Um filme surpreendente. Assim eu poderia definir adequadamente essa produção de complicada classificação. No enredo acompanhamos a vida da adolescente Pauline (AnnaLynne McCord); Ela tem uma família modelo, sua mãe Phyllis (Traci Lords) quer que sua filha entre para uma boa escola onde aprenderá a se comportar como uma verdadeira dama da sociedade. O problema é que Pauline não se enquadra, ela é completamente fora dos padrões. Seu comportamento bizarro chama a atenção. Ela recolhe animais mortos na rua e os coloca em sua bolsa, marca com um garoto da escola para que ele lhe tire a virgindade e o pior é que delírios com sangue são recorrentes em sua mente. Vivendo em constante estado que denota doença mental ela vai piorando cada vez mais. O problema de sua irmã mais jovem que sofre de uma grave doença nos pulmões não ajuda em nada. Pauline tem sonhos de um dia se tornar uma grande médica, cirurgiã de sucesso mas não tem qualquer sinal de equilíbrio mental para isso. O roteiro, muito inteligente, coloca o espectador dentro da mente perturbada de Pauline. Seus sonhos e delírios são um dos grandes atrativos do filme.
O elenco dessa produção é um grande destaque. AnnaLynne McCord está perfeita como a perturbada adolescente. Magra, despenteada, com cara e jeito de sociopata, a atriz se entrega ao seu personagem e o resultado é realmente de chamar atenção. Mais curiosa é a boa atuação de Traci Lords como sua mãe. A antiga diva pornô dos anos 80 está muito bem caracterizada no papel de uma mãe muito dominadora que quer impor sua visão e sua vontade para sua filha estranha. Lords demonstra muita desenvoltura em cena e surpreende mesmo o espectador. Grande trabalho. Por fim outra curiosidade que merece menção: a presença no elenco de um dos cineastas mais transgressores do cinema americano, John Waters! Aqui ele interpreta um pastor religioso que não sabe mais como agir na presença da bizarra adolescente. Além de Traci Lords e John Waters, ambos em grande forma, o filme ainda traz no elenco de apoio a atriz surda premiada com o Oscar, Marlee Matlin, e o sempre marcante Malcolm McDowell como um professor que tem que aturar Pauline em sala de aula. Em suma, Excision é uma pequena obra prima, um filme muito instigante que vai deixar muita gente de queixo caído. Seu final é um dos mais marcantes e perturbadores que vi ultimamente. Excision é estranho, bizarro, perturbador e muito bom! Está mais do que recomendado.
Excision (Excision, Estados Unidos, 2012) Direção: Richard Bates Jr./ Roteiro: Richard Bates Jr. / Elenco: AnnaLynne McCord, Traci Lords, Ariel Winter, Roger Bart, John Waters, Malcolm McDowell, Marlee Matlin, Ray Wise / Sinopse: Adolescente muito estranha não consegue se encaixar nem na escola, nem nas amizades e nem em casa com a família. Dona de um comportamento estranho e bizarro ela tem que lidar com os problemas típicos de sua idade. Sem tratamento psicológico adequado porém ela aos poucos vai perdendo a noção da realidade do mundo ao seu redor.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
terça-feira, 30 de outubro de 2012
Batman
Será que ainda havia espaço para os heróis em quadrinhos no cinema? Tentando responder a essa pergunta a Warner iniciou no final da década de 1980 a mais ousada e cara adaptação de um personagem de gibis até então. O escolhido foi o cavaleiro das trevas, Batman, da DC Comics. Claro que o personagem já tinha surgido nas telas antes mas aquelas estavam longe de serem produções classe A. Na verdade eram meros episódios de seriados na décadas de 50 ou então telefilmes adaptados ao cinema como o Batman super colorido da TV americana da década de 1960 com Adam West vestindo o uniforme do personagem. Todos sabiam que não seria uma adaptação fácil. O diretor escolhido, Tim Burton, tampouco agradou aos fãs. Ele tinha um estilo muito próprio, com direção de arte muito personalizada. Corria-se o risco de descaracterizar o famoso herói. Outro problema seria a escolha do ator para viver Batman. Os mais consagrados não queriam vestir a capa e os mais desconhecidos não tinham força suficiente nas bilheterias a ponto da Warner investir neles. O pior aconteceu quando o nome de Michael Keaton foi anunciado! Ele era basicamente um comediante de filmes engraçadinhos, meio careca e nada condizente com o perfil de Batman. Era uma escolha improvável e inadequada para praticamente todos os fãs. A situação melhorou um pouco logo depois quando Jack Nicholson aceitou viver o vilão Coringa. Era o que faltava ao filme, um grande ator, de enorme prestígio, para dar credibilidade à produção. Para ele seria mais do que interessante interpretar um personagem tão pop como aquele naquela altura de sua carreira! Nicholson arriscou de certa forma seu prestigio de ator dramático ao fazer um personagem de cartoon, mas para isso foi muito bem recompensado ganhando milhões em cima de uma porcentagem nas bilheterias estipulada em seu contrato. Sua atuação é muito fiel aos quadrinhos, diria até cartunesca, o que não deixa de ser conveniente para o personagem.
Como todos sabem Tim Burton sempre deixa sua assinatura impressa em seus filmes. O lado mais característico de seus filmes surge justamente na direção de arte, sempre inspirada e muito particular. A Gotham City que surge em cena é soturna, pessimista, sombria. Em certos aspectos procura de forma proposital imitar os próprios quadrinhos pois nada foi criado para o filme para aparentar realidade ou um ambiente real. Pelo contrário, a estética é obviamente inspirada na arte original da DC Comics Quando chegou aos cinemas a bilheteria foi fenomenal, a curiosidade era imensa e Batman mostrava que tinha forças de atrair grandes multidões aos cinemas. A Warner também investiu pesado no licenciamento de produtos o que fez as lojas receberem uma enxurrada de mercadorias com a marca do personagem. Eram brinquedos, cadernos, álbuns de figurinhas, revistas, roupas, tênis e tudo mais que se possa imaginar. A receita multiplicou, mostrando a força do marketing agressivo que seria usada em produções posteriores. Visto hoje em dia o filme envelheceu um pouco e não pode ser comparado aos filmes de Christopher Nolan que são muito superiores, mesmo assim deve-se reconhecer que Batman 1989 é um marco nesse tipo de produção. Um filme que deu origem a toda essa moda de adaptações de quadrinhos que persiste até os dias de hoje.
