sexta-feira, 12 de outubro de 2007

O Grande Gatsby

O Grande Gatsby é um filme interessante. Baseado em um grande romance da literatura americana escrito por F Scott Fitzgerald na década de 1920 e roteirizado pelo grande cineasta Francis Ford Coppola (que deveria ter dirigido o filme na minha opinião) essa produção luxuosa tinha todos os ingredientes para dar muito certo. O elenco era excelente, principalmente pelas boas atuações de Robert Redford (um pouco contido, é verdade, mas muito bem no papel de Gatsby) e Bruce Dern (em personagem secundário que acaba roubando a cena dos figurões). Com todos esses pontos positivos a favor a pergunta que vem à mente é: por que essa versão de "O Grande Gatsby" não tem o mesmo status de outros clássicos dos anos 70? E por que anda meio esquecida nos últimos anos?

Na minha opinião o maior problema dessa versão de "O Grande Gatsby" é a direção. O diretor Jack Clayton (cujo filme mais conhecido em sua filmografia é o suspense "Os Inocentes") parece indeciso em vários momentos cruciais do roteiro. Embora a trama seja clássica e à prova de falhas a direção deixa muito a desejar, fazendo o filme cair no marasmo em várias sequências. O ritmo se torna arrastado e sem foco em várias partes. Os 140 minutos de duração são sentidos pelo espectador e isso nunca é um bom sinal. Está tudo lá, os carros antigos, as mansões luxuosas, a boa reconstituição de época mas o que falta mesmo é uma direção mais primorosa, mais cativante, que leve o espectador a criar um vínculo maior com todos aqueles personagens. Daisy, interpretada por Mia Farrow, por exemplo, não é aproveitada corretamente, se tornando muito unidimensional. O mesmo acontece com o personagem Gatsby, que em sua essência é cheio de possibilidades, mas que ao final da projeção deixa o público com várias dúvidas sobre quem ele era afinal, quais eram suas motivações, porque se tornou milionário e por aí vai. Mesmo que o livro deixe isso em aberto o diretor poderia ter explorado mais a personalidade misteriosa de Gatsby. Enfim, o filme está muito longe de ser ruim mas poderia ser muito melhor, um verdadeiro clássico do cinema americano da década de 70 se tivesse sido melhor dirigido.

O Grande Gatsby (The Great Gatsby, Estados Unidos, 1974) Direção: Jack Clayton / Roteiro de Francis Ford Coppola baseado na obra de F. Scott Fitzgerald / Elenco: Robert Redford, Mia Farrow, Bruce Dern / Sinopse: Jay Gatsby (Robert Redford) é um milionário que se diverte dando inúmeras festas em sua mansão para a elite local. Nick Caraway é um comerciante vizinho a Gatsby que começa a se interessar pela passado obscuro dele. De peça em peça ele acaba montando o quebra cabeça da origem do enigmático Gatsby.

Pablo Aluísio. 

Marlon Brando - 10 Curiosidades sobre "Uma Rua Chamada Pecado"

1. Vivien Leigh sofria de transtorno bipolar, assim como sua personagem no filme, Blanche DuBois.

2. O ator Mickey Kuhn foi escalado por Vivien Leigh que se tornou sua amiga no set de filmagens de "E O Vento Levou".

3. O grito de Marlon Brando "Stella! Hey, Stella!" foi eleito um dos momentos mais marcantes do cinema americano segundo pesquisa do American Film Institute!

4. Robert Mitchum foi convidado para fazer o papel de Marlon Brando mas recusou na última hora por não ter espaço livre em sua agenda.

5. Laurence Olivier, marido de Vivien Leigh, foi cogitado pelo estúdio para dirigir o filme.

6. O filme sofreu 68 cortes por parte do estúdio para se adequar aos padrões de moralidade do circuito comercial americano. Marlon Brando ficou furioso quando soube dessa intervenção. A versão original jamais foi lançada sem cortes.

