casa no interior. Deixando a cidade grande para trás eles começam a perceber que o lugar, há muito abandonado, está assombrado por espíritos malignos. O lugar no passado foi residência de um cruel magistrado e palco de um crime sangrento e desumano.

Comentários:
É uma história baseada em fatos reais. De maneira em geral gostei desse novo filme de terror que procura seguir o caminho das antigas fitas sobre casas mal assombradas. Todos os elementos estão presentes, inclusive o fantasma de uma garotinha que em vida vivia escondida, reclusa, por seu próprio pai, um juiz que tinha vergonha do fato da filha ser portadora de deficiência. Um sujeito orgulhoso, frio, que no fundo não passava de uma canalha. A personagem de Kate Beckinsale procura reformar a casa que comprou (que no passado pertenceu a esse juiz e sua família) e vai descobrindo novos lugares dentro do imóvel, entre eles justamente o pequeno quarto onde a menina era mantida longe dos olhos dos outros moradores da cidade. Um ambiente pesado, cheio de energias ruins e negativas. Assim o roteiro vai explorando essa situação. O filme só não é melhor porque há uma certa pressa em desenvolver todos os acontecimentos. Como foi lançado no circuito comercial os produtores optaram por dar agilidade à trama, algo nem sempre bem-vindo nesse tipo de filme, que deveria explorar muito mais as nuances e o suspense desses quartos escuros e sombrios.

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de agosto de 2019

A Chegada

Título no Brasil: A Chegada
Título Original: Arrival
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Reliance Entertainment
Direção: Denis Villeneuve
Roteiro: Eric Heisserer, Ted Chiang
Elenco: Amy Adams, Jeremy Renner, Forest Whitaker, Michael Stuhlbarg, Mark O'Brien, Abigail Pniowsky

Sinopse:
Especialista em línguas e linguagens é levada pelo governo americano para uma região remota onde aterrisou uma nave espacial de origem desconhecida. Ela terá que tentar abrir um canal de comunicação com os estranhos seres alienígenas que vieram do espaço. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Edição de Som.

Comentários:
Esse filme prima muito mais pela inteligência do que propriamente pelo sensacionalismo que sempre está presente em filmes sobre contatos entre a humanidade e seres alienígenas. Partindo do pressuposto (meio óbvio) de que civilizações extraterrestres seriam mais desenvolvidas que nós, o filme mostra a chegada de estranhas espaçonaves por todo o planeta e a tentativa de se comunicar com esses estranhos seres. A protagonista é uma especialista em línguas e símbolos, a Dra. Louise Banks (Amy Adams), que precisa decifrar a forma como os aliens tentam entrar em contato conosco. Ela é levada pelas forças armadas até o local de pouso de uma dessas naves e uma vez lá tenta abrir um ponte de comunicação, algo muito complexo de se realizar com sucesso. O roteiro porém vai além. Ele não se limita a mostrar esse primeiro contato, mas também envolver conceitos como outras dimensões e até mesmo viagens no espaço-tempo. Com tantas nuances diferentes para explorar no curto espaço de tempo de um filme, não foram poucos os espectadores que acabaram se perdendo no fio da meada da narrativa. Não vejo isso como algo negativo, mas sim altamente positivo. É uma maneira de entendermos que Hollywood não está parada, contente em apenas explorar velhos clichês, mas também avançar em busca de textos mais rebuscados e complexos. Uma maneira de se comunicar com essa nova geração que está ai, uma juventude que já nasce cercada de tecnologia por todos os lados. Não subestimando a capacidade de compreensão dessa moçada, o filme acaba ganhando muitos pontos a seu favor.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Meu Nome é Taylor, Drillbit Taylor

Título no Brasil: Meu Nome é Taylor, Drillbit Taylor
Título Original: Drillbit Taylor
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Steven Brill
Roteiro: Kristofor Brown, Seth Rogen
Elenco: Owen Wilson, Josh Peck, Alex Frost, Casey Boersma, Dylan Boersma, David Koechner

Sinopse:
Um grupo de jovens nerds, aterrorizados pelos valentões da escola e do bairro, decide contratar um cara mais velho para defendê-los. Só que contratam o cara errado, o tal de Drillbit Taylor (Wilson), que não passa de uma fraude.