Batman (Batman, Estados Unidos, 1989) Direção: Tim Burton / Roteiro: Sam Hamm, Tom Mankiewicz, Lorenzo Semple Jr., Warren Skaaren / Elenco: Jack Nicholson, Michael Keaton, Kim Basinger, Pat Hingle, Billy Dee Williams, Jack Palance, Robert Wuhl, Michael Gough, Lee Wallace, Tracey Walter, Wayne Michaels, Bruce McGuire / Sinopse: Após presenciar a morte de seus pais o jovem milionário Bruce Wayne (Michael Keaton) resolve combater o crime nas ruas de sua cidade, Gotham City.
Pablo Aluísio.
Como todos sabem Tim Burton sempre deixa sua assinatura impressa em seus filmes. O lado mais característico de seus filmes surge justamente na direção de arte, sempre inspirada e muito particular. A Gotham City que surge em cena é soturna, pessimista, sombria. Em certos aspectos procura de forma proposital imitar os próprios quadrinhos pois nada foi criado para o filme para aparentar realidade ou um ambiente real. Pelo contrário, a estética é obviamente inspirada na arte original da DC Comics Quando chegou aos cinemas a bilheteria foi fenomenal, a curiosidade era imensa e Batman mostrava que tinha forças de atrair grandes multidões aos cinemas. A Warner também investiu pesado no licenciamento de produtos o que fez as lojas receberem uma enxurrada de mercadorias com a marca do personagem. Eram brinquedos, cadernos, álbuns de figurinhas, revistas, roupas, tênis e tudo mais que se possa imaginar. A receita multiplicou, mostrando a força do marketing agressivo que seria usada em produções posteriores. Visto hoje em dia o filme envelheceu um pouco e não pode ser comparado aos filmes de Christopher Nolan que são muito superiores, mesmo assim deve-se reconhecer que Batman 1989 é um marco nesse tipo de produção. Um filme que deu origem a toda essa moda de adaptações de quadrinhos que persiste até os dias de hoje.
Batman (Batman, Estados Unidos, 1989) Direção: Tim Burton / Roteiro: Sam Hamm, Tom Mankiewicz, Lorenzo Semple Jr., Warren Skaaren / Elenco: Jack Nicholson, Michael Keaton, Kim Basinger, Pat Hingle, Billy Dee Williams, Jack Palance, Robert Wuhl, Michael Gough, Lee Wallace, Tracey Walter, Wayne Michaels, Bruce McGuire / Sinopse: Após presenciar a morte de seus pais o jovem milionário Bruce Wayne (Michael Keaton) resolve combater o crime nas ruas de sua cidade, Gotham City.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
Abraham Lincoln Caçador de Vampiros
A primeira impressão que tive ao tomar conhecimento da existência desse filme foi de hilaridade. Afinal a idéia era nitidamente absurda e nonsense, unir uma figura histórica como Abraham Lincoln com a mitologia dos vampiros. De fato poucas coisas soam tão bizarras como essa. Imediatamente me lembrei também de um antigo filme trash que tinha a mesma base de argumento chamado "Jesus Cristo Caçador de Vampiros". Como se pode ver a idéia não era tão original assim. Obviamente para evitar problemas religiosos se trocou Jesus por Lincoln e mudou-se a tônica do filme. Se o anterior era um lixo completo, um filme classe Z sem nenhuma importância, que se apoiava apenas no humor da situação absurda, essa é uma produção classe A, com o melhor que o cinema americano pode oferecer em termos técnicos. São dois filmes que partem do mesmo tipo de idéia sem sentido mas que são diametralmente opostos em seus resultados. "Abraham Lincoln Caçador de Vampiros" se leva muito à sério também. Não há lugar para piadinhas e nonsense, pelo contrário, o espectador é levado para um universo de realismo fantástico onde todos os personagens se levam completamente à sério, sem qualquer ironia ou humor presentes. Essa tônica de seriedade acaba contribuindo muito para seu resultado final que temos que reconhecer é muito bom, desde que você tenha consciência que esse é um produto pop para ser consumido como puro e simples entretenimento.
Como a moda dos vampiros não parece passar agora a mesclaram com a biografia de um dos mais queridos presidentes americanos da história, Abraham Lincoln (1809 - 1865). Ele se tornou um dos mais amados líderes daquele país porque conseguiu manter a União intacta. Foi durante seu governo que explodiu a guerra civil americana onde estados do sul lutaram para se separar da federação. Também é muito lembrado por ter sido o presidente que libertou os escravos de forma definitiva. Esse é o Lincoln da história, um homem de origens humildes, filho de pobres trabalhadores rurais analfabetos, que persistiu e lutou em sua vida para aprender a ler e estudar, se tornado depois advogado e político bem sucedido. Já no filme o que temos é o uso de passagens da biografia de Lincoln misturadas com a mitologia vampiresca. A morte de sua mãe e de seu pequeno filho quando era presidente, são fatos históricos, mas no roteiro são atribuídas ao ataque de vampiros. Sua habilidade com machados, fruto de seu passado camponês, também é um fato histórico, mas aqui é usado para atacar seres da noite. O espectador deve se deixar levar pela diversão pura e simples e nesse aspecto o filme se torna muito interessante. Há ótimas cenas de aventura e ação como a perseguição no meio de uma manada de cavalos em disparada ou a luta em cima de um trem de carga em movimento. O filme tem o dedo de Tim Burton na produção e isso se nota bem durante seu desenvolvimento. No final das contas é uma película divertida, movimentada e bem produzida. Embora o roteiro se leve bem à sério o espectador não deve levar o filme com seriedade, pelo contrário, tudo deve ser encarado como um grande filme pipoca. Agindo assim certamente você vai se divertir.
