quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Padre José de Anchieta
Os Jesuítas tinham a missão de levar a palavra de Deus para terras distantes, evangelizar os povos ainda em formação. Assim em 1553 ele foi enviado para a colônia do Brasil, naquela época ainda uma nação em formação, com muitas terras selvagens e nativos que não conheciam o cristianismo. Anchieta pisou em terras brasileiras e se fixou inicialmente em Salvador (BA), naquele período histórico a mais rica capitania da colônia. Lá Anchieta se uniu ao padre Manuel de Nóbrega e seus missionários.
A vida no Brasil não era fácil. Não havia estrutura nenhuma e as doenças, a falta de condições adequadas de higiene e a precariedade do poder político deixava tudo mais complicado. Mesmo assim o jesuíta, preparado para levar uma vida dura e de austeridade, seguiu em frente com sua missão.
Ele foi enviado então para a missão de Piratininga. Não havia nada na região a não ser algumas tribos de índios nativos. Ali os jesuítas construíram e fundaram uma escola. A missão dos jesuítas sempre estavam ligadas com obras de caridade que envolviam educação, saúde e evangelho para as comunidades da região. Esse colégio jesuíta acabou se tornando o marco zero da fundação da cidade de São Paulo que anos depois iria se transformar na maior metrópole do Brasil. O próprio nome São Paulo foi dado pelos jesuítas pois a primeira missa celebrada na região celebrava a conversão do apóstolo Paulo (antes Saulo) ao cristianismo.
José de Anchieta dedicou especial carinho para os Índios. Homem culto e intelectual logo procurou aprender a língua dos povos índigenas. Assim que a aprendeu traduziu o evangelho para o Tupi. Também escreveu obras de gramática, teologia, peças de teatro e hinos religiosos na língua dos amados índios. Como era muito primitiva a época ele ensinava escrevendo nas areias da praia, para tornar o aprendizado dos nativos mais fácil. Isso acabou entrando na cultura de nosso país e em vários quadros Anchieta é retratado assim, pregando e ensinando na beira do mar, com uma simplicidade e devoção ao próximo jamais vista.
Continuou escrevendo, em português, latim, tupi e guarani, até que foi enviado ao Rio de Janeiro onde fundou uma nova escola. Diplomata participou de negociações de paz entre tribos e portugueses, tudo com o objetivo de evitar uma guerra entre as etnias. Continuou suas viagens, conhecendo um Brasil que poucos conheciam, levando a palavra de Deus a todos os rincões perdidos de nossa nação.
Homem corajoso e íntegro virou um símbolo para os religiosos do Brasil. Depois de tantas viagens, fundando missões, igrejas, escolas e hospitais finalmente veio a falecer em 9 de junho de 1597 na pequenina vila de Reritiba, situada numa região que faria parte do futuro estado do Espírito Santo. Essa localidade seria rebatizada depois de séculos com o nome de Anchieta, em devoção ao santo querido.
Anchieta foi um homem de letras e ação. Foi sacerdote, historiador, professor e poeta. Ajudou a distante colônia portuguesa a criar uma noção de país, terra, servindo de ligação para as culturas portuguesas, nativas e africanas. Foi profundo conhecedor do povo brasileiro que naquele momento se formava no horizonte. Dedicou toda sua vida à pregação do evangelho por todos os lugares por onde passou. Viajou a pé, de burritos e encarou todas as adversidades apenas para evangelizar o povo brasileiro onde quer que ele estivesse.
Por essas e outras razões recebeu de forma muito justa o título de “Apóstolo do Brasil”!
O Papa Francisco, um jesuíta tal como foi Anchieta, canonizou esse grande nome. Um homem santo que merece todo nosso respeito e devoção.
Pablo Aluísio.
Nossa Senhora de Fátima
Maria, mãe de Jesus, surgiu aos três pastorinhos na Cova da Iria ao meio dia. Lúcia assim a descreveu: "Era uma Senhora vestida de branco e mais brilhante que o Sol, espargindo luz mais clara e intensa que um copo de cristal cheio de água cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente.
