É uma das melhores séries atualmente nos Estados Unidos. Consegue unir drama e humor de uma forma excepcional boa. Os episódios giram em torno da família de Frank Gallagher (William H. Macy), um sujeito beberrão, sem vergonha, que vive de aplicar pequenos golpes aqui e acolá. Apesar disso não é uma pessoa má, apenas sem noção. Sua família é numerosa. Frank foi abandonado por sua esposa depois que essa se descobriu lésbica, preferindo fugir com uma caminhoneira durona. Assim ele teve que se virar para criar a filharada. A filha mais velha é Fiona (Emmy Rossum), uma jovem que tenta lidar com a responsabilidade de gerir uma casa onde habita sua família completamente disfuncional. Os irmãos mais velhos são Lip (Jeremy Allen White), um sujeito inteligente mas sem muito vontade em se focar e em investir nos estudos e Ian (Cameron Monaghan) que apesar de estudar numa escola militar é gay. Há ainda a ruivinha Debbie (Emma Kenney) e Carl (Ethan Cutkosky) um pequeno projeto de delinqüente que gosta de tocar fogo em tudo. Essa é a família Gallagher, que vive em um subúrbio de Chicago e tenta levar sua vida em frente, apesar de todas as dificuldades. Quem já viveu em uma família com problemas (ou seja todo mundo) vai certamente se identificar.
“Shameless” mostra as lutas, batalhas e durezas que essa família enfrenta. Apesar da sinopse parecer um drama não é bem assim. Na verdade os membros da família levam a vida como podem, mas sem transformar isso em um dramalhão. Como eu escrevi antes o grande mérito do texto de “Shameless” é justamente mostrar as barras que uma família pobre americana tem que enfrentar mas com bastante humor. Além dos excelentes roteiros a série ainda conta com um elenco excepcional, em especial William H. Macy que interpreta Frank. Para quem sempre foi coadjuvante no mundo do cinema ter a chance de mostrar seu talento em um personagem tão carismático como esse certamente foi um presente. Apesar da série ser a versão americana de um popular programa inglês o fato é que o Frank feito por Macy ganhou vida própria por causa do grande trabalho desse ator. Obviamente seu personagem é o retrato de tudo aquilo que não se teve esperar de um pai de família mas mesmo assim cativa o espectador. Atualmente “Shameless” está em sua terceira temporada e o nível dos episódios só tem melhorado. É mais uma ótima série do canal Showtime, que ao longo desses anos tem se destacado muito nessa área (Vide Dexter). Se torne também um “Shameless” (sem vergonha) e comece a acompanhar os episódios, certamente essa é uma ótima dica para quem gosta de assistir séries americanas de qualidade.
Shameless (Idem, EUA, 2011 – 2016) Criada por Paul Abbott / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Justin Chatwin, Cameron Monaghan, Emma Kenney, Ethan Cutkosky / Sinopse: A série narra as desventuras de uma pobre família americana que vive nos subúrbios de Chicago. Com o pai alcoólatra os filhos tentam levar a vida adiante da melhor forma possível.
Episódios Comentados:
Shameless 5.01 - Milk of the Gods
A excelente série "Shameless" está de volta nessa quinta temporada. As quatro primeiras temporadas são de fato muito boas, com um ótimo desenvolvimento de todos os personagens. Agora o Showtime dá sequência aos episódios. O título "Milk of the Gods" (Leite dos Deuses) se refere a mais uma maluquice da cabeça de Frank Gallagher (William H. Macy). Se recuperando dos problemas de saúde que quase o levaram à morte ele agora está empenhado em fazer dar certo seu "projeto"! E o que seria esse tal projeto? Frank quer criar uma cerveja com alto teor alcoólico, algo em torno de 65%! Para quem praticamente morreu por causa do excesso de bebidas e drogas não chega a ser realmente uma boa ideia! Já sua filha Fiona (Emmy Rossum) é outra que também quer recomeçar a vida. Depois de ser presa na temporada anterior ela está de volta com um novo emprego de garçonete em um pequeno restaurante de Chicago. Não é dos mais promissores, mas pelo menos é um trabalho, afinal de contas. Enquanto isso Lip (Jeremy Allen White) começa a perceber a diferença entre sua antiga vida e a sua nova - agora que está na universidade. Seus velhos amigos do passado passam o dia pelas ruas fumando maconha, sem nenhum futuro pela frente, enquanto que ele, Lip, pensa em se formar e arranjar um bom emprego, afinal de contas ele é extremamente inteligente, seu maior problema foi mesmo ter nascido filho de Frank, em um ambiente errado para sua capacidade. Em suma, um bom episódio para os fãs dessa série. / Shameless 5.01 - Milk of the Gods (EUA, 2015) Direção: Christopher Chulack / Roteiro: John Wells, Paul Abbott / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.
Shameless 5.02 - I'm the Liver
Essa quinta temporada começou sem ter um grande gancho para seguir. Assim as coisas estão se acomodando um pouco. Lip (Jeremy Allen White) tenta arranjar alguns trocados durante as férias na universidade. Afinal de contas poucas coisas são piores do que ficar sem grana nos tempos de estudante universitário. Depois de procurar bastante acaba arranjando um bico na construção civil com um dos beberrões que frequentam as espeluncas de Chicago. O trabalho é pesado, carregar pedras durante uma demolição. Claro que isso destrói o jovem! Na outra linha narrativa Frank (William H. Macy) é convidado para um jantar fora do comum. Ele recebeu o fígado de um garoto falecido na temporada anterior (destruiu o seu de tanto beber). Pois bem, os pais desse rapaz resolvem promover um jantar para todos os que receberam os órgãos do filho morto. Frank está entre eles e prontamente aceita o convite! Confusões á vista. Por fim Fiona (Emmy Rossum) tenta acertar novamente na vida amorosa e profissional. Tudo bem que trabalhar em um restaurante de quinta categoria como garçonete não seria bem os sonhos de uma garota como ela, mas é o que se pôde arranjar por enquanto. Para enrolar ainda mais o meio de campo ela resolve se apaixonar pelo seu próprio... patrão! Enfim, a sem vergonhice continua à solta na família Gallagher. / Shameless 5.02 - I'm the Liver (EUA, 2015) Direção: Sanaa Hamri / Roteiro: John Wells, Paul Abbott / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.
Shameless 5.03 - The Two Lisas
Frank Gallagher (William H. Macy) consegue seu primeiro pedido de venda da sua cerveja de grande poder alcoólico - na verdade uma bebida artesanal misturada com um monte de porcarias que Frank vai acrescentando sem pensar muito no que está fazendo. Para aumentar sua produção porém ele precisa de um novo equipamento que não tem dinheiro para comprar. Como é um vigarista promete ao dono do ferro velho que irá lhe arranjar uma garota de programa, nada mais, nada menos que sua própria filha! Imagine você! Já Fiona (Emmy Rossum) acaba se interessando por um músico que costuma frequentar o restaurante onde trabalha como garçonete. Depois de um flerte casual ele a convida para um encontro, mas quando ela chega lá descobre que ele já tem companhia, sua própria namorada de muitos anos (com a qual inclusive ele mora junto!). Tempos modernos exigem novas soluções e Fiona topa o desafio, fingindo estar namorando seu amigo - o que não significa necessariamente que ela desistirá de seu breve romance. Por fim Debbie (Emma Kenney) decide dar uma festa em casa, claramente com o objetivo de atrair a atenção do rapaz que ela é apaixonada (e que não quer nada com ela por seu jovem demais, menor de idade). Ela quer perder sua virgindade com ele, mas as coisas não saem exatamente como Debbie esperava. Enfim, nada que não saia muito do caótico cotidiano da família Gallagher. / Shameless 5.03 - The Two Lisas (EUA, 2015) Direção: Peter Segal / Roteiro: John Wells, Paul Abbott / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.
Shameless 5.04 - A Night to Remem... Wait, What?
