sábado, 15 de setembro de 2007

Chaplin

No momento estou lendo o livro "Chaplin - Uma Biografia Definitiva", escrito pelo autor David Robinson. Leitura agradável, com muitas informações preciosas para quem ama a história do cinema. Um dos aspectos mais interessantes sobre Chaplin é que apesar de ter sido provavelmente o maior comediante da história da sétima arte, ele próprio era um sujeito tímido, calado e de poucos amigos. Em seu livro Robinson colheu o testemunho de diversas pessoas que conviveram com Chaplin em seu dia a dia.

Quando Fred Karno o contratou para participar de sua companhia de humor ele não levava muita fé em Chaplin. Dizia que Charles não tinha "alma de palhaço" e tampouco era simpático o suficiente para ter carisma junto ao público. Ironicamente foi através de Karno que Chaplin acabou viajando em excursão para os Estados Unidos, indo parar em Hollywood na Califórnia, a capital mundial do cinema naquela época.

O primeiro grande personagem de sucesso que Chaplin interpretou no teatro, em uma peça produzida justamente por Karno, era a de um bêbado que chegava tarde da noite e ao abrir a porta descobria que não estava em seu apartamento, mas em outro lugar completamente desconhecido para ele. Já nesse papel Chaplin trazia algumas características que iriam consagrar o seu vagabundo Carlitos. Ele usava um chapéu coco, calças largas demais e sapatos vários números acima do ideal. Para dizer a verdade só faltaria o bigodinho quadrado e a bengala para virar Carlitos.

Já nessa época ainda muito inicial da carreira de Chaplin ele sabia que o público provavelmente não iria rir de alguém tentando arrancar risos de qualquer forma. Seus personagens eram geralmente homens sérios que colocados em situações constrangedoras tentavam manter a dignidade a todo custo. Dessa situação comprometedora nascia o riso. Foi graças ao cambaleante bêbado que Chaplin chegou pela primeira vez em Nova Iorque após uma longa viagem de navio, passando primeiro pelo gelado Canadá. Por essa época Chaplin apenas ouvira falar dessa nova invenção, o cinema e de como os artistas estavam ficando ricos com a comercialização dos filmes. Mal sabia ele o que o destino estava lhe reservando.

Pablo Aluísio.

3 comentários:

  1. Pablo:

    Quando a gente assiste a Monsieur Verdoux é que confirmamos que realmente o Chaplin não era um palhaço, mas um gênio dramático que usava a sua técnica extraordinária para fazer rir.

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  2. Também penso assim. Ele queria no fundo mandar uma mensagem, o riso era consequência...

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