A sua face, indescritivelmente bela, não era nem triste, nem alegre, mas séria, com ar de suave censura. As mãos juntas, como a rezar, apoiadas no peito e voltadas para cima. Da mão direita pendia um rosário. As vestes pareciam feitas só de luz. A túnica era branca e branco o manto, orlado de ouro que cobria a cabeça da Virgem e lhe descia até aos pés. Não se Lhe viam os cabelos nem as orelhas."
Maria antecipou que iria surgir em novas aparições sempre no dia 13 de cada mês. Maria tratou de diversos temas mas dedicou especial atenção ao que vinha acontecendo na Rússia. O país estava caindo nas garras do comunismo ateu Marxista, dominação ideológica que subjugaria aquele povo por mais de sete décadas de ditadura vermelha brutal e sanguinária.
Sua mensagem também revelava três segredos sobre o futuro da humanidade. Muitos anos depois a Congregação para a Doutrina da Fé finalmente revelou o inteiro teor da mensagem de Fátima. Maria reforçava a fé na Igreja, como parte do corpo de Cristo em nosso mundo. O núcleo da mensagem também era um apelo de Nossa Senhora para que a humanidade se convertesse genuinamente a Jesus Cristo e ao seu evangelho. As crianças foram exaltadas por Maria para que transmitissem sua mensagem ao mundo, e que as pessoas se arrependessem de seus pecados, fizessem penitência e voltassem de corpo e alma para a fé em Deus e Jesus Cristo.
Maria também alertou que todos exercitassem sua liberdade de forma correta, afastando-se do pecado para voltar a Deus em seu plenitude. Também salientou a importância da missão redentora de Jesus Cristo através do trabalho missionário da Igreja. Maria avisou que a Rússia espalharia seus erros pelo mundo, promovendo mais guerras e novas perseguições à Igreja. Os bons seriam martirizados e o Papa sofreria imensamente. As nações sob julgo do comunismo viveriam dias terríveis. Maria disse a Lúcia: "“A Rússia será o instrumento de castigo escolhido pelo Céu para punir o mundo inteiro, se, de antemão não obtivermos a conversão dessa pobre nação ...”
Maria também previu em sua mensagem o fim da Primeira Guerra, a chegada da Segunda Guerra Mundial e o terrível mal que ela causaria em todos os povos do mundo. Por fim deixou o pedido para que a Rússia fosse consagrada ao seu imaculado coração pelo Papa. Essa consagração seria realizada décadas depois por João Paulo II que tinha uma grande devoção Mariana. Depois que a Rússia foi consagrada ao imaculado coração de Maria seu regime comunista veio abaixo, poucos meses depois da realização da cerimônia no Vaticano.
Os comunistas que por décadas tinham perseguidos cristãos na União Soviética, viam com seus próprios olhos o fim do comunismo naquela nação. As enormes estátuas dos genocidadas Stálin e demais ídolos assassinos do regime vieram ao chão em toda a Rússia. Os países satélites ao regime de ferro e fogo soviético proclamaram suas independências, saindo finalmente do julgo daquele sistema brutal e genocida, algo que Maria também previra em sua aparição de forma clara ao dizer: "Por fim o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz."
E assim como Maria havia previsto o Papa passaria por grande provação. João Paulo II sofreu um atentado no Vaticano que quase custou sua vida. Segundo o próprio Papa ele só não morreu porque Maria e seus anjos o salvaram no último minuto da bala assassina. Sua devoção a Maria só aumentou depois desse fato. João Paulo II também atribuia essa tentativa de assassinato ao terceiro segredo de Fátima que havia sido mantido sigiloso pela Igreja Católica por longos anos.