Fica bem claro desde o começo que o roteiro desse episódio foi inspirado (ou melhor dizendo, copiado) quase que integralmente do sucesso cinematográfico "Se Beber, Não Case!" (The Hangover, EUA, 2009). Duvida? Então vejamos... Frank (William H. Macy) acorda numa praça pública, completamente imundo por fezes de pombos, após uma farra sem limites, com muita bebedeira. Acontece que no dia anterior seu seguro no valor de 120 mil dólares finalmente foi depositado em sua conta bancária! Ora, não precisa ir muito longe para saber que tanta grana assim nas mãos de Frank é literalmente uma bomba prestes a explodir! Ele imediatamente embarca numa tremenda orgia de festas, drogas e bebidas, mas agora, ao recobrar os sentidos, não se lembra de mais nada! Pior, não sabe onde foi parar todo o dinheiro do seguro! Aos poucos ele começa então a tentar reconstruir os seus passos na noite anterior... revelando atropelamentos, prostitutas chinesas, festas em suítes de hotéis luxuosos e tudo o mais que tinha direito. Com uma tremenda ressaca ele procura entender as idiotices que fez! Tudo bem divertido. Enquanto isso sua filha, Fiona (Emmy Rossum) também resolve fazer sua própria loucura ao... se casar! Isso mesmo, após um breve romance com um músico que frequenta a lanchonete onde ela trabalha como garçonete, Fiona em um impulso maluco digno da família Gallagher, resolve ir ao cartório mais próximo para se casar com ele, assim mesmo, sem pensar direito no que está fazendo! Afinal de contas, uma noite realmente para se relembrar nessa rotina familiar caótica dos Gallagher. / Shameless 5.04 - A Night to Remem... Wait, What? (EUA, 2015) Direção: Richie Keen / Roteiro: John Wells, Paul Abbott / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.
Shameless 5.05 - Rite of Passage
Fiona Gallagher (Emmy Rossum) começa a se questionar da loucura que foi seu casamento. Após conhecer um músico na lanchonete onde trabalha como garçonete ela simplesmente, do nada, decidiu que iria se casar com ele. Depois de tudo feito veio o arrependimento, afinal de contas casamento é algo sério e nem mesmo a impulsividade tão característica da família Gallagher conseguiria justificar algo assim! Para piorar o grande amor de sua vida resolve reaparecer, também do nada! Uma situação que coloca Fiona em um xeque-mate emocional. Basta ela colocar seu olhos nele para toda aquela paixão do passado voltar com força total! O amor verdadeiro não acaba nem com o tempo e nem com a distância, já deixava claro os poetas do passado! Enquanto isso Frank (William H. Macy) continua com suas atitudes sem noção. Sem grana e completamente quebrado, ele resolve se aproximar da família do garoto que lhe doou seu próprio rim. Frank resolve então usar a fragilidade emocional dos pais do garoto, que obviamente estão devastados por causa da morte do filho, para se dar bem. O pai do jovem é um tipo meio bobão, cheio de sentimentalismos baratos, o que vem bem a calhar para Frank que está atrás mesmo de uma bela casa, uma boa cama e muito conforto. Uma situação completamente surreal! Outro que também está quebrado financeiramente é Lip (Jeremy Allen White). Com as férias na universidade de Chicago ele resolve arranjar um emprego de verão, na construção civil, algo que fará muito mal para suas costas! E para finalizar o caos completo dentro da casa dos Gallaghers, Ian (Cameron Monaghan) decide fazer um pornô gay! Caótico demais para você? Não, apenas mais uma semana comum na vida dessa família totalmente fora dos padrões convencionais! / Shameless 5.05 - Rite of Passage (EUA, 2015) Direção: Alex Graves / Roteiro: John Wells, Paul Abbott / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.
Shameless 5.07 - Tell Me You F**King Need Me
Mal se casou (por puro impulso) e Fiona Gallagher (Emmy Rossum) já está profundamente arrependida do que fez! Também pudera, sua grande paixão do passado, o enrolado Jimmy (Justin Chatwin), voltou e quer reacender a velha chama que estava há muito tempo apagada, mas não extinta no coração de Fiona. Enquanto ela não toma uma decisão mais problemas vão surgindo na sua complicada família. O pior vem com a internação de Ian Gallagher (Cameron Monaghan). Infelizmente ele acabou herdando os problemas mentais da mãe e agora sua bipolaridade se tornou crônica, o que o leva a sua internação em um hospital psiquiátrico. Se a vida de Ian não vai bem, a de Lip (Jeremy Allen White) também vai bem confusa. Ele passou batido na renovação de seu crédito estudantil na universidade de Chicago e agora tem que encarar uma enorme dívida com a instituição de ensino. Se não pagar será banido do curso! Para resolver o problemão ele escolhe o caminho mais improvável, tirando um monte de cartões de crédito no campus, sem ter a menor intenção de pagar por eles depois. O diferencial nesse episódio foi que ele foi dirigido pelo próprio ator William H. Macy, que além de brilhar na série como o fanfarrão Frank, ainda consegue mostrar muito talento também atrás das câmeras! / Shameless 5.07 - Tell Me You F**King Need Me (EUA, 2015) Direção: William H. Macy / Roteiro: John Wells, Paul Abbott / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White, Justin Chatwin, Cameron Monaghan.
Shameless 5.08 - Uncle Carl
Como o próprio título do episódio deixa claro, se envolver ou cair na lábia do Tio Carl pode ser uma péssima ideia. O projeto de marginal Carl Gallagher (Ethan Cutkosky) decide arranjar um jeito de traficar heroína sem ser pego pelos tiras. Ele enche o corpo do sobrinho gordinho Chuckie de tijolos da droga e o manda para a rodoviária. Antes que consigam embarcar contudo a casa cai e eles vão em cana! Presos em flagrante! Pelo visto a família Gallagher tem mesmo muitos problemas envolvendo drogas. O irmão mais velho Lip (Jeremy Allen White) está sem grana para arcar com as mensalidades da faculdade e precisa se virar de algum jeito. O caminho mais curto e fácil é realmente vender drogas pelo campus universitário. Para isso ele precisa contar com a ajuda do amigo e barman Kevin Ball (Steve Howey) que logo se instala na residência que Lip inspeciona. Só que vender maconha ainda é pouco para Kevin que não demora muito e começa a levar todas as jovens garotas para a cama, mesmo sendo ele bem mais velho que as estudantes (pelo visto as moças preferem mesmo a experiência de um cara vivido). No mais Ian continua sua descida ao inferno após ser diagnosticado com problemas mentais e Fiona percebe que seu prematuro casamento caminha rapidamente para o fim, fruto de sua indecisão entre ficar com o atual marido ou se entregar para um velho amor de seu passado que resolveu reaparecer em sua vida! Tempos modernos que não deixam lembranças antigas morrerem. / Shameless 5.08 - Uncle Carl (EUA, 2015) Direção: Wendey Stanzler / Roteiro: John Wells, Paul Abbott/ Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.
Shameless 5.09 - Carl's First Sentencing
Nesse episódio Frank (William H. Macy) acaba conhecendo uma jovem médica, uma garota que fez tudo certinho em sua vida, estudou, se dedicou, tudo para vencer na profissão. Quando tudo corria bem ela descobriu que estava com câncer, dos mais agressivos. Logo ela, que nunca fez nada de errado em sua vida, acabou sofrendo esse enorme golpe do destino. Ao expor seu drama para Frank esse lhe dá alguns conselhos (os piores possíveis). E juntos eles saem para uma noite de loucuras, para que ela possa extravasar suas angústias! A primeira coisa que o velho Frank lhe passa é um cigarro de maconha! Já que a vida é curta, então que se curta a vida! Como todos os personagens da série são verdadeiros desavergonhados, o filho Lip (Jeremy Allen White) descobre um jeito de se dar bem na vida acadêmica. Ele conhece uma professora, uma mulher bem mais velha, porém muito sensual e bonita. Em pouco tempo ele entende que pode se dar bem ao se envolver com ela! Se isso não fosse sorte o bastante ele também descobre que ela tem um casamento bem liberal com o marido, que não se importa que ela de vez em quando transe com seus alunos! Fiona Gallagher (Emmy Rossum), por sua vez, continua seu drama pessoal. Ele ama uma pessoa que lhe abandonou no passado. Sozinha e procurando por alguém, acabou se casando com um músico, mas agora está arrependida, ainda mais depois que voltou a ver o ex-amor, aquele que ela sempre amou de verdade! Um drama muito mais comum do que se pensa na vida de milhares de mulheres pelo mundo afora. / Shameless 5.09 - Carl's First Sentencing (EUA, 2015) Direção: Christopher Chulack / Roteiro: John Wells, Paul Abbott / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.
