quarta-feira, 20 de abril de 2005

Elvis Presley - FTD Easy Come, Easy Go

O lançamento desse título realmente me deixou surpreso. O material de "Easy Come, Easy Go" é tão inexpressivo dentro da carreira de Elvis Presley que pensei que jamais seria explorado pelo selo FTD. Bom, talvez para não deixar buracos o produtor Ernst Jorgensen resolveu então incluir essa trilha na coleção. Infelizmente como já foi escrito aqui no blog todo o projeto relacionado a "Easy Come, Easy Go" foi um fracasso de público e crítica. O filme foi mal nas bilheterias e o compacto duplo com a trilha lançada nos Estados Unidos foi quase que completamente ignorado nas lojas de discos. No Brasil foi bem pior porque a filial brasileira da RCA sequer teve interesse em lançar as canções em nosso país e elas, como não poderia deixar de ser, ficaram anos inéditas por aqui. Na época a RCA esclareceu que se o EP tinha fracassado dentro do mercado americano não havia qualquer razão para chegar nas lojas do Brasil pois o prejuízo comercial seria certeiro. Some-se a isso a enxurrada de críticas negativas lá fora em seu lançamento e você entenderá porque a RCA em nosso país desistiu dos discos de Elvis por volta de 1965. Eles não vendiam mais e como Elvis foi sendo deixado de lado o primeiro reflexo disso foi o não lançamento de seus últimos títulos americanos no Brasil. Só muitos anos depois foi que Marcelo Costa do fã clube SPEPS as incluiu em um disco 100% brasileiro chamado "Elvis by Request volume 2" no distante ano de 1981. As músicas de "Easy Come, Easy Go" ocuparam todo o lado B do antigo vinil. Foi uma forma dele, que foi grande fã de Elvis Presley no Brasil, em lançar em nosso mercado a inédita trilha sonora. Uma atitude que certamente merece todos os reconhecimentos e elogios.

Pois bem, tirando tudo isso de lado e ouvindo novamente as canções temos que admitir que esse material realmente não tem salvação. É ruim, bobinho, inofensivo e muito fora do contexto. Talvez essas musiquinhas ficassem bem em um astro juvenil ao estilo Fabian, mas Elvis Presley? Lamento dizer, mas realmente o conjunto da obra é muito medíocre. Como já tive a oportunidade de escrever antes por essa época havia um descompasso entre a produção musical de Elvis e os fãs que ainda persistiam em acompanhar sua carreira decadente. Elvis e seus produtores pareciam empenhados em apresentar material adolescente, bobo mesmo, para pessoas que já tinham passado de seus 30 anos de idade. O próprio Elvis já estava com 32 anos quando gravou essa trilha sonora boboca. Talvez o Coronel pensasse que os fãs de Elvis ficariam na adolescência para sempre, como um grupo coletivo de fãs de Peter Pan, mas a realidade do mundo natural é outra. O que era divertido aos 16 anos logo se torna idiota quando se fica mais velho. Elvis na verdade estava cantando para ninguém, já que os verdadeiros adolescentes tinham outros ídolos e seus fãs antigos dos anos 50 estavam casados, com filhos e muitas contas a pagar. Não iriam perder tempo ouvindo Elvis cantando bobagens como "Yoga Is As Yoga Does". O resultado de tudo isso não foi complicado de prever mesmo, desencadeando tudo em um enorme fracasso comercial.

