segunda-feira, 26 de dezembro de 2005

Elvis Presley - A Última Foto

Elvis Presley - A Última Foto
Qual foi a última foto de Elvis Presley? Exatamente a que se encontra nessa postagem. Elvis retornava de uma consulta com o dentista quando seu carro parou em frente aos portões de Graceland. Um fã se aproximou de Elvis e tirou sua última foto. O cantor de forma até instintiva acenou e sorriu. Ele estava no volante de seu carro e sempre parava para dar alguma atenção aos fãs que sempre faziam vigília em frente aos portões musicais de Graceland. Isso foi antes da morte de John Lennon e os grandes astros da música não tinham receios de serem atacados ou algo desse tipo.

Essa última foto foi tirada na madrugada do dia 15 para 16 de agosto de 1977, Embora fosse muito tarde Elvis não foi imediatamente para cama nessa noite em particular. Ele decidiu jogar uma partida rápida de raquetebol com alguns amigos. Só depois decidiu que iria para cama. Ele se recolheu aos seus aposentos ao lado de Ginger Alden, a rainha da beleza que era sua namorada. Depois de algum tempo deitados Elvis ainda não se sentia à vontade para dormir. Era o velho problema da insônia que sempre o perseguiu por anos e anos.

Elvis então foi ao banheiro com um livro em mãos. Um livro sobre Jesus. Elvis gostava de ler no banheiro. Só que naquela noite algo saiu errado. Ginger pegou no sono e só foi acordar na manhã seguinte. Ao acordar percebeu que Elvis não se encontrava na cama. Ela abriu a porta do banheiro e o encontrou caído no chão. Tentativas de reanimar o astro foram em vão. Elvis foi declarado morto ao entrar no hospital em Memphis. A causa oficial de sua morte foi informada em poucas horas. Ele havia sofrido um ataque do coração.

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de dezembro de 2005

Elvis Presley - O Último Show

O último show da carreira de Elvis Presley aconteceu no Market Square Arena, em Indianapolis, no dia 26 de junho de 1977. Nos últimos meses Elvis vinha enfrentando uma pesada agenda de concertos ao vivo. Mesmo sob condições adversas, inclusive em sua saúde física e mental, Elvis seguia em frente. Raramente cancelava alguma apresentação e isso só ocorria quando ele estava realmente muito doente. Esse último show de Elvis ocorreu em uma normalidade que era de certa maneira pouco comum em suas inúmeras viagens. Ele se apresentou bem, apresentou um repertório mais usual e não houve maiores problemas. O público saiu plenamente satisfeito, embora ninguém na ocasião soubesse que estava assistindo ao último concerto ao vivo da vida de Elvis Presley.

Nos acordes finais de "Can´t Help Falling in Love" Elvis soltou um "Adios", uma despedida única em centenas e centenas de apresentações que apresentou desde que retornou aos palcos em 1969. Infelizmente até hoje não foi divulgada uma gravação com boa qualidade sonora desse show. Tudo o que temos são gravações amadoras capturadas na platéia. Alguém que usou um velho gravador de mão para gravar tudo. Nada de muita qualidade como uma gravação captada direta na sala de som. Há muitos boatos que essa gravação existe, mas se é real nunca foi comercializada.

Elvis assim se despediu. Ele retornou para Graceland para alguns dias de descanso para retomar mais uma série de novas apresentações, algo que nunca ocorreu pois ele faleceu no banheiro de Graceland na madrugada de 16 de agosto de 1977. Quem o encontrou caído no chão foi sua namorada de ocasião Ginger Alden. Elvis nunca mais seria visto em um palco novamente. Era inevitavelmente o fim definitivo.

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de dezembro de 2005

Elvis Presley - Divórcio e Depressão - Parte 8

Um dos dramas da vida de Elvis foi que ele não teve a oportunidade de se tratar adequadamente de seu problema de depressão. O Coronel Parker não queria que sua imagem pública fosse maculada com o estigma de ser depressivo. Havia muito preconceito sobre isso na época. Assim na ânsia de esconder tudo na imprensa o próprio Elvis acabou ficando sem o tratamento adequado. O que havia no lugar disso eram meros paliativos, como as pílulas receitadas pelo Dr. Nick. O problema é que ele não era um médico especialista em depressão, longe disso.

