quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019
Salem
Eu ainda não terminei de assistir a essa série de terror chamada "Salem". É a tal coisa, de maneira em geral, gostei do que vi. Obviamente ela ainda se rende muitas vezes a clichês televisivos, certos cacoetes que imperam nesse tipo de programa, mas mesmo assim consegue ainda trazer coisas bem interessantes, principalmente personagens fortes que lhe fazem seguir em frente, mesmo com alguns episódios fracos, sem razão de ser. Também se sobressai por trazer um visual dark, escuro e sombrio muito bem feito. A direção de fotografia é excelente.
Some-se a isso ao fato de ser uma série de época, histórica, com mesclas de realismo fantástico, é você entenderá porque após poucos episódios ela te prende mesmo. Há um clima de bruxaria no ar, mas não bruxaria infantojuvenil como estamos acostumados a ver, que acaba mesmo prendendo a atenção de quem gosta do gênero terror. Abaixo eu resgatei alguns comentários que fiz de episódios que mais me chamaram a atenção. Uma pequena amostra de "Salem", que a título de informação adicional teve no total 3 temporadas produzidas e exibidas entre os anos de 2014 a 2017. Por ser de certa forma tão anticonvencional acredito que até durou muito além do que era esperado. Afinal em muitos momentos "Salem" era Heavy Metal demais para a padronizada programação da televisão comercial dos Estados Unidos.
Salem 1.02 - The Stone Child
Na história real Salem foi uma cidade atingida em cheio pela Inquisição Protestante onde muitos homens e mulheres foram queimadas vivas ou enforcadas acusados de bruxaria. Na série porém temos um quadro de realismo fantástico, onde as bruxas existem, são poderosas e dominam o lugar com punhos de ferro. Mais uma produção muito bem realizada com estilosa direção de arte. Esse episódio em especial abre com uma frase interessante que diz: "A maioria das pessoas que já viveu na história estão mortas. E grande parte delas ardem nas profundezas do inferno pela eternidade"! Pela frase já deu para perceber que a série é bem escrita mesmo, palmas aos roteiristas. Mary Sibley é a personagem central. Bruxa, maquiavélica e cruel ela controla seu marido (colocando um sapo em sua boca) e como ele é o homem mais poderoso de Salem também tem a cidade sob seu domínio. Para quem aprecia cenas fortes duas sequências chamam a atenção nesse episódio: um aborto horrível e uma busca por um corpo em uma vala com vários cadáveres em decomposição. Uma série não recomendada para pessoas impressionáveis demais.
Salem 1.04 - Survivors
Um navio contaminado pela temida gripe espanhola chega no porto de Salem, pequena vila da colônia britânica no novo mundo. Para evitar que todos os habitantes morram ao terem contato com essa terrível doença que matou milhões de pessoas na Europa, Mary Sibley (Janet Montgomery) determina que ele fique bem longe da costa, de quarentena. Começa assim mais um episódio dessa série "Salem". O cenário é a famosa cidade americana que foi palco de um dos mais tristes eventos da inquisição protestante quando pastores deram ouvidos a uma jovem de apenas 12 anos de idade e saíram queimando homens e mulheres acusados de bruxaria e magia negra. Nesse episódio um pai católico realiza um exorcismo em sua própria filha pois ela apresenta um comportamento muito estranho, bem de acordo com o que se esperaria de uma jovem possuída por forças do mal. A questão é que ela foi enfeitiçada pela própria Sra Sibley, que debaixo de sua fachada de moradora exemplar da cidade esconde um grande segredo: ela própria é uma bruxa, das mais aterrorizantes da região. No geral "Salem" vem melhorando a cada episódio. Começou meio sem ritmo, ainda vacilante, mas conforme os episódios seguem em frente ela apresenta notáveis avanços. Também colabora e muito a boa presença da atriz Janet Montgomery. Ela tem um olhar tão expressivo que muitas vezes se torna desnecessários o uso de maquiagem e efeitos digitais. Bela interpretação. Por essa e por outras seguirei acompanhando daqui para frente, sem planos de desistir da série. / Salem 1.04 - Survivors (EUA, 2014) Direção: David Von Ancken / Roteiro: Brannon Braga, Adam Simon/ Elenco: Janet Montgomery, Shane West, Seth Gabel.
Salem 1.05 - Lies
Uma das maiores loucuras da inquisição protestante aconteceu na cidadezinha de Salem, Massachusetts, no ano de 1692. Após algumas jovens relatarem que tiveram pesadelos com bruxas o pastor local, que também era um magistrado poderoso dentro da região, começou a perseguição contra as pessoas que supostamente estariam praticando bruxaria em rituais de magia negra realizados no meio da floresta. A paranóia, completamente sem controle, se espalhou e em pouco tempo sessões de torturas e execuções se tornaram prática costumeira. Um horror que serviu para demonstrar que o fanatismo religioso pode ser algo muito perigoso. O trágico acontecimento entrou na história americana, deu origem a livros e filmes e agora chega na TV em forma de série, só que ao invés de contar os acontecimentos históricos tais como se passaram os produtores resolveram investir forte na pura ficção e fantasia. A personagem central chamada Mary Sibley (Janet Montgomery) é de fato uma bruxa que coloca sob seu feitiço o homem mais poderoso do lugar, se tornando assim uma das pessoas mais influentes da cidade. Nesse episódio uma encomenda especial chega para ela, enviada diretamente da Europa. Se trata de um artefato usado em rituais de feitiçaria, que acaba caindo nas mãos erradas. Para Sibley é imperioso que ela tome posse do tal objeto que segundo a tradição teria o poder de invocar demônios de grande poder. Além disso Sibley precisa controlar uma jovem garota que se diz possuída pelo diabo. Ela começa a usar seu suposto poder de reconhecer bruxas e bruxos como forma de manipulação, punição e chantagem com os moradores locais. Algo que realmente aconteceu na história real. Insanidades que só o mais puro fanatismo causado pela religião podem causar. / Salem 1.05 - Lies (EUA, 2014) Direção: Sergio Mimica-Gezzan / Roteiro: Brannon Braga, Adam Simon/ Elenco: Janet Montgomery, Shane West, Seth Gabel.
