FTD Elvis Now
Segue sendo um dos mais queridos discos de Elvis Presley no Brasil. A razão não é tão complicada de entender. O álbum foi muito bem sucedido comercialmente em nosso país por causa do sucesso da faixa "Sylvia", além da presença de outro hit, "Hey Jude" dos Beatles. Como artista de alcance internacional isso era até mesmo de se esperar. Alguns títulos acabam fazendo bem mais sucesso em certos países do que em outros e não existe como entender completamente o gosto de cada povo, de cada nação. Por que "Sylvia" fez tanto sucesso no Brasil enquanto era completamente ignorada nos Estados Unidos? Esse tipo de pergunta simplesmente não tem uma resposta definitiva. Outro ponto que chama a atenção vem do fato de que, pela primeira vez em muitos anos, a filial da RCA no Brasil realmente se empenhou mesmo em divulgar um disco de Elvis nas rádios. Discos promocionais foram enviados para os principais radialistas e esse trabalho acabou gerando bons frutos. A divulgação foi mesmo o grande diferencial. De repente você tinha a oportunidade ouvir "Sylvia" em várias estações, algumas vezes inclusive ao mesmo tempo. Fazia muito tempo que isso não acontecia com uma gravação de Elvis Presley em nosso país. Pois bem, deixando de lado esse aspecto verde e amarelo desse disco tão apreciado pelos brasileiros vamos tecer breves comentários sobre essa edição especial dupla, com farto material de estúdio recuperado pelo produtor Ernst Jorgensen.
São dois CDs. Como é tradicão nos lançamentos do selo FTD o primeiro abre com as versões oficiais que estavam presentes no disco original de 1972. Todas apresentam uma sensível melhora em sua qualidade sonora pois foram trabalhadas com as modernas tecnologias de recuperação de áudio. Depois da faixa final do disco, a curiosa "I Was Born About Ten Thousand Years Ago", Ernst resolveu rechear o pacote com outras versões oficiais da mesma época e das mesmas sessões. Particularmente não gosto desse tipo de mistura, em minha opinião essa edição deveria se limitar exclusivamente em cima das canções do disco "Elvis Now" e nada mais. Misturar faixas, mesmo que sejam das mesmas sessões, me soa desnecessário e desconfortável. Apenas o ponto de vista comercial, para atrair mais a atenção do consumidor casual, justifica esse tipo de mix. Pois bem, depois da versão inédita de "Don't Think Twice, It's All Right" começa finalmente a segunda parte do CD e a que mais interessa aos colecionadores, aquela formada por takes alternativos e outtakes, ou seja, sobras que não foram aproveitadas na época, mostrando o processo de criação de Elvis dentro dos estúdios. Entre três takes realmente inéditos de "Help Me Make It Through The Night" e "Fools Rush In" aparece uma jam de aquecimento com Elvis mandando ver na bela "Lady Madonna" dos Beatles, mostrando que o cantor realmente apreciava o som da banda de Liverpool. Confesso que o CD 2 me deixou levemente decepcionado. Não existem versões alternativas de grandes canções como "We Can Make The Morning" e "Sylvia". Esqueceram justamente do grande hit que seria de especial interesse para nós, brasileiros. Vi pessoas reclamando da ausência também de "Hey Jude", mas a verdade é que a própria gravação é um registro praticamente informal por parte de Elvis que foi aproveitado pelo produtor Felton Jarvis no lançamento original. Então é isso. Não chega a ser o lançamento definitivo em termos de "Elvis Now", mas é um bom pacote, apesar dos pesares.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley
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