quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Arthur, o Milionário Sedutor

Eu assisti esse filme pela primeira vez ainda nos anos 80. Eu sempre tive um sentimento dúbio em relação a essa película. E nunca foi de riso. Havia uma certa melancolia na história desse milionário baixinho, muito vulnerável emocionalmente, que vivia atrás da mulher perfeita para ele. O Dudley Moore sempre foi um ator subestimado. As pessoas o viam principalmente como um comediante. Eu o via da maneira certa, como um grande ator, que conseguia passar muitas emoções apenas com sutis olhares, nuances, etc. Na verdade eu sempre tive muita pena de seu personagem nesse filme.

E isso me lembra aquela famosa frase que dizia: "Era tão pobre que a única coisa que tinha era o dinheiro". Exatamente isso. O Arthur vaga pela vida, mas no fundo é um ser humano triste, sem rumo. E quando ele se apaixona por uma mulher joga tudo para o alto. É um sujeito desesperado. Pois bem, esse é um grande filme em minha opinião. Esqueça a continuação que é horrenda. Assista apenas esse que já está de bom tamanho. Um filme que me tocou quando vi. O melhor trabalho do Moore em toda a sua carreira. E ter a Liza Minelli também no elenco é mais um luxo de um filme que realmente é muito bom.

Arthur, o Milionário Sedutor (Arthur, Estados Unidos, 1981) Direção: Steve Gordon / Roteiro: Steve Gordon / Elenco: Dudley Moore, Liza Minnelli, John Gielgud / Sinopse: Um homem muito rico, milionário, mas igualmente muito carente, tenta encontrar a mulher que vai se tornar o amor de sua vida. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor ator coadjuvante (John Gielgud) e melhor música original ("Arthur's Theme (Best That You Can Do)".

Pablo Aluísio.

Passionata

Esse filme, como o título bem sugere, é um romance. Um romance daqueles que retratam paixões avassaladoras. O protagonista é um jovem estudante da Juilliard, uma das mais prestigiadas escolas de música de Nova Iorque. Isso traz ao filme, como não poderia deixar de ser, uma trilha sonora linda, com muita música sofisticada e de classe. O amor entre o casal parece florescer com avidez e também se auto destrói com fúria. Embora a produção não seja classe A - muitas vezes parecendo um telefilme, o filme em si se sustenta bem pela força da história que conta.

Assisti o filme na TV a cabo e gostei do que vi. Ele é um filme relativamente curto e passa voando. Foi de certa forma criticado por causa da superficialidade de certos personagens, mas ao meu ver essa é uma crítica até mesmo injusta já que a pretensão do filme se resume em contar uma história de amor. E paixões como essa não precisam de maior complexidade, precisam mesmo é de amor e isso o casal conseguiu passar para a tela.

Passionata (Passionata, Estados Unidos, 1992) Direção: rChristopher Shelton / Roteiro: Bill Hoffman / Elenco: Larry Poindexter, Pamela Winslow Kashan, iStuart Nelson/ Sinopse: Uma história de amor passada no meio acadêmico e musical de Nova Iorque. O amor é lindo e também pode se expressar por belas notas musicais.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Papai Noel às Avessas

Título no Brasil: Papai Noel às Avessas
Título Original: Bad Santa
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Terry Zwigoff
Roteiro: Glenn Ficarra, John Requa
Elenco: Billy Bob Thornton, Bernie Mac, Lauren Graham,

Sinopse:
Um vigarista e seu comparsa se vestem de Papai Noel e seu ajudante duende para roubar todas as lojas grandes da cidade, mas seus planos acabam interrompidos quando ele conhece uma criança com problemas.

Comentários:
Inegavelmente um filme vulgar, apelando para uma tremenda baixaria em certos momentos, mas que a despeito de tudo isso ainda consegue soar divertido. Pois é, existe uma verdadeira praga de filmes melosos de natal todos os anos. Então um filme como esse, que ridiculariza e satiriza essa pieguice toda, sempre será mais bem-vindo. Sempre haverá pessoas em fins de ano que estarão de saco cheio de toda aquela coisa de natal como Papai Noel, falsidade entre familiares, etc. Entõa para essa turminha mais chegada em um certo humor negro o filme até que funciona que é uma beleza, embora não pague pra ver, indo até as últimas consequências.

Pablo Aluísio.