Shameless 5.10 - South Side Rules
Bom, se você acredita que sua vida sentimental está confusa e sem rumo, que tal dar uma olhadinha na de Fiona (Emmy Rossum)? Recém casada ela não consegue acreditar muito nessa união. Para completar seus problemas um velho amor do passado retorna e ela descobre que ainda está apaixonada por ele. Como se isso não fosse o bastante ela acaba também beijando seu próprio patrão, que agora ficará distante da sua única filha, pois sua ex-esposa decidiu se mudar para outro estado! Talvez atrair tantos problemas seja uma característica da família Gallagher! Genética, quem sabe. Que o diga o velho Frank (William H. Macy), agora curtindo uma paixão por uma jovem médica que está com seus dias contados após ser diagnosticada com um câncer agressivo. Frank acaba caindo de amores por ela e vai atrás, tal como um carrapato, mesmo após levar um fora fenomenal por parte dela. Ian (Cameron Monaghan), por sua vez, continua com seus problemas de saúde mental. Embora esteja quase controlado, por causa dos remédios que toma, ele sofre um surto na lanchonete onde trabalha e acaba colocando a mão na chapa fervente de fritar hambúrgueres. Uma loucura que lhe custa caro. Para piorar sua própria meia-irmã resolve denunciá-lo para o exército. Ele, como se viu na temporada anterior, deserdou do serviço militar e desde então passa a ser procurado para ir para a corte marcial, algo que, para seu desespero, finalmente acaba acontecendo nesse episódio. A vida definitivamente não é fácil para essa família incomum! / Shameless 5.10 - South Side Rules (EUA, 2015) Direção: Michael Uppendahl / Roteiro: John Wells, Paul Abbott / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White, Cameron Monaghan.
Shameless 5.11 - Drugs Actually
Frank Gallagher (William H. Macy) continua com sua viagem hedonista ao lado da médica que foi diagnosticada com um câncer agressivo, procurando assim aproveitar seus últimos momentos de vida da forma mais extravagante possível. Ela acaba comprando um raro whisky histórico datado de 1939 para beber ao lado de Frank numa noite de bebedeiras e excessos de todos os tipos. Para isso vale tudo, inclusive usar crack e transar com Frank em uma linha de trem, bem na hora em que ele vem em alta velocidade! Se Frank está numa farra absurda e sem sentido, seu filho Ian Gallagher (Cameron Monaghan) luta para não passar o resto de seus dias preso numa prisão militar. O que lhe salva da corte marcial é a sua bipolaridade e seu histórico de saúde. A família avisa a junta que o está julgando que ele tem problemas mentais e que por causa disso não poderia ser levado a julgamento. Os argumentos convencem e Ian ganha a liberdade, mas ao invés de voltar para casa ele ganha a estrada ao lado de sua mãe, que também tem inúmeros problemas de comportamento. Por fim Lip Gallagher (Jeremy Allen White) continua seu affair sexual com a própria professora. Ela, uma liberal ao estilo anos 60, tem um casamento aberto, onde lhe é permitido arranjar os amantes que quiser, sem qualquer tipo de problema com o maridão, que não apenas aceita que ela tenha vida sexual aberta como também se torna próximo dos amantes dela, dando carona e conselhos estudantis. Pois é, gente "moderna" é outra coisa! / Shameless 5.11 - Drugs Actually (EUA, 2015) Direção: Mimi Leder / Roteiro: John Wells, Paul Abbott / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.
Shameless 5.12 - Love Songs (In the Key of Gallagher)
Episódio final da quinta temporada. Fiona Gallagher (Emmy Rossum) finalmente resolve se render para a paixonite que sente por Gus, seu patrão na lanchonete. Ela, mesmo estando casada com um músico que vive na estrada, não consegue mais conter seus impulsos. Lip Gallagher (Jeremy Allen White) continua seu complicado romance com a professora liberal da escola. Ela tem um casamento aberto onde o maridão tem plena consciência de que ela tem vários casos com rapazes, jovens universitários que acabam se encantando por sua inteligência e beleza (apesar da idade ela é uma tremenda gata!). O problema é que Lip parece estar se apaixonando de verdade por ela, enquanto a professora o usa apenas para um sexo casual esporádico sem maiores pretensões. E por falar em paixão - o que justificou inclusive o título do episódio - o que se pode falar do "romance improvável" entre o podrão Frank (William H. Macy) e a linda, jovem e inteligente doutora Bianca Samson (Bojana Novakovic)? Durante toda a sua vida ela fez tudo certinho: estudou, passou em uma universidade de medicina e viu tudo ruir quando descobriu que estaria com uma doença incurável. Sabendo da morte certa ela então passa a fazer todos os tipos de loucuras ao lado de Frank, que convenhamos é a pessoa certa para esse tipo de coisa. Na cena final ela, destruída emocionalmente por sua condição precária de saúde, resolve colocar um fim em tudo, se suicidando nas águas geladas dos grandes lagos de Chicago. Um triste fim para uma vida que tinha tudo para ser maravilhosa! / Shameless 5.12 - Love Songs (In the Key of Gallagher) (EUA, 2015) Direção: Christopher Chulack / Roteiro: John Wells, Paul Abbott / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White, Bojana Novakovic.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 27 de junho de 2016
domingo, 26 de junho de 2016
Susan Hayward
Ontem eu tive a oportunidade de assistir ao clássico "Meu Maior Amor" (leia a resenha no blog Cinema Clássico) e me encantei com a atriz Susan Hayward. Ela interpreta a personagem principal, uma mulher frustrada na vida amorosa. Seus sentimentos ficam em ruínas após ela perder a chance de ser feliz ao lado do homem que sempre amou. Ao se casar com alguém que não conseguiu preencher o vazio em seu coração ela acabou entrando em um círculo de tristeza e infelicidade, agravada ainda mais pela bebida. É um romance dramático muito bem conduzido que se destaca pela beleza da atriz. Susan tinha um visual que de certa maneira fugia bastante do padrão das estrelas da época. Ao invés de ser uma loira glamourosa, inacessível ao homem comum, ela se apresentava com uma beleza diferente. De cabelos escuros, muito carisma e sensibilidade, ela se tornava um tipo de mulher mais próxima do soldado americano que na época lutava na Europa durante a II Guerra Mundial. Aquela que poderia ser sua namorada após conhecê-la em um baile - como acontece no roteiro do filme aliás.
Curiosamente Susan quase foi escolhida para interpretar Scarlett O'Hara em "..E o Vento Levou" logo no começo da carreira. Claro que teria sido o filme que mudaria sua vida para sempre. O destino porém tinha outros planos para ela e até que a bonita brunette não se saiu nada mal trilhando esse outro caminho. Embora tenha perdido esse grande papel da história do cinema ela logo se destacou em diversos outros filmes, sempre se destacando em papéis de mulheres fortes que tinham que enfrentar momentos decisivos em suas vidas. Foi assim que ela finalmente venceu seu Oscar pela atuação em "Quero Viver!" de 1958 onde interpretava uma prostituta condenada à morte após ser acusada de ter matado um de seus clientes. Um roteiro que foi recusado por inúmeras atrizes, com receios de mancharem suas imagens públicas, afinal aqueles eram tempos moralistas e puritanos. Para a corajosa Susan isso definitivamente não tinha importância, mas sim o fato de dar vida a um texto corajoso e bem à frente de seu tempo. Ela aceitou fazer o filme, encarou o desafio e acabou encantando os críticos e os membros da Academia. O resultado? Foi merecidamente premiada com a estatueta mais cobiçada do cinema.