Abraham Lincoln Caçador de Vampiros (Abraham Lincoln: Vampire Hunter, Estados Unidos, 2012) Direção: Timur Bekmambetov / Roteiro: Seth Grahame-Smith, Simon Kinberg / Elenco: Dominic Cooper, Mary Elizabeth Winstead, Alan Tudyk, Rufus Sewell,
Benjamin Walker, Anthony Mackie, Jimmi Simpson, Laura Cayouette, Robin
McLeavy, Jaqueline Fleming, Erin Wasson / Sinopse: Após ver sua mãe ser morta por vampiros o jovem Abraham Lincoln decide se tornar um verdadeiro caçador de vampiros. Enquanto estuda para se tornar um advogado ele vai enfrentando os seres da noite em combate épicos. Sua vontade é encontrar e matar de uma vez por todas os responsáveis pela morte de sua querida mãe.
Pablo Aluísio.
Como a moda dos vampiros não parece passar agora a mesclaram com a biografia de um dos mais queridos presidentes americanos da história, Abraham Lincoln (1809 - 1865). Ele se tornou um dos mais amados líderes daquele país porque conseguiu manter a União intacta. Foi durante seu governo que explodiu a guerra civil americana onde estados do sul lutaram para se separar da federação. Também é muito lembrado por ter sido o presidente que libertou os escravos de forma definitiva. Esse é o Lincoln da história, um homem de origens humildes, filho de pobres trabalhadores rurais analfabetos, que persistiu e lutou em sua vida para aprender a ler e estudar, se tornado depois advogado e político bem sucedido. Já no filme o que temos é o uso de passagens da biografia de Lincoln misturadas com a mitologia vampiresca. A morte de sua mãe e de seu pequeno filho quando era presidente, são fatos históricos, mas no roteiro são atribuídas ao ataque de vampiros. Sua habilidade com machados, fruto de seu passado camponês, também é um fato histórico, mas aqui é usado para atacar seres da noite. O espectador deve se deixar levar pela diversão pura e simples e nesse aspecto o filme se torna muito interessante. Há ótimas cenas de aventura e ação como a perseguição no meio de uma manada de cavalos em disparada ou a luta em cima de um trem de carga em movimento. O filme tem o dedo de Tim Burton na produção e isso se nota bem durante seu desenvolvimento. No final das contas é uma película divertida, movimentada e bem produzida. Embora o roteiro se leve bem à sério o espectador não deve levar o filme com seriedade, pelo contrário, tudo deve ser encarado como um grande filme pipoca. Agindo assim certamente você vai se divertir.
Pablo Aluísio.
sábado, 27 de outubro de 2012
Arena dos Sonhos
Produção pequena, diria até simples, mas muito simpática em sua proposta. Em "Arena dos Sonhos" acompanhamos a estória da garotinha Ida Clayton (interpretada pela talentosa atriz mirim Bailee Madison). Ela é criada por uma mãe solteira bastante ausente e seu maior desejo é encontrar seu pai perdido. Tudo o que ela sabe dele é que era um cowboy de rodeios de nome Walker. Procurando encontrá-lo ela acaba entrando na trupe de Terence Parker (James Cromwell). Ele é um velho peão de rodeios que agora ganha a vida liderando um grupo de jovens garotas que fazem acrobacias em seus cavalos conhecidas como "As Queridinhas do Rodeio" (do original "Sweethearts of the Rodeo"). Após entrar para o show, Ida começa a enfim procurar pelo paradeiro desconhecido de seu pai. "Arena dos Sonhos" é uma diversão inofensiva, soft, bem família. De fato é o típico filme recomendado para assistir com toda a família em um domingo preguiçoso após o almoço com todos reunidos em casa. Mesmo com nuances dramáticas em seu roteiro nada é potencializado nesse sentido, tudo é bem amenizado para não desagradar ninguém.
Também recomendo a produção para os que tem interesse de conhecer um pouco o mundo dos rodeios nos Estados Unidos. Tudo é muito profissional, organizado e para um grupo como as "Queridinhas do Rodeio" não falta trabalho e apresentações a fazer. Claro que as garotas tem uma vida puxada, sempre em excursão, vivendo na estrada. A vida emocional delas também não é nada fácil pois fica complicado até mesmo para elas terem um relacionamento mais estável e duradouro. Entre as Cowgirls a que mais tem destaque é aquela chamada de Kansas (tal como o Estado americano) que sonha em largar a estrada para se firmar com um cowboy do qual está apaixonada. Enfim, se você gosta do universo country, dos rodeios, dos cavalos e de Cowgirls, então está mais do que recomendado esse "Arena dos Sonhos", um filme doce, leve e divertido para todas as idades.
Arena dos Sonhos (Cowgirls n' Angels, Estados Unidos, 2012) Direção: Timothy Armstrong / Roteiro: Stephan Blinn, Timothy Armstrong / Elenco: Bailee Madison, James Cromwell, Jackson Rathbone, Frankie Faison, Kathleen Rose Perkins / Sinopse: Garotinha sonha um dia conhecer seu pai, um cowboy de rodeios que desapareceu de sua vida. Para tentar encontrá-lo ela entra em um grupo de Cowgirls de rodeio chamado "As Queridinhas do Rodeio". A partir daí sua vida na estrada será cheia de surpresas e aventuras.
Pablo Aluísio.
Também recomendo a produção para os que tem interesse de conhecer um pouco o mundo dos rodeios nos Estados Unidos. Tudo é muito profissional, organizado e para um grupo como as "Queridinhas do Rodeio" não falta trabalho e apresentações a fazer. Claro que as garotas tem uma vida puxada, sempre em excursão, vivendo na estrada. A vida emocional delas também não é nada fácil pois fica complicado até mesmo para elas terem um relacionamento mais estável e duradouro. Entre as Cowgirls a que mais tem destaque é aquela chamada de Kansas (tal como o Estado americano) que sonha em largar a estrada para se firmar com um cowboy do qual está apaixonada. Enfim, se você gosta do universo country, dos rodeios, dos cavalos e de Cowgirls, então está mais do que recomendado esse "Arena dos Sonhos", um filme doce, leve e divertido para todas as idades.
