sábado, 9 de abril de 2005

Elvis Presley - Elvis Golden Records vol 3

IT'S NOW OR NEVER
STUCK ON YOU
FAME AND FORTUNE
I GOTTA KNOW
SURRENDER
I FEEL SO BAD
ARE YOU LONESOME TONIGHT?
(MARIE'S THE NAME) HIS LATEST FLAME
LITTLE SISTER
GOOD LUCK CHARM
ANYTHING THAT'S PART OF YOU
SHE'S NOT YOU

Singles que deram origem a este disco:
Stuck on You / Fame and Fortune (1960)
It's Now or Never / A Mess of Blues (1960)
Are You Lonesome Tonight? / I Gotta Know (1960)
Surrender / Lonely Man (1961)
I feel So Bad / Wild in the Country (1961)
His Latest Flame / Little Sister (1961)
She's Not You / Just Tell Her Jim Said Hello (1962)

Nota: Durante muitos anos essa série "Elvis Golden Records" foi a única dedicada a compilar singles de sucesso de Elvis Presley no formato LP. Por essa razão ficavam mais tempo em catálogo nas lojas de discos do que os demais álbuns convencionais. De certa forma era uma materialização da velha tática da raposa Tom Parker em vender sempre as mesmas gravações por duas vezes pois quem era realmente fã de Elvis comprava os compactos simples (singles) para acompanhar o sucesso do momento e depois compravam também o LP álbum que reunia os principais hits. Curiosamente Elvis recebia apenas de 40 a 30% do valor que normalmente recebia por essas coletâneas pois eram reprises e contratualmente a RCA só lhe repassava essa percentagem. Como visto era um tipo de lançamento muito lucrativo para a gravadora.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 8 de abril de 2005

Elvis Presley - FTD Fun in Acapulco

Esse FTD foi lançado em um pacote em abril de 2003 juntamente com as trilhas de "Girl Happy" e "It Happened At World's Fair". Como se pode perceber são três trilhas sonoras de Elvis Presley dos anos 60. Como o simples relançamento não traria nada de novo a FTD resolveu, como sempre, acrescentar tudo o que havia de disponível em seus arquivos, como sobras de estúdios e takes alternativos. De todos o melhor é a trilha de "O Seresteiro de Acapulco" seguido de "Louco por Garotas" (o tema principal é muito legal, vamos admitir). Só não é melhor porque as próprias trilhas não são muito interessantes, sofrendo do problema de falta de qualidade artística mesmo. Eu gosto de dizer que se você estiver em busca da melhor qualidade sonora dessas trilhas procure pelos títulos da série "Double Features" que apesar de só trazerem as faixas oficiais, são preciosas em seu trabalho de remasterização e restauração da qualidade sonora original. De qualquer forma vamos no concentrar agora nesse CD dando rápidas pinceladas sobre sua importância para o fã.

Como as faixas oficiais já conhecemos vamos prestar atenção nos takes originais. O que mais chama atenção aqui nas várias tentativas de Elvis com as músicas é a sua falta de intimidade com a língua espanhola. Não raro Elvis se confunde, tem problemas de pronunciar corretamente as palavras. E isso se torna muito claro nos takes alternativos. Fico imaginando Elvis Presley tendo que lidar com todas aquelas palavras estranhas. Ele se enrola, ri bastante e muitas vezes deixa sua parte passar batida por simplesmente não saber direito como pronunciar aquele vocabulário. Em certos momentos de sinceridade apenas diz: "I Don´t Know" ("Eu não sei"), ou seja, ele definitivamente não sabia como pronunciar a palavra corretamente. Para um cara do sul dos Estados Unidos aquela língua soava mesmo de outro planeta.

Elvis também parece rir da qualidade do material, muitas vezes não conseguindo segurar o riso com as letras imbecis que tinha que cantar. Basta prestar atenção até mesmo na versão oficial de "No Room To Rhumba In A Sports Car" onde ele passa a impressão que vai cair na gargalhada a qualquer momento! E que ritmo horrível é aquele?! Meu Deus! Mas enfim. No geral Presley está mais solto e à vontade do que em relação ao que ouvimos em outras sessões de gravações de outras trilhas da época. De vez em quando ele solta alguma piadinha aqui e acolá, o que aumenta o interesse para o fã ouvir esse som de bastidores das gravações. O curioso é que por muitos anos se pensou que Elvis gravou "Fun in Acapulco" sobre um playback previamente produzido mas não é verdade. Elvis está lá ao lado de sua banda e dos grupos vocais de apoio. Para ele - assim como para todos nós - esse tipo de trilha sonora tem que ser encarada com leveza, quase como uma piada. Afinal é melhor rir do que chorar.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Pot Luck With Elvis

