Kurt Cobain teve uma vida curta. Ele sempre será lembrado por ter sido o criador do Nirvana, o grupo de punk que provavelmente foi o último suspiro do rock. Como artista sempre o considerei um ótimo músico, embora também tivesse reservas sobre algumas letras que escreveu. Deixa pra lá, isso não tem mais importância. Fazia parte de sua imagem de rebeldia juvenil. Como ser humano, aí sim havia uma situação bem complicada. Kurt sucumbiu ao mundo das drogas. Ele foi criado meio largado, com problemas em casa, pais se divorciando e se odiando, família disfuncional e todas aquelas coisas que seus fãs bem conhecem. Isso criou traumas e gatilhos emocionais em Cobain. Para superar essa carga pesada psicológica ele se refugiu nas drogas, em especial na heroína, que não perdoa, escraviza e mata todos os seus amantes.
De homeless, sem-teto, morador das ruas na cidade onde havia nascido, ele se tornou um milionário, rico e famoso com o Nirvana. Mas nada disso parece ter virado a chave de sua mente. Ele continuou, dentro de sua forma de pensar, como aquele garotinho que não conseguia aguentar ver os pais brigando o dia todo. E sua carga genética, seu DNA, com muitos antepassados que se mataram, não contribuía de forma positiva em nada para essa situação.
O fim veio no cano de uma espingarda colocada na boca. Seus miolos ficaram escorrendo na parede. Em um vaso de plantas vazio uma caneta segurava uma carta de suicídio endereçada ao seu amigo imaginário da infância. Em um texto confuso ele tentava explicar o inexplicável. Essa boa biografia, a melhor que eu já li sobre o Kurt Cobain, conta sua história, do nascimento ao tiro de misericórdia. Texto bem escrito, a leitura flui muito facilmente. Um retrato muito bom de um músico que passou a vida toda se sentindo muito mal.
Mais pesado que o céu: Uma biografia de Kurt Cobain (Heavier than heaven, Estados Unidos, 2001) Autor: Charles R. Cross / Tradução: Cid Knipel / Editora: Globo / Sinopse: Livro que conta a história do cantor e compositor americano Kurt Cobain, líder do grupo de punk rock Nirvana, falecido em abril de 1994, após cometer suícidio.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Madonna - True Blue
Na década de 80 a Madonna atingiu seu auge de sucesso. Naqueles anos a música mundial era dividida em dois feudos básicos na categoria pop: um era do Michael Jackson, o outro de Madonna. Os fãs obviamente queriam que seus ídolos superassem o concorrente / rival. Dessa forma cada novo lançamento nas lojas era um verdadeiro evento da mídia. Assim foi com esse True Blue, um álbum da Madonna lançado bem no auge de seu sucesso absoluto nas paradas. Por essa época ela desenvolveu uma paixão avassaladora pelo mito de Marilyn Monroe e começou a incorporar aspectos da imagem da deusa do cinema em sua carreira. Pintou seus cabelos na cor da famosa atriz e até reproduziu a pintinha de Monroe no rosto. Teria Madonna ficado louca? Para completar ela ainda insistia em levar adiante seu relacionamento com o troglodita e espancador de Paparazzis Sean Penn, um sujeito nada simpático que naqueles anos ainda era apenas um ator marrento e com ares de brigador de rua (anos depois ele viraria um excelente diretor mostrando que nada melhor do que a idade para melhorar certas pessoas).
Pois bem, a obsessão de Madonna com Marilyn Monroe não se resumiu à imagem. Ela procurou trazer o espírito vintage do passado para sua música também. O maior exemplo é esse álbum "True Blue" que traz em certas músicas aquele sabor deliciosamente inocente das músicas das décadas de 50 e 60. Claro que revisto hoje em dia o som soa datado. Há exagero nos arranjos de sintetizadores (marca registrada da sonoridade da década de 80). Mesmo assim em termos de melodia temos que admitir que canções como "True Blue" (a bonita canção título) e "Jimmy, Jimmy" parecem provenientes dos anos dourados. Nesses anos é bom entender também que a carreira de Madonna era movida a polêmica e controvérsia, tudo para emplacar mais espaço na mídia. Assim esse álbum, mesmo sendo leve como é, também teve sua cota de brigas.