Salem 1.06 - The Red Rose and the Briar
Um episódio muito bom, movimentado e com cenas de terror que certamente vão agradar aos fãs de séries como "The Walking Dead". Nesse aqui o reverendo da cidade e John Alden (Shane West) conseguem capturar uma bruxa em seu porão. Existe uma lenda que afirma que as bruxas ficam automaticamente obrigadas a contarem a verdade quando o planeta Saturno fica em uma órbita estacionada no sistema solar. Sabendo disso os dois acorrentam a bruxa e a levam para o meio da floresta para que ela conte tudo o que sabe sobre as manifestações demoníacas em Salem. O que eles não contavam é que ela na verdade teria ao seu favor um amplo poder proveniente da escuridão da alma humana, o que faz com que ela consiga até mesmo levantar os mortos de suas próprias covas rasas! Depois que seu sangue cai sob a terra os falecidos se levantam e começam uma verdadeira luta de vida e morte contra àqueles que a aprisionaram. Enquanto isso a toda poderosa bruxa do vilarejo, Mary Sibley (Janet Montgomery), luta entre sua escolha pelo caminho do mal e o sentimento de amor que ainda sente por John Alden, mesmo após tantos anos! Como se sabe ela aprisionou seu velho marido, colocou um sapo em sua boca e o jogou em um feitiço que o deixou completamente incapacitado, como se tivesse sofrido um derrame. Agora precisa também lidar com uma pupila que deseja seguir seus passos de adoração do mal absoluto. / Salem 1.06 - The Red Rose and the Briar (EUA, 2014) Direção: P.J. Pesce / Roteiro: Brannon Braga, Adam Simon / Elenco: Janet Montgomery, Shane West, Seth Gabel.
Salem 1.07 - Our Own Private America
Outra série de terror que começou meio irregular e foi melhorando com o tempo. O que salva "Salem" de outras séries próximas e derivadas e o caminho escolhido pelos roteiristas em explorar melhor o suspense e o terror. Nada de temáticas mais voltadas ao público adolescente. Aos poucos a série vai escolhendo o caminho do mais sinistro e isso conta muitos pontos a favor. Nesse episódio continua a disputa pelo artefato conhecido como Malum. Um objeto milenar, usado na antiguidade para evocar entidades do mal. Aqui temos uma novidade e tanto, a entrada no jogo de poder de Salem de um velho pastor, um veterano que sabe muito bem como tratar bruxas e seguidores de seitas satânicas (lembrando que dentro do universo de Salem as bruxas são uma realidade e não apenas fruto de superstições de uma era de obscurantismo). Pois bem, para descobrir onde foi parar o tal objeto, Mary Sibley (Janet Montgomery) resolve entrar literalmente na mente e nos pensamentos de John Alden (Shane West), algo muito perigoso e pouco tentado nos séculos passados. O perigo é que Sibley simplesmente se perca ao adentrar a mente de John, ficando presa para sempre nesse universo paralelo. É praticamente uma possessão entre pessoas vivas. Enfim, tudo muito interessante. Destaque para a cena em que três pessoas de uma mesma família são acusadas de bruxaria e queimadas vivas numa grande fogueira bem no centro de Salem. Efeitos especiais muito bem realizados. / Salem 1.07 - Our Own Private America (EUA, 2014) Direção: David Von Ancken / Roteiro: Brannon Braga, Adam Simon / Elenco: Janet Montgomery, Shane West, Ashley Madekwe.
Salem 1.08 - Departures
Nenhuma série de terror sobre bruxas estaria completa sem a presença de um inquisidor. Alguém que colocaria todos os seus conhecimentos para destruir as filhas de Satã. Quem exerce essa função em "Salem" é o pastor puritano Increase Mather (Stephen Lang). Depois de alguns anos fora, viajando pela colônia, ele finalmente retorna para a pequena, mas próspera Salem. Ele havia deixado seu jovem filho como pastor da vila, mas ele se revelou fraco em sua fé. Pior do que isso, acabou caindo nas tentações da carne, vergonhosamente se apaixonando por uma das prostitutas do bordel local. Algo completamente inadmissível para Increase. E é justamente o bordel que se torna seu primeiro alvo. Numa vistoria no estabelecimento ele encontra peças usadas em rituais de magia negra. Imediatamente prende a dona do prostíbulo e a acusa de ser uma bruxa. Depois disso seguem os procedimentos de sempre: torturas e buscas por outras adeptas de satanismo. O que o experiente inquisidor ainda não sabe é que a líder das bruxas é a suposta respeitável Mary Sibley (Janet Montgomery) que logo despacha seu marido enfeitiçado para Boston, com receios de que Mather descubra tudo. Esse é certamente um episódio muito bom. "Salem" começou um pouco sem rumo, mas depois pegou ritmo. Hoje em dia é certamente uma das séries de terror mais interessantes da TV americana. / Salem 1.08 - Departures (EUA, 2014) Direção: Alex Zakrzewski / Roteiro: Brannon Braga, Adam Simon / Elenco: Janet Montgomery, Stephen Lang, Shane West, Seth Gabel.