FTD Easy Come, Easy Go
Easy Come, Easy Go
The Love Machine
Yoga Is As Yoga Does
You Gotta Stop
Sing You Children
I'll Take Love
She's A Machine
The Love Machine (Takes 1, 2, 3)
Sing You Children (Take 1)
 She's A Machine (Takes 5, 6, 7)
Easy Come, Easy Go (Take 10)
The Love Machine (Takes 4, 5, 11)
I'll Take Love (Takes 1, 2 A)
She's A Machine (Take 10)
Sing You Children (Takes 18, 19)
Yoga Is As Yoga Does (Takes 5, 6)
The Love Machine (Takes 13, 14)
She's A Machine (Take 13)
I'll Take Love (Take 2 B)
You Gotta Stop (instrumental take 1)
Leave My Woman Alone (instrumental take 5)

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Indescribable Blue / Folls Fall in Love

O ano de 1967 na carreira de Elvis Presley começou muito bem com o lançamento logo em janeiro daquele ano do single "Indescribable Blue / Folls Fall in Love". "Indescribable Blue" vinha com um arranjo realmente diferenciado, muito bem produzido, com belos solos de violão espanhol choroso ao fundo, tudo enriquecido com um bonito coro feminino (algo que soava naqueles anos como uma grande novidade nas gravações de Elvis). Era uma canção bem diferenciada dentro da discografia de Presley certamente. A letra evocava a saudade de um amor perdido, com o autor se sentindo "Indescritivelmente triste" com sua situação pessoal. Infelizmente a música, apesar de todos os seus inegáveis méritos em termos de qualidade, arranjo e letra, acabou sendo ignorada pelo público, fazendo com que o single não conseguisse se destacar nas paradas. Era um reflexo negativo da baixa qualidade de suas trilhas sonoras para o cinema. O público não conseguia mais distinguir o que era bom do ruim e acabava ignorando todos os lançamentos de Elvis por essa época, o que era mesmo uma grande pena!

O lado B por sua vez vinha com a alegre e divertida "Folls Fall in Love" que apesar de pregar em sua letra que "apenas os tolos se apaixonam" tinha um arranjo para cima, com Elvis visivelmente empolgado com a melodia e a letra. Obviamente não podia se comparar com a bela "Indescribable Blue" do lado A, mas certamente era salva por sua energia positiva e pelo (novamente) bem produzido arranjo, embora esse seja bem mais tradicional do que o ouvinte havia constatado no lado principal do single. Aqui se sobressaem belos solos de sax e guitarras, tudo resultando em um inspirado momento de Elvis nos estúdios. Embora fosse um cover de Presley para um velho hit R&B dos Drifters, a canção também marcava, mesmo que indiretamente, um reencontro de Elvis com a maravilhosa dupla Leiber & Stoller, que tantos sucessos tinham escrito para ele em seus melhores anos na RCA Victor. Certamente não é nenhuma obra prima, mas consegue manter o bom padrão dentro do compacto, que era de fato muito acima da média das trilhas. No geral ainda não era a mudança tão aguardada pelos fãs nos rumos da carreira do cantor, mas já soava como algo novo, diferente. Elvis só iria mudar tudo mesmo em 1968, pois em 67 os fãs ainda teriam que lidar com muitas tolices e bobagens em sua discografia. Os tempos ruins porém estavam prestes a acabar.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 19 de abril de 2005

Elvis Presley - Milky White Way / Swing Down Sweet Chariot

Outro single lançado em 1966 foi esse compacto gospel com duas músicas extraídas do disco "His Hand in Mine". Certamente são boas canções, diria até mesmo ótimas, gravadas em um momento na carreira de Elvis, em 1960, onde tudo parecia correr muito bem, ou seja, o extremo oposto do que Presley vinha passando seis anos depois. O curioso é que por essa época o cantor começava a afundar de cabeça em suas leituras espirituais, deixando sua carreira completamente de lado. A postura de Elvis nesses tempos era pragmática: a gravadora marcava a sessão de gravação, ele ia até lá e gravava o que lhe era pedido. Simples assim, nem mais, nem menos do que isso. Se as músicas eram boas ou ruins não cabia a Elvis opinar (pelo menos em sua estreita visão do que estava acontecendo ao seu redor). Assim Elvis fazia o que a RCA lhe ordenava, recebia seu pagamento e voltava para suas leituras esotéricas. Afinal de contas ele tinha um padrão de vida excelente, não se preocuparia tanto em escolher as músicas, suas pílulas estavam sempre à mão e Priscilla o apoiava, não importando o que fizesse.

