sexta-feira, 8 de junho de 2007

Lawrence da Arábia - 50 anos do Clássico

Quando Marlon Brando torceu o nariz recusando-se a fazer o papel do tenente britânico Thomas Edward Lawrence, ou simplesmente "Lawrence da Arábia" - apelido dado pelos árabes - mal sabia ele que estava abrindo mão de ser o astro de um dos maiores filmes da história: Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia - 1962). A escolha de Brando fazia parte de uma exigência pessoal do diretor inglês David Lean. No entanto o sonho de ter Brando foi por água abaixo quando o famoso ator declarou ojeriza por desertos. Além disso a sua pedida salarial foi estratosférica inviabilizando sua contratação. Lean, muito a contra gosto teve que desistir de Brando. Com Marlon Brando fora do mega projeto, Lean teve que render-se ao mediano e barato ator irlandês Peter O'Toole, e acertou na mosca. Peter O'Toole numa atuação (quase) mediúnica, e a mais espetacular de toda a sua carreira, encarnou todo o carisma, a coragem, a bravura e a liderança daquele que foi considerado por Winston Churchil, como o "maior britânico de todos os tempos".

O filme, baseado na obra literária escrita pelo próprio Thomas E. Lawrence: "Seven Pillars of Wisdom" (Os Sete Pilares da Sabedoria) e rodado em vários lugares exóticos e belos como os desertos da Jordânia, Marrocos e Espanha, conta como Lawrence começou a ganhar ressonância mundial quando, convocado pelo exército inglês, foi servir num posto avançado na cidade do Cairo (Egito) durante a Revolta Árabe que ocorria quase que simultaneamente à Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Lawrence tinha a função de organizar e colorir mapas, mas nutria um sonho inacreditável: partir para o deserto e realizar a incrível missão de unir todas as tribos árabes em torno de um mesmo ideal: expulsar da cidade de Aqaba (Jordânia) o exército Turco Otomano. Depois de muitas negociações com seus superiores, finalmente, Lawrence lança-se ao deserto montado num camelo e com apenas duas armas: uma coragem férrea e uma fé inabalável. As primeiras cenas no deserto são deslumbrantes e beiram o surrealismo. A trilha sonora quase celestial do compositor francês Maurice Jarre funciona como uma quintessência melódica filtrada pelo calor e pelas areias do deserto, que embala todo o filme e dá o tom e a exata dimensão da importância e grandiloquência da obra.

Com uma coragem e determinação fora do comum que o faz beber menos água e comer menos comida que os árabes - além de uma resistência incrível às intempéries do deserto - Lawrence ganha respeito e admiração de todos os beduínos. Mas para que a invasão à Aqaba seja um sucesso o tenente galês precisa, não só da união de todas as tribos árabes, como também do apoio do Príncipe Faissal (Alec Guiness).

Para o encontro com o Príncipe Faissal, Lawrence ganha o apoio e a amizade do Xeque Ali Kharish (Omar Sharif). Juntos, partem em busca do apoio real para libertar toda a cidade de Aqaba do jugo do Império Otomano. No encontro, Lawrence não busca somente o apoio do Príncipe, mas também tenta fazer com que Faissal desista de seguir as orientações do exército inglês que seria o de treiná-lo para fazer o ataque contra os turcos pelo mar. Lawrence era contra esse plano pois ele queria atacar os turcos por terra que era o flanco mais desprotegido. Faissal é dobrado pelos argumentos e pelo enorme carisma de Lawrence, mas acha loucura que ele faça o ataque por terra pois teria que atravessar o temido deserto de Nefud, conhecido pelos árabes como "a bigorna do sol".


Com o apoio do Príncipe e de várias tribos árabes, Lawrence parte de forma decisiva para a cidade de Aqaba a fim de aniquilar os turcos. As cenas do ataque são espetaculares e grandiosas, transformando-se num dos momentos mais impressionantes do cinema. Os planos de Lawrence incluem não só a conquista de Aqaba mas também a destruição da estrada de ferro turca que liga Damasco a Medina, estrada essa que é vital e estratégica para os turcos.

O clássico recebeu 10 indicações ao Oscar, mas levou apenas 7 estatuetas.