Salem 1.09 - Children, Be Afraid
Confome vimos nos episódios anteriores o inquisidor Increase Mather (Stephen Lang) segue em sua caça às bruxas de Salem. Desde que resgatou George Sibley (Michael Mulheren) da morte na floresta ele está convencido que ele está sob o feitiço de alguma bruxa. E suas suspeitas vão se concretizando ainda mais, principalmente depois que descobre que a esposa de George, Mary Sibley (Janet Montgomery), mandou um de seus lacaios dar em segredo um estranho líquido para George. Para Mather essa seria mais uma poção proveniente de bruxaria. Convencido disso ruma até a casa de Mary com seus homens - todos com tochas em suas mãos como era comum na captura de bruxas durante aqueles tempos. Uma vez lá acaba sendo surpreendido pois uma das jovens que seguem Mary acusa Tituba (Ashley Madekwe) de ser a verdadeira feiticeira do povoado, uma vez que ela inclusive mantém uma tarântula como entidade de ligação com seu mestre, o próprio Satã. Imediatamente ela é presa e levada até o calabouço de Mather. A fogueira está mais próxima do que nunca. Eis aqui mais um bom episódio da série Salem. É a tal coisa, essa série de terror começou meio vacilante, com problemas de roteiro, mas aos poucos foi se acertando. Hoje já podemos dizer que é um bom programa para o fim de noite, principalmente se você gosta de terror histórico. Pois é crianças, tenham medo, muito medo! / Salem 1.09 - Children, Be Afraid (EUA, 2014) Direção: David Grossman / Roteiro: Brannon Braga, Adam Simon / Elenco: Janet Montgomery, Shane West, Seth Gabel.
Salem 1.10 - The House of Pain
A tortura foi um método muito utilizado na inquisição protestante que se alastrou pelas colônias americanas. Nesse episódio isso é bem explorado. A escrava negra Tituba (Ashley Madekwe) foi acusada de bruxaria. Não era de toda inverídica a acusação uma vez que ela realmente lidava com forças ocultas e malignas. Presa pelo pastor Increase Mather (Stephen Lang) ela começa a ser torturada para entregar as outras pessoas de Salem envolvidas com bruxaria. É interessante essa cena porque o personagem de Stephen Long (ótimo ator, por sinal) começa a apresentar para sua prisioneira alguns instrumentos de tortura usados pela inquisição. Todos eles, diga-se de passagem, verdadeiros, que foram usados em torturas reais durante a idade média. Entre eles chamo a atenção para a "pera", um artefato completamente macabro e cruel. De uma forma ou outra o velho pastor faz jus a sua fama de realmente arrancar informações de hereges em geral, só que para sua surpresa os nomes que Tituba vai lhe passando não eram bem aqueles que ele esperava. Enquanto isso Mary Sibley (Montgomery), a verdadeira culpada, vai se safando. Pois é, mesmo a passos de tartaruga estou indo em frente nessa série Salem. O tema me interessa, além disso os episódios estão cada vez melhores. Que novas perseguições venham! Vale a pena acompanhar. / Salem 1.10 - The House of Pain (EUA, 2014) Direção: David Von Ancken / Roteiro: Brannon Braga, Adam Simon / Elenco: Janet Montgomery, Shane West, Seth Gabel.
Salem 1.11 - Cat and Mouse
O inquisidor Increase Mather (Stephen Lang, em ótima interpretação) segue sua caça às bruxas. Ele sabe que Mary Sibley (Janet Montgomery) está envolvida em atos de bruxaria, mas ainda não tem provas. Como diz o ditado ele então começa a comer pelas beiradas, atingindo pessoas que rodeiam Sibley. Após prender sua criada acusada de ser uma bruxa, ele parte em busca de um grupo de jovens de Salem, lideradas pela insana Mercy Lewis (Elise Eberle, uma atriz de traços bem marcantes). Ele a enfrenta no meio do nada, na floresta, em uma bem articulada cena, com muito suspense e violência. É a tal coisa, Salem consegue divertir e assustar ao mesmo tempo. Tem algumas boberinhas aqui e acolá, mas nada que comprometa. Aqui Mather promove uma sessão de tortura básica com as garotas presas pela inquisição. Com um grande caldeirão de água fervendo ele resolve respingar gotas em todas elas. Coisa de sádico. Outro bom momento desse episódio acontece quando Increase Mather, em pleno sermão de domingo, é interrompido pelo próprio filho que o acusa de ser o próprio representante do diabo na Terra. Uma vibe pra lá de sinistra, isso literalmente falando, é claro! / Salem 1.11 - Cat and Mouse (EUA, 2014) Direção: Tricia Brock / Roteiro: Brannon Braga, Adam Simon / Elenco: Janet Montgomery, Shane West, Seth Gabel.