Maria também deu aos pequenos uma visão do inferno e daquilo que esperava todos aqueles que cometiam crimes contra Deus e seu Imaculado Coração. Lúcia relembrou esse dia ao escrever: "Mostrou-nos um grande mar de fogo que parecia estar debaixo da terra. Mergulhados nesse fogo os demônios e as almas, como se fossem brasas transparentes e negras, ou bronzeadas com forma humana, que flutuavam no incêndio levadas pelas chamas que d'elas mesmas saíam, juntamente com nuvens de fumo, caindo para todos os lados, semelhante ao cair das fagulhas em os grandes incêndios sem peso, nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dor e desespero que horrorizava e fazia estremecer de pavor. Os demônios distinguiam-se por formas horríveis e asquerosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes e negros."
Depois dessa visão assustadora Maria explicou: "Vistes o Inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção a meu Imaculado Coração. Se fizerem o que eu disser salvar-se-ão muitas almas e terão paz. A guerra vai acabar, mas se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra pior." Maria também suplicou: "Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, pois muitas almas irão para o Inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas" Por fim declarou: "Não ofendam mais a Deus, Nosso Senhor, que já está muito ofendido." A aparição Mariana de Fátima é considerada até hoje pelos teólogos como a mais completa e importante da história. Até mesmo os céticos ficam intrigados pelo fato de Maria ter previsto inúmeros acontecimentos históricos que só aconteceriam de fato muitas décadas depois de sua aparição.
Pablo Aluísio.
O Exorcismo na Igreja Católica
Mesmo com tantas cautelas (deve ser provado, por exemplo, que a pessoa possuída não esteja com algum problema mental), a possessão demoníaca é considerada um fato pela Igreja e seu catecismo. Sobre isso se manifestou o cardeal Jorge Arturo Medina Estevez ao declarar: "Apesar de poucas pessoas realmente serem possuídas pelo demônio (provavelmente apenas uma a cada cinco mil que apresentam sintomas) a questão é que o diabo existe e está agindo no mundo, como bem observou o Papa João Paulo II". O exorcismo católico deve ser realizado em ambiente privado, longe dos olhares de curiosos ou pessoas que só estejam lá para presenciar a extrema agonia de quem passa por esse tipo de experiência. A privacidade é essencial.
Em um texto escrito em latim chamado "De Exorcismis et Supplicationibus Quibusdam" (Do exorcismo e certos suplícios) o Vaticano tratou sobre o tema. Esse trouxe várias recomendações para padres diante de casos supostamente decorrentes de possessão. Vários aspectos devem ser procurados em pessoas que apresentem características de possessão, entre elas o uso de línguas desconhecidas, antigas e extintas, a apresentação de força descomunal e irracional, a aversão completa à palavra de Deus, à presença da Virgem Maria, à objetos sagrados, à imagens de santos e à cruz.
O Cardeal Estevez explica: ""O exorcismo se baseia na fé da Igreja que sustenta que Satã e outros espíritos malignos existem e que sua atividade consiste em desviar os seres humanos do caminho da salvação. A doutrina católica nos ensina que os demônios são anjos que caíram por causa do pecado, que eles são seres espirituais de grande força e inteligência, mas eu gostaria de ressaltar que a influência maligna do diabo e seus seguidores normalmente é exercida pelo engano e confusão. Assim como Jesus é a Verdade, o diabo é o mentiroso por excelência. Ele engana os seres humanos fazendo-os acreditar que a felicidade está no dinheiro, no poder ou no desejo carnal. Ele os engana fazendo-os pensar que não precisam de Deus, que a graça e a salvação são desnecessárias. Ele os engana inclusive diminuindo o sentimento de pecado ou suprimindo-o completamente, substituindo a lei de Deus como critério de moralidade pelos hábitos ou convenções da maioria"
O Catecismo também é claro nessa questão: “Jesus realizou exorcismos e dele a Igreja recebeu o poder e o ofício de exorcizar. De uma forma simples, o exorcismo é realizado na celebração do batismo. O exorcismo solene, chamado ‘o grande exorcismo’, só pode ser realizado por um padre e com a permissão do bispo. O padre deve agir com prudência, observando estritamente as regras estabelecidas pela Igreja. O exorcismo visa à expulsão dos demônios ou à libertação da possessão demoníaca ‘por meio da autoridade espiritual que Jesus confiou à sua Igreja’”
