segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Wolverine: Imortal

O soldado Logan (Hugh Jackman) é feito prisioneiro pelas tropas japoneses durante a Segunda Guerra Mundial. Enviado a um campo de prisioneiros em Nagasaki ele acaba testemunhando um evento histórico: o ataque nuclear na cidade na fase final da guerra. No último momento resolve salvar a vida de um dos guardas pois seu esqueleto de  adamantium consegue salvar a ambos da explosão nuclear. Muitos anos depois, Logan agora leva uma vida isolada e longe da civilização. Vivendo como um ermitão ele prefere a companhia dos animais selvagens ao do homem. Numa noite encontra um urso bastante ferido e vai tomar satisfações com caçadores locais. Para sua surpresa uma jovem japonesa vem ao seu encontro dizendo ser a enviada de um amigo do passado, justamente o guarda que ele salvou a vida na guerra, Yashida (Hal Yamanouchi). Ele está morrendo e quer da o último adeus ao amigo americano. O que Wolverine nem desconfia é que está na verdade entrando no meio de uma grande conspiração envolvendo interesses corporativos e a luta pelo segredo de sua própria imortalidade.

Começa assim "Wolverine: Imortal" mais uma tentativa de tornar viável a franquia do personagem em produções solos. Como se sabe o primeiro Wolverine foi mal recebido por público e crítica. Recebendo vários comentários ruins o estúdio soube muito bem absorver todos eles, aprendendo com seus próprios erros. Esse segundo filme da franquia já se saiu bem melhor, inclusive em termos comerciais uma vez que se tornou uma das três maiores bilheterias do ano. O diretor James Mangold acertou em apostar em algo mais simples, com menos personagens, tudo centrado numa trama de fácil compreensão. Além disso o fato do filme ter sido ambientado todo no Japão trouxe novos ares ao personagem, melhorando ainda mais seu conceito entre os fãs. Wolverine surge aqui como um verdadeiro Ronin, ou seja, um samurai sem mestre. Enfrentando guerreiros, ninjas e até mesmo um samurai robótico feito de adamantium como ele, "Wolverine: Imortal" se mostra um filme de quadrinhos muito eficiente e bem realizado, embora com alguns probleminhas ainda, mas nenhum deles graves a ponto de desmerecer a fita. Em poucas palavras, finalmente acharam o caminho certo para Logan nas telas. Que venham agora os próximos filmes da franquia.

Wolverine: Imortal (The Wolverine, Estados Unidos, 2013) Direção: James Mangold / Roteiro: Mark Bomback, Scott Frank / Elenco: Hugh Jackman, Will Yun Lee, Tao Okamoto, Hal Yamanouchi / Sinopse: Wolverine (Hugh Jackman) vai ao Japão para se despedir de um antigo amigo que está morrendo mas acaba se vendo envolvido no meio de uma complicada rede de interesses envolvendo a luta pelo controle de uma grande corporação e a busca pelo segredo de sua própria imortalidade.

Pablo Aluísio.

domingo, 22 de setembro de 2013

O Lugar Onde Tudo Termina

Luke (Ryan Gosling) trabalha em um parque de diversões. Ele é piloto da moto do Globo da Morte, uma atração perigosa mas que paga um péssimo salário. Viajando de cidade em cidade ele vai parar em Schenectady, New York. Lá reencontra Romina (Eva Mendes), uma garçonete com o qual teve um caso meses antes. Luke que não é de muitas palavras logo desconfia que algo está acontecendo na vida de sua garota e para sua surpresa descobre que ela tem um filho seu, um bebezinho que ela tenta em vão esconder de seu ex-namorado. O problema é que ela já mora com um outro homem que resolveu assumir a figura de pai adotivo da criança. Luke quer ser um pai presente na vida do filho mas não tem dinheiro suficiente para ajudar em sua criação. Assim resolve tomar uma decisão radical. Ao lado de um comparsa começa a realizar assaltos a banco pela região. Ótimo piloto, passa a usar de sua habilidade para fugir da polícia após seus crimes. Por um tempo as coisas até que funcionam muito bem para ele até o dia em que cruza caminho com o policial Avery Cross (Bradley Cooper). O encontro durante uma fuga mudará para sempre o destino de sua vida.