Salem 1.13 - All Fall Down
Último episódio da primeira temporada. É a tal coisa, a série começou meio aos trancos e barrancos, mas depois foi melhorando. Nesse décimo terceiro episódio as coisas ficam ainda melhores, embora em minha opinião a série tenha entrado em um beco sem saída em termos de enredo, afinal de contas o que poderia vir depois de tudo o que acontece aqui? Segue spoiler, assim se você ainda não assistiu fique por aqui na leitura. Pois bem, "All Fall Down" traz o desfecho para vários personagens importantes da série. Por amor, Mary Sibley (Janet Montgomery) resolve salvar John Alden (Shane West) da morte o salvando, tirando ele das mãos do inquisidor, o deixando livre no meio da floresta. Depois disso resolve ir para o tudo ou nada contra o inquisidor Increase Mather (Stephen Lang, certamente interpretando o melhor personagem da série). Depois de uma luta feroz ele acaba sendo morto por Sibley, pior do que isso, descobre também que foi enganado, trazendo o sangue de inocentes para o famigerado ritual que Sibley está prestes a realizar, libertando a morte escarlate pelo mundo. O assassinato de Mather fecha um ciclo narrativo extremamente importante na série e fico com dúvidas se ainda há algo a explorar em uma segunda temporada! Como eu escrevi, tudo parece tão consumado que fica complicado antever o que virá na sequência. De qualquer maneira esse episódio final de Salem vale muito a pena. Realmente acabou superando até mesmo minhas mais elevadas expectativas. Ponto para a série. Que novos episódios venham. / Salem 1.13 - All Fall Down (Estados Unidos, 2014) Direção: David Von Ancken / Roteiro: Brannon Braga, Adam Simon / Elenco: Janet Montgomery, Shane West, Seth Gabel, Stephen Lang.
Salem 2.01 - Cry Havoc
E começa a segunda temporada de Salem (a série teve no total 3 temporadas, só para informar). Pois bem, após a realização do grande ritual nas florestas ao redor de Salem os primeiros efeitos do mal se fazem sentir. A peste negra está assolando a região e muitos acabam morrendo por causa da terrível doença. Mary Sibley, sempre apaixonada por John Alden, visita um oráculo para saber onde ele está! Na visão Mary vê que o amado está morto, mas isso é uma ilusão criada pelos chefes xamãs nativos que procuram proteger John da bruxa. E por falar em bruxas, as velhas anciãs da floresta acabam sendo mortas pela louca Mercy Lewis que acha que foi injustiçada, apesar de seus esforços. Ela também vive no meio da floresta agora, rodeada de suas seguidoras, sujas e em farrapos. Passando por cima de qualquer autoridade da comunidade de feiticeiras ela resolve fazer justiça com as próprias mãos - uma transloucada certamente. Um aspecto interessante nesse episódio é a introdução de um novo personagem, um médico que chega em Salem disposto a vencer a peste negra, não com feitiços ou bruxarias, mas sim com a força da ciência e do conhecimento. Uma boa oportunidade para os roteiristas desenvolverem mais sobre a eterna briga entre ciência e crenças religiosas. Vamos aguardar para ver no que isso vai dar. / Salem 2.01 - Cry Havoc (Estados Unidos, 2014) Direção: Nick Copus / Roteiro: Brannon Braga, Adam Simon / Elenco: Janet Montgomery, Shane West, Seth Gabel.
Pablo Aluísio.
Dallas
O problema é que o ator Larry Hagman morreu bem no meio de uma dessas novas temporadas e isso me fez perder completamente o interesse por essa nova "Dallas". Devo dizer que não me arrependi de ter visto essas duas novas temporadas. Foi uma espécie de despedida de JR e do próprio ator que o interpretou. Além disso a ótima trilha sonora (com destaque para a música de abertura) sempre iria valer a pena. Assim fechei de uma vez por todas as portas para "Dallas", com um misto de tristeza e nostalgia. Nada mais seria como antes, essa é a conclusão. Abaixo publico alguns poucos episódios que resenhei. São apenas amostras avulsas, esporádicas. Vale pelas impressões que tive quando ainda estava assistindo a série. The End.
Dallas 2.09 - Ewings Unite
A morte do ator Larry Hagman deixou um buraco muito grande em "Dallas". Não é novidade para ninguém que seu personagem J.R. Ewing era a alma da série, tanto em suas temporadas originais quanto aqui nessa nova repaginada. Esse é o primeiro episódio após a morte de J.R. e apesar dele não mais aparecer fisicamente é a presença mais constante em todo o episódio, fruto é óbvio de sua importância dentro dessa trama. E por falar em trama a velha e boa "Dallas" continua a mesma, com todo mundo querendo passar a perna em todo mundo. Nesse aqui temos após a leitura do testamento de J.R. uma tentativa de união entre Bobby, John Ross e Christopher! Mas é óbvio que em se tratando da família Ewing nenhum tipo de união dessa vai muito longe. Melhor não confiar em ninguém realmente. Bom episódio que marca o começo da tentativa de se levar "Dallas" adiante, mesmo sem seu mais marcante personagem. / Dallas 2.09 - Ewings Unite (EUA, 2013) Direção: Steve Robin / Roteiro: David Jacobs, Cynthia Cidre / Elenco: Jesse Metcalfe, Josh Henderson, Jordana Brewster.
Dallas 2.12 - A Call to Arms
Essa nova versão de "Dallas" começa a perder o fôlego. Com a morte de JR Ewing a série ficou sem seu personagem mais forte e em consequência também se perdeu muito em termos de carga dramática. Cada novo episódio se mostra apenas como uma tentativa de reviver os bons tempos, mas obviamente sem o mesmo sucesso. De certa forma você já assistiu tudo isso antes - Cliff Barnes (Ken Kercheval) segue realizando todas as manobras para se apoderar das empresas Ewing. Isso inclui até mesmo colocar em risco a vida da própria filha e de seus netos! O problema é que Barnes não tem mais seu antagonista perfeito dentro da trama (papel que cabia a JR, claro) e assim vamos acompanhando aquela moçada jovem do novo elenco tentando barrar suas vilanices. Está um pouco cansativo, certamente. Curiosamente para o público americano isso tem sido de menor importância pois a série tem conseguido atingir e manter bons índices de audiência. Uma nova temporada foi renovada e sabe-se lá como os roteiristas conseguirão levar essa fórmula desgastada pelos anos em frente. Estou predisposto a assistir essa segunda temporada até o fim, mas seguir adiante ainda é uma incógnita. Confesso que é uma tarefa que está a cada dia mais complicada. Provavelmente jogarei o chapéu texano fora depois do fim dessa segunda rodada de episódios. / Dallas 2.12 - A Call to Arms (EUA, 2013) Direção: Ken Topolsky / Roteiro: David Jacobs, Cynthia Cidre / Elenco: Josh Henderson, Jesse Metcalfe, Jordana Brewster.