Elegante, muito atraente, Susan soube transitar por quase todos os gêneros. Nunca se contentou em ser vista apenas como uma mulher bonita ou uma pin-up sensual. Ela queria vencer na arte de atuar e certamente conseguiu alcançar seus objetivos. Para alegria dos cinéfilos Susan teve uma carreira longa e produtiva no cinema que se estendeu por quatro décadas. Na sua filmografia de mais de 60 filmes encontramos vários filmes memoráveis como "As Neves do Kilimanjaro", "Demetrius e os Gladiadores", "Duelo de Paixões", "Meu Coração Canta", "David e Betsabá", "Casei-Me Com Uma Bruxa", "Eu Chorarei Amanhã" e "Desespero". Susan Hayward representou muito bem as mulheres de seu tempo, assumindo diversas facetas, deixando de lado muitas vezes sua vaidade pessoal para abraçar a pura arte cinematográfica. Acabou, com seu exemplo pessoal, com o velho estigma preconceituoso de que atrizes bonitas não podiam ser também extremamente talentosas.
Pablo Aluísio.
Curiosamente Susan quase foi escolhida para interpretar Scarlett O'Hara em "..E o Vento Levou" logo no começo da carreira. Claro que teria sido o filme que mudaria sua vida para sempre. O destino porém tinha outros planos para ela e até que a bonita brunette não se saiu nada mal trilhando esse outro caminho. Embora tenha perdido esse grande papel da história do cinema ela logo se destacou em diversos outros filmes, sempre se destacando em papéis de mulheres fortes que tinham que enfrentar momentos decisivos em suas vidas. Foi assim que ela finalmente venceu seu Oscar pela atuação em "Quero Viver!" de 1958 onde interpretava uma prostituta condenada à morte após ser acusada de ter matado um de seus clientes. Um roteiro que foi recusado por inúmeras atrizes, com receios de mancharem suas imagens públicas, afinal aqueles eram tempos moralistas e puritanos. Para a corajosa Susan isso definitivamente não tinha importância, mas sim o fato de dar vida a um texto corajoso e bem à frente de seu tempo. Ela aceitou fazer o filme, encarou o desafio e acabou encantando os críticos e os membros da Academia. O resultado? Foi merecidamente premiada com a estatueta mais cobiçada do cinema.
Elegante, muito atraente, Susan soube transitar por quase todos os gêneros. Nunca se contentou em ser vista apenas como uma mulher bonita ou uma pin-up sensual. Ela queria vencer na arte de atuar e certamente conseguiu alcançar seus objetivos. Para alegria dos cinéfilos Susan teve uma carreira longa e produtiva no cinema que se estendeu por quatro décadas. Na sua filmografia de mais de 60 filmes encontramos vários filmes memoráveis como "As Neves do Kilimanjaro", "Demetrius e os Gladiadores", "Duelo de Paixões", "Meu Coração Canta", "David e Betsabá", "Casei-Me Com Uma Bruxa", "Eu Chorarei Amanhã" e "Desespero". Susan Hayward representou muito bem as mulheres de seu tempo, assumindo diversas facetas, deixando de lado muitas vezes sua vaidade pessoal para abraçar a pura arte cinematográfica. Acabou, com seu exemplo pessoal, com o velho estigma preconceituoso de que atrizes bonitas não podiam ser também extremamente talentosas.
Pablo Aluísio.
sábado, 25 de junho de 2016
Paul Newman - Uma Lição Para Não Esquecer
Eu costumo dizer que em termos de cinema clássico o céu é o limite. Sempre há coisas novas e interessantes a se descobrir dentro desse vasto universo. Procurando fugir das obras clássicas mais óbvias (como por exemplo "E O Vento Levou", "Casablanca", etc) o cinéfilo mais curioso sempre encontrará pequenas obras primas que hoje em dia já não são mais tão conhecidas e comentadas, mas que são sem dúvida excelentes filmes. É justamente o caso desse "Sometimes a Great Notion" (que no Brasil recebeu o inadequado título de "Uma Lição Para não Esquecer").
O filme mostra a família Stamper formada pelo pai Henry (o grande Henry Fonda) e pelos três filhos, Hank (interpretado pelo próprio Paul Newman que também dirigiu o filme), Joe Ben (Richard Jaeckel, indicado ao Oscar por sua atuação) e o caçula Leeland Stamper (Michael Sarrazin). Esse último nunca quis seguir o destino dos irmãos. Ao invés de ser um operário, um lenhador nas florestas, decidiu ir embora para cursar uma universidade. As coisas porém não deram muito certo, ele se envolveu com drogas (maconha, em especial), se tornou um péssimo aluno e depois de formado ficou desempregado. Após o suicídio da mãe não viu outra alternativa a não ser voltar para a casa do pai, Henry, que não deixou barato o colocando para trabalhar cortando árvores na floresta como seus dois irmãos. "Para comer nessa mesa terá que trabalhar!" - decreta o velho patriarca.
O roteiro do filme investe na maneira turrona que os Stampers enxergam a vida. A ética que move suas vidas é o trabalho, por isso quando o sindicato da região promove uma greve geral dos trabalhadores de madeireiras, eles se recusam a participar. Para Henry e Hank, os sindicalistas seriam na verdade comunistas, pessoas que corroíam a base da sociedade americana, seus valores e ideais. Tudo isso porém não é colocado por Newman no filme como algo pesado, doutrinário ou panfletário. Ele optou por uma outra abordagem, mostrando tudo com certa leveza - apesar do filme ser um drama. O humor está sempre presente dentro daquela família nada funcional. A rudeza e a forma pragmática que enxergam a vida dá o tom de toda a narrativa.
Uma personagem interessante dentro daquele universo masculino vem na figura de Viv Stamper (Lee Remick), Ela é a esposa de Hank. Em uma família tão machista ela mal é ouvida sobre nada, embora tenha uma bela percepção da vida. Após anos tentando engravidar do marido - seu primeiro e único filho nascera natimorto - ela decide dar um novo rumo na vida, procurar por novos horizontes. A novela de Ken Kesey que deu origem ao filme já chamava a atenção para essa nova mulher que nascia naquele momento, não apenas disposta a ser unicamente esposa e mãe, mas também ter a chance de escrever seu próprio destino, indo atrás dos seus sonhos de realização pessoal e profissional. Enfim, um belo trabalho de direção de Paul Newman que conseguiu provar que era tão bom atrás das câmeras, dirigindo, como na frente delas, atuando. Um profissional completo. Não deixe de conhecer.
Pablo Aluísio.
O filme mostra a família Stamper formada pelo pai Henry (o grande Henry Fonda) e pelos três filhos, Hank (interpretado pelo próprio Paul Newman que também dirigiu o filme), Joe Ben (Richard Jaeckel, indicado ao Oscar por sua atuação) e o caçula Leeland Stamper (Michael Sarrazin). Esse último nunca quis seguir o destino dos irmãos. Ao invés de ser um operário, um lenhador nas florestas, decidiu ir embora para cursar uma universidade. As coisas porém não deram muito certo, ele se envolveu com drogas (maconha, em especial), se tornou um péssimo aluno e depois de formado ficou desempregado. Após o suicídio da mãe não viu outra alternativa a não ser voltar para a casa do pai, Henry, que não deixou barato o colocando para trabalhar cortando árvores na floresta como seus dois irmãos. "Para comer nessa mesa terá que trabalhar!" - decreta o velho patriarca.
O roteiro do filme investe na maneira turrona que os Stampers enxergam a vida. A ética que move suas vidas é o trabalho, por isso quando o sindicato da região promove uma greve geral dos trabalhadores de madeireiras, eles se recusam a participar. Para Henry e Hank, os sindicalistas seriam na verdade comunistas, pessoas que corroíam a base da sociedade americana, seus valores e ideais. Tudo isso porém não é colocado por Newman no filme como algo pesado, doutrinário ou panfletário. Ele optou por uma outra abordagem, mostrando tudo com certa leveza - apesar do filme ser um drama. O humor está sempre presente dentro daquela família nada funcional. A rudeza e a forma pragmática que enxergam a vida dá o tom de toda a narrativa.
