O filme conta a história real de Madalyn Murray O'Hair. Ela era uma advogada desempregada, mãe solteira, que um dia descobriu que seu filho tinha que rezar todos os dias antes do começo das aulas em uma escola pública. Invocando a primeira emenda da constituição americana ela levou o Estado aos tribunais, em um processo que tentava proibir essa prática, uma vez que a liberdade religiosa deveria ser plena nas instituições de ensino. Assim deveria ser respeitado o direito dos alunos de professar qualquer fé ou no caso dela, de não ter nenhuma religião. Obviamente que essa ação causou uma grande repercussão nos Estados Unidos, indo parar na Suprema Corte. Depois disso ela se tornou uma ativista do ateísmo, batendo de frente com vários líderes religiosos de seu país.
Esse é um filme interessante que mostra como o ateísmo foi ganhando organização nos Estados Unidos. Embora a Madalyn Murray O'Hair possa até ser vista hoje em dia como uma pioneira do ateísmo, uma das primeiras pessoas a levantar essa bandeira nos Estados Unidos, o roteiro do filme também mostra aspectos nada lisonjeiros de sua vida. Por exemplo, ela mantinha contas secretas no exterior, alguns milhões de dólares escondidos da receita americana. Também transformou sua organização, chamada de "Ateus Americanos", em uma máquina de fazer dinheiro. Sem pudores, desbocada, falando palavrões em série, Madalyn acabou tendo um fim trágico, ao ser vítima de um crime promovido por ex-empregados de sua própria organização. Curiosamente o seu filho acabou largando o ateísmo, se tornando um homem religioso que procurou combater o próprio ateísmo tão propagado por sua mãe nos anos 60. Assista ao filme, eu particularmente recomendo, mesmo sendo uma produção Netflix (entenda-se, com pequeno orçamento). É uma história que no mínimo deve ser conhecida seja você ateu ou não.
A Mulher Mais Odiada dos Estados (The Most Hated Woman in America, Estados Unidos, ) Direção: Tommy O'Haver / Roteiro: Tommy O'Haver, Irene Turner / Elenco: Melissa Leo, Brandon Mychal Smith, Juno Temple / Sinopse: Durante os anos 60 uma advogada desempregada, mãe solteira de dois filhos, decide processar o Estado porque seu filho mais velho estaria sendo obrigado a rezar todos os dias, antes da aula. Isso acaba sendo o estopim para ela se tornar uma das mais famosas ativistas do ateísmo nos Estados Unidos. O filme assim conta a história real de Madalyn Murray O'Hair, explorando também em detalhes a tragédia que marcou o fim de sua vida.
Pablo Aluísio.
O que os crentes (na definição pura da palavra) não entendem é que ser ateu é inerente da condição humana. Todos nascemos ateus e somos doutrinados a crer em Deus, ou em um deus, ou seja, ninguém precisa ser odiado por ser ateu.
ResponderExcluirExatamente. O problema dessa Madalyn Murray O'Hair era que ela ia para a briga, promovendo um tipo de ateísmo raivoso contra religiosas que também não era correto. Ambos os lados estavam errados.
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