Como sempre Madonna escolhia seu saco de pancadas preferido: a Igreja Católica. A polêmica foi sobre o aborto. A música "Papa Don´t Preach" era um libero sobre a gravidez na adolescência (uma praga do mundo moderno) e a possibilidade dessas jovens terem direito a abortar. Claro que uma mensagem assim criou um rebuliço geral. Será que Madonna chegou mesmo a defender tal causa ou tudo não passou de mero marketing? Complicado saber o que pensava a loira platinada. O que sabemos porém é que a estratégia deu muito certo e o disco vendeu horrores, alcançando o primeiro lugar em praticamente todos os países ocidentais. Singles acompanharam o sucesso, tornando Madonna um fenômeno de vendas novamente. E o mundo mudou alguma coisa? Não, a Igreja Católica continua firmemente contra o aborto e o Sean Penn continuou distribuindo sopapos, inclusive na própria Madonna, mas essa é uma outra história!
Pablo Aluísio.
Pois bem, a obsessão de Madonna com Marilyn Monroe não se resumiu à imagem. Ela procurou trazer o espírito vintage do passado para sua música também. O maior exemplo é esse álbum "True Blue" que traz em certas músicas aquele sabor deliciosamente inocente das músicas das décadas de 50 e 60. Claro que revisto hoje em dia o som soa datado. Há exagero nos arranjos de sintetizadores (marca registrada da sonoridade da década de 80). Mesmo assim em termos de melodia temos que admitir que canções como "True Blue" (a bonita canção título) e "Jimmy, Jimmy" parecem provenientes dos anos dourados. Nesses anos é bom entender também que a carreira de Madonna era movida a polêmica e controvérsia, tudo para emplacar mais espaço na mídia. Assim esse álbum, mesmo sendo leve como é, também teve sua cota de brigas.
Como sempre Madonna escolhia seu saco de pancadas preferido: a Igreja Católica. A polêmica foi sobre o aborto. A música "Papa Don´t Preach" era um libero sobre a gravidez na adolescência (uma praga do mundo moderno) e a possibilidade dessas jovens terem direito a abortar. Claro que uma mensagem assim criou um rebuliço geral. Será que Madonna chegou mesmo a defender tal causa ou tudo não passou de mero marketing? Complicado saber o que pensava a loira platinada. O que sabemos porém é que a estratégia deu muito certo e o disco vendeu horrores, alcançando o primeiro lugar em praticamente todos os países ocidentais. Singles acompanharam o sucesso, tornando Madonna um fenômeno de vendas novamente. E o mundo mudou alguma coisa? Não, a Igreja Católica continua firmemente contra o aborto e o Sean Penn continuou distribuindo sopapos, inclusive na própria Madonna, mas essa é uma outra história!
Pablo Aluísio.
terça-feira, 13 de setembro de 2011
The Beatles - I Call Your Name
Os Beatles (em especial John Lennon e Paul McCartney) tinham também a intenção de compor músicas para outros artistas. O próprio Paul havia declarado em entrevistas que quando o sucesso dos Beatles acabasse, ele poderia viver de vender suas composições para outros astros do momento (pois é, conforme o próprio John certa vez declarou, eles acreditavam que o sucesso dos Beatles iria durar, no máximo, cinco anos!). Assim John e Paul comporam "I Call Your Name" em 1963 e a venderam para o grupo The Dakotas gravar.
Quando pintou a ideia de gravar o EP (compacto duplo) "Long Tall Sally", John e Paul decidiram que havia chegado a hora dos Beatles gravarem sua versão da canção. Havia a necessidade de completar o compacto com mais uma música e eles não queriam colocar nenhuma das inéditas, que tinham reservado para o álbum que viria no natal. Assim decidiram fazer essa boa gravação dessa canção original. Na era do vinil essa música ficou anos fora de catálogo. Até porque o disquinho logo virou peça de colecionador. A EMI a colocou então como quarta música do lado B do álbum "The Beatles Rarities" nos anos 70. Finalmente depois achou o lugar ideal para a faixa na coletânea (essa sim, excelente) "Past Masters". Foi um belo resgate de uma gravação que estava perdida dentro da discografia dos Beatles.