São Paulo também explica em Efésios 6:12-13: “Porque nossa luta não é contra a carne e o sangue, mas contra os principados e potestades, contra os governantes das trevas do mundo, contra os espíritos de malícia espalhados nas alturas. Portanto, tomai a armadura de Deus, para que possais resistir ao dia maligno, e havendo feito tudo, permanecer firmes”.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Paulo VI e o Diabo
Esse tipo de ideologia começou a adentrar e se espalhar inclusive entre o clero da Igreja Católica e isso passou a ser uma preocupação do Papa Paulo VI que viu a necessidade de alertar aos católicos sobre o equívoco dessa visão. O Papa passou a entender que seria muito conveniente ao próprio Satã esse tipo de linha de pensamento, afinal o fato de não se crer mais em sua existência iria facilitar seu trabalho de espalhar o mal e o pecado entre a humanidade. Assim Paulo VI resolveu declarar e reforçar publicamente a posição da Igreja Católica sobre o tema. Em uma audiência pública realizada em 1972 no Vaticano, ao lado de vários membros do alto clero da instituição, Paulo VI deixou claro a existência de Satã e seus demônios, e explicou mais uma vez que eles eram de fato anjos caídos que tentaram usurpar a posição de Deus no Céu e desceram ao inferno por isso. Não se tratava de mitologia ou algo apenas simbólico, metafórico, mas sim real, concreto!
E não foi só, o Papa foi além, afirmando que Satã estava perigosamente se infiltrando dentro da própria Igreja, haja visto o aumento do número de problemas envolvendo seus membros. Paulo VI afirmou estar com a sensação de que "de alguma fissura a fumaça de Satanás havia entrado no templo de Deus." Depois completou: "Acreditamos que algo sobrenatural veio ao mundo precisamente para perturbar, para sufocar os frutos do Concílio Ecumênico e impedir a missão da Igreja". O Papa reforçou que o clero católico deveria estar preparado para enfrentar esse desafio e expulsar de suas fileiras a presença do grande pai da mentira. Paulo VI se declarava bastante preocupado com os rumos que a Igreja estava tomando. Chegou a afirmar: "Mesmo na Igreja este estado de incerteza reina. Acreditava-se que depois do Concílio Vaticano II haveria um dia de sol na história da Igreja. Ele veio em vez de um dia de nuvens, de tempestade, de escuridão, de pesquisa, de incerteza. Pregamos o ecumenismo e destacamos mais e mais dos outros. Vamos cavar abismos em vez de enchê-los"
Hoje, tantos anos depois do aviso do Papa Paulo VI, podemos olhar para o que a Igreja vem passando e entender a profundidade de sua visão. Embora esteja em pleno processo de recuperação, com uma ampla limpeza de quadros promovida pelo Papa Francisco, o fato é que a Igreja sofreu muito, principalmente nos últimos anos, com escândalos de pedofilia envolvendo padres e demais membros do clero. Nesse aspecto Paulo VI foi visionário ao afirmar que sentia que a fumaça de Satã havia adentrado dentro do próprio seio da Igreja Católica. De fato entrou e maculou a vida de vários sacerdotes com o mais repulsivo dos crimes, abalando até mesmo a próprio instituição milenar de que faziam parte. Maior prova do poder de influência do anjo negro não há. Mesmo assim bons ventos já sopram no Vaticano e na Santa Igreja Católica, pois os homens podem decair em tentações mas a Igreja como instituição viverá eternamente até o fim dos dias, como o próprio Cristo profetizou ao afirmar que "Os portões do Inferno jamais prevalecerão sobre a minha Igreja".
Pablo Aluísio.
Maria Cheia de Graça
Ao longo dos séculos sua importância foi ficando cada vez mais forte. As primeiras comunidades cristãs eram formadas com a presença de muitas mulheres, mães como Maria, e isso facilitou para consolidar uma grande identidade entre essas seguidoras e a mãe de Cristo. Todas elas entendiam perfeitamente as dores e sofrimentos pelos quais Maria passou ao longo de sua vida. Basta imaginar seu sofrimento abaixo do cruz, vendo seu único filho ser martirizado daquela forma completamente cruel, desumana e brutal. É simplesmente impossível descrever o que ela sentiu naquele momento crucial de sua vida. Olhando sob esse ponto de vista Maria logo virou um grande exemplo de mãe, cristã e mulher.