7. Da peça original que estreou em Nova Iorque nove atores participaram do filme (a saber: Marlon Brando, Kim Hunter, Karl Malden, Rudy Bond, Nick Dennis, Peg Hillias, Richard Garrick, Ann Dere e Edna Thomas)

8. Jessica Tandy que interpretava Blanche DuBois no teatro teve seu nome recusado pelo estúdio que a considerava desconhecida do grande público. O papel de Blanche foi primeiramente oferecido a Olivia de Havilland, cujo cachê pedido foi considerado excessivo. Um convite então foi feito a Bette Davis mas ela recusou. Vivien Leigh acabou aceitando o convite duas semanas depois.

9. Sem lugar para ficar em Hollywood, Brando acabou indo morar de favor na casa de seu agente Jay Kantor durante as filmagens.

10. A citação da frase "... e se Deus quiser, vou amar-te melhor depois da morte" é da língua portuguesa e data de 1850.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Cinema Clássico - Roman Polanski, Sharon Tate, Goldie Hawn



Tudo o que o Céu Permite

Muito bom esse drama que foca no preconceito que existe na sociedade sobre classes sociais diferentes. Após assistir cheguei na conclusão que certas convenções dentro da sociedade não mudaram nada desde que o filme foi feito. Aqui temos um casal formado por uma senhora viúva rica (Jane Wyman) e um jovem e pobre rapaz jardineiro (Rock Hudson). Claro que mesmo apaixonados ambos vão sofrer todo tipo de preconceito da sociedade por causa dessa situação. O filme é muito bem desenvolvido, sutil e inteligente. Joga com a situação e faz o público torcer pelo casal (isso na sociedade americana dos anos 50, com todos os seus pudores e valores morais ultrapassados). O filme é visualmente muito bonito, aproveitando tudo o que é possível da bela paisagem do local onde o personagem de Rock Hudson vive (um moinho antigo, com uma casa de campo e bambis passeando pelo quintal - mais bucólico impossível). O clima de nostalgia impera e traz muito para o resultado final.

"Tudo o que o Céu Permite" foi produzido por causa do grande sucesso de "Sublime Obsessão". Praticamente toda a equipe foi reunida novamente para esse filme (Rock Hudson, Jane Wyman, o diretor Douglas Sirk e o produtor Ross Hunter). Rock tinha especial veneração por esse diretor pois foi o primeiro que deu uma chance de verdade a ele no cinema, quando era um simples iniciante. Também tinha grande amizade por Jane Wyman que bem mais veterana do que ele nas telas lhe deu apoio incondicional nesses dois filmes, sendo paciente e prestativa no set de filmagem. O curioso é que após o sucesso de "Tudo o que o Céu Permite" o aclamado diretor George Stevens fez tudo o que era possível para pedir Rock de empréstimo da Universal para rodar com ele na Warner o grande clássico "Assim Caminha a Humanidade". Certamente percebeu que Rock não era mais apenas uma promessa mas sim um grande astro. Enfim, recomendo bastante o filme, principalmente para o público feminino, que certamente terá muito mais sensibilidade para se envolver no excelente enredo.

Tudo o Que o Céu Permite (All that Heaven Allows, Estados Unidos, 1955) Direção: Douglas Sirk / Roteiro: Peg Fenwick e Edna L. Lee / Com Jane Wyman, Rock Hudson, Agnes Moorehead, Conrad Nagel / Sinopse: Cary Scott (Jane Wyman) é uma viúva da alta sociedade, que a despeito dos preconceitos sociais acaba se apaixonando por Ron Kirby (Rock Hudson), que trabalha como jardineiro em sua casa. Mesmo com a diferença de idade e já ter filhos adultos ela decide assumir seu novo romance. Não tarda a aparecer todo tipo de pressão para que ela ponha fim ao seu envolvimento.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Robert Vaughn

Com os noticiários envolvidos na eleições presidenciais americanas poucos prestaram atenção nas notícias sobre a morte do ator Robert Vaughn, aos 83 anos de idade, no último dia 11. Também pudera, caso você não goste de cinema clássico realmente pouco se recordará ou prestará atenção em Vaughn. Já para os que gostam de seriados de TV ele sempre será lembrado como o "Agente da UNCLE", série de sucesso dos anos 60 que ficou quatro anos liderando a audiência na TV norte-americana.

