Esse filme é baseado numa história real. Sarah Winchester (Helen Mirren) fica profundamente abalada com a morte do marido e da filha, uma criança ainda em idade de berço. Fragilizada demais para superar as perdas, ela começa a ver vultos pela casa. Até que um médium é chamado e diz a ela que os tais vultos na verdade são os espíritos das pessoas mortas pelas armas da marca Winchester, que ela se torna herdeira. Para que eles não apareçam mais, ela terá que construir uma mansão, sem nunca parar, pois no dia em que as obras cessarem ela também morrerá. Tudo isso foi verdade, aconteceu de fato. Esse porém é apenas o ponto de partida do filme. Quando Sarah aparece pela primeira vez no filme ela já é uma viúva soturna, bastante atormentada. Um psicólogo é enviado para verificar se ela ainda tem sanidade para ficar à frente da fábrica de armas. O roteiro então adota a pura fantasia - afinal é um filme de horror bem ao estilo de Hollywood - deixando para trás a oportunidade de contar a história real dessa figura singular.
No mundo real Sarah foi uma mulher enlouquecida pelo espiritismo. Ela construiu uma casa enorme, com centenas de quartos, todos eles inúteis e sem serventia - afinal ela morava sozinha na grande mansão. Dizia-se na época que ela havia perdido completamente o juízo (o que é bem provável). Acabou morrendo sozinha, completamente insana, enfurnada em sua estranha casa que ainda existe e está aberta a visitação pública na Califórnia. Se o estúdio tivesse optado por contar essa história teríamos realmente uma pequena obra prima em mãos. O problema é que tudo é desviado para os sustos. Assim Sarah é mostrada no filme como uma mulher que realmente luta contra os espíritos que vagam pela sua propriedade. Ela precisa construir quartos e mais quartos, que reproduzem os locais onde essas pessoas morreram. Nessa tomada de direção o filme não funciona muito bem. Não espere por grandes sustos ou terror. O filme é mais sutil nesse aspecto. O que vale mesmo a pena é a presença da grande dama do teatro e do cinema Helen Mirren. Com grande dignidade, ela nos faz acreditar mesmo que Sarah era apenas uma viúva que lutava contra centenas de entidades sobrenaturais e não uma pobre alma fragilizada, em processo de enlouquecimento, atormentada pela morte de seus entes queridos, explorada por todos os tipos de charlatões. Uma prova inequívoca de como Mirren é mesmo uma grande atriz.
A Maldição da Casa Winchester (Winchester, Estados Unidos, 2018) Direção: The Spierig Brothers / Roteiro: Tom Vaughan, The Spierig Brothers / Elenco: Helen Mirren, Jason Clarke, Sarah Snook, Finn Scicluna-O'Prey Sinopse: O Dr. Eric Price (Jason Clarke) é enviado para a estranha mansão Winchester com o objetivo de fazer uma avaliação do estado psicológico de Sarah Winchester (Helen Mirren), uma viúva reclusa que se tornou a herdeira da fábrica de armas Winchester. Os vizinhos dizem que ela está louca, construindo sem parar quartos para sua casa. Será que estaria mesmo enlouquecida e insana ou os espíritos que afirma ver são reais e estão lhe atormentando todas as noites?
Pablo Aluísio.
Avaliação:
ResponderExcluirDireção: ★★★
Elenco: ★★★
Produção: ★★★
Roteiro: ★★★
Cotação Geral: ★★★
Nota Geral: 7.0
Cotações:
★★★★★ Excelente
★★★★ Muito Bom
★★★ Bom
★★ Regular
★ Ruim
Eu não consigo entender como a Helen Mirrem, que já deve ter uns 450 anos, ainda consegue fazer um filme em que perde um filho ainda em idade de berço Isso é que é ser boa atriz.
ResponderExcluirComplementando: ela já era coroa no Calígula.
ResponderExcluirNo filme a personagem dela já é uma mulher idosa. O que acontece é que ela fica anos e anos relembrando a morte da filha e do marido, numa tortura psicológica interna.
ResponderExcluirAhh!
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