Provavelmente o primeiro grande astro do cinema no gênero western tenha sido Tom Mix. De origem humilde (seu pai era um trabalhador comum, um lenhador), Mix não tinha a menor habilidade para atuar bem, porém já tinha experiência no mundo dos espetáculos circenses, pois havia trabalhado muitos anos no circuito wild west, onde artistas de circo se passavam por cowboys e índios do velho oeste.
A novidade vinha do fato de que agora tudo poderia ser capturado em filme. Ao invés de excursionar por todo o país em shows itinerantes, agora era possível fazer apenas uma apresentação, filmar e depois distribuir cópias por todo o país em exibições a preços promocionais. Era a invenção do cinema como negócio lucrativo, como indústria. Para Tom Mix, o primeiro grande cowboy das telas de cinema, não poderia haver nada melhor.
Os roteiros desses primeiros filmes de western, ainda na era do cinema mudo, não primavam pela originalidade. Na verdade eram meras adaptações dos shows de oeste selvagem. Havia basicamente dois ou três personagens centrais. O mocinho, o vilão e a mocinha. Os índios estavam na tela apenas para atacar os pioneiros brancos, que eram covardemente assassinados. Esse selvagens pele-vermelhas então deveriam ser exterminados. O bangue-bangue era o mote principal. Já nesses primeiros filmes mudos podemos encontrar cenas que iriam virar o marco principal dos faroestes. O mocinho em duelo contra o bandido, na rua principal, enquanto todos esperavam para ver quem sacava a arma mais rápido.
Tom Mix tinha experiência militar. Por dois anos ele serviu a artilharia do exército americano. Também havia trabalhado como assistente de xerife no Arizona. Assim era o homem certo para os primeiros filmes de western. Sabia montar bem (suas origens eram rurais), sabia manejar um revólver com eficiência e tinha uma boa imagem, uma boa presença de cena. O pacote completo. Sobre atuar, bem isso era apenas um aspecto secundário nessas primeiras produções. O que valia a pena (e o ingresso) eram mesmo as cenas de cavalgada, os duelos e, é claro, a pura diversão.
Pablo Aluísio.
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