A partir de 432 a Igreja Católica transformou em dogma a virgindade de Maria. A imaculada concepção de seu filho Cristo virou uma das bases da fé cristã. Por essa época, por interpretação dos doutores da Igreja, também foi afastada a ideia de que os irmãos e irmãs de Jesus citadas por Marcos eram também filhos de Maria. Duas teses ganharam força, uma afirmando que havia ocorrido um erro de tradução quando o texto foi traduzido do grego para o latim, assim os irmãos e irmãs seriam na verdade primos. Outra teoria afirmava que até poderiam ser irmãos e irmãs de Jesus mas de um casamento anterior de José, pois não eram filhos de Maria que teria mantido sua virgindade até o fim de seus dias. Na tradição de alguns segmentos de estudiosos José era bem mais velho do que Maria e já teria tido um casamento anterior.
O dogma da "Assunção da Santa Virgem Maria" teria se tornado consolidado na Igreja Católica em 594. A assunção significava que após sua morte o corpo de Maria teria sido levada da terra para o céu e não apenas sua alma abençoada. Nesse mesmo ano o estudioso bispo Gregório de Tours abençoou o evento, e seu veredicto foi acolhido oficialmente pela Igreja Católica entre um de seus mais importantes e significativos dogmas religiosos. Assim o carinho dos católicos por Maria ganhou novas dimensões, fazendo com que ela ganhasse um lugar de destaque dentro do cristianismo de seu tempo. Por fim na Idade Média a Igreja ainda reconheceu outro dogma, a de que Maria, assim como seu filho Jesus Cristo, teria nascido sem pecado. A Imaculada Conceição é um dos pilares da fé católica há mais de dois mil anos. Maior prova de sua santidade não há. Ave Maria, cheia de graça!
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Quem foi Joseph Smith?
Segundo pude deduzir Joseph Smith foi um americano que viveu no século XIX. Ele viveu por apenas 39 anos mas causou um grande rebuliço por onde passou. Antes de entrar na sua criação - a religião Mórmon - ele ganhou a vida prometendo aos proprietários rurais de sua região que encontraria tesouros enterrados em suas terras com a ajuda de uma suposta capacidade espiritual de os achar, usando de técnicas, diria até mesmo esótericas. Nem sempre deu certo. Nem preciso dizer que isso aos poucos foi lhe trazendo inúmeros problemas. Algumas pessoas da época o teriam acusado de charlatão e vigarista, o que teria lhe teria causado problemas judiciais. Depois de um tempo, quando a poeira abaixou, ele alegou que teria tido uma revelação divina. Um anjo lhe teria mostrado algumas placas de ouro onde uma revelação lhe era contada em primeira mão: Jesus Cristo teria visitado a América do Norte e Central antes da chegada do colonizador branco europeu. Nessa visita Jesus teria feito várias revelações aos povos nativos americanos, e elas deram origem ao "Livro dos Mórmons" que é a base da doutrina dessa religião até os dias de hoje.
Claro que esse tipo de afirmação criou ainda mais problemas para Joseph Smith. Segundo alguns autores ele teria saído no braço mesmo com alguns desafetos que o chamavam de mentiroso. Os protestantes tradicionais americanos acharam tudo um absurdo mas Smith conseguiu formar um pequeno grupo ao seu redor, pessoas essas que depois dariam origem ao longo do tempo à religião que hoje conhecemos como religião Mórmon. Segundo dados essa vertente já tem mais de um milhão de adeptos no Brasil e quatro milhões nos Estados Unidos, a maioria concentrada no estado de Utah. Pois bem, Joseph Smith teve várias esposas, segundo algumas fontes algo em torno de trinta e três mulheres!!! Algumas bem jovens, na faixa de 14 anos de idade. Esse aspecto de sua personalidade passou de certa forma para sua doutrina religiosa pois a poligamia é aceita até hoje dentro da Igreja dos Santos dos Últimos Dias. Ele também teria profetizado o fim dos tempos para uma data localizada mais ou menos 60 anos depois de sua morte. A data passou e nada aconteceu.