Belo filme esse "O Lugar Onde Tudo Termina". O ator Ryan Gosling novamente surpreende estrelando mais uma ótimo produção em sua filmografia. Em certos momentos lembrei de "Drive" mas esse aqui é bem mais complexo e completo. O roteiro pode ser dividido em três atos bem nítidos. No primeiro acompanhamos a dura vida do personagem de Ryan Gosling. É um sujeito que caminha numa escolha sem volta. Ao abraçar o mundo do crime ele também dá adeus a uma vida equilibrada e segura, algo aliás que nunca teve. Gosling está ótimo em seu trabalho pois ele tem esse raro talento de imprimir carisma em papéis nem sempre agradáveis. A segunda linha narrativa já mostra a conturbada vida do policial Cross (Cooper), um sujeito ambicioso e pouco ético que começa aos poucos a subir no mundo da política. Por fim acompanhamos no ato final os desdobramentos do terrível encontro entre o criminoso e o tira, algo que repercutirá inclusive no futuro de seus próprios filhos. É sem dúvida um filme extremamente bem escrito, com ótimo elenco e enredo mais do que interessante que inclusive atravessa os anos. É um filme mais longo que o habitual (quase duas horas e meia de duração) mas que em momento nenhum cansará o espectador. Esse podemos recomendar sem qualquer receio. Grande filme certamente.

O Lugar Onde Tudo Termina (The Place Beyond the Pines, Estados Unidos, 2012) Direção: Derek Cianfrance / Roteiro: Derek Cianfrance, Ben Coccio / Elenco: Ryan Gosling, Bradley Cooper, Eva Mendes, Rose Byrne, Ray Liotta, Bruce Greenwood / Sinopse: Duas gerações sofrem as consequências de um terrível acontecimento ocorrido numa pequena cidade do interior dos EUA, Schenectady, New York.

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de setembro de 2013

Seis Balas

O novo filme do ator Jean-Claude Van Damme é surpreendentemente bom e toca em uma questão que ultimamente tem ganho cada vez mais espaço em jornais e noticiários: o tráfico de pessoas. Na trama um casal de americanos e sua filha adolescente vão para a distante Moldávia, ex-república soviética. O pai é lutador de MMA e vai até lá para disputar uma luta com um conhecido esportista local. Seus problemas começam quando a filha desaparece dentro do hotel onde estão hospedados. Na verdade ela cai nas mãos de um grupo de traficantes de pessoas que vêem na jovem, loira e americana, uma “mercadoria” das mais preciosas no submundo do sexo do leste europeu. Desesperados eles tentam de todas as formas encontrar sua filha mas seus esforços são em vão. Como última tentativa eles contratam os serviços de um veterano da legião estrangeira, Samson Gaul (Van Damme), especializado nesse tipo de resgate. Suas investigações acabam mostrando o envolvimento de altos funcionários do governo local, pois o mercado do sexo é uma das principais fontes de renda daquele país.

O título do filme, “Seis Balas”, reflete como é banal o tráfico envolvendo adolescentes (e até mesmo crianças) nesse mundo sórdido das ex-Repúblicas soviéticas. Seis balas é o preço que se paga por uma jovem garota, vendida praticamente como escrava para atuar em prostíbulos por toda a Europa. Como se vê o argumento é dos mais interessantes. Van Damme está envelhecido mas conseguiu manter sua boa forma física. Seu personagem vive como açougueiro na capital da Moldávia e nas horas livres trabalha como mercenário contratado. Infelizmente nem sempre seus serviços são bem sucedidos como é mostrado na cena inicial quando um grupo de jovens explorados sexualmente por uma rede de pedofilia acabam mortos por uma falha de estratégia por parte dele. Mesmo com o peso em sua consciência tenta seguir em frente. O filme tem ação, boas cenas e um cenário que não é muito comum em filmes (“Seis Balas” foi rodado na Hungria e na Romênia, ambos os países servindo de “Moldávia” no enredo). Enfim está recomendado essa nova fita de ação de Van Damme que consegue manter o interesse da primeira à última cena.