KISS ME QUICK
JUST FOR OLD TIMES SAKE
GONNA GET BACK HOME SOMEHOW
(SUCH AN) EASY QUESTION
STEPPIN' OUT OF LINE
I'M YOURS
SOMETHING BLUE 
SUSPICION
I FEEL THAT I'VE KNOWN YOU FOREVER
NIGHT RIDER
FOUNTAIN OF LOVE
THAT'S SOMEONE YOU NEVER FORGET

Singles extraídos deste disco:
Kiss Me Quick / Suspicion (1964)
Easy Question / It Feels So Right (1965)
I'm Yours / Long Lonely Highway (1965)
Long Legged Girl / That's Someone You Never Forget (1967)

Nota: Como se pode perceber vários singles desse álbum foram lançados em anos posteriores. É curioso como a discografia de Elvis era bagunçada nessa época. Quando "Pot Luck" chegou nas lojas em 1962 nenhum single de divulgação foi lançado, só depois de alguns anos é que começaram a surgir no mercado, sem explicação aparente, as faixas do disco em compactos sem a menor divulgação por parte da RCA Victor. O pior é que na maioria das vezes as músicas vinham em parceria com outras canções que nada tinham a ver com "Pot Luck". Apenas o single "Kiss Me Quick / Suspicion" era composto apenas por faixas do álbum. Esse compacto aliás fez grande sucesso no Brasil, como se sabe. "Easy Question", por sua vez, foi lançada apenas três anos depois com "It Feels So Right" do "Elvis is Back!" no lado B. "I'm Yours" veio em dobradinha com "Long Lonely Highway" que foi usada como bonus song na trilha de "Kissin Cousins" e por fim "That's Someone You Never Forget" foi usada como tapa buraco no single de "Long Legged Girl", canção que foi inutilmente divulgada pela RCA como música de trabalho da trilha sonora de "Double Trouble" e isso em 1967! Enfim, uma grande bagunça, numa verdadeira dança de cadeiras musical. Tudo servindo para provar como a RCA administrava mal o catálogo de gravações de Elvis Presley nos anos 60.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 7 de abril de 2005

Elvis Presley - FTD Pot Luck With Elvis

O FTD do álbum Pot Luck veio recheado de versões e takes inéditos além de trazer faixas que não fizeram parte do disco original mas que foram gravadas na mesma ocasião. As canções incluídas nessa categoria foram as seguintes: She's Not You, Just Tell Her Jim Said Hello, You'll Be Gone, For The Millionth And The Last Time e I Met Her Today. Eu pessoalmente não gosto quando incluem canções que não fizeram parte da seleção original. É uma questão de critério. Tudo bem que foram gravadas em sessões próximas mas nunca fizeram parte do disco "Pot Luck", simples assim, por isso não deveriam estar aqui. Deduzo que Ernst Jorgensen as colocou nesse CD duplo por duas razões principais. A primeira é obviamente comercial pois o fã de Elvis obviamente teria mais razões para comprar o CD com esse "recheio" extra de faixas. A segunda razão provavelmente vem de uma artimanha do produtor para não deixar o CD cansativo em demasia, afinal de contas seria desgastante ouvir dois CDs com dezenas de versões e takes de apenas aproximadamente 12 canções. Seria repetição demais para o ouvinte, por mais fã que ele fosse de Elvis.

Curiosamente no CD 1 Ernst resolveu unir todos os takes 1 que tinha em arquivo. Assim o ouvinte é convidado a ouvir as primeiras tentativas de gravação das mesmas canções que acabou de ouvir em suas versões masters. Já no CD 2 temos um leque mais amplo de versões, embora para tristeza dos que gostam do álbum os takes das canções do disco estejam em menor número. Já para os fãs brasileiros a decepção será ainda maior. Como sabemos o grande hit desse disco aqui no Brasil foi realmente "Kiss Me Quick". Infelizmente em todo o FTD só existem três versões da música (a master e os takes 1 e 4). Por que isso ocorre? Isso é simples de explicar. Temos que entender que "Kiss Me Quick" não tem maior relevância lá fora, apenas aqui no Brasil. Essa canção - que sabe-se lá a razão virou um dos maiores sucessos de Elvis em nosso país - é considerada uma faixa menor dentro da discografia americana do cantor. Por isso não houve qualquer trabalho de destaque sobre ela nesse título. De qualquer maneira eu deixo a recomendação para o fã de Elvis Presley. Como já tive a oportunidade de escrever "Pot Luck" é um belo trabalho de estúdio de Elvis, com faixas bem gravadas em melodias elegantes, diria até sofisticadas. É um item que não pode faltar na coleção dos admiradores desse artista.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Double Features - It Happened at the World's Fair / Fun in Acapulco