Por falar em doutrina a visão religiosa dos Mórmons é bem diferenciada das demais religiões. Eles acreditam que Deus teria sido Adão, que Maria não era virgem pois teria tido relações sexuais com o próprio Deus e que negros seriam amaldiçoados (essa parte foi mudada há alguns anos após o racismo ser considerado crime em várias partes do mundo). Os Mórmons também batizam mortos e cultivam cerimônias que para alguns lembram os rituais da maçonaria e para outros seria repleta de símbolos satânicos (como a estrela de cinco pontas virada para baixo, sempre presente em templos mórmons). A doutrina Mórmon também não se parece em quase nada com outras doutrinas cristãs. Para eles cada pessoa pode um dia se tornar ela própria um Deus. Bom, são bases complicadas de entender mas crença é crença e como vivemos em um país onde a religião é livre cada um tem todo o direito de seguir a sua, sem remorsos.
E os escritos de Joseph Smith, como são encarados por outros líderes religiosos? O Pastor Silas Malafaia, por exemplo, afirma que o Livro dos Mórmons, que foi escrito por Joseph Smith, é extremamente mal redigido, deixando à mostra a pouca (ou nenhuma) cultura bíblica de seu autor. Além disso ele esclarece ainda que trechos inteiros da Bíblia - principalmente do velho testamento - foram copiados literalmente. Como nunca li o livro estou aqui apenas repassando a opinião desse pastor. Para a Igreja Católica, por sua vez, os textos não possuem qualquer base comprovada. Não há nada referente a uma suposta visita de Jesus aos nativos norte-americanas ou qualquer coisa parecida. E para piorar, apesar de ter gasto muito dinheiro em busca de provas arqueológicas e científicas que provassem as afirmações de Joseph Smith sobre as supostas civilizações que teriam vivido aqui antes da chegada do branco europeu nada efetivamente foi achado. Até testes de DNA com descendentes de índios americanos foram realizados em busca de algum rastro genético de povos do Oriente Médio (que segundo Smith teria vindo para a América antes dos europeus) mas nada foi cientificamente comprovado.
E o tal de Joseph Smith, o que aconteceu com ele? Foi assassinado em uma troca de tiros nos EUA. Ele havia sido preso e uma multidão se reuniu para linchá-lo. Após muita confusão e tiroteio ele finalmente foi morto. Alguns dizem que chegou a ferir várias pessoas e matar duas durante o conflito, antes de ser abatido fatalmente. Muitos podem se surpreender com esses fatos mas temos que levar em conta que Joseph Smith viveu no mesmo período histórico em que se desenvolveu o famoso western americano. Cada cidadão levava sua própria arma e coldre em seu cinto (basta lembrar dos filmes de faroeste) e todo tipo de briga era resolvida na base da arma em punho. Com Smith não foi diferente. Como se pode ver a religião Mórmon foi diferenciada desde os seus primórdios.
Encerro esse texto dizendo que tudo o que aqui está escrito foi colhido em pesquisas pela internet. Blogs, sites e informações diversas que estão no mundo online. O texto é de fato uma coleção de impressões que tive após ler os textos que me mostraram um pouco sobre a religião Mórmon. Não estou dizendo que a religião A ou B é a correta. Cabe a cada um, caso o tema lhe interessar, procurar por outras fontes. As que encontrei coloquei aqui nesse texto, de forma resumida. O foco é o Joseph Smith do ponto de vista histórico, não dogmático, baseado em dados coletados na Internet. Curiosidades, acima de tudo. Apenas não queria deixar passar em branco o que li nesses dias de pesquisas motivadas por pura e simples curiosidade. O tema lhe interessou? Fica então o convite para você próprio fazer a sua pesquisa, afinal a internet pode realmente ser uma excelente fonte de informações.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 29 de julho de 2011
The Doors, o Início...