Seis Balas (6 Bullets, Estados Unidos, 2012) Direção: Ernie Barbarash / Roteiro: Chad Law, Evan Law / Elenco: Jean-Claude Van Damme, Joe Flanigan, Anna-Louise / Sinopse: Jovem adolescente americana é raptada no leste europeu por um grupo de traficantes de pessoas. Para tentar localizar seu paradeiro seus pais contratam os serviços de um veterano da legião estrangeira especializado nesse tipo de crime.

Pablo Aluísio.

Soldados da Fortuna

Durante uma missão no Afeganistão o oficial Craig McCenzie (Christian Slater) acaba descumprindo ordens expressas de seus superiores para salvar a vida de um de seus homens. Julgado pela justiça militar do exército acaba ganhando seu desligamento da força de forma desonrosa. De volta aos EUA resolve abrir seu próprio negócio, uma agência de segurança, mas as coisas andam mal. Pior se encontra seu velho amigo, que veterano e rebaixado de forma também desonrosa, não consegue arranjar emprego em sua volta ao lar. A solução para ambos acaba vindo de um programa muito peculiar: Os Soldados da Fortuna. É um tipo de turismo radical para milionários endinheirados. Em troca de um ingresso caríssimo esses ricos entediados são levados por soldados treinados e veteranos para zonas de conflito reais, onde podem desfrutar de toda a adrenalina e emoção de uma guerra de verdade! Com seu treinamento militar de elite McCenzie acaba sendo a opção ideal para o programa que o contrata para evitar a todo custo que algum desses ricaços sofra algum tipo de perigo no campo de batalha. A missão então passa a ser uma entrega de armas na chamada Ilha das Cobras, um lugar isolado e controlado por um ditador sanguinário. O problema é que nada acaba saindo como planejado.

Assim que surgiram as primeiras cenas de "Soldados da Fortuna" na tela eu me lembrei imediatamente das antigas produções de ação da produtora Cannon Group. Quem é cinéfilo de longa data saberá exatamente do que estou falando. Curiosamente nos créditos pude conferir também que o filme foi produzido pela produtora Globus-film. Ora, o produtor Yoram Globus era um dos donos da Cannon. Assim tudo se explica. É uma produção nova com todas as características que fizeram a festa dos fãs da Cannon na década de 80. Nessa fórmula temos filmes com roteiros simples, muitas explosões e cenas de ação. É o que eu gosto de chamar de filme de ação em sentido estrito. Nada de enrolação e nem de tentar ser o que não é. Tudo se resume a um ritmo de puro pancadaria sem freios. "Soldados da Fortuna" é exatamente isso. A única curiosidade mais digna de nota é a presença de um elenco de apoio acima da média. Todos os atores que interpretam os milionários que pagam para sentir a emoção de um verdadeiro campo de guerra são nomes reconhecíveis dos cinéfilos. De uma maneira ou outra é o tipo de filme que indico para quem gosta de ação e nada mais do que ação. Se é o seu caso, bom apetite.

Soldados da Fortuna (Soldiers of Fortune, Estados Unidos, 2013) Direção: Maxim Korostyshevsky / Roteiro: Alexandre Coscas, Robert Crombie / Elenco: Christian Slater, Sean Bean, Ving Rhames, Colm Meaney, Dominic Monaghan / Sinopse: Veterano da guerra do Afeganistão (Slater) é contratado para levar um grupo de ricaços até um front de batalha real para que eles experimentem a adrenalina de uma verdadeiro campo de guerra. As coisas porém acabam saindo que era inicialmente planejado.