Melhor Filme.
Melhor Direção de Arte (John Box, John Stoll e Dario Simoni)
Melhor Cinematografia (Fred A. Young)
Melhor Realização (David Lean)
Melhor Montagem/Edição (Anne Coates)
Melhor Música (Maurice Jarre)
Melhor Sonorização (Shepperton Studio Sound Department, John Cox-Sound Director)

Em sua primeira apresentação pública o clássico usufruiu do esplendor do “Wide Screen System”, ou seja, do processo “Super Panavision 70”, tendo contado com um elenco masculino de luxo, para a época, do qual se destacam Peter O´Toole (protagonista) Omar Sharif, Sir Alec Guiness, Anthony Quinn, Jack Hawkins e Claude Rains.

Foi o primeiro épico a contar com elenco exclusivamente masculino. Não havia atrizes.

O brilhante diretor David Lean, que cinco anos antes já havia dirigido o "oscarizado", A Ponte do Rio Kwai, sem dúvida realizou um dos maiores filmes de todos os tempos, com filmagens que duraram dois anos em pleno deserto.

Palavras de Steven Spielberg a respeito da obra: "...Eu aprendi a fazer cinema vendo Lawrence da Arábia e toda vez, antes de começar um novo projeto, eu assisto a essa obra-prima como meio de inspiração..." (Steven Spielberg).

Um épico maravilhoso e imperdível.

Telmo Vilela Jr.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Montgomery Clift


Montgomery Clift - Uma pequena galeria de fotos do ator Montgomery Clift. Na primeira foto temos o ator ao lado de Olivia de Havilland, com figurino de época no filme "The Heiress" (1949). Abaixo, no mesmo filme, Clift tira algumas notas ao piano com suas roupas vitorianas. Com direção de William Wyler esse drama romântico histórico recebeu o título de "Tarde Demais" no Brasil. 



James Dean


Fotos raras do ator James Dean - Duas fotos bem raras do famoso ator, o eterno rebelde jovem do cinema  Com essa postagem eu dou o pontapé inicial nesse recomeço do blog "Cinema Clássico". Irei republicando, aos poucos, todas as postagens desse blog que já está online há alguns anos, mas que por problemas técnicos, teve algumas postagens apagadas. Tudo retormará, em breve, sem maiores problemas.



quarta-feira, 6 de junho de 2007

Cinema Clássico: Galeria de Fotos


Merle Oberon e Joel McCrea dividem um saboroso milk-shake no intervalo das filmagens de "Infâmia" (These Three, EUA, 1936), filme dirigido por William Wyler.


James Stewart cercado por diversas starlets em foto promocional do filme "O Mundo é um Teatro" (Ziegfeld Girl, EUA 1941). A direção foi do cineasta Robert Z. Leonard. O elenco ainda contava com Judy Garland e Hedy Lamarr.


Rochelle Hudson ao lado de Henry Fonda em cena do filme "Inocente Pecadora" (Way Down East, EUA, 1935). Drama romântico dirigido por Henry King.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Cinema Clássico: Marilyn Monroe


Marilyn Monroe - A atriz olha com uma certa tristeza do apartamento onde estava hospedada em Londres. Marilyn estava na capital inglesa para filmar "O Príncipe Encantado", comédia romântica com Lawrence Olivier. Ela acabaria não se dando bem com o colega, uma vez que ele era extremamente disciplinado e pontual, duas coisas que definitivamente não faziam parte da personalidade um tanto caótica da atriz.


segunda-feira, 4 de junho de 2007

Cinema Clássico: Galeria de Fotos


Durante um evento social em Hollywood se encontram Rock Hudson, Robert Mitchum e Marilyn Monroe. Na época se especulava sobre os romances da atriz, mas ela nunca se envolveu nem com Rock (que era gay na verdade) e nem com Mitchum (que até tentou algo com Marilyn, mas que acabou sendo rejeitado sumariamente por ela!


Um grande encontro envolvendo Veronica Cooper, Ernest Hemingway, Mary Hemingway, e Gary Cooper. O grande escritor iria surpreender Cooper ao dizer que ele era na verdade seu ídolo, pois adorava seus filmes. Cooper, muito espirituoso, comentou de volta: "O que são meus filmes diante de todos os seus livros maravilhosos?"


Celeste Holm, o cantor Bing Crosby e a atriz Grace Kelly em foto promocional para a Paramount Pictures. Juntos iriam trabalhar no filme "Alta Sociedade". Crosby seria anos depois considerado um dos três melhores cantores do século XX (ao lado de Frank Sinatra e Elvis Presley) e Grace Kelly iria em breve abandonar a carreira para se tornar princesa de Mônaco.

Pablo Aluísio.