Um ano apenas razoável. Não vi nenhuma atuação de impressionar. Apenas bons trabalhos, alguns ajudados pelo departamento de maquiagem dos estúdios, que estão mais sofisticados a cada ano. Entre os meus preferidos está obviamente Gary Oldman por "O Destino de uma Nação" (Darkest Hour). Embaixo de pesada maquiagem ele interpreta um Winston Churchill recém alçado ao poder, precisando lidar com uma oposição ferrenha dentro do parlamento, ao mesmo tempo em que precisa enfrentar a ameaça nazista. Apesar de tudo considerei uma boa atuação. Oldman incorporou os trejeitos do velho primeiro ministro. Em alguns momentos derrapa um pouco, indo para o lado mais da caricatura, mas nunca chega a comprometer seu trabalho. Pelo tamanho da figura do personagem histórico que interpreta um Oscar nesse ano seria bem-vindo.
Meu segundo na escala de preferência é Daniel Day-Lewis, por "Trama Fantasma" (Phantom Thread). Há informações que essa seja sua despedida do cinema, mas eu não acredito que isso vai acontecer. Nesse filme muito fino e sofisticado o talentoso Lewis interpreta um estilista londrino que, obcecado pelo trabalho, acaba encontrando o amor na figura de uma garçonete desajeitada que ele conhece em uma lanchonete do interior. O fino da interpretação de Lewis vem do fato de seu personagem ser bem complexo do ponto de vista psicológico. Obcecado pela mãe ele tinha crises que o impedia de trabalhar e criar. Assim acabou encontrando o suporte na companhia da fiel Alma, sua paixão de vida.
Denzel Washington, por sua vez, interpreta um tipo bem diferente em "Roman J. Israel, Esq". Aqui a maquiagem é tão pesada, aliada a figurino e cabelo, que muitos nem vão reconhecer o ator. A boa nota é que Denzel tem figurado constantemente na lista dos melhores atores do ano, mostrando que ele é realmente um talento nato. Vai ganhar? Dificilmente. Quando a maquiagem é pesada demais os membros da academia acabam desvalorizando um pouco o trabalho do ator, afirmando que a maquiagem já fez grande parte do trabalho.
Por fim dois nomes fracos. O pior deles é a presença de Daniel Kaluuya, por "Corra!" (Get Out). Que filme porcaria! Não sei aonde está o brilhantismo de sua atuação nesse terror B sem atrativos. Fazer cara de bobão, de namorado de garota branca sendo um negro é pressuposto de talento dramático? Se for isso, então temos uma novidade na escolha dos melhores atores do ano. Outro bem fraco é Timothée Chalamet, por "Me Chame Pelo Seu Nome" (Call Me by Your Name). É um azarão na lista e como acontece nesse caso já sabemos: ele deve agradecer pela lembrança e nada mais. A indicação já é um prêmio em si mesmo. Não pense em levantar a estatueta.
Pablo Aluísio.
Oscar 2018
ResponderExcluirMelhor Ator
Pablo Aluísio.
Do jeito que esse Oscar está fajuto, o melhor é dividi-lo entre os três primeiros que você citou e está de bom tamanho.
ResponderExcluirIsso mesmo. Melhor indicar apenas três do que indicar cinco, com dois azarões que nunca convenceram ninguém.
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