Uma personagem interessante dentro daquele universo masculino vem na figura de Viv Stamper (Lee Remick), Ela é a esposa de Hank. Em uma família tão machista ela mal é ouvida sobre nada, embora tenha uma bela percepção da vida. Após anos tentando engravidar do marido - seu primeiro e único filho nascera natimorto - ela decide dar um novo rumo na vida, procurar por novos horizontes. A novela de Ken Kesey que deu origem ao filme já chamava a atenção para essa nova mulher que nascia naquele momento, não apenas disposta a ser unicamente esposa e mãe, mas também ter a chance de escrever seu próprio destino, indo atrás dos seus sonhos de realização pessoal e profissional. Enfim, um belo trabalho de direção de Paul Newman que conseguiu provar que era tão bom atrás das câmeras, dirigindo, como na frente delas, atuando. Um profissional completo. Não deixe de conhecer.
Pablo Aluísio.
Tyrone Power - Jamais Te Esquecerei
Ontem assisti ao filme "Jamais Te Esquecerei". Se trata de uma produção de 1951 estrelada por Tyrone Power. Pelo poster, fotos e demais informações você começa a ver o filme pensando se tratar de um drama romântico como tantos outros que foram feitos por esse ator, um dos grandes galãs da era de ouro do cinema americano. Isso, pelo menos, é o que se daria a entender. Quando o filme começa descobrimos logo que o personagem de Power passa longe de ser um herói romântico ao velho estilo. Ao invés de cortejar damas e donzelas ele está em uma usina nuclear manipulando metais químicos perigosos. Ele é um cientista, um físico, que está convencido que dentro das dimensões em que existimos há uma maneira de romper o espaço / tempo para viajar entre passado, presente e futuro. Nessa altura do filme você já percebe que está longe de assistir a apenas um filme romântico mais tradicional.
O personagem de Power inclusive não está muito interessado nos assuntos do coração. O negócio dele é realmente a ciência. Ele vive em um mundo próprio, solitário. Apaixonado pelo passado, gostaria de quem sabe ir lá de alguma forma. Depois que encontra velhas cartas, supostamente escritas por ele mesmo, datadas do século XVI, ele se convence que uma viagem no tempo seria realmente possível, afinal de contas tudo levaria a crer que ele já estivera lá. Mas como fazer tal viagem? Certa noite voltando para a casa um raio o atinge e quando ele recobra a consciência está em Londres, ainda na época em que os Estados Unidos lutavam para se livrar do domínio do colonialismo inglês. Perceba que essa ideia de um raio se tornar um instrumento de viagem temporal seria aproveitada (ou copiada, quem sabe) pela trilogia "De Volta Para o Futuro", muitas décadas depois.
Um aspecto curioso é que enquanto está no presente, o personagem de Power vive em um mundo em preto e branco, mas quando chega no passado tudo se torna colorido, cheio de vibração. E é justamente lá no passado que ele finalmente acaba se apaixonando, vivendo um grande amor por sua própria prima, uma mulher fina e elegante chamada Kate (Beatrice Campbell). Claro que por viverem em tempos diferentes esse amor logo se torna algo impossível de se concretizar. Lembrando novamente "De Volta para o Futuro", imaginem a ruptura espacial que iria causar no tempo caso ele tivesse um filho com ela, já que na linha temporal ela seria na realidade apenas uma pessoa de seu passado distante.
Certamente o roteirista Bob Gale, da franquia de Steven Spielberg, sabia da existência desse clássico. Os pontos de semelhança são muitos para se ignorar isso. O charme adicional é que "Jamais Te Esquecerei" foi filmado nos anos 1950, justamente a década em que os personagem do filme "De Volta Para o Futuro" retornam no primeiro filme da série. Realmente, no mundo do cinema nada se cria, tudo se recicla e se reaproveita. Velhas ideias esquecidas voltam à tona com embalagem de algo novo, inovador, mesmo que essa definitivamente não seja a inteira verdade.
Pablo Aluísio.
O personagem de Power inclusive não está muito interessado nos assuntos do coração. O negócio dele é realmente a ciência. Ele vive em um mundo próprio, solitário. Apaixonado pelo passado, gostaria de quem sabe ir lá de alguma forma. Depois que encontra velhas cartas, supostamente escritas por ele mesmo, datadas do século XVI, ele se convence que uma viagem no tempo seria realmente possível, afinal de contas tudo levaria a crer que ele já estivera lá. Mas como fazer tal viagem? Certa noite voltando para a casa um raio o atinge e quando ele recobra a consciência está em Londres, ainda na época em que os Estados Unidos lutavam para se livrar do domínio do colonialismo inglês. Perceba que essa ideia de um raio se tornar um instrumento de viagem temporal seria aproveitada (ou copiada, quem sabe) pela trilogia "De Volta Para o Futuro", muitas décadas depois.
Um aspecto curioso é que enquanto está no presente, o personagem de Power vive em um mundo em preto e branco, mas quando chega no passado tudo se torna colorido, cheio de vibração. E é justamente lá no passado que ele finalmente acaba se apaixonando, vivendo um grande amor por sua própria prima, uma mulher fina e elegante chamada Kate (Beatrice Campbell). Claro que por viverem em tempos diferentes esse amor logo se torna algo impossível de se concretizar. Lembrando novamente "De Volta para o Futuro", imaginem a ruptura espacial que iria causar no tempo caso ele tivesse um filho com ela, já que na linha temporal ela seria na realidade apenas uma pessoa de seu passado distante.
Certamente o roteirista Bob Gale, da franquia de Steven Spielberg, sabia da existência desse clássico. Os pontos de semelhança são muitos para se ignorar isso. O charme adicional é que "Jamais Te Esquecerei" foi filmado nos anos 1950, justamente a década em que os personagem do filme "De Volta Para o Futuro" retornam no primeiro filme da série. Realmente, no mundo do cinema nada se cria, tudo se recicla e se reaproveita. Velhas ideias esquecidas voltam à tona com embalagem de algo novo, inovador, mesmo que essa definitivamente não seja a inteira verdade.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 24 de junho de 2016
O Dragão Chinês
Título no Brasil: O Dragão Chinês
Título Original: Tang Shan Da Xiong
Ano de Produção: 1971
País: Hong Kong
Estúdio: Golden Harvest Company
Direção: Wei Lo, Chia-Hsiang Wu
Roteiro: Wei Lo
Elenco: Bruce Lee, Maria Yi, James Tien
Sinopse:
Cheng Chao-an (Bruce Lee) é um jovem rapaz que, em busca de trabalho, resolve mudar de cidade. No novo endereço acaba encontrando emprego numa fábrica de gelo ao lado de seus primos. Ele está buscando um novo rumo para sua vida pois agora pretende cumprir a promessa que fez aos seus pais de não mais se envolver em brigas e lutas, algo que o prejudicou bastante no passado. No entanto quando membros de sua família começam a desaparecer, Cheng entende que precisa agira contra os crimes de um poderoso chefão da máfia local.
Comentários:
O ator e lutador de artes marciais Bruce Lee se enquadra naquele tipo de astro de cinema cuja lenda é maior do que o seu próprio legado nas telas, sua filmografia. Por ter morrido muito cedo, vítima de uma morte pouco explicada, ele acabou virando um ícone cultural. Realizou poucos filmes. Astro em Hong Kong sempre encontrou dificuldades em entrar no concorrido mercado americano, tanto que teve que procurar um espaço na TV onde veio a participar de séries como "Batman" e "The Green Hornet" onde interpretava o ainda muito lembrado personagem Kato. Claro que após sua morte a indústria de cinema de Hong Kong usou seu nome para vender uma centena de produções ruins, meras imitações baratas, com atores usando nomes parecidos, tudo para enganar o público. Foi uma infinidade de Bruce Les, Bryce Lees, Brucce Lis e coisas do tipo. Acabou no final das contas dando nome a todo um subgênero cinematográfico de filmes de artes marciais com orçamentos insignificantes e produções fundo de quintal. Nesse "Tang Shan Da Xiong" temos o verdadeiro Bruce Lee. O filme hoje em dia não vai parecer grande coisa, mas na época de seu lançamento se tornou uma unanimidade entre os especialistas em lutas e artes marciais em geral. Ele realmente tinha muita técnica e era um ótimo mestre em sua especialidade. Bruce era também bastante ciente do que daria ou não certo em um filme e por essa razão criou coreografias que ficassem perfeitas nas cenas e nas telas. De certo modo o roteiro e a trama eram meras desculpas para que Lee desfilasse seu farto repertório de golpes e poses. Um filme para um determinado nicho de público que mesmo assim não deixa de ser muito interessante para fãs da história do cinema de uma maneira em geral. O símbolo de uma era que já não existe mais.