Dallas 2.13 - Love & Family
A nova "Dallas" está chegando no final de sua segunda temporada. É curioso porque apesar de ser uma nova roupagem da antiga série em essência tudo continua igual ao passado. O foco é sempre centrado no duelo entre a Barnes Global e as empresas da família Ewing, uma querendo dominar a outra. Nesse episódio o grupo Ewing tem apenas 24 horas para quitar um empréstimo milionário. Caso não seja pago a empresa vai parar nas mãos de Cliff Barnes (Ken Kercheval). Para evitar isso Bobby Ewing (Patrick Duffy) faz de tudo para localizar sua ex-esposa, que está desaparecida e ao que tudo indica está morando em Zurique. Ela detém um terço das ações da empresa de Barnes e poderia virar o jogo em favor da família Ewing. Somando-se as ações dela com as de Pamela Rebecca Barnes (interpretada pela linda atriz argentina Julie Gonzalo) os Ewing assumiriam o controle do grupo de Cliff Barnes, enquanto ele pensa estar dominando a Ewing. Confuso não é mesmo? Eu roubo sua empresa e você a minha! Coisas de "Dallas". Na outra linha narrativa Drew Ramos (Kuno Becker) confessa ter participado do atentado à plataforma de petróleo da empresa de Bobby. Ele precisa fugir para evitar ser assassinado, mas se torna uma peça chave nessa guerra corporativa. Se falar o que sabe o próprio Cliff Barnes pode ir parar atrás das grades! O episódio termina com um casamento surpresa que ninguém esperava, onde obviamente o amor pesa menos do que os interesses financeiros. Afinal estamos falando de "Dallas" onde todos os personagens mais se parecem com víboras do que com qualquer outra coisa. / Dallas 2.13 - Love & Family (EUA, 2013) Direção: Randall Zisk / Roteiro: David Jacobs, Cynthia Cidre / Elenco: Jesse Metcalfe, Josh Henderson, Jordana Brewster, Julie Gonzalo.
Dallas 2.15 - Legacies
Aos trancos e barrancos cheguei no final da segunda temporada da nova série "Dallas". Depois da morte de J.R Ewing (Larry Hagman) pensei seriamente em deixar de acompanhar a série, mas como os roteiristas são verdadeiros malas (e especialistas em capturar a atenção do espectador) acabei indo até o fim para saber como esse grande personagem morreu. É justamente nesse episódio que descobrimos finalmente como! [A partir desse ponto escreverei spoilers, então se ainda não viu ou não sabe sobre a morte de J.R. não siga lendo o texto]. A versão que todos estavam sabendo até agora era a de que J.R. havia sido encurralado em um hotel no México e morto de forma covarde por um assassino profissional contratado por seu inimigo Cliff Barnes (Ken Kercheval). Bom, nesse episódio descobrimos que J.R. encomendou sua morte ao seu próprio capanga Bum (Kevin Page). Ele deveria matar J.R. (que estava com câncer terminal), criando uma série de evidências para confirmar seu suposto assassinato, levando assim Cliff a assumir toda a culpa, o jogando na cadeia pelo resto de sua vida. Uma vingança final de J.R. contra um de seus piores inimigos no mundo dos negócios. Achou forçado e sem noção? Ora, meu amigo, isso é "Dallas", um típico novelão americano onde reviravoltas desse tipo não causam maiores surpresas. Com essa trama final chega ao fim a história de J.R. em "Dallas", certo? Errado! O fantasma dele não será deixado em paz. A ponta solta para a próxima temporada também envolve o personagem mais famoso de "Dallas", que no passado havia roubado terras do pai de Elena Ramos (Jordana Brewster) abrindo margem assim para que ela resolve se unir a Cliff para se vingar da família Ewing de uma vez por todas! Com isso só podemos ter pena de Christopher Ewing (Jesse Metcalfe) mesmo, já que será a segunda esposa em sua vida que agora quer ver sua caveira numa estaca! Esse cara realmente não tem sorte com as mulheres... / Dallas 2.15 - Legacies (EUA, 2013) Direção: Steve Robin / Roteiro: David Jacobs, Cynthia Cidre / Elenco: Jesse Metcalfe, Josh Henderson, Jordana Brewster.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2019
Yellowstone
Nova série que está chegando agora no Brasil. Nos Estados Unidos recentemente estreou a segunda temporada. Aqui temos o estado rural de Montana, com suas pequenas cidades, estilo de vida rural, pecuária e fazendas de perder de vista de tão grandes. Kevin Costner é um desses fazendeiros ricos da região. Ele, apesar de ter uma bela e rica fazenda, também trabalha como comissário de polícia, ou como dizem os moradores, como xerife da cidade. Também é pai de uma grande família, com seus filhos ocupando posições de destaque no lugar. Um dos filhos é advogado, a outra é executiva de uma grande empresa. Alguns são meros cowboys, trabalhando para o pai.