Grupo: The Beatles
Música: I Call Your Name
Compositores: John Lennon / Paul McCartney
EP: Long Tall Sally
Selo: EMI Odeon
Ano de Lançamento: 11 de maio de 1964
Produção: George Martin
I Call Your Name
(Lennon / McCartney)
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Paul McCartney - O Grupo Wings
O primeiro a ir embora foi o guitarrista Henry McCullough. Ele se irritou com Paul por causa de certas decisões, como a de gravar e lançar em compacto a música infantil "Mary Had a Little Lamb". Depois se irritou ainda mais quando Paul decidiu que os Wings iriam cantar a canção em um programa de TV. "O que nós éramos? Uma banda de rock? Cantando música para crianças no horário nobre?" - perguntou o irritado McCullough para Paul. "Os Wings serão o que eu decidir o que eles serão" - respondeu Paul, já com tons de autoridade sobre todos os músicos do grupo.
As desavenças só pioraram com o tempo. Henry queria encaixar várias músicas compostas por ele no próximo disco dos Wings, mas Paul sem cerimônia vetou todas elas. Depois McCartney começou a implicar com seus solos de guitarra. "Faça melhor - faça algo que você nunca tenha feito antes" - disse. Era algo que já havia acontecido entre Paul e George na época dos Beatles. Depois disso McCullough decidiu que era hora de ir embora. "Um dia eu simplesmente peguei minha guitarra, subi na minha moto e fui embora para nunca mais voltar".
Outro que decidiu ir embora dos Wings foi o baterista Denny Seiwell, esse por motivos financeiros. Ele explicaria alguns meses depois o motivo de sua saída: "Paul pagava muito mal aos músicos. Eu não conseguia pagar meu aluguei e nem conseguia comprar um carro! Não dava mais para continuar. Como músico contratado de estúdio eu ganhava cinco vezes mais. Paul não tinha muitas noções das coisas. Ele achava que pagando poucas libras por mês nós conseguiríamos sobreviver em Londres! Nem pensar. Fui embora!". Assim os Wings ficaram restritos a um trio formado por Paul, sua esposa Linda e Denny Laine.
Pablo Aluísio.
George Harrison - Dark Horse
Por volta de 1974 George Harrison resolveu criar seu próprio selo ao qual chamou de Dark Horse. Ele não aguentava mais a Apple, seus problemas financeiros, seus processos judiciais sem fim e as brigas que giravam em torno do selo dos Beatles. Era demais para sua cabeça. A Apple era um desastre sem precedentes, mal administrada, mal gerida, com acusações de roubo para todos os lados, gastos com advogados, confusões jurídicas na Inglaterra e nos Estados Unidos. Nada poderia ser mais desastroso.
Com a Dark Horse George queria ter mais controle sobre suas músicas. Ele imediatamente gravou um disco, com o nome de seu novo selo musical, e saiu em turnê, fazendo vários shows ao vivo. O fantasma dos Beatles porém não pareciam deixar George em paz. Durante os concertos ele se recusou a cantar "Something" e outras canções do grupo e isso irritou os fãs e a crítica.
As coisas foram ficando mais tensas até que George perdeu a calma durante uma coletiva de imprensa. Cansado de tantas perguntas sobre a volta dos Beatles o sempre ponderado Harrison acabou perdendo sua paciência. Ele disse, em tom de raiva: "Eu não quero voltar a tocar com os Beatles. Eu nem acho que eles eram tão bons como dizem. Hoje em dia isso tudo é passado. Eu faria parte de qualquer grupo de rock com John Lennon, mas não com Paul McCartney. Não quero voltar a tocar com Paul! Os que querem a volta dos Beatles, por favor, comprem os discos dos Wings. Eu não quero voltar para o passado! Se vocês querem, o problema é de vocês!".