Arena dos Sonhos (Cowgirls n' Angels, Estados Unidos, 2012) Direção: Timothy Armstrong / Roteiro: Stephan Blinn, Timothy Armstrong / Elenco: Bailee Madison, James Cromwell, Jackson Rathbone, Frankie Faison, Kathleen Rose Perkins / Sinopse: Garotinha sonha um dia conhecer seu pai, um cowboy de rodeios que desapareceu de sua vida. Para tentar encontrá-lo ela entra em um grupo de Cowgirls de rodeio chamado "As Queridinhas do Rodeio". A partir daí sua vida na estrada será cheia de surpresas e aventuras.
Pablo Aluísio.
The Borgias
A fórmula deu certo com The Tudors então era apenas questão de tempo para que outro personagem da história voltasse às telas para uma nova série. Antes de mais nada é importante esclarecer que esse tipo de programa não tem maiores preocupações em ser historicamente correto. Eventos, datas e até mesmo aspectos dos próprios protagonistas são modificados em prol do puro entretenimento. O mesmo ocorre aqui com um dos papas mais infames da história, Alexandre VI (1431 – 1503). Nascido Rodrigo Borgia ele ficou muito mais conhecido do que outros papas por causa de sua biografia sui generis. Alexandre VI tinha filhos, três para ser mais exato, estava sempre se envolvendo em guerras, subornos e até assassinatos. Seu papado foi o apogeu do que depois ficou conhecido como “O Reinado das Prostitutas”. A denominação terrível foi reservada para uma linhagem de papas devassos, corruptos e sanguinários que não tinham nada ou quase nada a ver com a essência da doutrina cristã. Muitos deles só chegaram ao trono de São Pedro após corromperem, roubarem e até mesmo comprarem seu lugar no posto de líder máximo da religião mais popular do mundo ocidental. A morte de Alexandre VI aliás não foi nada digna. Como se sabe o Papa em vida foi acusado de envenenar vários dos Cardeais da cúpula da Igreja que lhe faziam oposição. Pois bem, há evidências fortes que o próprio Alexandre VI teria sido envenenado por seu filho, César Borgia, o que mostra bem a forma de agir e pensar dos Bórgias da história. Era realmente um ninho de cobras. E pensar que a Igreja Católica esteve nas mãos de pessoas tão infames como essas.
Na série Rodrigo Borgia é interpretado com maestria pelo sempre bom Jeremy Irons. Eis um ator de que particularmente gosto muito. O curioso é que os aspectos mais condenáveis de Alexandre VI estão em sua caracterização mas ao mesmo tempo há uma leve sensação de arrependimento e tristeza pelos rumos que sua tão amada Igreja tomou. Seus dois filhos não eram exemplos de absolutamente nenhuma conduta cristã e o Papa se aproveitava disso para os usarem no complicado jogo de xadrez da política da época. Embora o Papa Borgia tenha tido em vida uma infinidade de inimigos, na série eles são reduzidos a poucos, com o firme propósito de não saturar o espectador. Algo assim já havia acontecido em The Tudors e agora é repetido novamente. Embora não seja o ideal do ponto de vista histórico não há como negar que ajuda e muito na dramaturgia dos episódios, tornando tudo mais fluido e descomplicado. Na trama da série ganha destaque sua filha, Lucrecia Borgia, interpretada pela linda atriz Holliday Grainger . A Lucrecia da história era uma devassa que colecionou amantes e desafetos na mesma proporção. Em The Borgias sua personalidade é mais amenizada e sutil. O bom gosto da produção conta ainda com o talento do diretor Neil Jordan. Seu auge criativo aconteceu na década de 90 quando dirigiu os excelentes Traídos pelo Desejo, Entrevista Com o Vampiro e Michael Collins - O Preço da Liberdade. Depois de um período afastado do cinema ele agora finalmente retorna com essa nova série histórica. Espero que essa parceria renda ainda mais frutos pois Jordan é um artesão de grande talento.
The Borgias (The Borgias, Estados Unidos, 2011 – 2012) Criado por Neil Jordan / Roteiros de Neil Jordan / Elenco: Jeremy Irons, François Arnaud, Holliday Grainger, Peter Sullivan, Sean Harris, David Oakes / Sinopse: A saga da família Borgia que se tornou uma das mais poderosas de seu tempo após Rodrigo Borgia se tornar o Papa Alexandre VI.
Pablo Aluísio.
Na série Rodrigo Borgia é interpretado com maestria pelo sempre bom Jeremy Irons. Eis um ator de que particularmente gosto muito. O curioso é que os aspectos mais condenáveis de Alexandre VI estão em sua caracterização mas ao mesmo tempo há uma leve sensação de arrependimento e tristeza pelos rumos que sua tão amada Igreja tomou. Seus dois filhos não eram exemplos de absolutamente nenhuma conduta cristã e o Papa se aproveitava disso para os usarem no complicado jogo de xadrez da política da época. Embora o Papa Borgia tenha tido em vida uma infinidade de inimigos, na série eles são reduzidos a poucos, com o firme propósito de não saturar o espectador. Algo assim já havia acontecido em The Tudors e agora é repetido novamente. Embora não seja o ideal do ponto de vista histórico não há como negar que ajuda e muito na dramaturgia dos episódios, tornando tudo mais fluido e descomplicado. Na trama da série ganha destaque sua filha, Lucrecia Borgia, interpretada pela linda atriz Holliday Grainger . A Lucrecia da história era uma devassa que colecionou amantes e desafetos na mesma proporção. Em The Borgias sua personalidade é mais amenizada e sutil. O bom gosto da produção conta ainda com o talento do diretor Neil Jordan. Seu auge criativo aconteceu na década de 90 quando dirigiu os excelentes Traídos pelo Desejo, Entrevista Com o Vampiro e Michael Collins - O Preço da Liberdade. Depois de um período afastado do cinema ele agora finalmente retorna com essa nova série histórica. Espero que essa parceria renda ainda mais frutos pois Jordan é um artesão de grande talento.