Embora procurasse sempre por um avanço espiritual o fato era que aos poucos Elvis foi novamente caindo na real. Ele havia adotado uma postura de passividade em relação ao material de seus discos desde que voltara para Hollywood, mas devagar foi percebendo que os álbuns não conseguiam mais fazer sucesso e nem se destacar nas paradas. Os Beatles estavam dominando, havia uma nova revolução no rock e ele estava por fora de tudo isso. Leitor das publicações de música Elvis havia se acostumado a ver suas trilhas sonoras sempre entre as dez mais vendidas e quando isso não mais aconteceu começou a se aborrecer de verdade. Ele sabia que as canções não prestavam, tinha plena consciência disso e começou a implodir quando viu seu nome associado a tanta coisa medíocre. Quando também tomou consciência do relançamento da RCA Victor de antigas músicas religiosas como essas, teve a (finalmente) excelente ideia de gravar um álbum novo apenas com música gospel. Afinal de contas se havia dado tão certo com "His Hand in Mine" por que não repetir a dose? Uma coisa era certa, seria um material bem mais relevante do que seu últimos discos, com todas aquelas canções Made in Hollywood sem valor artístico algum.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - FTD Spinout

Meu maior interesse nesse título do selo FTD era realmente ouvir as versões gravadas em estúdio na sua maneira mais crua e sem retoques. Em minha forma de ver a "maquiagem" sonora que foi usada na trilha sonora acabou estragando o resultado final. Além disso nunca perdi a opinião de que a trilha soava mal gravada mesmo nas origens. Para não ser injusto deixei sempre a porta da dúvida aberta. Teria sido mera imperícia de banda e Elvis ou era tudo resultado da péssima edição realizada na mesa de som do engenheiro da gravação da RCA? Infelizmente não há material suficientemente farto na seleção musical para se chegar numa conclusão definitiva. O produtor Ernst Jorgensen aqui trouxe apenas cinco gravações realmente inéditas dentro do mercado. O CD é composto pelas versões originais da trilha sonora (incluindo as bonus songs), seis takes alternativos que já eram conhecidos dos fãs (pois foram lançados antes nos discos "Collectors Gold", no CD "Out In Hollywood" e no box "Today, Tomorrow And Forever") e apenas poucas versões de fato inéditas das canções "Smorgasbord", "Beach Shack", "Never Say Yes", "All That I Am" e "Stop, Look And Listen" (totalizando apenas seis faixas).

Assim ao ouvir todo o CD não consegui mudar minha opinião. A trilha de "Spinout" parece mesmo ter sido gravada às pressas, sem capricho, sem cuidado. Até a voz de Elvis parece sem vida, apressada em acabar logo com aquilo. Os músicos que sempre se mostraram tão virtuosos em trabalhos anteriores de Presley também parecem convencidos que não há muito o que fazer com aquele fraco material e assim se colocaram em um terrível modo de controle remoto, executando suas notas musicais sem muito empenho ou garra. Soam tão talentosos e primorosos quanto um burocrata, um funcionário público brasileiro qualquer, batendo seu carimbo em documentos de pura burocracia. Elvis não está melhor. Embora em algumas faixas a velha chama ainda pareça acessa a maior parte do tempo Elvis parece estar passando a mensagem subliminar para seus músicos de que "vamos acabar logo com tudo para irmos para casa o mais rapidamente possível". Uma pena, a que ponto havia chegado a carreira daquele que havia sido o maior nome da música mundial.