Pablo Aluísio

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Sangue no Gelo

Os chamados Serial Killers, ou assassinos em série, são terríveis criminosos na vida real mas que no cinema acabam rendendo bons filmes. Um exemplo é esse novo "The Frozen Ground", filme que tem tido boa receptividade pela crítica na Europa e nos EUA. Um dos atrativos de seu roteiro é o fato de ter sido baseado em fatos reais o que deixa tudo ainda mais impressionante para o espectador. A história se passa em Anchorage, uma cidade isolada e fria no distante Alasca. É lá que começam a surgir vários corpos no meio da floresta. Inicialmente o departamento de polícia não vê ligação entre todas as mortes uma vez que há uma certa distância temporal entre elas. Um policial porém, o detetive Jack Halcombe (Nicolas Cage), começa a perceber que existe um padrão nos crimes. Todas as vítimas são jovens, bem parecidas entre si, com cabelos escuros curtos, sendo algumas delas prostitutas desaparecidas. Além disso os corpos revelam sinal de execução, com tiros de um potente rifle, calibre .223, dados pelas costas. O aparecimento de uma nova vítima ainda viva, uma garota que sofreu uma tentativa de estupro acaba levando o foco das investigações para o pacato cidadão e pai de família Robert Hansen (John Cusack). Mas como provar que esse sujeito acima de todas as suspeitas é na verdade um psicopata serial?

Como é um filme baseado em fatos reais o roteiro inverte de certa forma a sequência dos acontecimentos em relação aos filmes tradicionais sobre serial killers. Assim o espectador sabe logo de antemão quem é o assassino. Mesmo com essa inversão, onde não existe o impacto de se descobrir quem é o criminoso responsável pelas mortes, o filme mantém o interesse. Ponto para o ator Nicolas Cage que vem em uma maré baixa já há algum tempo. Não resta dúvida que é uma ótima notícia para os fãs de Cage que ultimamente tem se especializado em atuar em produções ruins, daquelas que viram chacotas nas mãos dos críticos. Aqui temos uma situação bem diferente, ainda bem, pois é um filme realmente bem realizado, roteirizado e com ótima reconstituição dos fatos. Outro que também está muito bem em cena é John Cusack. Sua caracterização é perfeita pois ele conseguiu trazer para as telas aquelas nuances psicológicas bem conhecidas de assassinos desse tipo. Eles geralmente mantém uma fachada social perfeita, com família e trabalho. Parecem cidadãos exemplares. Alguns são até muito pacatos e admirados pelos vizinhos. Por baixo da máscara de bom mocismo porém se esconde um predador feroz. Um retrato perfeito de um triste caso real que abalou o Alasca e que certamente abalará também o espectador. Assista sem receios, afinal Cage vinha virando sinônimo de filme ruim mas aqui felizmente isso passa longe de acontecer. 

Sangue no Gelo (The Frozen Ground, Estados Unidos, 2013) Direção: Scott Walker / Roteiro: Scott Walker / Elenco: Nicolas Cage, John Cusack, Vanessa Hudgens, Dean Norris / Sinopse: Policial prestes a se aposentar (Cage) acaba sendo designado para o caso que iria definir toda a sua carreira: a caça e captura do maior serial killer da história do Alasca.

Pablo Aluísio.

Jobs

Steve Jobs (Ashton Kutcher) é um jovem universitário que decide abandonar a faculdade para viajar pelo mundo, indo parar na Índia, onde conhece a realidade daquele povo. De volta aos EUA, sem saber direito que rumo tomar na vida, resolve se unir ao talentoso e inspirado Steve Wozniak (Josh Gad) para criar e desenvolver uma ideia nova e original, a criação de um novo conceito em informática, surgindo daí as origens do chamado PC, o computador pessoal. Inicialmente criam uma placa inovadora e depois com a ajuda de um investidor criam a Appel Computers, uma empresa que nas décadas seguintes se tornaria a mais valiosa de todo o mundo. Como se pode perceber "Jobs", o filme, tenta desvendar a figura desse famoso executivo, homem de negócios e inovador da indústria de informática. Infelizmente uma figura tão complexa e interessante para o nosso mundo moderno ganhou apenas uma pálida representação nessa produção muito burocrática, quadrada e sem inspiração, que se contenta apenas em narrar da forma mais enfadonha possível os principais eventos de sua vida.