Paul reagiu às criticas de George e disse que não concordava com ele. "Os Beatles não eram ruins, como George quis dizer, eles não eram apenas muito bons, eles eram excelentes!". A turnê continuou e George foi alvo de novas críticas. Ele foi criticado por insistir demais na doutrinação de sua religião em suas apresentações, trocando as letras originais, colocando mensagens da religião oriental que seguia. As pessoas queriam se divertir, não ver um sujeito querendo impor sua visão religião aos outros. Ninguém queria ouvir sermões. George estava ficando chato demais para a maioria do público. Também colocava músicos indianos para abrir suas apresentações. Esses shows de abertura eram longos e aborrecidos para o público ocidental. A má receptividade irritou ainda mais George. Ele queria todos na sua onda de Hare Krishna, mas ninguém parecia disposto a embarcar em suas egotrips religiosas.
Pablo Aluísio.
Com a Dark Horse George queria ter mais controle sobre suas músicas. Ele imediatamente gravou um disco, com o nome de seu novo selo musical, e saiu em turnê, fazendo vários shows ao vivo. O fantasma dos Beatles porém não pareciam deixar George em paz. Durante os concertos ele se recusou a cantar "Something" e outras canções do grupo e isso irritou os fãs e a crítica.
As coisas foram ficando mais tensas até que George perdeu a calma durante uma coletiva de imprensa. Cansado de tantas perguntas sobre a volta dos Beatles o sempre ponderado Harrison acabou perdendo sua paciência. Ele disse, em tom de raiva: "Eu não quero voltar a tocar com os Beatles. Eu nem acho que eles eram tão bons como dizem. Hoje em dia isso tudo é passado. Eu faria parte de qualquer grupo de rock com John Lennon, mas não com Paul McCartney. Não quero voltar a tocar com Paul! Os que querem a volta dos Beatles, por favor, comprem os discos dos Wings. Eu não quero voltar para o passado! Se vocês querem, o problema é de vocês!".
Paul reagiu às criticas de George e disse que não concordava com ele. "Os Beatles não eram ruins, como George quis dizer, eles não eram apenas muito bons, eles eram excelentes!". A turnê continuou e George foi alvo de novas críticas. Ele foi criticado por insistir demais na doutrinação de sua religião em suas apresentações, trocando as letras originais, colocando mensagens da religião oriental que seguia. As pessoas queriam se divertir, não ver um sujeito querendo impor sua visão religião aos outros. Ninguém queria ouvir sermões. George estava ficando chato demais para a maioria do público. Também colocava músicos indianos para abrir suas apresentações. Esses shows de abertura eram longos e aborrecidos para o público ocidental. A má receptividade irritou ainda mais George. Ele queria todos na sua onda de Hare Krishna, mas ninguém parecia disposto a embarcar em suas egotrips religiosas.
Pablo Aluísio.
domingo, 11 de setembro de 2011
David Bowie
Eu nunca gostei muito do David Bowie. Uma coisa é admitir a importância de um artista dentro da música internacional. Outra coisa é se tornar fã, comprar discos, etc. Pessoalmente eu não deixei de reconhecer a importância do Bowie, porém nunca consegui gostar de sua música. Nunca fui de entrar numa loja de discos atrás de algum álbum do Bowie para comprar...
Eu não sou da época do auge da carreira do Bowie. Quando fui saber de sua existência ele já estava em sua fase anos 80, que para muitos, é um momento pouco inspirado de sua carreira, onde ele se rendeu demais aos aspectos mais comerciais das gravadoras. Sobre isso não vou opinar, afinal nunca cheguei mesmo a acompanhar sua discografia. Aliás do pouco que ouvi (e não gostei muito) pouca coisa sobreviveu. Lembro do clip que ele fez ao lado do Mick Jagger e de sua peruca no filme "Labirinto". Acredito que sejam dois dos mais manjados momentos de sua vida artística dos 80´s.
De uma coisa posso afirmar com certeza. Ele nunca foi muito popular no Brasil. Eventualmente (muito eventualmente) o Bowie emplacava algum hit nas rádios brasileiras. Seus discos também não vendiam muito por aqui. Sua imagem mais andrógina realmente não conquistou muitos admiradores na terra brasilis. Claro, sempre há o nicho de fãs, isso acontece com todos os grandes nomes da música, mas mesmo esse grupo penso ser bem minoritário aqui em nosso país.