A Inveja Mata

Título no Brasil: A Inveja Mata
Título Original: Envy
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Dreamworks Pictures.
Direção: Barry Levinson
Roteiro: Steve Adams
Elenco: Ben Stiller, Jack Black, Rachel Weisz

Sinopse:
A amizade de dois amigos começa a ficar conturbada quando um deles sobe na vida, faz sucesso, fica rico, enquanto o outro só afunda, dia após dia. A inveja, que mata, começa a nublar a antiga amizade sincera entre eles.

Comentários:
Uma comédia descartável, nada memorável. O elenco reúne dois humoristas que me cansaram há anos. Definitivamente não aguento mais Ben Stiller. Ele sempre repete o mesmo papel, a do carinha que tenta ser normal, mas que no fundo não passa de um tremendo panaca. Jack Black é bem menos chato, mas também tem tendência de ser exagerado e quando isso acontece, afunda qualquer filme. O que mais me intriga aqui é mesmo a presença da ótima atriz Rachel Weisz! O que essa atriz, tão profissional e talentosa, está fazendo nesse filmeco? Eu não sei, definitivamente não sei. Só sei que esse é seguramente o pior filme de sua rica filmografia. Pois é, ninguém é perfeito nesse mundo!

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de novembro de 2015

As Virgens Suicidas

Já que estamos falando de filmes esquisitos eu me lembrei desse "As Virgens Suicidas". Assisti ainda nos tempos do VHS. Esse foi o filme que convenceu a crítica de que a jovem Sofia Coppola não era apenas a péssima atriz que Francis Ford Coppola insistiu em colocar na terceira parte de "O Poderoso Chefão". Ela até não podia convencer na frente das câmeras, mas seguramente mostrava bastante talento atrás delas, como cineasta. Duvida? Então você tem que conhecer esse seu primeiro filme de grande repercussão no circuito independente. O enredo por si só já era fora do normal. Um grupo de jovens garotas, todas loiras, lindas e muito inteligentes, que acabam se tornando protagonistas de um acontecimento bizarro que chocou a cidade onde moravam (sim, por mais estranha que a história lhe possa parecer o fato é que o roteiro foi baseado em fatos reais, o que definitivamente prova que os americanos não formam a população mais normal do mundo).

Aliás é bom salientar que o argumento tem várias nuances envolvendo fanatismo religioso, costumes e moralidade exacerbadas, repressão familiar, falta de harmonia doméstica e até mesmo assédio moral entre parentes. No elenco quem se destacou mesmo foi Kirsten Dunst, cuja atuação também serviu de trampolim para a fama pois em pouco tempo ela entraria na franquia de grande sucesso do Homem-Aranha. Então é isso, deixo essa dica para vocês, um filme que provavelmente vá mexer com tudo aquilo que você pensa entender da mente dos adolescentes.

As Virgens Suicidas (The Virgin Suicides, Estados Unidos, 1999) Direção: Sofia Coppola / Roteiro: Sofia Coppola / Elenco: Kirsten Dunst, Josh Hartnett, James Woods, Kathleen Turner, Danny DeVito, Michael Paré, Scott Glenn / Sinopse: o filme conta uma chocante história real envolvendo adolescentes norte-americanas. Filme indicado ao Chicago Film Critics Association Awards e ao Empire Awards.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Atrás das Linhas Inimigas

Outro filme que também marcou a despedida de um grande ator. Durante as entrevistas de lançamento dessa produção, Gene Hackman anunciou que estava se aposentando. De fato ele só retornaria dois anos depois para um último adeus em "O Júri" para só então se dedicar apenas a desfrutar dos frutos de sua longa carreira no cinema. Pena que "Atrás das Linhas Inimigas" não seja tão bom quanto se esperava. Na verdade é um filme cheio de problemas, em especial em termos de roteiro, arrastado e confuso, e falta de ritmo. Além disso o elenco não parece bem escalado. O comediante Owen Wilson, por exemplo, foi pessimamente escalado para o papel do tenente Chris Burnett. Ele parece nada convincente. Hackman, um ator que era praticamente à prova de falhas, precisou então segurar o filme praticamente sozinho em suas costas, o que nem sempre é um bom sinal.