The Borgias (The Borgias, Estados Unidos, 2011 – 2012) Criado por Neil Jordan / Roteiros de Neil Jordan / Elenco: Jeremy Irons, François Arnaud, Holliday Grainger, Peter Sullivan, Sean Harris, David Oakes / Sinopse: A saga da família Borgia que se tornou uma das mais poderosas de seu tempo após Rodrigo Borgia se tornar o Papa Alexandre VI.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Recém Casados
Recém Casados começa onde 99% das comédias românticas terminam: no casamento dos protagonistas. Como se pode perceber essa é a única diferença maior desse filme bem Sessão da Tarde para todos os outros que seguem nessa mesma linha de produção. É curioso porque apesar do argumento bem cafona (case-se e morra de tédio com seu marido boboca) esse tipo de película ainda insiste em fazer sucesso. Certamente é o tipo de coisa indicada para as mulheres, de preferência muito românticas, porque para os marmanjos vai ser complicado aguentar a canastrice sem limites de Ashton Kutcher, um ator muito, mas muito fraco mesmo que se repete sempre, fazendo o mesmo tipo de personagem filme após filme, série após série. Ele deveria mesmo era levar um prêmio de sobrevivência pois é de se admirar que alguém tão ruim consiga emplacar uma carreira tão longa!
Já a falecida Brittany Murphy também está limitada, mas por culpa do papel é claro. Ao contrário do idiota do Ashton ela tinha realmente talento e mostrou bem isso em filmes melhores como "A Garota Morta". Infelizmente morreu precocemente logo quando começara a despontar por personagens e atuações melhores. O mundo certamente é cruel, pois ela que tinha talento se foi e o Ashton continua por ai esbanjando saúde e enchendo nossa paciência com seu estilo ruim de atuação. No mais ainda se salva a boa fotografia de Veneza, uma cidade que é melhor vista por fotos do que ao vivo pois seus bonitos canais são bem fedorentos. Enfim é isso, Recém Casados, um filme descartável que só é recomendado para as moças mais ingênuas que ainda conseguem acreditar naquela velha lorota que o casamento traz felicidade e é a apoteose da vida das pessoas.
Recém Casados (Just Married, Estados Unidos, 2003) Direção: Shawn Levy / Roteiro: Sam Harper / Elenco: Ashton Kutcher, Brittany Murphy, Christian Kane, David Moscow, Monet Mazur, David Rasche./ Sinopse: Casal de pombinhos vai passar a lua de mel em Veneza. Chegando lá a esposa descobre que: A) se casou com um idiota e B) talvez tenha feito uma grande besteira em sua vida!
Pablo Aluísio.
Já a falecida Brittany Murphy também está limitada, mas por culpa do papel é claro. Ao contrário do idiota do Ashton ela tinha realmente talento e mostrou bem isso em filmes melhores como "A Garota Morta". Infelizmente morreu precocemente logo quando começara a despontar por personagens e atuações melhores. O mundo certamente é cruel, pois ela que tinha talento se foi e o Ashton continua por ai esbanjando saúde e enchendo nossa paciência com seu estilo ruim de atuação. No mais ainda se salva a boa fotografia de Veneza, uma cidade que é melhor vista por fotos do que ao vivo pois seus bonitos canais são bem fedorentos. Enfim é isso, Recém Casados, um filme descartável que só é recomendado para as moças mais ingênuas que ainda conseguem acreditar naquela velha lorota que o casamento traz felicidade e é a apoteose da vida das pessoas.
Recém Casados (Just Married, Estados Unidos, 2003) Direção: Shawn Levy / Roteiro: Sam Harper / Elenco: Ashton Kutcher, Brittany Murphy, Christian Kane, David Moscow, Monet Mazur, David Rasche./ Sinopse: Casal de pombinhos vai passar a lua de mel em Veneza. Chegando lá a esposa descobre que: A) se casou com um idiota e B) talvez tenha feito uma grande besteira em sua vida!
Pablo Aluísio.
Rambo IV
Será que é válido ressuscitar um personagem após tantos anos? Sylvester Stallone parece acreditar que sim. Ao lado de Rocky Balboa, Rambo foi o maior ícone da carreira cinematográfica de Sly. Baseado em um livro único no qual morria no final, os produtores mudaram tudo deixando Rambo vivo para ressurgir em Rambo II e Rambo III. Quando todos já tinham dado por encerrado a franquia eis que o ator resolveu trazer o velho veterano de guerra de volta para o front de batalha. Penso que teria sido melhor ter deixado a trilogia original em paz. Se quisessem trazer Rambo de volta que o fizessem porém como um novo filme, com novos atores, tentando inaugurar uma nova franquia. Até um remake sendo fiel ao livro original seria bem vindo. Falando francamente Stallone não tem mais idade para interpretar Rambo. Aqui ele se esconde sob um pesado figurino negro e tenta reviver os anos de glória. Não deu muito certo. Rambo é essencialmente um herói de ação que exige muito de seu intérprete. Se Stallone já está com uma idade mais avançada para o papel que abrisse espaço para um novo ator.