No primeiro episódio intitulado "Daybreak" temos a apresentação de todos os personagens. Logo na primeira cena Costner se recupera de um grave acidente. Ele estava transportando cavalos quando se chocou com outro veículo. O resultado é que precisa sacrificar um dos animais com um tiro na cabeça, isso tudo quando ainda está sangrando dos ferimentos que sofreu. Coisa de cowboy de Montana, coisa de macho! Tirando as brincadeiras de lado o fato é que gostei desse primeiro episódio. Possa ser que a série siga os caminhos de "Dallas" se tornando uma novela americana, mostrando as intrigas dentro de um clã familiar, mas ainda é cedo para classificar "Yellowstone" dessa maneira. Assim vamos conferir os próximos episódios para ver no que tudo isso vai dar. As expectativas são boas.
Yellowstone (Estados Unidos, 2018) Direção: Taylor Sheridan / Roteiro: Taylor Sheridan, John Linson / Elenco: Kevin Costner, Luke Grimes, Kelly Reilly, Wes Bentley / Sinopse: John Dutton (Costner) é um rico fazendeiro que também trabalha de xerife na cidade. Quando um novo chefe tribal é colocado como líder dos nativos locais, logo se cria uma série de atritos entre os dois membros mais destacados da região de Montana.
Pablo Aluísio.
Chicago Fire
No total, até o momento, são sete temporadas. Alguns personagens foram trocados, outros amenizados, colocados de lado, mas sempre mantendo um mesmo núcleo que garante a fidelidade dos telespectadores. Recentemente uma terceira série, chamada "Chicago Med", sobre médicos, foi criada pelos mesmos produtores. Inclusive, de tempos em tempos, há um cruzamento de elenco e tramas entre as três séries, rendendo especiais que são exibidos na TV americana, na popular NBC TV. Abaixo segue as poucas resenhas que escrevi de "Chicago Fire". É uma pequena amostra do que acompanhei. Talvez, um dia, eu volte a assistir a série, porém vou acompanhar a temporada mais recente, para não perder muito tempo. Como os episódios são relativamente independentes, não há maior problema em fazer esse tipo de "pulo". Segue abaixo os textos que escrevi e que agora são compilados nessa postagem. Espero que gostem.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019
Oscar 2019
A grande surpresa da noite foi a premiação de "Green Book - O Guia" como o melhor filme do ano. Ninguém estava apostando nele. Geralmente os ditos experts afirmavam que "A Favorita" ou então "Roma" levaria esse prêmio. Como a premiação é uma votação venceu mesmo o gosto pessoal dos membros. E foi uma boa escolha, um filme, como já escrevi aqui, muito bom, com roteiro bem estruturado, mandando uma mensagem sem ser chato e pedante. Foi uma boa escolha e eu pessoalmente fiquei bem satisfeito. O filme sempre foi um dos meus preferidos desse ano.
No prêmio de melhor direção tivemos a premiação de Alfonso Cuarón por "Roma". Um prêmio normal, nada demais. O filme levou também o Oscar de melhor filme em língua estrangeira. Essa dobradinha é bem incomum na história do Oscar. Geralmente o premiado em melhor direção é o diretor do filme que leva o Oscar de melhor filme. Assim temos outra surpresa entre os premiados. "Roma" também levou o prêmio de melhor fotografia, o que me pareceu forçado. Nessa categoria "A Favorita" estava muito acima.
Outro prêmio que trouxe surpresa foi o de melhor atriz. Todos estavam apostando em Glenn Close por "A Esposa". Só que a rainha Anne levou a melhor. Isso mesmo, o prêmio foi levantado por Olivia Colman de "A Favorita". Merecido demais. A atriz realmente fez uma atuação brilhante. Nada do que reclamar. Em atriz coadjuvante quem levou a melhor foi a atriz negra Regina King por "Se a rua Beale falasse". Esse prêmio era mais esperado. Hollywood faz uma espécie de mea-culpa por causa da questão racial. Sempre que possível eles estão preferindo premiar artistas negros. O mesmo pensamento vale para Mahershala Ali de "Green Book - O Guia". Ele interpreta o músico negro e culto que precisa lidar com um italiano casca grossa durante uma viagem ao sul dos Estados Unidos, durante os anos 1960. A palavra que define o trabalho de Ali nesse filme é dignidade.
Rami Malek venceu o Oscar de melhor ator por "Bohemian Rhapsody". Foi um alívio para o estúdio e seus produtores. Ninguém estava esperando por mais premiações importantes por esse filme que é um grande sucesso (mais de 800 milhões de dólares arrecadados), mas que também teve sua leva de críticas negativas. "Infiltrado na Klan" ganhou o Oscar de melhor roteiro adaptado e "Green Book - O guia" de melhor roteiro original. A premiação do filme de Spike Lee nessa categoria foi outro exagero. O roteiro de "Poderia me perdoar?" é muito mais inspirado e bem feito, Isso só para citar um dos concorrentes. Exagero total. Erraram a mão nessa categoria.
Por fim, chegando nas categorias ditas menores e técnicas, tivemos a premiação de "Homem-aranha no Aranhaverso" como melhor animação. Outro erro, justificado apenas pelo fato da academia ter encontrado um jeito de homenagear Stan Lee. Olhando para a lista de concorrentes havia pelo menos mais duas animações muito melhores, "Os Incríveis 2" e "Mirai". E por falar em super-heróis da Marvel o filme "Pantera Negra" não venceu o Oscar de melhor filme do ano, óbvio, mas não ficou de mãos vazias, levando para casa as estatuetas de Melhor Direção de Arte, Figurino e Trilha Sonora. Já está de bom tamanho, os realizadores devem dar graças a Deus. Já "O Primeiro Homem", ignorado nas principais categorias (os produtores esperavam mais), pelo menos levou um Oscar de consolação, o de Melhores Efeitos Especiais. Melhor do que nada.