Pablo Aluísio.
Título Original: Tang Shan Da Xiong
Ano de Produção: 1971
País: Hong Kong
Estúdio: Golden Harvest Company
Direção: Wei Lo, Chia-Hsiang Wu
Roteiro: Wei Lo
Elenco: Bruce Lee, Maria Yi, James Tien
Sinopse:
Cheng Chao-an (Bruce Lee) é um jovem rapaz que, em busca de trabalho, resolve mudar de cidade. No novo endereço acaba encontrando emprego numa fábrica de gelo ao lado de seus primos. Ele está buscando um novo rumo para sua vida pois agora pretende cumprir a promessa que fez aos seus pais de não mais se envolver em brigas e lutas, algo que o prejudicou bastante no passado. No entanto quando membros de sua família começam a desaparecer, Cheng entende que precisa agira contra os crimes de um poderoso chefão da máfia local.
Comentários:
O ator e lutador de artes marciais Bruce Lee se enquadra naquele tipo de astro de cinema cuja lenda é maior do que o seu próprio legado nas telas, sua filmografia. Por ter morrido muito cedo, vítima de uma morte pouco explicada, ele acabou virando um ícone cultural. Realizou poucos filmes. Astro em Hong Kong sempre encontrou dificuldades em entrar no concorrido mercado americano, tanto que teve que procurar um espaço na TV onde veio a participar de séries como "Batman" e "The Green Hornet" onde interpretava o ainda muito lembrado personagem Kato. Claro que após sua morte a indústria de cinema de Hong Kong usou seu nome para vender uma centena de produções ruins, meras imitações baratas, com atores usando nomes parecidos, tudo para enganar o público. Foi uma infinidade de Bruce Les, Bryce Lees, Brucce Lis e coisas do tipo. Acabou no final das contas dando nome a todo um subgênero cinematográfico de filmes de artes marciais com orçamentos insignificantes e produções fundo de quintal. Nesse "Tang Shan Da Xiong" temos o verdadeiro Bruce Lee. O filme hoje em dia não vai parecer grande coisa, mas na época de seu lançamento se tornou uma unanimidade entre os especialistas em lutas e artes marciais em geral. Ele realmente tinha muita técnica e era um ótimo mestre em sua especialidade. Bruce era também bastante ciente do que daria ou não certo em um filme e por essa razão criou coreografias que ficassem perfeitas nas cenas e nas telas. De certo modo o roteiro e a trama eram meras desculpas para que Lee desfilasse seu farto repertório de golpes e poses. Um filme para um determinado nicho de público que mesmo assim não deixa de ser muito interessante para fãs da história do cinema de uma maneira em geral. O símbolo de uma era que já não existe mais.
Pablo Aluísio.
Rock Hudson
Título no Brasil: Rock Hudson
Título Original: Rock Hudson
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Konigsberg International, Sanitsky Company
Direção: John Nicolella
Roteiro: Dennis Turner
Elenco: Dennis Turner, Lindsey Robinson, Carl Banks
Sinopse:
Após servir na Marinha durante a Segunda Guerra Mundial o jovem Roy Harold Scherer Jr resolve ir para Hollywood tentar a carreira de ator. Após ser contratado por um ganancioso agente ele se transforma em Rock Hudson, um ator especializado em interpretar personagens galãs em filmes românticas da época. Com o sucesso ele rapidamente se torna o solteiro mais cobiçado da América porém Roy esconde um grande segredo do grande público: ele é na verdade gay! Para consolidar sua fama e espantar os boatos de que seria homossexual seu agente Henry Wilson resolve armar um casamento falso entre Rock e sua secretária, Phyllis Gates.
Comentários:
Telefilme muito bem produzido que conta a história do astro Rock Hudson (1925 - 1985), um dos mais populares astros da era de ouro do cinema americano. O filme foi realizado cinco anos após sua morte de AIDS, quando acabou se tornando a primeira vítima famosa da nova doença. Parte do roteiro foi baseado na própria autobiografia de Rock, que inclusive foi lançada no Brasil. O enfoque realmente vai para o lado pessoal da vida íntima do ator, deixando de lado, de certo modo, sua vida profissional, os grandes filmes que realizou ao longo de sua bem sucedida carreira. Isso vai frustrar um pouco aos cinéfilos que adoram esmiuçar a filmografia dessas grandes estrelas do passado. Mesmo assim nada chega a comprometer o resultado final, uma vez que entender os bastidores da grande indústria do cinema americano também se torna um imenso prazer aos fãs da sétima arte. Phyllis Gates, a secretária do agente de Rock, que acabou se casando com ele, reclamou publicamente do filme depois, pois conforme explicou na época ela pessoalmente não acreditava que seu casamento havia sido completamente forjado como mostrado pelo roteiro. Ela ficou tão indignada com isso que posteriormente escreveu um livro, contando o seu lado da história. Picuinhas à parte o filme, que hoje em dia é bem raro de encontrar, é uma excelente pedida para quem curte a história de Hollywood e seus ídolos de um passado distante.
Pablo Aluísio.
Título Original: Rock Hudson
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Konigsberg International, Sanitsky Company
Direção: John Nicolella
Roteiro: Dennis Turner
Elenco: Dennis Turner, Lindsey Robinson, Carl Banks
Sinopse:
Após servir na Marinha durante a Segunda Guerra Mundial o jovem Roy Harold Scherer Jr resolve ir para Hollywood tentar a carreira de ator. Após ser contratado por um ganancioso agente ele se transforma em Rock Hudson, um ator especializado em interpretar personagens galãs em filmes românticas da época. Com o sucesso ele rapidamente se torna o solteiro mais cobiçado da América porém Roy esconde um grande segredo do grande público: ele é na verdade gay! Para consolidar sua fama e espantar os boatos de que seria homossexual seu agente Henry Wilson resolve armar um casamento falso entre Rock e sua secretária, Phyllis Gates.
Comentários:
Telefilme muito bem produzido que conta a história do astro Rock Hudson (1925 - 1985), um dos mais populares astros da era de ouro do cinema americano. O filme foi realizado cinco anos após sua morte de AIDS, quando acabou se tornando a primeira vítima famosa da nova doença. Parte do roteiro foi baseado na própria autobiografia de Rock, que inclusive foi lançada no Brasil. O enfoque realmente vai para o lado pessoal da vida íntima do ator, deixando de lado, de certo modo, sua vida profissional, os grandes filmes que realizou ao longo de sua bem sucedida carreira. Isso vai frustrar um pouco aos cinéfilos que adoram esmiuçar a filmografia dessas grandes estrelas do passado. Mesmo assim nada chega a comprometer o resultado final, uma vez que entender os bastidores da grande indústria do cinema americano também se torna um imenso prazer aos fãs da sétima arte. Phyllis Gates, a secretária do agente de Rock, que acabou se casando com ele, reclamou publicamente do filme depois, pois conforme explicou na época ela pessoalmente não acreditava que seu casamento havia sido completamente forjado como mostrado pelo roteiro. Ela ficou tão indignada com isso que posteriormente escreveu um livro, contando o seu lado da história. Picuinhas à parte o filme, que hoje em dia é bem raro de encontrar, é uma excelente pedida para quem curte a história de Hollywood e seus ídolos de um passado distante.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 23 de junho de 2016
Pânico no Lago
Título no Brasil: Pânico no Lago
Título Original: Lake Placid
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox 2000 Pictures
Direção: Steve Miner
Roteiro: David E. Kelley
Elenco: Bridget Fonda, Bill Pullman, Oliver Platt
Sinopse:
Black Lake, no estado americano do Maine, é um dos lugares mais procurados por turistas durante o verão. Uma região linda que promete com sua beleza natural muitos momentos de descanso e lazer para os que a visitam. E é justamente nesse bucólico lugar que começam a ocorrer mortes violentas, provavelmente causadas por um gigantesco crocodilo assassino.