Sem consultar um médico especializado em depressão, sofrendo todos os tipos de stress por causa de sua profissão e sem passar pelo tratamento certo, Elvis foi afundando cada vez mais na doença. Ele tinha problemas de insônia desde quando era apenas um adolescente, mas com seu estado depressivo a coisa piorou. Elvis passava dias sem dormir, mesmo quando tomava as drogas receitadas pelo Dr. Nick. A ausência de sono, a estafa de viver viajando para cumprir agendas puxadas de show e a própria melancolia que ia se instalando em seu espírito justamente por causa da depressão o foram deixando cada vez mais com um aspecto doentio. O aumento de peso também se tornou visível. Elvis muitas vezes procurava consolo na comida. Sozinho em seu quarto, ele era capaz de comer três, quatro ou cinco grandes pratos de uma refeição que geralmente não era nada saudável. Era claramente uma forma dele em amenizar sua tristeza.

A carreira também deixava Elvis frustrado. Depois do NBC Special ele teve um novo fôlego em seus discos e a volta aos palcos trouxe novamente a alegria do contato com os fãs. Porém depois de 1973 a carreira de Elvis voltou a estagnar. Não havia mais novos desafios. Elvis tinha esse velho sonho de fazer uma turnê internacional como havia feito os Beatles nos anos 60, mas o Coronel Parker sabotava toda tentativa dele nesse sentido. Ao invés de ir para Londres, Paris ou até mesmo ao Japão, Elvis ficava preso em apresentações de temporadas realizadas em hotéis cassinos ou em pequeninas cidades do interior dos Estados Unidos. Não era nada desafiante para quem já tinha passado por tudo isso desde os anos 50.

Curiosamente esse estado depressivo de Elvis também começou a se refletir na escolha do repertório de seus discos nos anos 70. Elvis não era um compositor, por isso escolhia músicas que tinham letras em que ele pudesse de alguma forma se identificar. Geralmente baladas românticas bem tristes contando histórias de rompimento, decepções e desilusões. Algo que ele havia sentido com o fim de seu casamento com Priscilla Presley. Fora isso Elvis encheu seus álbuns de muita country music e gospel. O Rock, o gênero que o havia consagrado, o levando a ser chamado de "Rei do Rock" no passado, foi deixado para trás. Isso intrigou a imprensa. Durante uma de suas raras entrevistas, um jornalista perguntou a Elvis porque ele não gravava mais rocks! Tentando se sair Elvis apenas desculpou-se, dizendo que não havia mais bom material nesse estilo musical para gravar. Não era verdade, era apenas uma questão de falta de identificação, uma vez que Elvis não se sentia mais jovem, nem rebelde e nem muito menos roqueiro. Ele estava, no fim das contas, apenas se sentindo muito depressivo.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Divórcio e Depressão - Parte 7

Conforme o tempo foi passando o relacionamento de Elvis com Linda foi se deteriorando. Havia a sempre constante infidelidade por parte de Elvis, seu problema com as drogas prescritas, sua falta de sensibilidade com os problemas dela e aquilo que no começo parecia ser atrativo foi se tornando cada vez mais insuportável. O pai de Elvis, Vernon, também começou a ter uma imagem bem negativa de Linda. Vernon cuidava muitas vezes da vida financeira de Elvis e foi ficando horrorizado com os gastos da namorada do filho. Elvis disponibilizou um cartão de crédito para Linda e ela começou a gastar furiosamente. Ela gastava altas somas, todas as semanas. Um orgia de gastos de todos os tipos.  Vernon ficou alarmado. Depois de algum tempo Vernon contou tudo a Elvis e chegou a aconselhar ele a arranjar uma namorada que não fosse tão gastadora como Linda! 

Embora os membros da Máfia de Memphis gostassem de Linda, as amizades foram ficando abaladas porque ela passou a entender que eles encobriam tudo o que Elvis fazia de errado, inclusive com outras mulheres. Isso era bem óbvio, afinal os caras da Máfia de Memphis trabalhavam para Elvis e não para Linda. O patrão deles era Elvis! Era até absurdo pretender que eles ficassem ao lado de Linda em qualquer discussão ou briga. Eles sempre ficariam ao lado de Elvis. Linda nesse aspecto foi bastante inocente, pensando que eles iriam ficar ao seu lado por causa de uma suposta amizade que só existia mesmo em sua cabeça. Assim Linda foi ficando isolada dentro de Graceland. Vernon a considerava uma mulher que não tinha limites em seus gastos, os membros da Máfia já não a achavam mais tão legal como antes e o próprio Elvis, aos poucos, começou a esnobá-la. Linda sabia que seu relacionamento com Elvis estava prestes a acabar. Tudo era apenas uma questão de tempo.