Eu lamento dizer isso mas o fato é que Elvis Presley ao longo de sua carreira gravou muita música ordinária, cretina, sem valor, vagabunda. Ele era um sujeito sem muita instrução, do interior, que caiu nas garras de pessoas que o venderam como um mero produto qualquer, subestimando seu verdadeiro talento. Se você duvida disso aconselho a ouvir esse CD com duas trilhas sonoras dele no ano de 1963 em Hollywood. Basta tocar as primeiras notas para você entender o fundo do poço em que o cantor se enfiou. Eu não tenho o menor problema em qualificar "It Happened at the World's Fair" como um verdadeiro lixo! Eita trilhazinha vagabunda essa, vou te contar. Um festival de musiquinhas, com refrões estúpidos e arranjos bobinhos. Se eu tivesse 12 anos de idade eu até poderia gostar mas como não sou (e nem os fãs de Elvis eram na época) a decepção foi certa! Foi para isso que Elvis revolucionou o mundo da música nos anos 50? Foi para cantar sobre uma estúpida feira mundial onde tem carrossel, pipoca doce e montanha russa? Que droga!

"Fun in Acapulco" não é tão ruim mas lamento mais uma vez dizer que é estúpido também. Aqui pelo menos podemos dar boas risadas com músicas chinfrins e toscas como "(There's) No Room To Rhumba In A Sports Car", uma das maiores cretinices gravadas por Elvis em toda a sua carreira. As músicas falando em touradas hoje vão dar arrepios na nova geração ecologicamente correta. Aqui Elvis fica descaradamente louvando os "matadores" de animais inocentes que eram barbaramente trucidados em uma arena apenas para divertir um monte de estúpidos ignorantes que frequentavam esse sangrento e absurdo "esporte"! De bom na parte Acapulco só livro a cara mesmo da canção título que tem melodia bonita e "Bossa Nova Baby" que foi salva pelo ritmo nota 10, apesar da letra ser idiota também. Fora isso é um festival de bobagens do naipe de "Vino, Dinero Y Amor" e "Marguerita" onde ele desafina! Se pudesse voltar no tempo eu invadiria o estúdio onde Elvis estava gravando essas porcarias e o tirava de lá correndo. O maior cantor de todos os tempos merecia destino melhor! Desce o pano!

Double Features - It Happened at the World's Fair / Fun in Acapulco
1. Beyond The Bend 
2. Relax 
3. Take Me To The Fair 
4. They Remind Me Too Much Of You 
5. One Broken Heart For Sale (Film Version) 
6. I'm Falling In Love Tonight 
7. Cotton Candy Land 
8. World Of Our Own 
9. How Would You Like To Be 
10. Happy Ending 
11. One Broken Heart For Sale 
12. Fun In Acapulco 
13. Vino, Dinero Y Amor 
14. Mexico 
15. Toro 
16. Marguerita 
17. Bullfighter Was A Lady 
18. (There's) No Room To Rhumba In A Sports Car 
19. I Think I'am Gonna Like It Here 
20. Bossa Nova Baby 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de abril de 2005

Elvis Presley - FTD It Happened At The World´s Fair

Quem assiste ao filme "It Happened At The World´s Fair" de 1963 logo percebe que muitas das versões presentes nas cenas em que Elvis canta as músicas são bem diferentes da trilha sonora lançada na época. Isso obviamente abriria um espaço bem interessante para esse FTD. O curioso é que em certos momentos Elvis até deixa o playback de lado e arrisca soltar a voz em determinadas canções. Em "One Broken Heart For Sale" isso acontece timidamente, mas acontece. Pena que a cena com ele cantando na rua ao lado de maridos suburbanos não empolgue em nada o espectador. Outra boa ideia teria sido colocar a trilha incidental do filme nesse CD. Quer um exemplo? "Beyond The Bend" orquestrada, que toca mais de uma vez durante as cenas. Seria muito bom ouvir esse tipo de coisa com boa qualidade sonora, se possível não em mono mas stereo. Infelizmente quem for procurar por algo assim aqui certamente ficará decepcionado. No CD não estão nem as versões mostradas no filme e nem muito menos qualquer tipo de trilha incidental orquestrada. Além disso parte do material que temos aqui já havia sido lançada antes em CDs como "Collectors Gold", "Elvis Aron Presley" e "Today, Tomorrow And Forever".