De qualquer forma a principal razão de nunca ter gostado da música do David Bowie foi mesmo o tal gosto pessoal. Sim, já ouvi muitos de seus mais famosos discos, mas não dá liga, não criou empatia comigo. Geralmente chegava no fim do Lado B já com cansaço e tédio. Em muitos aspectos o Bowie dava muito mais valor ao aspecto estético de sua imagem do que à beleza de suas melodias. Como não consigo ser fã de um artista que muitas vezes tem mais pose do que notas musicais acabei me tornando um "não fã", alguém que olha de longe e diz "OK!" sobre algum LP que ouviu, mas sem nunca ter tido vontade de comprar um título com seu nome estampado na capa...
Pablo Aluísio.
Eu não sou da época do auge da carreira do Bowie. Quando fui saber de sua existência ele já estava em sua fase anos 80, que para muitos, é um momento pouco inspirado de sua carreira, onde ele se rendeu demais aos aspectos mais comerciais das gravadoras. Sobre isso não vou opinar, afinal nunca cheguei mesmo a acompanhar sua discografia. Aliás do pouco que ouvi (e não gostei muito) pouca coisa sobreviveu. Lembro do clip que ele fez ao lado do Mick Jagger e de sua peruca no filme "Labirinto". Acredito que sejam dois dos mais manjados momentos de sua vida artística dos 80´s.
De uma coisa posso afirmar com certeza. Ele nunca foi muito popular no Brasil. Eventualmente (muito eventualmente) o Bowie emplacava algum hit nas rádios brasileiras. Seus discos também não vendiam muito por aqui. Sua imagem mais andrógina realmente não conquistou muitos admiradores na terra brasilis. Claro, sempre há o nicho de fãs, isso acontece com todos os grandes nomes da música, mas mesmo esse grupo penso ser bem minoritário aqui em nosso país.
De qualquer forma a principal razão de nunca ter gostado da música do David Bowie foi mesmo o tal gosto pessoal. Sim, já ouvi muitos de seus mais famosos discos, mas não dá liga, não criou empatia comigo. Geralmente chegava no fim do Lado B já com cansaço e tédio. Em muitos aspectos o Bowie dava muito mais valor ao aspecto estético de sua imagem do que à beleza de suas melodias. Como não consigo ser fã de um artista que muitas vezes tem mais pose do que notas musicais acabei me tornando um "não fã", alguém que olha de longe e diz "OK!" sobre algum LP que ouviu, mas sem nunca ter tido vontade de comprar um título com seu nome estampado na capa...
Pablo Aluísio.
Little Richard
Não desmerecendo a importância dele como artista, as coisas não são bem assim. O próprio Little Richard sequer considerava o rock como algo novo, que havia sido inventado. Ele costumava dizer que aquilo que passou a ser chamado de rock nada mais era do que o bom e velho conhecido Rhythm and blues. E de certa foram ele tinha uma dose de razão.Os novos artistas jovens apenas aceleraram ainda mais aquela vertente do Blues e nesse processo criaram uma nova linguagem musical. Porém ser considerado o inventor do rock era algo sem sentido, segundo a própria opinião de Richard.
Expulso de casa aos 14 anos, após ser acusado de ser homossexual pelo pai, Richard Wayne Penniman (seu nome real) pegou a estrada e foi viver por conta própria. Imagine ser um negro pobre, homossexual e sem trabalho naqueles anos. Pior ainda, ser uma pessoa nessa situação no sul, a região mais racista dos Estados Unidos. Ele porém era lutador e viveu de pequenos trabalhos (como lavador de pratos) por anos. Ganhando sua sobrevivência na luta do dia a dia foi melhorando na música, estudou piano e mais tarde conseguiu viver da arte.
O surgimento daquele novo estilo, que os radialistas associavam a uma rocha (rock), por causa da pegada forte do ritmo, foi sua salvação pessoal. Dono de um timbre de voz único, inimitável, Little Richard começou a fazer sucesso com músicas como "Tutti Frutti", “Long Tall Sally”, “Rip It Up” e “Good Golly Miss Molly”. Foi justamente nessa fase que ele encontrou o auge comercial de toda a sua carreira. Sua melhor fase foi na gravadora RCA, onde gravou seus maiores e mais lembrados hits. Curiosamente na virada da década de 1950 para 1960 ele passou por uma fase de fervor religioso, largando o rock para se dedicar completamente à religião. Virou um cantor de música religiosa e saiu do foco da parada de sucessos que ele vinha frequentando. Uma opção pessoal dele. De qualquer forma aqueles poucos anos de sucesso, entre 1956 a 1959 o imortalizaram para sempre na história da música, fazendo com que ele jamais seja esquecido.