O fato porém é que nem Linda, nem as inúmeras mulheres que saíram com Elvis nessa época, nenhuma delas tinha conseguido fazer Elvis esquecer Priscilla. Ele ainda parecia bem apaixonado pela ex-esposa. Isso era algo que Elvis não conseguia superar. Ele acreditava que Priscilla havia sido a mulher de sua vida, afinal ela era a mãe de sua filha. Nada poderia ser mais importante do que isso. Por volta de 1976 Elvis decidiu que iria tentar uma reconciliação com Priscilla. Ele estava disposto a esquecer tudo - a traição dela, a forma como o casamento acabou, o divórcio, tudo, para voltar para Priscilla. A um dos caras da Máfia de Memphis Elvis confidenciou: "Eu quero minha família de volta! Eu preciso lutar pela minha família, isso não pode ficar assim!".

Poucos dias depois Elvis foi para Los Angeles, onde Priscilla agora morava. Ele queria que ela voltasse com Lisa para Graceland. Era a hora da reconciliação. Elvis foi até a casa de Priscilla e depois de uma longa conversa sobre amenidades, a escola de Lisa, etc, Elvis disse a Priscilla que queria ela de volta. Ele pediu (na verdade chegou a implorar) para que tudo voltasse como era antes. Afinal Priscilla não estava mais se relacionando com ninguém, o caso com Mike Stone havia chegado ao fim, tudo parecia certo para a reunião da família, para a volta do casamento, mas... Priscilla disse não! Ela parecia muito firme em sua decisão, o que desarmou Elvis. Ele ainda tentou argumentar, mas Priscilla não quis ouvir, apenas disse "Não!". Elvis ficou arrasado mais uma vez. Ele se despediu dela e foi embora. Segundo alguns relatos chegou mesmo a chorar no banco de trás de seu carro. Naquela noite Elvis pareceu ter compreendido que tudo havia chegado ao final... para sempre!

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 23 de dezembro de 2005

Elvis Presley - Divórcio e Depressão - Parte 6

Durante seus últimos anos Elvis sofreu não apenas com crises depressivas cada vez maiores e frequentes, mas também com doenças físicas que muito o debilitaram. A causa de muitos desses problemas de saúde vinha do uso excessivo de medicamentos. Seu fígado, seus rins e outros órgãos estavam no limite após anos e anos de abusos dessas drogas. Seu coração, por exemplo, estava fora do tamanho normal de um ser humano de sua idade e peso. Algo estava muito errado com seu corpo de forma em geral. Em determinado momento de sua vida Elvis pareceu perder o controle sobre o que tomava. Inúmeras vezes teve que ser internado às pressas para tratamento médico.

Numa dessas ocasiões, conforme recordou Linda em seu livro de memórias, Elvis acordou de uma longa noite em que esteve sedado no hospital. Ele então pediu delicadamente para que ela se aproximasse de sua cama e apertou sua mão bem forte. Então Elvis disse algo a Linda que a deixou sem reação. Ele olhou de forma fixa em seus olhos e disse: "Eu sonhei com a minha morte ontem. Foi tudo muito real. E nesse sonho você era o meu irmão que morreu. Ele morreu para que eu pudesse sobreviver. Ele morreu sufocado para que eu nascesse. Você era ele!". Linda jamais esqueceu dessa confissão de Elvis. Realmente Jesse, seu irmão, havia morrido no nascimento em 1935. Desse parto complicado apenas Elvis conseguiu sobreviver.

Elvis estudou religiões orientais a vida inteira. Em muitas dessas doutrinas religiosas a reencarnação era algo palpável, concreto. Estaria Elvis realmente acreditando que Linda era a reencarnação de seu falecido irmão Jesse que agora o reencontrava em um momento muito ruim de sua vida, com o divórcio, os problemas de saúde e a depressão?  Será que Elvis realmente levava fé nessa hipótese tão estranha e fora do comum? A de que o espírito de Jesse Garon Presley havia reencarnado anos após sua morte, voltando ao plano terreno como Linda Thompson? Essa pergunta ficou sem uma resposta mais definitiva. Elvis apenas quis contar seu sonho para ela, sem pensar muito no que tudo isso poderia enfim significar para o relacionamento de ambos...

Mesmo toda a religiosidade porém não conseguia parar o lado mais forte da personalidade de Elvis. Ele havia herdado um lado bem explosivo de sua mãe e não negava isso. Muitas vezes até tinha orgulho desse lado que havia puxado de Gladys. Certa noite Elvis chamou Red West ao seu quarto. Linda ficou do lado de fora, mas logo começou a ouvir uma grande discussão entre eles. As coisas foram ficando cada vez mais agressivas e violentas e quando Linda entrou no quarto percebeu que ambos, Elvis e Red, estavam com armas em punho! Sem pensar muito na loucura que estava fazendo Linda entrou no meio dos dois homens armados, evitando assim que algo mais sério acontecesse naquela suíte.