Esse FTD sofre de dois problemas ao meu ver. O primeiro, já amplamente exposto aqui em nosso blog, provém da falta de qualidade do material em si. O conjunto das músicas não empolga, não surpreende. O que temos não é rock ´n´ roll mas puro pop romântico açucarado dos anos 60 mesmo. Para piorar há o excesso de canções ao estilo "gracinha", feitas exclusivamente para Elvis cantar ao longo do filme ao lado da chinesinha que ele toma conta enquanto seu tio está desaparecido! Isso, não há como negar, piora ainda mais o que já não era muito bom. Nessa categoria se incluem as maçantes "Cotton Candy Land" (momento canção de ninar do filme), "Take Me To The Fair" (que ele canta em cima de um caminhão) e "How Would You Like To Be" (cuja versão do filme apresenta uma linha de melodia a mais, inexistente na trilha). Algumas músicas até teriam potencial mas Elvis está de fato no controle remoto. "Happy Ending" se não fosse tão Hollywoodiana poderia ter um destino melhor. Curiosamente na cena do filme - a última sequência - temos uma nervosa montagem onde Elvis na frente da banda surge ora pelo sistema de back projection (filmado em Hollywood, dentro do estúdio com cenas externas captadas sendo exibidas em um telão atrás) ora em locação mesmo, em Seattle, ao lado do público e tudo mais. Por que não filmaram tudo em locações? Ficaria bem mais real e satisfatório. Em suma, não adianta chorar sobre o leite derramado. Aconselho aos fãs terem esse FTD It Happened At The World´s Fair simplesmente para não deixar a coleção incompleta ou com furos. Em termos de pura qualidade musical temos que admitir que até seria um item dispensável mas como se trata de Elvis Presley é no mínimo interessante possuir esse título.

FTD It Happened At The World´s Fair
1. Beyond The Bend
2. Relax
3. Take Me To The Fair
4. They Remind Me Too Much Of You
5. One Broken Heart For Sale
6. I'm Falling In Love Tonight
7. Cotton Candy Land
8. A World Of Our Own
9. How Would You Like To Be
10. Happy Ending
11. One Broken Heart For Sale (takes 2, 3, 1)
12. They Remind Me Too Much Of You (take 1)
13. I'm Falling In Love Tonight (takes 1, 2, 3, 4)
14. Beyond The Bend (takes 1, 2)
15. Cotton Candy Land (takes 1, 2, 4)
16. How Would You Like To Be (take 2)
17. They Remind Me Too Much Of You (take 4)
18. Beyond The Bend (take 3)
19. Take Me To The Fair (takes 4, 5, 6, 7)
20. I'm Falling In Love Tonight (take 6)
21. They Remind Me Too Much Of You (takes 6, 7)
22. Relax (takes 5, 6, 7)
23. Happy Ending (takes 4, 5, 6)
24. Take Me To The Fair

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - One Broken Heart for Sale / They Remind Me Too Much of You

Logo em janeiro de 1963 a RCA Victor colocou no mercado americano o novo single de Elvis com duas músicas da trilha sonora do filme "It Happened at the World's Fair". Foi um fiasco comercial. A canção não conseguiu emplacar nem no Top 10, algo bem raro em se tratando de canções inéditas de Elvis Presley. Além da má recepção por parte do público a crítica também achou o material muito fraco. Um jornalista de Los Angeles perguntou ironicamente se o nome do artista não estava errado pois a canção "One Broken Heart for Sale" parecia ter saído do repertório açucarado de Doris Day. "They Remind Me Too Much of You" se saiu ainda pior não conseguindo ficar nem as 50 canções mais ouvidas - um desastre! Nem músicos de primeira viagem conseguiam posições tão ruins como aquelas. Pior é que o público tinha razão. Por volta desse ano os fãs começaram a estranhar a enxurrada de músicas para filmes, muitas com qualidade bem duvidosa. De repente se deram conta que a pura verdade era que assim como os filmes as canções das trilhas não tinham capricho nenhum, era lançadas exclusivamente para gerar lucro e os consumidores que se virassem.