Isso porém é muito pouco. O ator trabalhou em inúmeros filmes ao longo de sua produtiva carreira. Só para se ter uma ideia ele atuou em incríveis 220 filmes e séries - um número surpreendente. Como comecei a acompanhar cinema com mais afinco só a partir de um momento em que ele estava já praticamente se aposentando, as minhas lembranças de Robert Vaughn não são tão abrangentes.

A lembrança mais forte nesse sentido vem de sua atuação no clássico western "Sete Homens e um Destino", onde interpretava o pistoleiro durão Lee. É curioso também que esse filme acabou sendo o maior sucesso de sua filmografia, embora o ator sempre tenha se saído melhor em filmes de espionagem, policiais, etc. Para quem não centrava tanto sua carreira para o gênero faroeste é de se impressionar ele que tenha ficado tão marcado por um dos grandes clássicos do gênero em sua fase de ouro.

Também vale a citação da sua atuação no filme "O Moço de Filadélfia" de 1960, produção estrelada pelo astro Paul Newman, cuja atuação ele conseguiu obscurecer com sua ótima performance, ao ponto inclusive de ter sido indicado ao Oscar por seu trabalho. Esse papel também lhe valeu a indicação ao Globo de Ouro, que inclusive foi bem mais generoso com Vaughn, com quatro indicações ao longo de sua vida artística. Robert Vaughn tinha de certa forma uma imagem comum, do homem médio. Por essa razão ele sempre se deu muito bem interpretando esse tipo de personagem, a tal ponto que foi um dos grandes campeões em termos de número de filmes e séries de Hollywood. Que descanse em paz!

Pablo Aluísio.

Yvonne Craig

Morreu a atriz americana Yvonne Craig. Em todos os sites e blogs ela está sendo lembrada como a Batgirl do seriado de grande sucesso Batman que curiosamente só teve duas temporadas (entre os anos de 1967 e 1968). As inúmeras reprises durante anos (inclusive no Brasil) acabou criando a sensação que a série teria sido bem mais longa do que realmente foi. Na pele da heroína, Craig participou de 26 episódios, sempre como Barbara Gordon, a filha do comissário Gordon, o braço direito do Batman dentro da corporação policial de Gotham City. Como se pode perceber a série era ultra kitsch, hiper colorida, tudo para coincidir com a chegada dos aparelhos de TV a cores nos Estados Unidos. A intenção era reproduzir os quadrinhos, por isso ficaram famosas as onomatopeias do tipo "Pow", Poon" e "Baw" que desfilavam na telinha. Tudo muito divertido e nostálgico.

Esse trabalho porém foi apenas uma pequena parte da carreira da atriz. Na verdade ela foi uma workaholic incansável e participou de inúmeros filmes e séries em cinco décadas de trabalho. Ela costumava dizer que enquanto houvesse trabalho tudo estaria bem. Além de "Batman" ela participou de outras séries de sucesso, entre elas "Perry Mason", "Philip Marlowe", "Dr. Kildare", "Viagem ao Fundo do Mar", "Jornada nas Estrelas" e "O Agente da UNCLE" (cuja versão cinematográfica está chegando às telas ainda nesse ano).