Os Doors surgiram como banda dentro do meio universitário americano. Jim Morrison era estudante de cinema e nas horas vagas escrevia poesias. Nunca antes ele tinha tido a pretensão de musicar seus versos, mas viu que isso seria uma boa ideia ao conhecer Ray Manzarek. Nas praias ensolaradas da Califórnia eles se encontraram, trocaram ideias e viram que poderia surgir boa música dali.
Depois de alguns ensaios bem amadores, numa garagem, eles se sentiram otimistas. Ray trouxe os demais membros do grupo, o baterista John Densmore e o guitarrista Robbie Krieger. Cada um trouxe um elemento novo ao som da banda. Ray era a pura harmonia em seu teclado. Krieger com formação clássica incorporou muitos ritmos novos ao som do grupo e John se transformou na verdadeira pulsação, no ritmo das canções.
As letras eram todas baseadas em poesias de Morrison. Ele tinha um ótimo vocabulário e um grande talento para escrever. Culto, inteligente e cheio de substância poética, incorporou e jogou tudo isso na musicalidade dos Doors. Tratando-se realmente de uma obra coletiva musical todos os membros do grupo assinavam a autoria das músicas. Jim em particular ficou muito orgulhoso ao ver a qualidade do trabalho que ia ficando cada dia mais rico. Os Doors estavam nascendo para conquistar todas as paradas musicais e isso tudo feito de uma forma completamente nova, inovadora.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Aumenta Que Isso Aí é Rock ´n´ Roll
Deixando de lado esse aspecto mais emocional e nostálgico, a coletânea (que nunca mais foi relançada por questões envolvendo direitos autorais) tem hits radiofônicos que eram figurinhas fáceis nas programações das rádios FM com exceção curiosamente da faixa título de Celso Blues Boy que não fez sucesso e nem se tornou conhecida. É um rock blues muito interessante, com letra comercial é verdade, refrão pegajoso, facinho de grudar na mente, mas que tem uma pulsação blueseira que fez jus ao nome do intérprete. Tirando ele ainda podemos contar com Lobão, ainda novinho e no tempo em que era acompanhado pelos Ronaldos, Lulu Santos numa rara versão de "O Calhambeque", a Blitz com mais um sucesso ao estilo besteirol debiloide chamada "Meu Amor Que Mau Humor" e a melhor faixa de todo o disco, uma versão envenenada de "So Lonely" do The Police na voz de Leo Jaime chamada "Solange" feita em "homenagem" à Solange, a censora da ditadura que censurava as músicas de seus discos sem piedade. Mais 80´s do que isso impossível!
Aumenta Que Isso aí é Rock ´n´ Roll (1985)
1 - Celso Blues Boy - Aumenta Que Isto Aí é Rock And Roll
2 - Lobão E Os Ronaldos - Corações Psicodélicos
3 - Lulu Santos - O Calhambeque
4 - Blitz - Meu Amor Que Mau Humor
5 - Kid Abelha E Os Abóboras Selvagens - Nada Tanto Assim
6 - Barão Vermelho - Por Que A Gente é Assim?
7 - Ultraje A Rigor - Eu Me Amo
8 - Sempre Livre - Fui Eu
9 - Leo Jaime - Solange (So Lonely)
10 - Di Castro - Ela Era Menor
11 - Legião Urbana - Geração Coca Cola
12 - Os Paralamas Do Sucesso - Patrulha Noturna
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 27 de julho de 2011
Stereophonics - Decade in the Sun
O Rock inglês está vivo. Respirando por aparelhos, mas vivo! Aqui temos um apanhado muito bom do trabalho do Stereophonics. Eles foram mais do que generosos, colocando nada mais, nada menos, do que 40 músicas nessa coletânea dupla da banda. A iniciativa teve alvo certo: os Estados Unidos. O rock europeu está cada vez mais se fechando em nichos e ao contrário do que acontecia na época dos Beatles e Rolling Stones já não consegue mais despertar atenção dos americanos, que continuam se afundando na lama com cantores de raps e bonequinhos pop de porcelana. Assim o rock feito e produzido na nossa querida e velha ilha procura por novos mercados e lançamentos como esse servem como um verdadeiro cartão de apresentação.