Tanto Elvis como Red não pareciam dispostos a recuar. Nesse dia, mais uma vez, Linda salvou a vida de seu namorado, um gesto heroico que mereceu uma reprimenda por parte de Sonny. Depois de que a confusão se acalmou ele chamou Linda de lado e lhe deu alguns conselhos: "Nunca mais faça isso! Não era a sua briga, não era a sua batalha! Você poderia ter morrido lá! Eu não acredito que Elvis fosse matar alguém, mas uma arma pode disparar de forma acidental quando usada por alguém com a cabeça quente! Não faça mais isso!". Linda ouviu os conselhos de Sonny, um guarda-costas experiente que sabia o que estava fazendo e nunca mais se envolveu em uma situação tão arriscada como aquela. Nunca mais ela arriscaria sua própria vida.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Divórcio e Depressão - Parte 5

O relacionamento entre Elvis e Linda não foi isento de problemas e dramas. Desde o começo ela percebeu que Elvis continuava a ver outras mulheres. A palavra fidelidade não parecia fazer parte do dicionário pessoal do cantor. As traições de Elvis foram ficando cada vez mais notórias, públicas e humilhantes. Linda se sentia sufocada em não dizer nada, em não enfrentá-lo sobre isso, até que uma noite, ao saber da existência de mais uma amante de Elvis em Las Vegas, ela resolveu explodir!

Ela confrontou Elvis diretamente e ficou lá, falando e falando sobre suas traições. Elvis estava em sua cama, comendo um prato de espaguete. Aos poucos ele foi ficando nervoso com Linda por ela não parar de falar, falar e falar, exigindo explicações... Quando de repente, em um acesso de fúria, Elvis também decidiu explodir de raiva - Ele pegou seu prato e jogou contra a parede e depois partiu para cima de Linda - ele estava realmente furioso! Linda correu em direção ao banheiro e Elvis a empurrou...

Aquilo era um novo limite que Linda não estava disposta a aceitar. Apanhar de Elvis estava completamente fora de cogitação para Linda! Ela até poderia tolerar suas traições em série, mas sofrer uma agressão física por parte dele, absolutamente não! Pior é que Elvis também começou uma série de ofensas verbais contra ela... Era demais... Linda nem pensou duas vezes, desceu as escadas e pediu a Joe Esposito que reservasse passagens para o primeiro avião em direção a Los Angeles. Para ela tudo estava acabado de uma vez por todas! E assim foi feito, Joe comprou a passagem e Linda foi embora, para nunca mais voltar. Seu caso amoroso com Elvis Presley estava acabado!

Alguns dias depois o telefone tocou! Era Elvis. Ele tinha ficado completamente surpreso com a atitude de Linda. Ir embora daquele jeito, o deixando a ver navios, era algo inesperado para Elvis. Ele não queria ser abandonado de novo, como aconteceu com Priscilla, sua ex-esposa. Elvis tentou então convencer Linda a voltar, imitando uma voz de bebê na ligação, pedindo perdão, dizendo que estava arrependido, que queria ela de volta aos seus braços.

Linda não quis ceder, então falando mais sério Elvis lhe explicou a situação. Disse que sair com outras mulheres não significava nada. Que nem sempre ele tinha sexo com essas garotas, algumas vezes ele só ficava lendo livros religiosos para elas. Elvis também tentou explicar a Linda que homens e mulheres tinham ideias diferentes sobre casos fugazes. Uma noite não significava nada para um homem, ao contrário de uma mulher, que segundo Elvis, estava sempre pronta a se apaixonar. Elvis suplicou a Linda que ela então retornasse para Memphis, que aquela briga havia sido uma exceção e que ele nunca mais faria nada como aquilo. Linda resolveu pensar, mas ao mesmo tempo manteve-se em alerta pois ela tinha visto uma faceta da personalidade de Elvis que realmente a tinha deixada assustada.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2005

Elvis Presley - Divórcio e Depressão - Parte 4

Depois do divórcio de sua esposa Priscilla Presley Elvis se relacionou com Linda Thompson. Esse foi o relacionamento mais duradouro do cantor após o fim de seu casamento. O começo do romance foi muito bom, Elvis e Linda pareciam se dar muito bem, tanto que ele, pela primeira vez em anos, ficou bastante tempo sem procurar outra mulher. Elvis sentia-se plenamente satisfeito ao lado dela. Linda também se mostrou muito adaptável ao estilo de vida de Elvis. Pela primeira vez o astro sentia que tinha alguém ao lado com quem poderia desabafar, contar seus mais bem guardados segredos.