A verdade pura e simples é que o personagem Steve Jobs retratado nesse filme não tem profundidade nenhuma. Ele é visto como um capitalista voraz, que após subir na carreira começa a se livrar de forma nada sutil de todas pessoas que o ajudaram a criar sua empresa vitoriosa. Ao mesmo tempo também mostra a terrível competição dentro das grandes empresas corporativas dos EUA, onde a puxada de tapete, a traição e o jogo de poder são fatos comuns, livres de qualquer ética pessoal. O roteiro se concentra mesmo na vida profissional de Jobs sem se importar em nenhum momento com a vida pessoal do retratado. Para se ter uma ideia o espectador é meio que informado que Jobs se recusou a assumir a paternidade de sua filha, mas tudo é jogado na tela sem qualquer complexidade, suas razões para agir assim são pessimamente explicadas em uma ou duas linhas de diálogo e nada mais. O ator Ashton Kutcher que interpreta Jobs, como era de se esperar, não consegue em nenhum momento captar a personalidade única desse executivo. Geralmente ele é retratado em cena apenas como uma pessoa extremamente rígida no trato com seus empregados. Sempre com cara de tensão e de poucos amigos o trabalho de Ashton Kutcher ficaria mais adequado se ele estivesse interpretando um psicopata e não uma pessoa tão imaginativa e criadora como Jobs. Assim o que temos aqui é um filme muito fraco, com estilo de telefilme, sem qualquer inovação ou surpresa. Bem decepcionante e vazio no final das contas.

Jobs (Jobs, Estados Unidos, 2013) Direção: Joshua Michael Stern / Roteiro: Matt Whiteley / Elenco: Ashton Kutcher, Dermot Mulroney, Josh Gad / Sinopse: O filme narra a vida de Steve Jobs. Após largar a universidade ele decide criar uma empresa na garagem de seus pais. Isso daria origem a Apple, uma das maiores empresas de informática do mundo moderno.

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Invocação do Mal

Um casal e suas filhas se mudam para um velho casarão no meio do bosque. Há muitos anos o local se encontra abandonado mas pelo tamanho da propriedade e pelas possibilidades do lugar o preço se torna irresistível. Assim que se mudam começam a perceber estranhos acontecimentos. Primeiro o cão da família é encontrado morto, depois as jovens filhas começam a sentir a presença de entidades no local, tudo aliado a fatos inexplicáveis como o constante cheiro de carne podre que permeia toda a casa. Após uma noite em que fica clara a presença de espíritos no local a mãe das meninas procura pela ajuda de um casal especialista em demonologia. Após uma breve visita chegam na conclusão que realmente o local está infestado de entidades do mal. Enquanto esperam pela aprovação do Vaticano para a realização de um exorcismo tentam entender e pesquisar a natureza do mal que se manifesta no velho casarão. Essa nova produção de terror "Invocação do Mal" tem chamado bastante a atenção dos fãs de filmes de terror e suspense, tanto que está em cartaz nos cinemas brasileiros. O público em geral também tem gostado bastante da proposta da película.

A explicação não é tão complicada de entender. O filme escolheu, de maneira bastante acertada, seguir a linha dos antigos filmes de terror, principalmente dos da década de 70. Assim o que temos aqui é uma volta ao velho estilo, das casas mal assombradas e das fitas de exorcismo que tanto sucesso fizeram naquela década. O roteiro se baseia em fatos reais o que aumenta ainda mais o interesse. Obviamente que não foge a certos clichês - facilmente reconhecidos por quem costuma assistir a esse tipo de filme - mas mesmo assim temos que reconhecer que o resultado é muito eficiente. Além disso a ausência de efeitos digitais (que sempre estragam essa linha de produções de terror) é outro ponto muito positivo. Ao invés disso o diretor joga com a surpresa, com o susto e com a própria ambientação das locações (a casa velha, escura, a árvore assustadora usada para enforcamentos no passado, o lago imundo e assustador, etc). Como resultado de todos esses fatores o que temos é realmente um dos melhores filmes de terror do ano! Se você gosta de temas assim, então "Invocação do Mal" é mais do que recomendado pois os sustos estão assegurados.