Comentários:
Eu simpatizo com o humor do ator Owen Wilson. Ele é aquele tipo de sujeito que desperta mesmo simpatia pois tem bastante carisma pessoal. Não é o cara mais engraçado do mundo e não faz força para isso, mas funciona bem em comédias. Esse filme aqui é um dos mais fracos da carreira dele (que tem bastante filme divertido em sua filmografia). A ideia principal nasceu da mente do amigo (e também ator) Seth Rogen. Ele queria reviver os filmes de adolescentes dos anos 80, principalmente aqueles que tinham nerds, mas não deu muito certo. A Paramount investiu 40 milhões de dólares nesse projeto que deveria ter sido um filme despretensioso e amargou um prejuízo incrível nas bilheterias porque o público não foi aos cinemas ver o resultado. E o Seth, que andava com carta branca em Hollywood, acabou manchando o potencial comercial que envolvia seus projetos. Bem feito, já que o filme realmente não é bom e nem particularmente engraçado. É só uma ideia meio boba que não funcionou bem. Pois é, já não se fazem mais filmes adolescentes como antigamente. 

Pablo Aluísio.

It: A Coisa

Falou-se bastante que Stephen King já não era mais um nome de apelo comercial nos cinemas. Realmente fazia tempo que um filme com seu nome no cartaz havia feito sucesso. Então essa nova versão para um antigo livro do escritor chegou nas telas de cinema de todo o mundo em 2017 e virou um enorme êxito de bilheteria, faturando mais de 500 milhões de dólares ao redor do mundo. Nada mal. Com esses números já é o filme de maior sucesso de Stephen King para o cinema. O mais interessante para o estúdio é que o filme só traz parte da trama do livro original. Ainda há toda uma segunda parte prontinha para ser adaptada em um futuro próximo (segundo algumas fontes serão mais dois filmes e não apenas um para dar continuação na estória!).

Eu particularmente gostei bastante dessa nova versão. Esse livro já tinha sido adaptado nos anos 90 para uma minissérie que inclusive foi lançada em VHS no Brasil na época, mas nada realmente se compara com esse novo filme. O diretor Andy Muschietti acertou em cheio. Ele recuperou parte das características de muitos filmes dos anos 80, aliando tudo aos efeitos especiais mais modernos do mundo atual. O palhaço inclusive bate fundo no imaginário do público - até porque muitas pessoas desenvolvem esse medo de palhaços logo na infância. Provavelmente seja um dos personagens mais bem bolados da obra de King. A cena dele no bueiro, com o garotinho sendo convidado a ir até lá, na escuridão, para pegar balões de circo, já está inserida na cultura pop de forma definitiva. O segundo filme muito provavelmente não terá o mesmo impacto, já que a segunda parte do livro já não é tão boa quanto essa primeira, mas mesmo assim vale conferir. Stephen King não pode mais ser subestimado no mundo do cinema. Não depois desse "It".

It: A Coisa (It, Estados Unidos, 2017) Direção: Andy Muschietti / Roteiro: Chase Palmer, Cary Fukunaga, baseados no best seller escrito por Stephen King / Elenco: Bill Skarsgård, Jaeden Lieberher, Finn Wolfhard / Sinopse: Um grupo de garotos descobre que uma estranha criatura sobrenatural está aterrorizando sua cidade nos anos 80. Eles a chamam simplesmente de "It" (a coisa). Essa entidade que veio diretamente do inferno parece se alimentar do medo alheio, assumindo as mais diversas formas para espalhar o horror. Filme vencedor do Golden Trailer Awards na categoria de Melhor Trailer do ano - Filme de Terror.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Kardec

Título no Brasil: Kardec
Título Original: Kardec
Ano de Produção: 2019
País: Brasil
Estúdio: Conspiração Filmes
Direção: Wagner de Assis
Roteiro: L.G. Bayão, Wagner de Assis
Elenco: Leonardo Medeiros, Letícia Braga, Sandra Corveloni, Genésio de Barros, Christian Baltauss,

Sinopse:
Professor francês de ensino fundamental pede demissão e aposta numa carreira de escritor. Após ter contato com um novo fenômeno chamado de "mesas falantes" ele decide escrever sobre o tema. Adota o pseudônimo de Allan Kardec e escreve o primeiro de uma série de livros sobre o assunto. Seu primeiro livro chamado "O Livro dos Espíritos" se torna um grande sucesso de vendas na França.