FTD Spinout
1: Stop, Look And Listen
2: Adam And Evil
3: All That I Am
4: Never Say Yes
5: Am I Ready
6: Beach Shack
7: Spinout
8: Smorgasbord
9: I'll Be Back
10: Tomorrow Is A Long Time
11: Down In The Alley
12: I'll Remember You
13: Stop, Look And Listen (takes 1, 2, 3)
14: Am I Ready (take 1)
15: Never Say Yes (takes 1, 2)
16: Spinout (takes 1, 2)
17: All That I Am (takes 1, 2)
18: Adam And Evil (takes 1, 14, 16)
19: Smorgasbord (take 1)
20: Beach Shack (takes 1, 2, 3)
21: Never Say Yes (takes 4, 5)
22: All That I Am (take 4)
23: Stop, Look And Listen (take 6)
24: Smorgasbord (take 5)

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de abril de 2005

Elvis Presley - Spinout / All That I Am

Embora o single "Love Letters / Come What May" tenha deixado os fãs de Elvis cheios de esperanças o fato era que o cantor ainda estava preso aos inúmeros contratos que assinou no começo dos anos 60 e isso significava que pelo menos em curto prazo ele não deixaria os filmes em Hollywood. Assim não tardou a pintar nas lojas de discos o single "Spinout / All That I Am". Mais músicas de filmes. Mais um trilha sonora que estava por vir. Era algo que não estava nas expectativas de ninguém. Os fãs queriam basicamente que Elvis voltasse a gravar álbuns convencionais, realizar shows e deixar os filmes ruins feitos na costa oeste de lado. Afinal de contas depois de coisas como "Paradise Hawaiian Style" a paciência estava chegando ao fim. O curioso é que o Coronel Parker nesse mesmo tempo estava atarefado criando uma campanha para celebrar os "Dez Anos de Elvis Presley em Hollywood", sem entender que nos fãs clubes todo mundo já estava farto de trilhas sonoras e filmes ruins. Em outras palavras, Coronel estava preparando um aniversário que ninguém queria celebrar.

As duas canções já traziam uma ideia do que seria encontrado na trilha sonora. "Spinout" do Lado A seria a canção título do novo filme. Uma gravação com uma sonoridade um pouco diferente, valorizando os efeitos de percussão. A letra era novamente muito boba e não havia nenhum potencial para transformar aquela música em um hit nas paradas. Além disso ela não tinha uma boa qualidade técnica de gravação, com os vocais de Elvis muito à frente de sua banda, o que dava a impressão que tudo havia sido gravado separadamente. Na realidade era uma velha manobra de Tom Parker que tinha chegado na conclusão que os discos de Elvis estavam mal sonorizados, com os vocais de Elvis sendo abafados por seu grupo. Presley não pensava dessa forma, mas Parker passou por cima de sua opinião e resolveu mexer nas gravações por conta própria. Telefonou para a RCA e disse que os engenheiros de som fizessem a mudança. No lado B do single foi encaixada a música "All That I Am", que já soava um pouco melhor, com bonito arranjo, fruto do bom trabalho do novo produtor, Felton Jarvis. Os fãs logo notaram que havia algo de novo ali. A decisão de melhorar as gravações partiu do diretor musical George Stoll da MGM, que havia ouvido a última trilha sonora de Elvis e não gostou do que escutou. Assim ele indicou Jarvis para que esse em Nashville desse um bom "banho de loja" nas músicas para que não parecessem tão fracas. Com o tempo o próprio Jarvis iria se tornar o produtor de Elvis em estúdio. Infelizmente mesmo com as mudanças o single foi um tremendo fracasso comercial, não conseguindo se destacar nas vendas, encalhando vergonhosamente nas prateleiras das lojas nas semanas seguintes.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Love Letters / Come What May