No cinema Yvonne também se envolveu em inúmeras produções, dos mais diversos gêneros, entre eles dois musicais ao lado do Rei do Rock Elvis Presley. Em "Loiras, Morenas e Ruivas" de 1963 interpretou Dorothy, uma jovem que caia de amores pelo cantor galã. Um ano depois, por sugestão do próprio Elvis, voltou a trabalhar ao seu lado na MGM na comédia musical "Com Caipira Não se Brinca" onde dava vida a Azalea Tatum, irmã do Elvis versão loiro e caipira das montanhas do filme (onde Presley interpretava dois papéis, um oficial da força aérea e um matuto). Dizem até que tiveram um namorico nas filmagens.

O último filme em que Yvonne trabalhou foi "Cavando Bons Negócios", uma produção que misturava mistério e crime (apesar do título parecer o de uma comédia). Com a idade ela praticamente se aposentou, mas retornava ainda para trabalhos que não exigissem muito fisicamente, como a narração e dublagem para animações como "Olivia" onde fazia a voz da vovozinha. A atriz, que também foi modelo na juventude, faleceu no último dia 17 em Pacific Palisades, na California. Um verdadeiro ícone da cultura pop de nosso tempo. Descanse em paz.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Quando Setembro Vier

Na esteira de seus sucessos ao lado da atriz Doris Day, Rock Hudson se uniu à estrela italiana Gina Lollobrigida e a dois ídolos juvenis (o casal Sandra Dee e Bobby Darin) e estrelou esse divertido filme chamado "Quando Setembro Vier". Se você tem curiosidade para conhecer como eram as comédias românticas de antigamente eu recomendo essa super colorida produção. O filme é leve, divertido, com um elenco simpático e como nostalgia funciona muito bem. Aqui temos Rock Hudson como um milionário americano na Itália (uma derivação de seus papéis nos filmes que fez ao lado de Doris Day) que acaba se envolvendo romanticamente com uma típica italiana (Gina) ao mesmo tempo em que tem que lidar com um grupo de jovens que pensam erroneamente que sua mansão na verdade é um hotel de verão. Rock Hudson parece estar bem à vontade em seu papel, se divertindo como nunca. Ele até dança (de forma bem esquisita é verdade) numa das mais curiosas cenas de toda a sua carreira. O elenco de apoio também é muito bom, embora Gina Lollobrigida não saia do velho estereotipo da mulher italiana que fala alto e é dada a vexames públicos. Curiosamente Gina não conseguiu firmar carreira em Hollywood, muito provavelmente por causa de seu péssimo inglês (seu sotaque é ainda mais exagerado do que outra italiana famosa que tentava carreira em Hollywood na mesma época, Anna Magnani).

No núcleo jovem se destacam Sandra Dee (muito popular com filmes de sucesso naquela ocasião) e Bobby Darin (que tentava emplacar uma carreira no cinema após ter alcançado algum sucesso nas paradas, encarnando uma espécie de versão jovem de Frank Sinatra). Aliás a titulo de curiosidade é interessante saber que eles se apaixonaram durante as filmagens e se casaram pouco tempo depois (fato bem mostrado no filme "Uma Vida Sem Limites" onde Kevin Spacey interpreta Bobby). O diretor do filme foi Robert Mulligan, que vinha da TV. Ele tinha acabado de dirigir Tony Curtis no não tão bem sucedido "The Great Impostor" e o estúdio estava apostando nele como um bom cineasta de produções mais leves. Curiosamente o diretor iria mesmo se consagrar no excelente "O Sol é Para Todos", um filme sério, que se tornou um marco na carreira de Gregory Peck e na luta dos direitos civis nos EUA.

Quando Setembro Vier (Come September, Estados Unidos, 1961) Direção de Robert Mulligan / Roteiro de Stanley Shapiro e Maurice Richlin / Elenco: Rock Hudson, Gina Lollobrigida, Sandra Dee, Bobby Darin / Sinopse: Rock Hudson interpreta um milionário americano na Itália (uma derivação de seus papéis nos filmes que fez ao lado de Doris Day) que acaba se envolvendo romanticamente com uma típica italiana (Gina) ao mesmo tempo em que tem que lidar com um grupo de jovens que pensam erroneamente que sua mansão na verdade é um hotel de verão.