Pablo Aluísio.
sábado, 10 de setembro de 2011
Astrid Kirchherr
Isso tudo não teria nenhuma importância se os amigos de Stu não se chamassem John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Pete Best. Pois é meus caros, eram os Beatles! E ela foi uma pessoa bem importante nessa época da carreira dos Beatles. Eles eram desconhecidos, apenas um grupo de jovens procurando um lugar ao sol.
Ela adorou os rapazes e os influenciou, inclusive no aspecto visual. Eles copiaram o penteado de franjinha lisa que Astrid usava. Com isso a imagem clássica dos Beatles, tal como conhecemos, nasceu. Ela também tirou uma série de fotos deles em Hamburgo, fotos que até hoje fazem parte da história do rock.
Infelizmente Stu morreu muito jovem. Ele tinha problemas cerebrais e faleceu bem jovem. A amizade com os Beatles porém continuou por anos e anos. John Lennon a contratou depois para tirar novas fotos do grupo, já em sua fase de sucesso internacional e nunca deixou de visitar Astrid quando ia na Alemanha. Afinal Stu havia sido um dos grandes amigos de sua vida. Por fim deixo a dica do filme "Os Cinco Rapazes de Liverpool" que conta a história de Astrid, Stu e os Beatles na Alemanha. Um excelente filme que resgata toda essa história.
Pablo Aluísio.
Silver Beatles na Escócia
Quando Paul e John foram convidados para tocar com o cantor Johnny Gently na Escócia eles não passavam de garotos. Tanto isso é verdade que Paul McCartney precisou enganar ao pai, dizendo que naquela semana não haveria aulas na escola de Liverpool. Ele era apenas um colegial. John, que na época estava morando sozinho em um quartinho, precisou também ligar para a tia Mimi dizendo que ia passar uma semana fora, tentando ganhar alguns trocados na Escócia.
Na época os Beatles nem se chamavam Beatles, mas sim Silver Beatles (ou Silver Beetles, dependendo do dia). Não fazia muito tempo que eles tinham tocado ao vivo com o estranho nome de Johnny and the Moondogs. Na verdade era um bando de fedelhos que mal conseguiam ganhar um refrigerante em troca de algumas notas musicais em qualquer palco que os aceitasse. Eles queriam tocar, acima de tudo, para ganhar experiência.
Ringo ainda não fazia parte da banda e George Harrison ainda era menor de idade. Mesmo assim eles se amontoaram numa van velha e foram para a Escócia, servir de banda de apoio do tal Johnny Gently, que era um ídolo adolescente, teen, uma imitação inglesa barata de Elvis Presley. John Lennon, apesar de ser um notório desconhecido, não baixou a crista para o cantor. Achou suas músicas fracas e até deu uns toques para algumas composições dele. Mal sabia todos que o nome de John Lennon em uma música iria valer milhões de dólares em um futuro próximo.
A excursão foi bem mais ou menos e os Beatles não ganharam bem. Na verdade eles gastaram tudo em alimentação e estadia, nos hotéis mais baratos que tinham a disposição. A turnê também foi em pequenas cidades do interior, nada espetacular. Posters de divulgação dos shows sobreviveram ao tempo, mas o nome dos Silver Beatles nem aparecia neles. Apenas Johnny Gently era anunciado. No mais os Beatles foram indicados apenas como "sua banda". De qualquer maneira valeu a experiência, porque eles tiveram a oportunidade de tocar profissionalmente pela primeira vez, ganhando dinheiro com a música. Algo que eles nem esperavam acontecer.
Pablo Aluísio.