Comentários:
Virou uma franquia cinematográfica e eu sinceramente nunca consegui entender exatamente a razão. Não é um bom filme de terror e sequer pode ser considerado original sob qualquer ponto de vista que se olhe. Na verdade o enredo é uma coisa bem antiga, ultrapassada. Essa coisa toda de crocodilos assassinos gigantes já era utilizada em plenos anos 1950, no auge do cinema Sci-fi de monstros e derivados. Provavelmente seja uma velha adaptação (ou diria plágio) de um antigo filme B da Universal onde o crocodilo se tornava gigantesco por causa da radiação de uma usina nuclear próxima ao pântano! Como na Hollywood atual nada se perde, tudo se recicla, por causa do deserto de originalidade que se abate sobre os roteiristas, resolveu-se então requentar esse velho prato frio. O resultado é bem decepcionante, a não ser que você ainda se aterrorize com algo assim, o que acho difícil de acontecer, a não ser que você seja apenas um adolescente facilmente impressionável. No final das contas a única coisa boa que se salva é a beleza da atriz Bridget Fonda, que era muito bonita e charmosa na época. Fora ela é melhor esquecer todo o resto.
Pablo Aluísio.
Título Original: Lake Placid
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox 2000 Pictures
Direção: Steve Miner
Roteiro: David E. Kelley
Elenco: Bridget Fonda, Bill Pullman, Oliver Platt
Sinopse:
Black Lake, no estado americano do Maine, é um dos lugares mais procurados por turistas durante o verão. Uma região linda que promete com sua beleza natural muitos momentos de descanso e lazer para os que a visitam. E é justamente nesse bucólico lugar que começam a ocorrer mortes violentas, provavelmente causadas por um gigantesco crocodilo assassino.
Comentários:
Virou uma franquia cinematográfica e eu sinceramente nunca consegui entender exatamente a razão. Não é um bom filme de terror e sequer pode ser considerado original sob qualquer ponto de vista que se olhe. Na verdade o enredo é uma coisa bem antiga, ultrapassada. Essa coisa toda de crocodilos assassinos gigantes já era utilizada em plenos anos 1950, no auge do cinema Sci-fi de monstros e derivados. Provavelmente seja uma velha adaptação (ou diria plágio) de um antigo filme B da Universal onde o crocodilo se tornava gigantesco por causa da radiação de uma usina nuclear próxima ao pântano! Como na Hollywood atual nada se perde, tudo se recicla, por causa do deserto de originalidade que se abate sobre os roteiristas, resolveu-se então requentar esse velho prato frio. O resultado é bem decepcionante, a não ser que você ainda se aterrorize com algo assim, o que acho difícil de acontecer, a não ser que você seja apenas um adolescente facilmente impressionável. No final das contas a única coisa boa que se salva é a beleza da atriz Bridget Fonda, que era muito bonita e charmosa na época. Fora ela é melhor esquecer todo o resto.
Pablo Aluísio.
Tubarão 4 - A Vingança
Título no Brasil: Tubarão 4 - A Vingança
Título Original: Jaws - The Revenge
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Joseph Sargent
Roteiro: Michael De Guzman
Elenco: Michael Caine, Lorraine Gary, Lance Guest, Mario Van Peebles
Sinopse:
Uma série de mortes começam a ocorrer em um resort nas Bahamas. Inicialmente a guarda costeira atribui os desaparecimentos de diversos turistas e moradores a meros acidentes ou afogamentos, mas para Ellen Brody (Lorraine Gary) todas as mortes devem ser atribuídas a uma espécie de tubarão branco imenso, maior do que o normal, que tem um insaciável desejo de devorar seres humanos. Filme vencedor do prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Atriz (Lorraine Gary). "Vencedor" do Framboesa de Ouro na categoria de Piores Efeitos Especiais.
Comentários:
Sim, existe um quarto filme da franquia original de "Tubarão", isso apesar da terceira continuação ter sido massacrada pela crítica. Massacre aliás bastante justificado já que o filme era realmente ruim de doer. Pois bem, mesmo com tudo de ruim que ocorreu no filme anterior e mesmo com os apelos do próprio Steven Spielberg para que a franquia fosse encerrada, resolveu-se seguir em frente. Na verdade a Universal não conseguia largar o osso. Os filmes eram assumidamente ruins, mas davam bilheteria afinal de contas. Aqui eles resolveram chamar o ator veterano Michael Caine para dar uma forcinha. Eu me lembro perfeitamente bem como Caine foi criticado por participar de algo assim. Na época se disse que ele era um daquela atores que topavam qualquer coisa por um bom cachê. Ele foi acusado de não zelar pelo prestígio de sua carreira. O próprio Caine levou tanta paulada da crítica que precisou até mesmo sair se justificando de ter feito parte de um elenco desses. Na época seu bom humor tipicamente inglês o salvou de sofrer um linchamento cultural maior. E o filme em si? É uma porcaria, lamento dizer. Resolveram simplificar tudo (entenda-se escreveram um roteiro pobre e sem conteúdo) e levaram o tubarão para as Bahamas. Isso pelo menos trouxe uma bonita fotografia para o filme como um todo. Pena que o resto do filme não seja nada bonito, com uma trama capenga e atores preguiçosos e sem talento. Os efeitos especiais são péssimos o que levou o filme a ser lembrado no Framboesa de Ouro por isso. Tirando o mico de Caine de participar de um filme tão caça-niqueis como esse ninguém mais hoje em dia dá a menor bola para essa produção - merecidamente alias.
Pablo Aluísio.
Título Original: Jaws - The Revenge
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Joseph Sargent
Roteiro: Michael De Guzman
Elenco: Michael Caine, Lorraine Gary, Lance Guest, Mario Van Peebles
Sinopse:
Uma série de mortes começam a ocorrer em um resort nas Bahamas. Inicialmente a guarda costeira atribui os desaparecimentos de diversos turistas e moradores a meros acidentes ou afogamentos, mas para Ellen Brody (Lorraine Gary) todas as mortes devem ser atribuídas a uma espécie de tubarão branco imenso, maior do que o normal, que tem um insaciável desejo de devorar seres humanos. Filme vencedor do prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Atriz (Lorraine Gary). "Vencedor" do Framboesa de Ouro na categoria de Piores Efeitos Especiais.
Comentários:
Sim, existe um quarto filme da franquia original de "Tubarão", isso apesar da terceira continuação ter sido massacrada pela crítica. Massacre aliás bastante justificado já que o filme era realmente ruim de doer. Pois bem, mesmo com tudo de ruim que ocorreu no filme anterior e mesmo com os apelos do próprio Steven Spielberg para que a franquia fosse encerrada, resolveu-se seguir em frente. Na verdade a Universal não conseguia largar o osso. Os filmes eram assumidamente ruins, mas davam bilheteria afinal de contas. Aqui eles resolveram chamar o ator veterano Michael Caine para dar uma forcinha. Eu me lembro perfeitamente bem como Caine foi criticado por participar de algo assim. Na época se disse que ele era um daquela atores que topavam qualquer coisa por um bom cachê. Ele foi acusado de não zelar pelo prestígio de sua carreira. O próprio Caine levou tanta paulada da crítica que precisou até mesmo sair se justificando de ter feito parte de um elenco desses. Na época seu bom humor tipicamente inglês o salvou de sofrer um linchamento cultural maior. E o filme em si? É uma porcaria, lamento dizer. Resolveram simplificar tudo (entenda-se escreveram um roteiro pobre e sem conteúdo) e levaram o tubarão para as Bahamas. Isso pelo menos trouxe uma bonita fotografia para o filme como um todo. Pena que o resto do filme não seja nada bonito, com uma trama capenga e atores preguiçosos e sem talento. Os efeitos especiais são péssimos o que levou o filme a ser lembrado no Framboesa de Ouro por isso. Tirando o mico de Caine de participar de um filme tão caça-niqueis como esse ninguém mais hoje em dia dá a menor bola para essa produção - merecidamente alias.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 22 de junho de 2016
A Hora do Pesadelo 3 - Os Guerreiros dos Sonhos
Título Original: A Nightmare on Elm Street 3 - Dream Warriors
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Chuck Russell
Roteiro: Wes Craven, Bruce Wagner
Elenco: Heather Langenkamp, Robert Englund, Craig Wasson
Sinopse:
Sobreviventes do psicopata Freddy Krueger (Robert Englund), que ataca suas vítimas em seus próprios sonhos, aprendem a lidar e lutar contra o monstro em seu próprio campo de batalha, a mente de jovens indefesos. Filme vencedor do Festival Fantasporto na categoria de Melhor Direção. Também indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Filme de Terror, Melhor Ator Coadjuvante (Robert Englund) e Melhor Maquiagem (equipe formada por Kevin Yagher, Mark Shostrom e R. Christopher Biggs).