Invocação do Mal (The Conjuring, Estados Unidos, 2013) Direção: James Wan / Roteiro: Chad Hayes, Carey Hayes / Elenco: Patrick Wilson, Vera Farmiga, Ron Livingston / Sinopse: Casal e suas filhas se mudam para um velho casarão que começa a dar sinais da presença de entidades sobrenaturais do mal.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Outono em Nova York

Richard Gere depois do sucesso de "Uma Linda Mulher" resolveu assumir a idade de vez, adotando seus famosos cabelos grisalhos em seus filmes, tudo sem culpa ou vergonha. Agora em "Outono em Nova York" podemos entender bem o caminho que o ator escolheu para mostrar sua persona nas telas. Velho sim, cabelos brancos certamente, até mesmo com problemas de coração, mas sem perder o charme, a elegância e o romantismo. Sua mensagem fica bem subentendida, pois velhice certamente não é sinônimo de perda da capacidade de sedução do homem moderno. No filme Richard Gere interpreta Will Keane, um coroa cinquentão que não abre mão de sua vida de playboy, sempre se encontrando com mulheres interessantes mas nunca assumindo nada mais sério em sua vida sentimental. Afinal o que ele quer mesmo é aproveitar o máximo que a vida pode lhe proporcionar. Garotas jovens, como não poderiam deixar de ser, são muito bem-vindas, embora ele nunca as leve muito à sério, até o dia em que conhece Charlotte Fielding (Winona Ryder).

Algo lhe diz que essa jovem é diferente e que pode ser até mesmo, quem sabe, sua alma gêmea! O romance, mesmo com a diferença de idade entre ambos, se fortalece a cada dia e o personagem de Gere pela primeira vez sente realmente algo profundo por alguém. Mas como o mundo não é perfeito um diagnóstico de problemas cardíacos acaba se tornando um empecilho para a felicidade do casal. Muitas mulheres, principalmente àquelas que foram trocadas por garotas mais jovens, vão sentir um certo sentimento de vingança em relação ao coroa interpretado por Richard Gere, afinal ele ter problemas de coração ao tentar levar em frente um romance com uma jovem com menos da metade da idade dele certamente seria uma ironia para colocar os velhotes em seu devido lugar. Talvez por isso os roteiristas inverteram a situação colocando a garota como a doente e não o cinquentão. De qualquer forma, tirando esse forma venenosa de ver o que se passa na tela, o que temos aqui é uma boa fita romântica indicada principalmente para o público feminino. O roteiro poderia cair em um dramalhão daqueles mas consegue evitar o sentimentalismo barato, além disso tudo é salvo pela linda fotografia da película que captou com raro talento a beleza natural de uma Nova Iorque em pleno outono. Gere e Ryder também estão muito carismáticos contribuindo ainda mais para o bom resultado do que se vê nas telas. Vale a recomendação.

Outono em Nova York (Autumn In New York, Estados Unidos, 2000) Direção: Joan Chen / Roteiro: Allison Burnett / Elenco: Richard Gere, Winona Ryder, Anthony Lapaglia, Elaine Stritch, Vera Farmiga / Sinopse: Homem bem mais velho (Gere) se apaixona por jovem (Ryder) perdidamente. Seus planos românticos porém sofre um revés ao saber que a jovem está com sérios problemas cardíacos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Viagem Insólita

Infelizmente a série "Vegas" com Dennis Quaid foi cancelada ainda na primeira temporada. Isso me fez lembrar dos bons anos do ator no cinema, principalmente nas décadas de 80 e 90 quando estrelou filmes pra lá de interessantes. Quer um exemplo? Ora, basta lembrar desse sci-fi 80´s chamado "Viagem Insólita". Como não poderia deixar de ser a idéia partiu do mago Steven Spielberg (no auge de sua criatividade artística). Relembrando os clássicos de sua infância o diretor pensou em aproveitar o argumento de "Viagem Fantástica" para captar aquela inocência das ficções do cinema durante as décadas de 50 e 60. O espírito era justamente esse. Atuando como produtor executivo Spielberg acabou designando para a direção o seu pupilo Joe Dante de "Gremlins". Usando do melhor em termos de efeitos especiais da época o filme mostrava um grande projeto de minituarização. O conceito era tão radical que até mesmo uma nave e seu tripulante eram minituarizados para estudo e exploração do corpo de seres vivos. É justamente nesse programa mais do que ousado que entra o tenente Tuck Pendleton (Dennis Quaid).