Embora o namoro tivesse tido um começo promissor, logo nos primeiros meses de 1973 alguns problemas começaram a surgir no horizonte. Elvis começou a ser infiel, como sempre. O pior é que ele era publicamente infiel, não se importando em ser fotografado ao lado de outras mulheres em Las Vegas e nas viagens que fazia para realizar concertos em outras cidades pelos Estados Unidos. Agindo assim Elvis não demonstrava muito respeito por Linda, que muitas vezes ficava chocada com o modo de agir do namorado. Em certos aspectos Elvis levava uma vida moral completamente ridícula, onde fidelidade não fazia parte do cardápio.

O pior é que sempre após ostentar ao lado de mulheres bonitas em público, Elvis voltava para Linda como se nada tivesse acontecido. Ele havia aparecido em jornais e colunas de fofocas curtindo seu novo romance e depois retornava aos braços de Linda, sem dar a menor satisfação. Linda também se sentia intimidada em confrontar Elvis em Graceland. O cantor era temperamental, dado a explosões de raiva quando confrontado, assim Linda começou a agir também como se nada tivesse acontecido.

O deslumbramento de Linda com Elvis também foi passando com o tempo. Ao invés de apenas enxergar o mito da música e do cinema ela começou a ver o outro lado de Elvis. Um homem que passava por momentos depressivos, que tinha problemas com drogas e que parecia nunca superar completamente o fim de seu casamento com Priscilla. Elvis pedia para que Linda lhe aplicasse injeções em seu banheiro de Graceland, dizendo que eram vitaminas, o que não era verdade. Com o tempo as aplicações foram deixando marcas na pele de Elvis, algo que seguramente não soava atrativo para uma mulher. Ele também ficava falando com frequência de seus anos ao lado da ex-esposa, outro tipo de coisa que deixava Linda constrangida e consternada. Viver ao lado de Elvis tinha um preço e Linda estava começando a entender isso.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Divórcio e Depressão - Parte 3

O fim do casamento com Priscilla Presley representou também o fim de velhos sonhos para Elvis, um deles o de ter uma família unida e feliz. Mesmo que o casamento estivesse falido há anos, Elvis jamais pensaria em se divorciar de Priscilla por vontade própria. Ele tinha uma visão conservadora sobre esse tipo de relacionamento, além disso passou anos e anos moldando Priscilla para o que ele considerava ser a mulher ideal. Quando Priscilla arranjou um amante, Elvis entendeu que não havia como moldar ninguém na verdade. Não importava as boas intenções, o fim sempre dependeria única e exclusivamente da vontade do outro.

Para Elvis o pior do fim de seu casamento foi saber dos novos casos amorosos envolvendo sua esposa. Já era devastador saber que ela estava morando com Mike Stone, mas pior era ficar sabendo, por fofocas, que Priscilla continuava a também namorar outros homens, principalmente após o fim de seu romance com Stone. O golpe mortal em seu ego porém aconteceu depois quando Elvis tentou uma reconciliação com Priscilla e ela recusou. Ser recusado por Priscilla feriu ainda mais Elvis do ponto de vista emocional.

Essa crise só não teve um desfecho trágico porque curiosamente a carreira de Elvis começou a entrar em um ritmo alucinante de shows, filmes e discos. Parecia que sua carreira havia voltado a um pique de auge, como havia acontecido nos anos 50. Depois de anos em Hollywood o público queria ver novamente Elvis ao vivo e ele se entregou completamente aos anseios de seus fãs. Cumprindo uma agenda puxada, com muitas viagens e apresentações por todas as cidades da América, Elvis começou a ter sua mente ocupada pelos compromissos da profissão. Se ao contrário disso tivesse ficado trancado em casa, algo muito sério poderia ter acontecido.

Assim a pura verdade é que o trabalho salvou Elvis do pior. Embora ele já começasse a apresentar sinais de depressão por esse período, a necessidade de seguir em frente, fazendo concertos e shows, gravando músicas em estúdio. manteve Elvis em atividade, se ocupando sempre de seus afazeres profissionais. Tanto isso é uma verdade que a depressão de Elvis só começou a se manifestar com maior ênfase justamente nos intervalos de seus compromissos, quando ficava no ócio, sem ter o que fazer. Era uma confirmação da máxima que dizia "Mente vazia, instrumento do diabo". Percebendo isso o Coronel Parker começou a arranjar cada vez mais shows e shows, em uma agenda lotada, para que Elvis jamais ficasse de bobeira, pensando sobre os dramas de sua vida.

Pablo Aluísio.