Comentários:
Bom, o show não pode parar. Assim a New Line colocou no mercado o terceiro filme do famoso psicopata Freddy Krueger (que mais uma vez seria interpretado com maestria pelo bom ator Robert Englund - um sujeito que nem precisava de maquiagem para parecer ameaçador). No elenco também uma curiosidade e tanto, a presença de uma jovem Patricia Arquette no papel de Kristen Parker. O roteiro foi novamente escrito por Wes Craven que, anos depois, confessaria que não havia gostado do que ele próprio havia escrito e que por isso havia indicado ao estúdio o nome do jovem diretor Chuck Russell. Esse acabou sendo seu primeiro filme em uma carreira que depois despontaria com filmes de sucesso como "O Máskara", "Queima de Arquivo" e "O Escorpião Rei". Inteligente e inventivo o diretor ousaria até mesmo a rodar um remake inspirado nos antigos filmes Sci-fi dos anos 1950 intitulado "A Bolha Assassina". Com um orçamento de 4 milhões e meio de dólares ele aqui dirigiu um bom filme da franquia Krueger, embora tenha também sofrido algumas críticas por causa do ritmo oscilante do filme, ora excessivamente rápido, ora se arrastando em lerdeza. De uma maneira ou outra para quem curtia Freddy Krueger não havia mesmo maiores problemas para reclamar. É um bom terror com a cara dos anos 1980.
Pablo Aluísio.
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Chuck Russell
Roteiro: Wes Craven, Bruce Wagner
Elenco: Heather Langenkamp, Robert Englund, Craig Wasson
Sinopse:
Sobreviventes do psicopata Freddy Krueger (Robert Englund), que ataca suas vítimas em seus próprios sonhos, aprendem a lidar e lutar contra o monstro em seu próprio campo de batalha, a mente de jovens indefesos. Filme vencedor do Festival Fantasporto na categoria de Melhor Direção. Também indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Filme de Terror, Melhor Ator Coadjuvante (Robert Englund) e Melhor Maquiagem (equipe formada por Kevin Yagher, Mark Shostrom e R. Christopher Biggs).
Comentários:
Bom, o show não pode parar. Assim a New Line colocou no mercado o terceiro filme do famoso psicopata Freddy Krueger (que mais uma vez seria interpretado com maestria pelo bom ator Robert Englund - um sujeito que nem precisava de maquiagem para parecer ameaçador). No elenco também uma curiosidade e tanto, a presença de uma jovem Patricia Arquette no papel de Kristen Parker. O roteiro foi novamente escrito por Wes Craven que, anos depois, confessaria que não havia gostado do que ele próprio havia escrito e que por isso havia indicado ao estúdio o nome do jovem diretor Chuck Russell. Esse acabou sendo seu primeiro filme em uma carreira que depois despontaria com filmes de sucesso como "O Máskara", "Queima de Arquivo" e "O Escorpião Rei". Inteligente e inventivo o diretor ousaria até mesmo a rodar um remake inspirado nos antigos filmes Sci-fi dos anos 1950 intitulado "A Bolha Assassina". Com um orçamento de 4 milhões e meio de dólares ele aqui dirigiu um bom filme da franquia Krueger, embora tenha também sofrido algumas críticas por causa do ritmo oscilante do filme, ora excessivamente rápido, ora se arrastando em lerdeza. De uma maneira ou outra para quem curtia Freddy Krueger não havia mesmo maiores problemas para reclamar. É um bom terror com a cara dos anos 1980.
Pablo Aluísio.
Tubarão 3
Título no Brasil: Tubarão 3
Título Original: Jaws 3-D
Ano de Produção: 1983
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Joe Alves
Roteiro: Peter Benchley, Richard Matheson
Elenco: Dennis Quaid, Louis Gossett Jr, Bess Armstrong, Simon MacCorkindale
Sinopse:
Em um luxuoso parque aquático, o Sea World, um desaparecimento começa a preocupar os administradores, até que eles descobrem existir um terrível perigo ali mesmo em seus enormes aquários. Ao que tudo indica um enorme tubarão branco está de volta para reiniciar seu ciclo de matanças e mortes, um verdadeiro assassino dos oceanos. Filme indicado ao Framboesa de Ouro nas categorias de Pior Filme, Pior Roteiro, Pior Direção e Pior Ator Coadjuvante (Louis Gossett Jr).
Comentários:
Steven Spielberg havia recusado a tentação de dirigir "Tubarão 2" porque em sua visão aquela era uma história bem fechada em si mesmo. O arco se completava no primeiro filme, não era necessário novas sequências. A questão porém é que a Universal tinha outros planos. Entre eles ressuscitar a franquia, obviamente esperando lucrar muito com isso. Para tornar tudo ainda mais comercial resolveu-se apostar novamente na tecnologia 3D que havia sido deixada de lado desde os anos 50. Esse novo 3D dos anos 80 porém em pouco se assemelha ao que vemos hoje em dia nos cinemas. Era algo bem mais primitivo, onde se distribuíam pequenos óculos de plástico, uma lente vermelha de um lado e outra azul do outro lado. Uma coisa bem tosca que só servia para infernizar a vida do espectador porque no final das contas tudo ficava tão escuro que você não conseguia enxergar absolutamente nada! Imagine o desconforto! Some-se a isso um filme bem ruim e você terá o quadro de terror completo - tanto do ponto de vista da qualidade do filme em si, como da péssima experiência que o 3D dos anos 80 proporcionava a você! O horror, o horror...
Pablo Aluísio.
Título Original: Jaws 3-D
Ano de Produção: 1983
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Joe Alves
Roteiro: Peter Benchley, Richard Matheson
Elenco: Dennis Quaid, Louis Gossett Jr, Bess Armstrong, Simon MacCorkindale
Sinopse:
Em um luxuoso parque aquático, o Sea World, um desaparecimento começa a preocupar os administradores, até que eles descobrem existir um terrível perigo ali mesmo em seus enormes aquários. Ao que tudo indica um enorme tubarão branco está de volta para reiniciar seu ciclo de matanças e mortes, um verdadeiro assassino dos oceanos. Filme indicado ao Framboesa de Ouro nas categorias de Pior Filme, Pior Roteiro, Pior Direção e Pior Ator Coadjuvante (Louis Gossett Jr).
Comentários:
Steven Spielberg havia recusado a tentação de dirigir "Tubarão 2" porque em sua visão aquela era uma história bem fechada em si mesmo. O arco se completava no primeiro filme, não era necessário novas sequências. A questão porém é que a Universal tinha outros planos. Entre eles ressuscitar a franquia, obviamente esperando lucrar muito com isso. Para tornar tudo ainda mais comercial resolveu-se apostar novamente na tecnologia 3D que havia sido deixada de lado desde os anos 50. Esse novo 3D dos anos 80 porém em pouco se assemelha ao que vemos hoje em dia nos cinemas. Era algo bem mais primitivo, onde se distribuíam pequenos óculos de plástico, uma lente vermelha de um lado e outra azul do outro lado. Uma coisa bem tosca que só servia para infernizar a vida do espectador porque no final das contas tudo ficava tão escuro que você não conseguia enxergar absolutamente nada! Imagine o desconforto! Some-se a isso um filme bem ruim e você terá o quadro de terror completo - tanto do ponto de vista da qualidade do filme em si, como da péssima experiência que o 3D dos anos 80 proporcionava a você! O horror, o horror...
Pablo Aluísio.
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