Os problemas acabam acontecendo quando ocorre um ataque ao laboratório onde as pesquisas estão sendo realizadas. No meio do caos a nave miniatuarizada com Tuck é inserida no corpo de um homem hipocondríaco, inseguro e muito atrapalhado. Assim Tuck fica literalmente dentro do organismo de Jack Putter (interpretado pelo comediante Martin Short). O filme mescla duas linhas narrativas básicas. Numa delas acompanhamos o tenente Tuck em sua expedição de conhecimento do corpo humano. As cenas são extremamente bem realizadas e isso numa época em que efeitos digitais ainda eram experimentais. Na outra linha vamos acompanhando o complicado Jack tentando entender o que se passa com ele! Divertido, bem realizado e hoje em dia com claro sabor nostálgico do cinema dos anos 80, "Innerspace" se torna um ótimo programa em um fim de noite sem nada para assistir na TV. Se ainda não assistiu não perca!

Viagem Insólita (Innerspace, Estados Unidos,1987) Direção: Joe Dante / Roteiro:  Chip Proser, Jeffrey Boam / Elenco: Dennis Quaid, Martin Short, Meg Ryan / Sinopse: Um projeto de minituarização se torna alvo de um ataque terrorista, fazendo com que no meio da confusão uma nave e seu tripulante sejam inseridos dentro do organismo de um sujeito muito atrapalhado.

Pablo Aluísio.

Surpresa de Shangai

Essa foi mais uma tentativa de transformar Madonna em uma atriz de cinema. Com produção do ex-beatle George Harrison "Shangai Surprise" acabou não agradando muito nem aos fãs de Madonna e nem muito menos à crítica que se limitou a elogiar sua boa direção de arte. Na estória Madonna interpreta a missionária Gloria Tatlock . Ela vai até Shangai em busca de um carregamento de ópio perdido desde que um traficante foi morto pela polícia. Para isso ela usa os serviços do aventureiro Glendon Wasey (interpretado pelo marido da cantora na época, Sean Penn). No meio da busca pela droga que a personagem de Madonna tenciona usar como medicamento para soldados feridos na guerra, ambos acabam se apaixonando perdidamente. O filme deixa claro desde suas primeiras imagens de que pretendia ser uma aventura ao velho estilo, da Hollywood clássica, como aquelas grandes produções estreladas pelo mito Humphrey Bogart mas a verdade pura e simples é que faltou classe para os protagonistas. O roteiro também não é bom, não indo para lugar nenhum, girando em círculos, sem objetivos.

O curioso é que apesar de ter sido lançado no auge da carreira de Madonna o filme simplesmente não fez nenhum sucesso, se limitando a render nas bilheterias apenas 1 milhão de dólares, o que deixava muito a desejar uma vez que o orçamento havia custado quase vinte vezes mais. A produtora de George Harrison, a HandMade Films, quase foi à falência por causa do péssimo resultado comercial. Na época se comentou bastante que houve muitas falhas na divulgação do filme. Ao invés de o lançar em Los Angeles ou Nova Iorque em uma grande premiere para chamar a atenção da imprensa, o que seria o esperado uma vez que se tratava de Madonna, resolveu-se distribuir o filme inicialmente em pequenas cidades do interior dos EUA, o que se revelou uma péssima estratégia de lançamento. Quando chegou nos grandes centros o filme já tinha sido malhado pela crítica e assim ninguém mesmo se interessou a ver o resultado no cinema. No Brasil as coisas foram ainda piores pois o filme só foi lançado em poucas salas dois anos depois, indo parar diretamente no mercado de vídeo onde também não conseguiu se destacar como um sucesso. Pois é, até as grandes estrelas também tropeçam em suas carreiras.

Surpresa de Shangai (Shanghai Surprise, Inglaterra, 1986) Direção: Jim Goddard / Roteiro: John Kohn, Robert Bentley / Elenco: Sean Penn, Madonna, Paul Freeman / Sinopse: Uma missionária (Madonna) vai até Shangai em busca de um carregamento de ópio que pretende usar em soldados americanos feridos na guerra. Lá resolve contratar os serviços de um aventureiro (Penn), o que acabará despertando a paixão entre ambos.

Pablo Aluísio.