Basicamente é um filme de guerra e ação que mostra as dificuldades de um oficial americano em sobreviver após ser praticamente abandonado em pleno território inimigo. A sinopse parece bem mais interessante do que se vê na tela. As cenas não são empolgantes e a dificuldade de se acertar no enredo coloca quase tudo praticamente a perder. Isso parece ser uma constante na carreira do diretor John Moore, algo que se repetiu em pequena escala em outros filmes seus como "O Vôo da Fênix" e "Max Payne". Só em "Duro de Matar: Um Bom Dia para Morrer" ele conseguiu em parte superar isso, talvez por se tratar de uma super produção. Enfim, temos aqui um filme que prometia bastante, mas que no final de tudo se revela apenas de mediano para fraco. O veterano e talentoso Gene Hackman merecia mais, muito mais do que apenas isso.

Atrás das Linhas Inimigas (Behind Enemy Lines, Estados Unidos, 2001) Direção: John Moore / Roteiro: Jim Thomas, John Thomas / Elenco: Gene Hackman, Owen Wilson, Gabriel Macht, Joaquim de Almeida / Sinopse: Um filme de guerra mostrando uma operação das mais perigosas no front de batalha.

Pablo Aluísio.

Testemunha do Silêncio

Um garoto autista se torna a única testemunha de um duplo homicídio. Para tentar entrar na mente dele um terapeuta, Dr. Jake Rainer (Richard Dreyfuss), tenta revelar o que ele de fato teria visto, usando para isso uma metodologia pouco usual. Um bom thriller policial de suspense, com roteiro bem escrito. Eis o que temos aqui nesse "Testemunha do Silêncio". Como se sabe pessoas que sofrem de autismo não conseguem interagir completamente com outras, se isolando em um mundo particular no qual praticamente ninguém consegue entrar. Agora imagine um autista sendo a única testemunha de um crime hediondo. Como descobrir quem teria cometido o crime se apenas ele o viu? O bom elenco também segura a trama com competência.

Entre os atores, como não poderia deixar de ser, quem acaba se destacando mesmo é Richard Dreyfuss. De tempos em tempos Dreyfuss passeia em comédias levemente divertidas, mas aqui preferiu trabalhar em um papel mais sério e centrado. Acertou em cheio, até porque embora seja um comediante nato ele também convence plenamente nesse tipo de personagem por causa de sua imagem, que mais se parece com a de um intelectual judeu de Nova Iorque ou um professor universitário em fim de carreira. Pela boa direção o cineasta Bruce Beresford acabou sendo indicado no prestigiado Berlin International Film Festival, arrancando uma memorável indicação ao Urso de Ouro, um dos prêmios mais conceituados do velho continente. Um reconhecimento merecido que serviu para ressaltar ainda mais a qualidade cinematográfica do filme como um todo. /

Testemunha do Silêncio (Silent Fall, Estados Unidos, 1994) Direção: Bruce Beresford / Roteiro: Akiva Goldsman / Elenco: Richard Dreyfuss, Linda Hamilton, John Lithgow, Liv Tyler / Sinopse: Um thriller de suspense dos anos 1990, com ótimo elenco.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Attica: A Solução Final

John Frankenheimer poucas vezes trabalhou na TV. Uma de suas poucas incursões na telinha aconteceu justamente nesse muito bom "Attica: A Solução Final". A história, baseada em fatos reais, se passa no ano de 1971 no presídio de segurança máxima Attica. Michael Smith (Kyle MacLachlan) é um jovem guarda, praticamente um novato, ainda nos seus primeiros dias dentro da prisão, que é surpreendido por uma das maiores rebeliões de presos da história daquela instituição prisional. Tudo fruto de anos e anos de má administração, abusos, torturas e violações de direitos humanos dos prisioneiros.

Como se sabe quando algo assim é implantado dentro de um presídio o esperado é realmente que algo muito sério venha a ocorrer, principalmente quando a pressão se torna insustentável de se administrar. Kyle MacLachlan convence plenamente como o sujeito que até tem boas intenções, mas que é tragado pelo sistema completamente viciado... e corrupto! O roteiro procura seguir os passos dos acontecimentos reais, então é de se esperar que haja mesmo muita violência e cenas de impacto, algo que não é muito recomendado para quem estiver procurando por algo mais leve. A intenção de Frankenheimer foi realmente denunciar uma situação extrema, que merecia ganhar a atenção urgente das autoridades públicas.  

Attica: A Solução Final (Against the Wall, Estados Unidos, 1994) Direção: John Frankenheimer / Roteiro: Ron Hutchinson / Elenco: Kyle MacLachlan, Samuel L. Jackson, Clarence Williams III / Sinopse: Violência, ódio e sobrevivência em uma das mais infames prisões dos Estados Unidos. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Ator - Minissérie ou Telefilme (Samuel L. Jackson).