Muita gente reclamou da falta de roteiro em Rambo III. Pois bem, Rambo IV é ainda pior nesse aspecto. A impressão que se passa é que Stallone já não tem mais nenhuma ideia nova para o personagem. Ele como roteirista falha feio nessa nova produção. Na verdade é um prato requentado dos dois filmes anteriores, sem tirar nem colocar muita coisa nova. A ação obviamente ganha o primeiro plano e Stallone recria uma daquelas sequências que eram tão populares nos anos 80 quando um só homem com uma metralhadora matava um exército inteiro. O exagero hoje em dia incomoda a não ser que o espectador veja tudo sob os olhos de uma doce nostalgia. E foi justamente esse sentimento que acabou salvando o filme do desastre completo. Ao longo dos anos as pessoas criaram carinho pelo personagem Rambo. O carisma de Stallone também se mantém intacto. Olhando friamente foram essas as colunas que sustentaram Rambo IV. Tirando isso o que sobra realmente é um filme muito derivativo, com roteiro rasteiro e atuações abaixo da crítica. No fundo o filme serve apenas como lembrança de uma era passada quando Rambo era um ícone supremo dos filmes de ação. Espero que uma vez saciado esse tipo de sentimento deixem o velho boina verde em paz ou então que recriem a franquia do zero, em um novo recomeço. Para Stallone restam os agradecimentos por ele ter feito o personagem por tantos anos. A partir de agora porém é melhor ele pendurar a farda porque senão tudo ficará embaraçoso demais
Rambo IV (Rambo IV, Estados Unidos, 2008) Direção: Sylvester Stallone / Roteiro: Sylvester Stallone, Art Monterastelli / Elenco: Sylvester Stallone, Julie Benz, Matthew Marsden, Graham McTavish, Reynaldo Gallegos, Jake La Botz, Tim Kang, Maung Maung Khin, Ken Howard, Linden Ashby, Sai Mawng, Paul Schulze./ Sinopse: John Rambo (Sylvester Stallone) vive isolado numa região remota da Tailândia. Ele então é contratado para levar um grupo de missionários que querem levar ajuda humanitária a um campo de refugiados na região. O que parecia ser apenas uma expedição de rotina logo vira um terrível pesadelo.
Pablo Aluísio.
Muita gente reclamou da falta de roteiro em Rambo III. Pois bem, Rambo IV é ainda pior nesse aspecto. A impressão que se passa é que Stallone já não tem mais nenhuma ideia nova para o personagem. Ele como roteirista falha feio nessa nova produção. Na verdade é um prato requentado dos dois filmes anteriores, sem tirar nem colocar muita coisa nova. A ação obviamente ganha o primeiro plano e Stallone recria uma daquelas sequências que eram tão populares nos anos 80 quando um só homem com uma metralhadora matava um exército inteiro. O exagero hoje em dia incomoda a não ser que o espectador veja tudo sob os olhos de uma doce nostalgia. E foi justamente esse sentimento que acabou salvando o filme do desastre completo. Ao longo dos anos as pessoas criaram carinho pelo personagem Rambo. O carisma de Stallone também se mantém intacto. Olhando friamente foram essas as colunas que sustentaram Rambo IV. Tirando isso o que sobra realmente é um filme muito derivativo, com roteiro rasteiro e atuações abaixo da crítica. No fundo o filme serve apenas como lembrança de uma era passada quando Rambo era um ícone supremo dos filmes de ação. Espero que uma vez saciado esse tipo de sentimento deixem o velho boina verde em paz ou então que recriem a franquia do zero, em um novo recomeço. Para Stallone restam os agradecimentos por ele ter feito o personagem por tantos anos. A partir de agora porém é melhor ele pendurar a farda porque senão tudo ficará embaraçoso demais
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Star Trek
Essa história é muito longa. Começou há muitos anos na TV norte-americana. Depois de um cancelamento precoce renasceu no cinema, deu origem a muitos filmes, livros, fãs clubes, franquias, etc. Se existe um produto cultural que mereça ser chamado de universo, esse é o de Jornada nas Estrelas porque realmente é um universo próprio de produtos dos mais variados tipos. Além disso Star Trek conta com a legião de fãs mais devota que existe dentro da cultura pop. Seus fãs clubes são extremamente bem organizados e sempre são realizadas convenções, encontros e tudo o mais que você possa imaginar. Mexer com algo assim é mais do que melindroso. Assim quando a Paramount anunciou a intenção de recriar as estórias da tripulação original da nave Enterprise o rebuliço foi generalizado. Poderia um outro grupo de atores jovens dar vida aos famosos personagens da série original como Capitão Kirk, Spock e cia? Mesmo com alguns protestos o estúdio resolveu levar em frente o projeto. Entregou o filme nas mãos do conhecido J.J. Abrams (De Lost e muitas outras séries de TV) e pagou para ver o resultado dessa aventura.
Quando o resultado chegou nas telas a grande maioria dos fãs respirou aliviada. No tempos atuais, quando a tecnologia digital torna possível qualquer cena, o estúdio investiu a bagatela de 140 milhões de dólares naquele filme que prometia se tornar um novo começo, uma nova série de filmes de sucesso. Esse novo Star Trek realmente é um bom filme, tem excelente produção e como não poderia deixar de ser um roteiro bem escrito. Aliás é bom ter em mente que a longevidade de Jornada nas Estrelas se deve muito aos seus textos, pois os roteiros da série sempre foram extremamente originais e inovadores. Para o fã da velha guarda deve realmente ter sido um enorme prazer ver todas as naves de sua infância e juventude sob uma nova roupagem, extremamente high tech, proporcionada pela tecnologia de nossos dias. O elenco era certamente o ponto mais delicado desse novo filme. Certamente atores como William Shatner e Leonard Nimoy serão sempre insubstituíveis mas até que a moçada aqui não decepciona. O filme fez bonito nas bilheterias mas a Paramount esperava por um resultado mais expressivo. Não faz mal, o caminho está aberto e novos filmes virão nos próximos anos. Os trekkers certamente agradecem.
Star Trek (Star Trek, Estados Unidos, 2009) Direção: J. J. Abrams / Roteiro: Alex Kurtzman, Roberto Orci baseados nos personagens criados por Gene Roddenberry / Elenco: Chris Pine, Zachary Quinto, Eric Bana, Winona Ryder, Zoe Saldana, Karl Urban, Bruce Greenwood, John Cho, Leonard Nimoy, Simon Pegg, Anton Yelchin. / Sinopse: Décimo primeiro filme da franquia Jornada Nas Estrelas o filme traz de volta os personagens da série original da TV. No enredo acompanhamos os primeiros passos de James T. Kirk (Chris Pine) na Academia da Frota Estelar. Lá conhece o estranho vulcano Spock (Zachary Quinto). Juntos partirão para grandes aventuras indo onde nenhum homem jamais esteve.