Pablo Aluísio.

O Homem Que Veio de Longe

Ótima produção do casal Taylor / Burton que para minha surpresa segue pouco conhecida. O roteiro é de Tennessee Williams baseado em sua própria peça "The Milk Train Doesn't Stop Here Anymore", o que por si só já é garantia de ótimos diálogos e cenas extremamente bem escritas. Obviamente o filme em nenhum momento nega sua origem teatral mas isso é compensado pelo uso de uma locação simplesmente maravilhosa: uma mansão em cima de um penhasco rochoso numa paradisíaca ilha no litoral italiano (localizada em Capo Caccia na Sardenha). É nesse cenário deslumbrante que Liz Taylor e Richard Burton duelam em cena, o que me lembrou muito em sua estrutura outro filme famoso do casal, "Quem Tem Medo de Virginia Woolf?". Ela inclusive aqui está muito mais diva do que no famoso filme que a consagrou. A produção foi um projeto pessoal de Liz Taylor. Ela inclusive escalou o desconhecido diretor Joseph Losey para comandar as filmagens que pelas locações distantes tiveram um maior grau de dificuldade em relação aos filmes rodados em estúdio. Liz vinha de um filme complicado, "The Comedians", ao lado de Burton que não havia sido muito bem recebido nem pela crítica e nem pelo público. Produção muito cara (só Burton recebeu um milhão de dólares de cachê pelo filme) não trouxe bom retorno de bilheteria quando lançado. Para recuperar o fôlega Elizabeth então resolveu voltar para os textos de Tennessee Williams e exigiu que o mesmo fosse o próprio roteirista do filme. Era uma tentativa de voltar aos anos de glória de sua carreira.

O personagem de Elizabeth Taylor é uma viúva milionária (foi casada com seis magnatas) que há muito passou seu apogeu. Vivendo solitária em sua mansão ela é servida dia e noite por um grupo de lacaios prontos a atender qualquer que seja seu desejo. Isso porém não a impede de ser desbocada, despudorada e abusiva com todos à sua volta. Ditando sua biografia para uma secretária servil ela se surpreende quando um dia chega um desconhecido em sua casa (Burton) que aos poucos vai colocando em xeque o modo de agir da milionária. Há um curioso subtexto no roteiro sobre a real identidade do desconhecido, inclusive a de que ele na realidade seria um anjo da morte, tal como vimos em outra produção mais recente, "Meet Joe Black" com Anthony Hopkins e Brad Pitt. Mas será mesmo? Enfim, altamente recomendado para quem quiser conhecer mais a filmografia do mito Elizabeth Taylor.

O Homem Que Veio de Longe (Boom, Reino Unido, 1968) Direção de Joseph Losey Roteiro: Tennessee Williams baseado em sua peça "The Milk Train Doesn't Stop Here Anymore" / Elenco: Elizabeth Taylor, Richard Burton e Noel Coward / Sinopse: O personagem de Elizabeth Taylor é uma viúva milionária (foi casada com seis magnatas) que há muito passou seu apogeu. Vivendo solitária na mansão ela é servida dia e noite por um grupo de lacaios prontos a atender qualquer que seja seu desejo. Ditando sua biografia para uma secretária servil ela se surpreende quando um dia chega um desconhecido em sua casa (Burton) que aos poucos vai colocando em xeque o modo de agir da milionária

Pablo Aluísio.

domingo, 7 de outubro de 2007

Film Noir

O subgênero cinematográfico que passou a ser conhecido como Film Noir na verdade foi uma estética criada dentro dos estúdios para cortar custos. A fotografia escura, muitas vezes apenas escondia a falta de um cenário melhor ou de uma maior falta de recursos dessas fitas, a maioria delas classificadas como filmes B. Isso ficou bem claro em uma das últimas entrevistas do ator Robert Mitchum, um dos grandes astros desse estilo. Para o ator os filmes Noir, dos quais muitos deles participou, nada mais eram dos que uma forma dos estúdios faturarem um dinheiro extra nas bilheterias sem gastar muito.