Pablo Aluísio.

Stalingrado - A Batalha Final

Produção alemã que procura recriar uma das batalhas mais sangrentas da Segunda Guerra Mundial. Naquele momento histórico o ditador nazista Adolf Hitler estava determinado a conquistar a União Soviética. Para isso a tomada da cidade de Stalingrado era essencial para os seus planos. Milhões de soldados alemães foram enviados, mas a missão militar logo se revelou um desastre completo. As tropas do Reich não tinham equipamentos e nem apoio logístico adequado para enfrentar uma batalha de longo prazo como aquela. Os russos se armaram até os dentes e toda a população civil foi convocada para lutar rua a rua, casa a casa. Isso deu origem a uma das defesas mais aguerridas de todo o conflito.

Os alemães, sem comida e apoio de retaguarda foram morrendo aos poucos. Além da fome, o frio também foi implacável. Apelidado de "general inverno" as baixas temperaturas literalmente congelaram as tropas nazistas inimigas. Já o povo soviético também teve que se virar diante da adversidade, comendo ratos e até mesmo os cadáveres de pessoas mortas para sobreviver ao cerco alemão. Uma tragédia de proporções humanas imensuráveis. Para quem gosta da história da Segunda Guerra Mundial o filme é obviamente uma boa opção. Filme indicado aos prêmios do Bavarian Film Awards e do Moscow International Film Festival.

Stalingrado - A Batalha Final (Stalingrad, Alemanha, 1993) Direção: Joseph Vilsmaier / Roteiro: Jürgen Büscher, Johannes Heide / Elenco: Dominique Horwitz, Thomas Kretschmann, Sebastian Rudolph / Sinopse: O filme reconstitui uma das mais sangrentas batalhas da II Grande Guerra Mundial.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

O Mundo de Andy

O ator Jim Carrey voltou às manchetes de todos os jornais nesse fim de semana por causa da morte trágica de sua namorada, Cathriona White. Segundo as investigações ela teria se suicidado com uma overdose de pílulas após Carrey acabar seu romance com ela. É triste, mas o fato é que muitas pessoas não conseguem lidar direito com a rejeição amorosa. Muitas mulheres ficam devastadas - algumas por anos e anos a fio - enquanto outras tomam atitudes desesperadas como essa. Segurando o caixão da ex-namorada, Carrey me pareceu muito abatido e envelhecido (com uma longa barba messiânica). Uma pena. Isso também me fez dar uma olhada mais uma vez em sua filmografia. Confesso que nunca fui seu fã de carteirinha, talvez por ter sido um admirador de Jerry Lewis no passado, o que me fez ter sempre uma sensação de que Carrey seria apenas uma versão moderna e menos talentosa do outrora brilhante Lewis. De qualquer forma um de seus filmes que realmente valem a pena é esse "O Mundo de Andy" dirigido pelo grande Milos Forman (quem poderia prever que um cineasta clássico como esse iria um dia fazer um filme com o careteiro Carrey?). Claro que não seria uma comédia escrachada, mas sim um drama.

O filme se propõe a contar a história do comediante Andy Kaufman (muito popular nos Estados Unidos porém praticamente desconhecido no Brasil). Andy era um sujeito estranho, diria até mesmo bizarro, que usava essa imagem fora do comum para ganhar a vida fazendo humor (muitas vezes bem corrosivo e fora dos padrões convencionais). Esse filme foi mais uma tentativa (dessa vez bem sucedida) de Jim Carrey provar que era mais do que apenas um humorista pirado em filmes comerciais de verão. Temos de reconhecer que ele está muito bem, provavelmente naquela que seja sua melhor atuação na carreira. Premiado de forma merecida com o Globo de Ouro de Melhor Ator, Carrey conseguiu convencer a crítica, mesmo que por um breve período, que também sabia atuar e muito bem em outros gêneros cinematográficos. Depois de "O Mundo de Andy" isso foi mais do que comprovado.

O Mundo de Andy (Man on the Moon, Estados Unidos, 1999) Direção: Milos Forman / Roteiro: Scott Alexander, Larry Karaszewski / Elenco: Jim Carrey, Danny DeVito, Gerry Becker / Sinopse: O filme conta a história real de um popular comediante norte-americano. Um sujeito que de certa maneira estava muito à frente de seu tempo.

Pablo Aluísio.