No meio de tantas trilhas sonoras e filmes ruins a carreira de Elvis começou a renascer discretamente no lançamento de singles, alguns desprezados pela própria RCA que não os divulgava adequadamente. Aqui surgia novamente o Elvis Presley puramente cantor, sem as amarras de Hollywood. Para os fãs o primeiro sinal de que algo bom ainda poderia surgir da carreira de Elvis pintou nas lojas em junho de 1966. Foi nesse mês que a RCA Victor lançou o single "Love Letters / Come What May", considerado por muitos o melhor single de Elvis naquele ano, pois contava com as duas ótimas músicas gravadas em maio de 1966. Olhando para trás fica complicado mesmo entender a falta de visão das pessoas que controlavam a carreira de Elvis. Ora, se as trilhas sonoras eram ruins e os filmes verdadeiras palhaçadas, por que insistir em algo que não estava dando certo? Por outro lado quando Elvis entrava em estúdio apenas como cantor, gravando material de qualidade, tudo acabava dando certo. Por que esse lado bom de sua carreira continuava a ser ignorado?

Em maio de 1966 Elvis entrou em estúdio e fez uma bela sessão. Seis canções convencionais e inéditas foram gravadas nessa ocasião, algumas demonstrando que o talento de Elvis ainda continuava intacto e que tudo o que ele precisava mesmo naquele momento era de material com um mínimo de qualidade. "Down In The Alley", "Tomorrow Is A Long Time" (a famosa canção de Bob Bylan), Love Letters (a versão original e não a regravação que deu origem a um disco de Elvis nos anos 70), "Beyond The Reef", "Come What May" e "Fools Fall in Love" mostravam que Elvis estava vivo e respirando, mesmo que com dificuldades. Essas seis canções, se tivessem sido lançadas em um disco normal, teriam amenizado e muito a crise musical e artística da carreira de Elvis. Mas infelizmente os executivos da RCA não souberam aproveitar. O single "Love Letters / Come What May", não contou com o mínimo de publicidade mas mesmo assim alcançou uma razoável posição entre os mais vendidos nos EUA (19º lugar) e um ótimo sexto lugar na Inglaterra! Aos poucos Elvis Presley estava finalmente renascendo das cinzas.

Pablo Aluísio. 

domingo, 17 de abril de 2005

Elvis Presley - FTD Paradise Hawaiian Style

"Feitiço Havaiano" foi um dos maiores sucessos da carreira de Elvis nos cinemas durante os anos 1960. O coronel Parker sempre achou esse filme de Elvis o "produto perfeito". Então uma seqüência (ou quase isso) seria inevitável. Assim nasceu "No Paraíso do Havaí", a tentativa de repetir todo aquele sucesso, ou seja, o coronel Parker colocou Elvis para imitar ele mesmo! A trilha, assim como o filme, é pouco animadora. Tem poucos bons momentos como "Sand Castles" (linda) e muitos péssimos como "A Dog's Life" e "House of Sand". Como o próprio material é fraco e desprovido de maior interesse a única coisa que levará o fã de Elvis a adquirir o CD é sua busca por ter uma coleção completa, já que, vamos ser bem sinceros, tudo poderia ser jogado no lixo sem maiores culpas! O interessante é que o próprio selo FTD tinha consciência que vender esse material não seria nada fácil, assim acabou lançado o CD dentro de um pequeno pacote com duas outras trilhas sonoras do mesmo período. Quem sabe dessa forma o colecionador não se animaria a comprar todos os três títulos, quem sabe...

Os takes alternativos porém trazem um pouco de interesse, pois mostra Elvis no estúdio, tendo que lidar com toda aquela porcariada, para transformar o que já era muito ruim em algo ao menos audível. E isso, meus amigos, não era algo fácil de conseguir. É nítido o desânimo de Elvis em ter que gravar essas faixas, pois além de serem havaianas eram de um má qualidade enorme. Fico imaginando o que se passava na mente dele em momentos como esse. Isso porque Elvis sempre foi o primeiro crítico de seu trabalho. Ele tinha muita cultura musical, desenvolvida desde os tempos de infância em Memphis, quando ouvia o que havia de melhor em termos de música pelo rádio. Imagine você uma pessoa como essa sendo obrigada a gravar todo esse lixo Hollywoodiano, sabendo que sua credibilidade como artista seria abalada quando esse disco chegasse no mercado. Definitivamente não foi algo fácil para uma pessoa como ele, que sabia que tudo, no final das contas, era destituído de valor cultural.