Pablo Aluísio.
Quando o resultado chegou nas telas a grande maioria dos fãs respirou aliviada. No tempos atuais, quando a tecnologia digital torna possível qualquer cena, o estúdio investiu a bagatela de 140 milhões de dólares naquele filme que prometia se tornar um novo começo, uma nova série de filmes de sucesso. Esse novo Star Trek realmente é um bom filme, tem excelente produção e como não poderia deixar de ser um roteiro bem escrito. Aliás é bom ter em mente que a longevidade de Jornada nas Estrelas se deve muito aos seus textos, pois os roteiros da série sempre foram extremamente originais e inovadores. Para o fã da velha guarda deve realmente ter sido um enorme prazer ver todas as naves de sua infância e juventude sob uma nova roupagem, extremamente high tech, proporcionada pela tecnologia de nossos dias. O elenco era certamente o ponto mais delicado desse novo filme. Certamente atores como William Shatner e Leonard Nimoy serão sempre insubstituíveis mas até que a moçada aqui não decepciona. O filme fez bonito nas bilheterias mas a Paramount esperava por um resultado mais expressivo. Não faz mal, o caminho está aberto e novos filmes virão nos próximos anos. Os trekkers certamente agradecem.
Star Trek (Star Trek, Estados Unidos, 2009) Direção: J. J. Abrams / Roteiro: Alex Kurtzman, Roberto Orci baseados nos personagens criados por Gene Roddenberry / Elenco: Chris Pine, Zachary Quinto, Eric Bana, Winona Ryder, Zoe Saldana, Karl Urban, Bruce Greenwood, John Cho, Leonard Nimoy, Simon Pegg, Anton Yelchin. / Sinopse: Décimo primeiro filme da franquia Jornada Nas Estrelas o filme traz de volta os personagens da série original da TV. No enredo acompanhamos os primeiros passos de James T. Kirk (Chris Pine) na Academia da Frota Estelar. Lá conhece o estranho vulcano Spock (Zachary Quinto). Juntos partirão para grandes aventuras indo onde nenhum homem jamais esteve.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Constantine
O personagem Constantine dos quadrinhos é muito diferente desse que vemos nessa adaptação para o cinema. Nos gibis Constantine é um verdadeiro anti-herói, um fumante inveterado, loiro, magro e nada atraente. Ele é o protagonista do grande sucesso Hellblazer, que mistura ecos do cinema noir com misticismo e magia. O clima é sombrio, de total desesperança. Como toda criação de Alan Moore, Constantine é um outsider, um sujeito á margem da sociedade, que pouco está ligando para as convenções sociais. Já no cinema Constantine é um sujeito bonitão, interpretado pelo canastrão e galã Keanu Reeves, com jeitão de surfista havaiano, fazendo o estilo mauricinho bem vestido. Seu cabelo é impecável e ele passa o tempo todo fazendo biquinhos. Assim o que temos em essência é uma equivocada releitura Hollywoodiana pouco fiel à obra original. Não adianta, Alan Moore definitivamente não tem sorte no cinema. Ele é um sujeito recluso que não dá entrevistas mas nas poucas e raras vezes que resolveu falar foi justamente para amaldiçoar os produtores de Hollywood e reclamar das bisonhas adaptações que suas obras geralmente ganham no cinema americano. Ele tem toda a razão.
Essa produção é um exemplo claro disso. O clima soturno de Hellblazer desaparece. Constantine na pele de Keanu Reeves vira um herói clássico sempre lutando ao lado do bem contra o mal. Seu cinismo desaparece completamente e o pior é que ele acaba ficando sem personalidade em cena, fruto da canastrice de Reeves que não consegue passar qualquer emoção ou expressão com veracidade. Para piorar o espectador ainda tem que engolir a presença medíocre de Shia LaBeouf, seguramente um dos piores atores já surgidos nos últimos anos. O projeto foi desenvolvido pelo estúdio para ser estrelado por Nicolas Cage, uma escolha bem mais adequada, mas depois por diferenças criativas com o diretor, ele resolveu cair fora. Provavelmente Cage pressentiu a bomba que vinha por aí. Por razões puramente comerciais então foi escalado o Keanu Reeves que com sua atuação obtusa jogou a última pá de cal na esperança dos fãs de quadrinhos. Seguramente uma escolha muito equivocada. O que sobrou de todo esse processo foi apenas um filme sem alma, sem identidade mas com centenas de tomadas de efeitos digitais. Uma produção vazia que não diz a que veio.
Constantine (Constantine, Estados Unidos, 2003) Direção: Francis Lawrence / Roteiro: Frank A. Capello, Kevin Brodbin, Mark Bomback / Elenco: Keanu Reeves, Rachel Weisz, Shia LaBeouf, Max Baker, Tilda Swinton, Gavin Rossdale / Sinopse: Constantine (Keanu Reeves) é um exorcista e ocultista que terá que enfrentar terríveis forças do mal.
Pablo Aluísio.
Essa produção é um exemplo claro disso. O clima soturno de Hellblazer desaparece. Constantine na pele de Keanu Reeves vira um herói clássico sempre lutando ao lado do bem contra o mal. Seu cinismo desaparece completamente e o pior é que ele acaba ficando sem personalidade em cena, fruto da canastrice de Reeves que não consegue passar qualquer emoção ou expressão com veracidade. Para piorar o espectador ainda tem que engolir a presença medíocre de Shia LaBeouf, seguramente um dos piores atores já surgidos nos últimos anos. O projeto foi desenvolvido pelo estúdio para ser estrelado por Nicolas Cage, uma escolha bem mais adequada, mas depois por diferenças criativas com o diretor, ele resolveu cair fora. Provavelmente Cage pressentiu a bomba que vinha por aí. Por razões puramente comerciais então foi escalado o Keanu Reeves que com sua atuação obtusa jogou a última pá de cal na esperança dos fãs de quadrinhos. Seguramente uma escolha muito equivocada. O que sobrou de todo esse processo foi apenas um filme sem alma, sem identidade mas com centenas de tomadas de efeitos digitais. Uma produção vazia que não diz a que veio.