O curioso é que foi justamente nesse ano que Elvis assinou um desastroso contrato de sete anos com a MGM. O estúdio que foi um dos maiores da história de Hollywood estava sempre em dificuldades financeiras e esperava lucrar bastante com Elvis. Veja bem, os piores filmes do cantor foram feitos justamente na MGM. A intenção do estúdio era gerar lucros e não qualidade, assim Presley foi jogado em um mar de abacaxis Made in Hollywood cujo único objetivo era faturar. Os filmes eram baratos - e alguns ridículos como "Harum Scarum" - e se apoiavam inteiramente na fama de Elvis Presley para faturar uns trocados a mais. Esse contrato também mostrava como o Coronel Tom Parker era um empresário ruim pois ninguém mais assinava esse tipo de obrigação contratual por longos sete anos sem qualquer direito de veto aos projetos que o estúdio bem entendesse. Financeiramente foi até bom para Elvis mas artisticamente tornaria ele um obsoleto em poucos meses, afinal os Beatles estavam chegando na América e passariam por cima de todos, inclusive de Elvis, naquela altura considerado um artista de uma era passada, um ultrapassado.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 4 de abril de 2005

Elvis Presley - She's Not You / Just Tell Her Jim Said Hello

O último single de Elvis Presley a ser lançado em 1962 sem qualquer relação com trilhas sonoras foi esse "She's Not You / Just Tell Her Jim Said Hello". Para quem gosta de histórias da vida privada de Elvis esse compacto traz uma curiosidade. Após longos anos sem ver Presley pessoalmente Priscilla conta que quando adentrou Graceland para reencontrá-lo percebeu que nas caixas de som da mansão estava tocando justamente a canção "She's Not You". Naquela noite Elvis havia recebido o single e o estava ouvindo pela primeira vez, conferindo se tudo estava certo. Pelo menos assim ela determinou que fosse feito na série "Elvis e Eu" que foi exibida no Brasil pelo SBT. Será que ela não se confundiu? Será que as datas de sua chegada em Graceland realmente batem com o lançamento desse single no mercado americano? Deixarei as respostas para vocês, leitores e fãs de Elvis. Talvez isso não importe muito no final das contas, pois o que é interessante notar é que Priscilla sempre associou essa canção ao seu retorno aos braços de Elvis.

Pois bem, deixando esse aspecto de lado vamos tecer algumas palavras sobre as canções. Antes de mais nada o que temos aqui são mais duas músicas pop, típicas de Elvis nessa fase da primeira metade dos anos 60. Em termos puramente pessoais sempre gostei muito mais do lado B desse single. "Just Tell Her Jim Said Hello" tem uma melodia realmente cativante, um arranjo que soa até mesmo diferente. A voz de Elvis também está muito cristalina, com pequenos momentos de uma entonação mais forte. É aquele tipo de sonoridade que nos remete imediatamente àqueles anos mais inocentes de uma América que ainda nem desconfiava do que iria acontecer. Infelizmente essa faixa não fez qualquer sucesso, sendo completamente ignorada, não conseguindo sequer ficar entre as 50 mais ouvidas na semana de seu lançamento. O público não deu a menor bola. Uma pena. Entra facilmente naquela categoria de "jóias perdidas da discografia de Elvis".

Em relação a "She's Not You" devo dizer que é uma gravação que deixa a desejar. A melodia é estranha e a banda está levemente perdida. Também pudera a linha melódica é realmente mal composta. A primeira frase que Elvis canta tem um ritmo estranho, como se um velho disco de vinil ainda estivesse na rotação errada. Sempre desconfiei que houve algum problema técnico no momento em que a master estava sendo gravada. Basta ouvir muito atentamente nos primeiros segundos da canção. Algo está errado ali. Não é uma boa faixa, talvez por isso tenha conquistado apenas um suado quinto lugar na Billboard. Pelos problemas que apresenta acho que o resultado comercial foi até bom demais! Enfim, esse foi o último single de Elvis desvinculado de suas trilhas no ano de 1962. Um single menor mas que tem suas qualidades também. Não é uma obra prima mas tem sua importância dentro da carreira de Elvis, que o diga sua namoradinha na época, Priscilla. O amor é realmente lindo!

Pablo Aluísio.