FTD Paradise, Hawaiian Style
Paradise, Hwaiian Style
Queenie Wahine's Papaya
Scratch My Back
Drums Of The Islands
Datin'
A Dog's Life
House Of Sand
Stop Where You Are
This Is My Heaven
Sand Castles
This Is My Heaven (take 4)
A Dog's Life (takes 4,5,6)
Datin' (takes 6,7,8,11,12)
This Is My Heaven (take 7)
Drums Of The Islands (takes 4,5)
Queenie Wahine's Papaya (take 5)
Stop Where You Are (take 1)
House Of Sand (take 3 plus intro)
Paradise, Hawaiian Style (takes 4,1)
Scratch My Back (take 1)
A Dog's Life (take 8)
Sand Castles (take 1)
Datin' (takes 1-4)

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - FTD Frankie and Johnny

Assim encerrando os comentários sobre o filme "Frankie and Johnny" vamos tecer breves comentários sobre o CD do selo FTD dessa trilha sonora. Originalmente foi lançado em 2004 (lá se vão dez anos, como o tempo passa rápido!!!) e talvez por essa razão não seja dos mais simples de encontrar hoje em dia (embora no mundo da internet tudo seja possível). Por essa época a FTD estava bem concentrada nas trilhas sonoras dos anos 60. Além de "Frankie and Johnny" o selo havia lançado "Fun In Acapulco", "Girl Happy", "Harum Scarum" e "Vivas Las Vegas". Todos com encartes de bom gosto, excelente direção de arte, livretos, fotos raras e revitalização sonora. Uma beleza. Outro ponto positivo é que o título vinha com muitas gravações inéditas. Credito isso ao fato de que após seu lançamento nos anos 60 ninguém mais se interessou muito por essa trilha que ficou meio de lado, esquecida. Como não havia nenhum grande sucesso e também como não tinha sido um sucesso de vendas em seu lançamento as canções foram aos poucos sendo esquecidas. Pois bem, o colecionador teve assim em mãos a trilha sonora original e mais 13 faixas completamente inéditas que pela primeira vez chegavam aos fãs. Só isso já valeria a adição do CD na coleção, mesmo que você não simpatizasse muito com a sonoridade de metais ao estilo New Orleans.

Embora recheada de coisas inéditas o CD também apresentava algumas reprises conhecidas. Os fãs já tinha tido acesso ao take 1 de "Frankie and Johnny" no CD FTD "Out In Hollywood" e ao take 10 de "Please Don't Stop Loving Me" no box "Today, Tomorrow And Forever". Para quem viveu a época houve ainda o resgate da versão do acetato de "Frankie And Johnny" que trazia a versão do filme, levemente diferente da do álbum. Fora isso tudo inédito. Pelo relativo sucesso que fez a canção "Please Don't Stop Loving Me" ganhou certo destaque com várias versões. Acho isso até justificável. Agora, complicado mesmo é entender porque deram tanta atenção para a péssima "Petunia, The Gardeners Daughter". Ouvir essa canção uma vez já é ruim, imagine várias vezes!!! Pena que não haja takes alternativos do medley "Down By The Riverside / When The Saints Go Marching In" e nem de "Beginner's Luck". Infelizmente são coisas do destino já que muito material gravado por Elvis em estúdio acabou sendo mesmo jogado fora, seja por engano, seja porque a RCA jogava mesmo na lata de lixo takes de sessões que não mais lhe interessavam comercialmente. Tudo bem, de uma forma ou outra o que sobrou já vale bastante a pena. Resgata uma trilha que o tempo esqueceu. Só isso já justifica completamente o lançamento desses registros fonográficos.

FTD Frankie and Johnny
1. