Embora a Revolução Francesa tenha deixado um legado histórico importante para a humanidade, com todos os seus princípios e valores jurídicos e humanistas, o fato é que houve sim um lado sombrio naqueles acontecimentos. A brutalidade, a barbárie e a violência imperaram de uma forma injustificável. A revolução francesa provou, entre outras coisas, que as massas sem controle se comportam como assassinas e cruéis.
A crueldade estava em todos os lugares, em todas as partes mais remotas do país. Pessoas eram sumariamente mortas apenas por terem alguma ligação com a nobreza. Mesmo se tivessem isso jamais justificaria a matança de pessoas inocentes. A revolução não distinguia entre crianças, mulheres e idosos. Todos eram assassinados. Isso pode ser constatado pela própria família real. Não apenas o rei Luís XVI foi guilhotinado, mas também a rainha Maria Antonieta. O pequeno herdeiro, o Delfim, teve destino desconhecido, mas historiadores concordam que ele foi deixado numa cena imunda para morrer de frio, fome e doenças. Era um garotinho. Matar uma criança como ele foi um ato ignóbil.
Pessoas idosas também não escaparam da guilhotina. A cabeça dos nobres, de padres e de qualquer um que fosse considerado contra a revolução eram penduradas em lanças ou expostas pela ruas de Paris. Muitas cabeças ficavam nos postes apodrecendo enquanto abutres se alimentavam delas. Houve também saques a túmulos. Os reis franceses que foram enterrados na capela de St. Denis ao longo de séculos tiveram seus túmulos profanados. Seus restos mortais, depois da pilhagem, foram jogados em um pântano próximo. Roubaram os artefatos que estavam nos caixões como anéis, medalhas, etc. Uma coisa horrorosa. O aspecto histórico foi completamente ignorado por uma massa de pessoas sem qualquer cultura ou formação educacional.
O mais temível nisso tudo é que depois de um tempo a revolução começou a se auto destruir. Os próprios revolucionários passaram a se acusar, tais como fanáticos sem freios. Danton e Roberspierre foram para a guilhotina, acusados de traidores e infames, mesmo que as provas fossem precárias. O período do terror demonstrou sem meias verdades a insanidade da revolução francesa. Um período violento e estúpido na história da França.
A Revolução Francesa foi especialmente cruel com a rainha Maria Antonieta. Como ela era austríaca de nascimento criou-se toda uma onda de xenofobia em torno dela, algo que foi aumentando e aumentando, muito por causa do ressentimento das roupas caras e finas que a rainha usava em seu auge na corte. Quando a revolução explodiu o ódio também saiu do controle. A própria rainha se viu cercada por mulheres em seu palácio. Elas com facões ameaçavam a vida da rainha e de seu filho. Todos os tipos de rancores movidas por classes sociais explodiram ali.
Quando a rainha foi presa seus direitos humanos foram flagrantemente violados - os mesmos direitos humanos que os revolucionários diziam defender. A rainha foi jogada em uma masmorra medieval úmida, sem as mínimas condições de higiene. Banhos e roupas limpas lhes foram negados. A comida era pouca para a própria sobrevivência.
Depois da morte do marido, o rei Luís XVI, os revolucionários franceses continuaram com seus atos de pura violência física e mental contra a rainha. Seu filho lhe foi retirado da cela, para morrer em outra cela de causas até hoje mal explicadas. Muitos historiadores afirmam que os revolucionários deixaram que ele morresse de fome, frio e doenças por causa da cela insalubre onde foi jogado. Os poucos pertences que ainda continuavam com a rainha foram roubados pelos carcereiros, entre eles um pequeno relógio que havia sido dado a ela por sua mãe, a imperatriz Maria Theresa. Maria Antonieta começou a apresentar sinais de uma grave enfermidade, onde hemorragias constantes aumentavam a cada dia. Os revolucionários negaram a ela atendimento médico e até o uso de panos para conter e limpar o sangue. Direitos humanos respeitados? Não pelos revolucionários que diziam defender essa bandeira.
Assim cai por terra muitas das falácias de que os revolucionários franceses eram pessoas ilustradas que defendiam a liberdade e os direitos humanos. Eles foram muito mais movidos pelo ódio contra a monarquia e o clero do que qualquer outra coisa. Não conseguiam respeitar nem Maria Antonieta, a rainha, em sua condição de mulher, esposa e mãe. Mataram milhares de pessoas sem julgamento justo, em praça pública, movidos apenas por ódio, histeria e gritaria. Os revolucionários assim agiam como verdades bárbaros e inescrupulosos. Coisas que eles realmente eram.
Pablo Aluísio.