Pablo Aluísio.
domingo, 17 de fevereiro de 2019
Bohemian Rhapsody
Fora isso, tudo bem reconstruído. O lado mais promíscuo de Mercury foi amenizado. Temas fortes de sua biografia como sua homossexualidade, a diversidade de parceiros sexuais e por fim a descoberta que tinha AIDS foram tratados com delicadeza e suavidade pelo roteiro. Afinal o estigma e o preconceito ainda existem e não poderia haver em nenhum momento a intenção do filme em macular de alguma forma a biografia de seu protagonista, aqui enfocado como lendário. Porém, para finalizar, temos que dizer que nenhum detalhe cinematográfico vai superar a força da música do Queen. Essa é realmente imbatível. A trilha sonora salva o filme em inúmeros momentos. Basta uma leve caída para o diretor puxar logo um grande hit, ganhando com isso a cumplicidade do público. É como ter um craque em um time mais ou menos. Sempre será possível surgir um gol de gênio no último segundo para salvar todo o conjunto, todo o time. Assim a trilha sonora é a grande arma dessa produção. Sem ela nada poderia se sobressair. Com a música do Queen o gol de placa se mostrou garantido.
Bohemian Rhapsody (Inglaterra, Estados Unidos, 2018) Direção: Bryan Singer / Roteiro: Anthony McCarten, Peter Morgan / Elenco: Rami Malek (Freddie Mercury), Lucy Boynton (Mary Austin), Gwilym Lee (Brian May), Ben Hardy (Roger Taylor), Joseph Mazzello (John Deacon) / Sinopse: Cinebiografia do cantor de rock Freddie Mercury e sua banda Queen, grande sucesso de vendas durante os anos 70 e 80. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Ator (Rami Malek), Melhor Edição (John Ottman), Melhor Edição de Som (John Warhurst, Nina Hartstone) e Melhor Mixagem de Som (Paul Massey, Tim Cavagin e John Casali).
Pablo Aluísio.
sábado, 16 de fevereiro de 2019
Braven
Ao chegarem na cabana encontram uma sacola cheia de drogas dentro. Problemas à vista. Toda aquela cocaína tem a ver com um dos empregados de Momoa, que usou seus caminhões para transportar o tráfico. A questão é que os traficantes agora estão vindo em busca da "mercadoria", o que abre margem para um confronto violento, de um lado Momoa e seu pai, do outro os criminosos. Stephen Lang que interpreta o pai do personagem de Momoa, fez um filme bem interessante, que assisti há pouco tempo, chamado "O Homem das Trevas", onde interpretava um homem cego que via sua casa sendo invadida por ladrões. Além disso ele foi o inquisidor da série "Salem". É um ator que gosto bastante, ótimo para interpretar sujeitos durões, sem um pingo de piedade. No final das contas ele acaba sendo a principal razão para assistir a esse mediano "Braven"; Com roteiro sem novidades e poucas cenas de ação realmente empolgantes, esse filme se torna bem descartável mesmo, a não ser pela presença de Lang, que é definitivamente o único motivo para conferir essa nova produção.
Braven (Braven, Estados Unidos, 2018) Direção: Lin Oeding / Roteiro: Michael Nilon, Thomas Pa'a Sibbett / Elenco: Jason Momoa, Stephen Lang, Jill Wagner / Sinopse: Joe Braven (Jason Momoa) e seu pai Linden (Stephen Lang) decidem passar um tempo numa cabana distante, localizada no alto da montanha. Chegando lá encontram uma mochila com grande quantidade de cocaína dentro. Claro, as drogas pertencem aos traficantes da região que farão de tudo para recuperar sua preciosa "mercadoria".
Pablo Aluísio.
De Volta ao Jogo
O filme investe numa linha de ação que me lembrou muito os antigos filmes de pancadaria dos anos 80. Não há espaço para perder tempo. O que vale são as inúmeras cenas de confronto, tiroteios e brigas, algumas extremamente violentas. Reeves está tentando há tempos levantar sua carreira e pelo menos no quesito físico se saiu bem. Outro bom ator presente no elenco é o veterano Willem Dafoe interpretando Mr. Marcus, outro assassino profissional que tentará colocar um freio em Wick. Bom, não precisa ser gênio para entender que dois assassinos profissionais se enfrentando em um mesmo filme é sinal de muitas cenas de ação e brutalidade, todas, é bom frisar, bem realizadas. O único aspecto que incomoda é a frieza (ou seria pura falta de empenho?) do próprio Keanu Reeves. Com a mesma expressão facial ele pode matar um inimigo ou chorar pela esposa falecida. Definitivamente ele não é um Laurence Olivier, mas enfim.... dentro da proposta do filme até que funciona bem.