Constantine (Constantine, Estados Unidos, 2003) Direção: Francis Lawrence / Roteiro: Frank A. Capello, Kevin Brodbin, Mark Bomback / Elenco: Keanu Reeves, Rachel Weisz, Shia LaBeouf, Max Baker, Tilda Swinton, Gavin Rossdale / Sinopse: Constantine (Keanu Reeves) é um exorcista e ocultista que terá que enfrentar terríveis forças do mal.
Pablo Aluísio.
A Ilha do Tubarão Gigante
Título no Brasil: A Ilha do Tubarão Gigante
Título Original: Lair of the Mega Shark
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Discovery Channel
Direção: Jeff Kurr, Andy Casagrande
Roteiro: Jeff Kurr, Andy Casagrande
Elenco: Jeff Kurr, Andy Casagrande, Dickie Chivell, Clayton Mitchell, Winston Peters, Richard Squires
Sinopse:
Documentário feito para a TV mostrando uma equipe de especialistas e mergulhadores em busca do covil dos mega tubarões brancos. Eles viajam até a distante e isolada ilha de Guadalupe localizada no Oceano Pacífico, em torno da costa do México, para registrar em filmagens esses imensos predadores em seu habitat natural. O objetivo é capturar em imagens aquele que é considerado o maior tubarão branco jamais visto.
Comentários:
No ano passado foi filmado o maior tubarão branco dos oceanos. Chamado pelos pesquisadores de "Deep Blue", esse animal tinha mais de sete metros. Um predador magnífico. Esse documentário foi realizado um pouco antes das filmagens do "Deep Blue", porém capturou em cena animais de seis, cinco metros, todos da espécie tubarão branco, nas costas da ilha mexicana de Guadalupe. Como tudo o que se trata com o selo Discovery, esse documentário é muito bem realizado, com cenas de alto impacto. Uma das novidades é uma gaiola transparente, feita de acrílico reforçado, que um dos mergulhadores usa para as filmagens. Ele fica ali, bem no meio de uma dezena de tubarões brancos o cercando. Como se trata de uma armação transparente, apelidada de jaula fantasma, a sensação que o espectador tem é a de que o mergulhador está completamente à mercê dos ataques dos tubarões. Uma excelente cena, captada com a devida emoção, principalmente quando uma das portas se quebra e um desses animais tenta entrar na gaiola para devorar o mergulhador. Em outra cena ainda mais arriscada um dos pesquisadores mergulha sem gaiola de proteção ou armas. Ele fica completamente indefeso enquanto um enorme tubarão branco vai chegando perto de onde ele está. Não é à toa que de vez em quando somos informados que pessoas que trabalham nesse tipo de documentário foram mortas por animais selvagens. Muitas vezes a falta de segurança coloca esses profissionais em situações de perigo, tudo para causar sensação no espectador. A cena final mostra uma grande fêmea, provavelmente grávida, subindo para perto do barco dos pesquisadores. Era justamente isso que todos eles queriam. Não é o tão famoso "Deep Blue", mas não fica muito a dever a ele em termos de tamanho e opulência. Enfim, mais um bom documentário do canal Discovery. Está mais do que recomendado.
Pablo Aluísio.
Título Original: Lair of the Mega Shark
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Discovery Channel
Direção: Jeff Kurr, Andy Casagrande
Roteiro: Jeff Kurr, Andy Casagrande
Elenco: Jeff Kurr, Andy Casagrande, Dickie Chivell, Clayton Mitchell, Winston Peters, Richard Squires
Sinopse:
Documentário feito para a TV mostrando uma equipe de especialistas e mergulhadores em busca do covil dos mega tubarões brancos. Eles viajam até a distante e isolada ilha de Guadalupe localizada no Oceano Pacífico, em torno da costa do México, para registrar em filmagens esses imensos predadores em seu habitat natural. O objetivo é capturar em imagens aquele que é considerado o maior tubarão branco jamais visto.
Comentários:
No ano passado foi filmado o maior tubarão branco dos oceanos. Chamado pelos pesquisadores de "Deep Blue", esse animal tinha mais de sete metros. Um predador magnífico. Esse documentário foi realizado um pouco antes das filmagens do "Deep Blue", porém capturou em cena animais de seis, cinco metros, todos da espécie tubarão branco, nas costas da ilha mexicana de Guadalupe. Como tudo o que se trata com o selo Discovery, esse documentário é muito bem realizado, com cenas de alto impacto. Uma das novidades é uma gaiola transparente, feita de acrílico reforçado, que um dos mergulhadores usa para as filmagens. Ele fica ali, bem no meio de uma dezena de tubarões brancos o cercando. Como se trata de uma armação transparente, apelidada de jaula fantasma, a sensação que o espectador tem é a de que o mergulhador está completamente à mercê dos ataques dos tubarões. Uma excelente cena, captada com a devida emoção, principalmente quando uma das portas se quebra e um desses animais tenta entrar na gaiola para devorar o mergulhador. Em outra cena ainda mais arriscada um dos pesquisadores mergulha sem gaiola de proteção ou armas. Ele fica completamente indefeso enquanto um enorme tubarão branco vai chegando perto de onde ele está. Não é à toa que de vez em quando somos informados que pessoas que trabalham nesse tipo de documentário foram mortas por animais selvagens. Muitas vezes a falta de segurança coloca esses profissionais em situações de perigo, tudo para causar sensação no espectador. A cena final mostra uma grande fêmea, provavelmente grávida, subindo para perto do barco dos pesquisadores. Era justamente isso que todos eles queriam. Não é o tão famoso "Deep Blue", mas não fica muito a dever a ele em termos de tamanho e opulência. Enfim, mais um bom documentário do canal Discovery. Está mais do que recomendado.
Pablo Aluísio.
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