Na época os Beatles nem se chamavam Beatles, mas sim Silver Beatles (ou Silver Beetles, dependendo do dia). Não fazia muito tempo que eles tinham tocado ao vivo com o estranho nome de Johnny and the Moondogs. Na verdade era um bando de fedelhos que mal conseguiam ganhar um refrigerante em troca de algumas notas musicais em qualquer palco que os aceitasse. Eles queriam tocar, acima de tudo, para ganhar experiência.
Ringo ainda não fazia parte da banda e George Harrison ainda era menor de idade. Mesmo assim eles se amontoaram numa van velha e foram para a Escócia, servir de banda de apoio do tal Johnny Gently, que era um ídolo adolescente, teen, uma imitação inglesa barata de Elvis Presley. John Lennon, apesar de ser um notório desconhecido, não baixou a crista para o cantor. Achou suas músicas fracas e até deu uns toques para algumas composições dele. Mal sabia todos que o nome de John Lennon em uma música iria valer milhões de dólares em um futuro próximo.
A excursão foi bem mais ou menos e os Beatles não ganharam bem. Na verdade eles gastaram tudo em alimentação e estadia, nos hotéis mais baratos que tinham a disposição. A turnê também foi em pequenas cidades do interior, nada espetacular. Posters de divulgação dos shows sobreviveram ao tempo, mas o nome dos Silver Beatles nem aparecia neles. Apenas Johnny Gently era anunciado. No mais os Beatles foram indicados apenas como "sua banda". De qualquer maneira valeu a experiência, porque eles tiveram a oportunidade de tocar profissionalmente pela primeira vez, ganhando dinheiro com a música. Algo que eles nem esperavam acontecer.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
The Beatles Again (1964)
E como um disco 100 por cento Brazuca, podemos bem perceber uma certa confusão em suas faixas, misturando músicas gravadas pelos Beatles para seus primeiros discos. A grande maioria das canções foram retiradas do álbum inglês "Please Please Me", com algumas novidades. Entre elas o fato de que a EMI no Brasil decidiu colocar também canções do filme "A Hard Day´s Night". Isso era surpreendente porque as músicas eram novidade, inclusive na Europa e Estados Unidos. A capa, feinha que só, vinha para completar o quadro bem pouco sofisticado, do ponto de vista fonográfico, desse álbum nacional. Porém para quem queria ouvir os Beatles naqueles tempos, era um alívio ter um disco como esse em mãos. Quem não tinha contatos e nem dinheiro para discos importados, o jeito era se contentar com o nosso mercado mesmo.
Eu tenho uma certa ligação emocional com esse disco porque meu irmão mais velho o tinha desde os anos 70. E foi nessa época em que eu nasci. Assim, muito provavelmente, esse foi um dos primeiros discos que ouvi em minha vida. Mesmo a capa sendo primitiva e tudo mais, eu curti muito esse disco de vinil. O curioso é que apesar de meu irmão ser um grande fã dos Beatles ele não tinha em nossa casa o "Beatlemania" que era figurinha fácil nos lares brasileiros. Ao invés disso ele tinha o "Beatles For Sale" desse mesmo ano de 1964. Depois vieram todos os demais discos. Por volta do começo dos anos 80 já tínhamos praticamente tudo do grupo, até porque a Odeon no Brasil relançou todos os discos oficiais dos Beatles, seguindo à risca a discografia da Inglaterra, que sempre foi considerada a oficial. Esse pacote de discos, lá por volta de 1982, foi um verdadeiro presente para essa geração que não havia vivido a época dos Beatles, mas que agora se interessava por sua maravilhosa obra musical.
Ainda tenho o disco original em minha coleção de discos de vinil. Pois é, muita gente jogou fora seus LPs quando o disco de vinil pareceu morrer ali por volta da virada dos anos 80 para os anos 90. Em minha casa procuramos preservar tudo, não apenas como um item de colecionador, mas também pelo apego emocional a esses discos que fizeram parte da nossa infância e adolescência. É uma questão de preservar aquilo que no passado nos deu muita alegria e diversão.
The Beatles Again (1964)
Please Please Me / Boys / Twist and Shout / From Me Tou You / Baby It´s You / I´ll Get You / Hold Me Tight / Money / Do You Know a Secret? / All My Loving / Love Me Do / Can´t Buy Me Love.
Pablo Aluísio.
Assinar:
Postagens (Atom)