Infelizmente pelo andar da carruagem temos que reconhecer que o rock britânico (colocando-se nesse bolo todos os grupos ingleses, galeses e escoceses) dificilmente consegue atravessar o Canal da Mancha. Nem na França conseguem mais se destacar (sendo a Alemanha, por outro lado, ainda um bom lugar para se tocar e ouvir bom rock, de qualidade). Sinais dos novos tempos. Quem perde são os ouvintes de outros países, pois grupos como Stereophonics são bem ricos em termos de letras e melodias. Pena que no mundo de hoje isso seja bem menos valorizado do que deveria ser. Preferem mesmo se amarrar em rappers cheios de marra e ídolos pop de cabeça vazia. Vai entender a mente dessa gente...
Título Original: Decade in the Sun - Best of Stereophonics
Artista / Banda: Stereophonics
Ano de Produção: 2008
País: Inglaterra
Estúdio: Universal Music, Sony Music
Produção: Bird & Bush, Kelly Jones, Jim Lowe
Lista de Músicas:
Disco One: 1. Dakota 2. The Bartender and the Thief 3. Just Looking 4. Have a Nice Day 5. Local Boy in the Photograph 6. Maybe Tomorrow 7. Superman 8. Pick a Part That's New 9. My Own Worst Enemy 10. I Wouldn't Believe Your Radio 11. You're My Star 12. Mr. Writer 13. Step on My Old Size Nines 14. Devil 15. It Means Nothing 16. A Thousand Trees 17. Vegas Two Times 18. Traffic 19. More Life in a Tramps Vest 20. Handbags and Gladrags / Disc Two: 1. Madame Helga 2. Bank Holiday Monday 3. Rewind 4. My Friends 5. Climbing the Wall 6. Mama Told Me Not to Come 7. Since I Told You It's Over 8. Moviestar 9. Not Up To You 10. Getaway 11. I Stopped to Fill My Car Up 12. Carrot Cake and Wine 13. Billy Davey's Daughter 14. Raymond's Shop 15. Stone 16. I'm Alright (You Gotta Go There to Come Back) 17. The First Time Ever I Saw Your Face 18. Same Size Feet 19. She Takes Her Clothes Off 20. Hurry Up and Wait.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 26 de julho de 2011
Frankie Valli & The Four Seasons - Off Seasons
Se estiver em busca de algo diferente mesmo desse grupo eu sugiro esse título, "Frankie Valli & The Four Seasons - Off Seasons", que traz um apanhado de vinte músicas obscuras do conjunto, sendo que a maioria delas foram lançadas como Lado B de compactos que são bem raros de encontrar. A imensa maioria das faixas não é conhecida e isso significa que você terá a chance de ouvir pela primeira vez uma sonoridade incrível, bem característico deles. Já que você muito provavelmente nunca terá acesso ao material oficial lançado na época esse CD acompanhado de alguma coletânea mais bem sortida deles suprirá uma lacuna em sua coleção musical. Depois de curtir a seleção musical você vai entender bem que o Frankie Valli & The Four Seasons foi muito mais do que apenas aquilo que vemos no filme do excelente Clint Eastwood.
Frankie Valli & The Four Seasons - Off Seasons
1. Big Man's World
2. Seems Like Only Yesterday
3. Cry Myself To Sleep
4. Huggin' My Pillow
5. Funny Face
6. Danger
7. Marcie
8. Comin' Up In The World
9. Everybody Knows My Name
10. Beggars On Parade
11. Around And Around
12. (I Dig You) Dody
13. Good-Bye Girl
14. I'M Gonna Change
15. Let's Ride Again
16. Raven
17. Heartaches And Raindrops
18. Saturday's Father
19. Something's On Her Mind
20. Genuine Imitation Life
Pablo Aluísio.