Comentários:
O filme tem pontos positivos e negativos. Seguramente é um filme bem produzido, Figurinos, cenários, reconstituição histórica, nada a reclamar. Tem também um fotografia bonita de se ver. Os problemas surgem mesmo no roteiro. Ao invés de adotar uma postura imparcial da figura de Kardec, os roteiristas caíram na velha armadilha de fazer propaganda do espiritismo. Assim o filme deixa de se comunicar com todos os públicos para focar apenas naquele pequeno nicho de membros dessa religião. Apesar disso são louváveis as tentativas de se segurar um pouco mais na história, mostrando aspectos negativos da personalidade de Kardec. Uma delas foi o fato dele ter plagiado a obra de uma conhecida, sem lhe dar os devidos créditos, ficando com todo o lucro da venda de seu primeiro livro sobre os espíritos. Pois é, até hoje paira sobre sua biografia a acusação de ter sido um escritor plagiador, que colheu os frutos de obra alheia.

E no meio disso também encontramos erros históricos cuja culpa não é diretamente dos roteiristas, mas da própria história do espiritismo contada por espíritas. Uma delas é a idade das meninas que recebiam recados do além. No filme elas são retratadas como duas garotinhas. Na vida real eram senhoritas de mais de 30 anos de idade, com muita experiência em ocultismo. Um erro histórico que os próprios livros de espiritismo repetem, justamente para dar maior credibilidade à história de Kardec. Também soa cansativo essa coisa de colocar os membros do clero católico como vilões. Sempre que eles aparecem o diretor os coloca em sombras, com fotografia escura. Que bobagem! Puro maniqueísmo para manipular o público. Enfim, se tem algo que prejudicou esse filme foi justamente isso, a vontade de fazer propaganda dessa religião que inclusive anda bem esquecida na própria França onde nasceu. Isso de certa forma estragou um filme que poderia ser bem mais promissor.

Pablo Aluísio.

A Máquina do Tempo

Acabei gostando dessa nova versão cinematográfica para o clássico livro escrito por H.G. Wells. Ok, eu posso até concordar com algumas críticas da época do lançamento original do filme nos cinemas que diziam que exageraram um bocadinho na computação gráfica, tirando de certa maneira um pouco do charme vitoriano da estória do Wells. Isso realmente aconteceu. Porém também não se pode negar que a direção de arte do filme é de encher os olhos. O que hoje em dia é mais conhecido como design de produção está mais do que caprichado. Tudo surge na tela muito brilhante, muito dourado, bem no estilo do universo que esse genial escritor um dia imaginou em seus escritos.

O enredo continua o mesmo - afinal não poderia mudar. Um homem do século XIX resolve construir uma incrível máquina que o faz viajar pelo tempo, visitando eras distantes, passados remotos, interagindo com personagens históricos, etc. Esse é um dos velhos sonhos do homem, ter a possibilidade de um dia visitar o próprio passado, talvez para consertar certos erros, mudar algumas coisas que depois se tornam arrependimentos pela vida afora ou até mesmo mudar o próprio rumo da história da humanidade. Enfim, algo tão presente na mente dos seres humanos que foi explorado com perfeição pelo maravilhoso H.G. Wells, que diga-se de passagem era um gênio não apenas da literatura. Em seus inúmeros livros ele previu a invenção de máquinas que só iriam surgir muitos anos depois de sua morte como o avião, o helicóptero e o submarino. Ainda não conseguimos inventar uma máquina do tempo como bem imaginou Wellls, mas quem sabe um dia chegaremos lá... no mundo da ciência nada parece ser realmente impossível.

A Máquina do Tempo (The Time Machine, Estados Unidos, 2002) Direção: Simon Wells / Roteiro: David Duncan / Elenco: Guy Pearce, Yancey Arias, Mark Addy / Sinopse: Baseado na famosa novela de ficção escrita pelo genial escritor H.G. Wells em 1895, o filme conta a estória de um jovem cientista que consegue criar algo magnífico, uma máquina do tempo que consegue levar seus tripulantes para o passado e o futuro. Dentro da cabina da maravilhosa máquina ele passa então a viajar pelas eras passadas e futuras, se envolvendo em inúmeras aventuras. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Maquiagem (John M. Elliott Jr e Barbara Lorenz).

Pablo Aluísio.