Aqui vai uma dica de livro para os leitores do blog. Se trata de "O Demonologista" do escritor Andrew Pyper. Do que trata o enredo? Basicamente é uma longa narração em primeira pessoa do personagem David Ullman. Ele é um professor universitário especializado em mitologia e religião. Durante toda a sua carreira ele lançou trabalhos acadêmicos cujo objeto de estudo era justamente a mitologia envolvendo demônios e forças do mal. Certo dia ele é procurado por uma mulher misteriosa que lhe faz um convite para ir até Veneza, na Itália.
Nada fica muito claro sobre o tipo de serviço que ele fará por lá, porém como sua vida pessoal não anda nada bem (sua mulher está apaixonada por outro homem e quer o divórcio) ele resolve fazer a viagem ao lado de sua pequena filha de nove anos. Uma garota inteligente e muito parecida com ele, com o mesmo modo de ser e agir. Uma vez em Veneza o professor é convidado a ir até uma casa no subúrbio da cidade. Lá um homem misterioso o leva até um quarto nos fundos onde ele é finalmente confrontado por um sujeito acorrentado, preso a uma cadeira, supostamente possuído por um demônio secular. Pyper é um cético, um ateu convicto e por essa razão pensa estar na presença apenas de um pessoa com sérios problemas mentais, o que ele nem desconfia é que a partir daí sua vida vai literalmente virar pelo avesso.
É um livro até curto, com meras 200 páginas, que procura seguir os passos de outros livros famosos como, por exemplo, "O Código Da Vinci". O próprio personagem principal, um especialista em religião e cultura antiga já revela esse aspecto da obra. Além disso o autor não está muito preocupado em ir a fundo na questão, mas apenas em divertir (e se possível também assustar) seu leitor. A prosa por essa razão passa longe de ser rica ou rebuscada, optando por uma linguagem comum, cotidiana. De vez em quando surgem alguma citação mais profunda, mas o livro nunca deixa o superficial. Provavelmente seja levado em breve para as telas, embora particularmente acredite que não haja nada demais em suas páginas. Para quem curte literatura de horror pode até funcionar. Para quem deseja algo mais substancial certamente vai ser um pouco decepcionante.
Pablo Aluísio.
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