De Volta ao Jogo (John Wick, EUA, 2014) Direção: Chad Stahelski, David Leitch / Roteiro: Derek Kolstad / Elenco: Keanu Reeves, Willem Dafoe, Michael Nyqvist, Alfie Allen, Adrianne Palicki, John Leguizamo / Sinopse: Assassino profissional é injustamente provocado por um jovem membro da máfia russa, despertando um acesso de fúria e mortes por onde ele passa. Para deter a matança um chefão russo resolve contratar os serviços de outro assassino de aluguel, dando origem a um banho de sangue na cidade. Filme indicado aos prêmios da Phoenix Film Critics Society Award e San Diego Film Critics Society Awards.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019
A Bruxa
É cada vez mais raro encontrar um filme de terror tão bom como esse! Por isso os fãs do gênero podem celebrar. "A Bruxa" é um filme inteligente, que joga mais psicologicamente com o público do que apelando para cenas de efeitos visuais vazios ou sem justificativa. Sim, não se engane, temos aqui um dos melhores filmes de horror psicológico dos últimos anos. O diretor e roteirista Robert Eggers soube muito bem por onde procurar as fontes de seu roteiro. Ele estudou velhas peças judiciais da época da inquisição protestante na América colonial e vitoriana e a partir disso escreveu sua estória que é bem aterrorizante e bem escrita. A família que preza pela devoção a Deus e seu isolamento na floresta, longe da vila de colonizadores ingleses, forma certamente o cenário perfeito para tudo o que acontece.
Há também uma bem colocada exploração em torno de símbolos macabros que estão no inconsciente coletivo de todos: o bode, a casa perdida no meio do nada, os objetos hereges, etc. Um dos aspectos mais curiosos vem da figura da própria bruxa, que diga-se de passagem nunca é muito explorada justamente para aumentar ainda mais o suspense em torno de todos os acontecimentos sobrenaturais que vão surgindo. Destaco o momento em que o jovem Caleb (Harvey Scrimshaw), em plena entrada na sua puberdade, é seduzido por uma sensual figura na porta de um casebre. Tudo de acordo com o que você mesmo pode descobrir ao estudar teologia medieval. O mal muitas vezes pode surgir pela beleza de uma imagem irresistível. Há também um ótimo jogo de pistas falsas, sendo que o espectador quase sempre nunca sabe ao certo quais pessoas daquela família estariam realmente sob o domínio do mal absoluto! Seria a filha mais velha, a mãe destruída emocionalmente pela perda de seu jovem bebê ou os gêmeos que agem e se comportam de forma completamente fora do convencional?
Enquanto os males vão se multiplicando todos os personagens parecem caminhar para a insanidade completa. Seria algo realmente vindo das trevas ou apenas um surto psicótico de todos eles, que viviam imersos em uma espécie de fanatismo religioso fora do comum? Todos esses questionamentos são plenamente válidos e vão surgindo em nossas mentes enquanto assistimos ao filme. Enfim, falar mais seria estragar as várias surpresas do argumento. É muito bom encontrar novamente um filme desse nível que explora o tema das bruxarias do século XVII sem jamais cair em clichês ou soluções baratas. O diretor Eggers foi muito sutil nesse aspecto e por isso realizou realmente uma obra bem acima da média. Excelente filme de terror. Assista sem receios. Está mais do que recomendado.
A Bruxa (The Witch - A New-England Folktale, Estados Unidos, Inglaterra, Canadá, 2015) Estúdio: Universal Pictures / Direção: Robert Eggers / Roteiro: Robert Eggers / Elenco: Anya Taylor-Joy, Ralph Ineson, Kate Dickie, Harvey Scrimshaw /Sinopse: Durante a era colonial uma família passa a ser atormentada por uma estranha criatura da floresta, algo que pode ser definido como uma bruxa satânica. Filme vencedor do London Film Festival e do Sundance Film Festival na categoria de Melhor Direção (Robert Eggers).
Pablo Aluísio.
Green Book: O Guia
O roteiro assim vai explorando as diversas situações pelos quais eles passam. Em uma região onde os negros eram segregados dos brancos, onde eles não podiam ir em certos lugares, se hospedarem em hotéis, ir a restaurantes, etc, Tony começa a seguir um guia impresso, trazendo o itinerário certo para um homem negro viajar em segurança por aqueles rincões. Agora imagine o tamanho do preconceito racial que existia na época (a história do filme se passa em 1962). Outro aspecto que o roteiro desenvolve muito bem é o choque de personalidades entre um músico negro culto, excelente pianista, de gestos e hábitos educados e refinados e um italiano de Nova Iorque meio grosseirão, falastrão, inconveniente, mas também prático para resolver problemas que vão surgindo pela estrada.
Como eu disse é um dos melhores filmes do Oscar. Roteiro muito bem escrito, baseado em fatos reais, boa interpretação dos dois atores principais e aquele tipo de mensagem que vale a pena reforçar nos dias de hoje. O único deslize da produção, ao meu ver, vem em certos momentos onde a Nova Iorque de Tony Lip surge meio artificial, ali no comecinho do filme. Isso porém é algo tão superficial que nem vale a pena prestar muito atenção. Foque-se nos valores de amizade e tolerância que o filme passa e curta o filme pelo que ele tem de melhor.
Green Book: O Guia (Green Book, Estados Unidos, 2018) Direção: Peter Farrelly / Roteiro: Nick Vallelonga, Brian Hayes Currie / Elenco: Viggo Mortensen, Mahershala Ali, Linda Cardellini / Sinopse: O filme mostra a viagem de um músico negro chamado Dr. Don Shirley (Mahershala Ali) e um italiano bom de briga, Tony Lip (Viggo Mortensen), pelo sul racista dos Estados Unidos durante a década de 1960. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Viggo Mortensen e Mahershala Ali), Melhor Roteiro Original e Melhor Edição (Patrick J. Don Vito). Filme vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Mahershala Ali) e Melhor Roteiro.
Pablo Aluísio.