O curioso é que esse tipo de produção acabou gerando uma grande fila de admiradores. Os roteiros eram muitas vezes crus e mostravam o lado mais sórdido do ser humano. As mulheres eram fatais, sem escrúpulos ou caráter. Usavam sua beleza em prol próprio, muitas vezes tencionando conseguir alcançar objetivos nada nobres, em muitas ocasiões puramente criminosos. Os detetives contratados não eram igualmente sinônimos de virtude. Eram cínicos e poderiam passar de um lado para o outro com extrema facilidade, muitas vezes impulsionados apenas por ganância e dinheiro.

Como os estúdios não gastavam muito nesses filmes eles também não tinham interesse em controlar muito a produção deles. Isso criava uma liberdade muito grande para os cineastas que usavam essa falta de rédeas da forma mais produtiva e criativa. Alguns filmes noir são verdadeiros exemplos de inovação e ousadia, ficando muitas vezes à frente de seu tempo. Além disso some-se a ótima narrativa que tais filmes possuíam pois sendo a maioria deles curtos (de novo para economizar custos), os diretores criavam pontes de narração extremamente inteligentes, algo que seria copiado também nas grandes produções. Ainda falaremos muito sobre cinema noir nesse blog. Um estilo que nasceu para ser pequeno, mas que conseguiu ser grande graças ao talento dos artistas que nele trabalharam.

Pablo Aluísio.

Woody Allen: Uma vida Escandalosa

Ele sempre foi considerado um dos mais talentosos diretores americanos. Autor de uma vasta obra de filmes importantes Woody Allen viu seu mundo pessoal praticamente ruir em 1992 quando sua esposa Mia Farrow descobriu que ele estava tendo um caso amoroso com a filha adotiva dela, a adolescente coreana Soon-Yi.

O caso ganhou todos os jornais da época, mas Allen corajosamente resolveu assumir o romance. Mia ficou furiosa e usou a imprensa para destruir sua imagem pública, algo que segue acontecendo até os dias de hoje. Recentemente a jovem Dylan Farrow, outra filha adotiva de Mia, foi ao New York Times denunciar que foi vítima de abuso sexual de Woody Allen quando ela tinha apenas sete anos de idade! Mais demolidor do que isso impossível...

E como Woody tem respondido a todas essas acusações? Com serenidade. Ele continua tentando manter a privacidade de sua vida pessoal. Questionado sobre o que aconteceu a ele, Allen respondeu que está muito feliz há 20 anos casado com Soon-Yi. Ele tem dois filhos com ela e não parece arrependido pelo furacão que enfrentou por ter decidido ficado ao seu lado. Ao Times Allen declarou: "Trabalhei e continuei a fazer filmes durante estes anos. Eu funciono desta forma. Sou muito disciplinado. Ela (Soon-Yi) teve um passado muito, muito difícil na Coreia. Foi órfã, viveu nas ruas e passou fome até ter sido levada a um orfanato. Eu proporcionei-lhe oportunidades incríveis e ela retribuiu. Ela deu-me os melhores anos da minha vida. É uma companheira incrível. Deu-me uma vida familiar estável e maravilhosa".

Já Mia Farrow segue em sua campanha de destruição da imagem de Allen. Ela ainda não desistiu de acabar com sua vida tanto pessoal como profissional. Ao mesmo New York Times ela declarou: "Sempre que vejo uma nova celebridade que concorda trabalhar com ele (Woody Allen), sinto que a minha mensagem não foi divulgada e que falhei e é muito difícil lidar com isso", Para Mia Farrow seu ex-marido não deveria estar mais trabalhando no cinema, mas sim preso atrás das grades por abuso infantil e pedofilia. Quem vencerá essa batalha? Só o tempo dirá...

Pablo Aluísio.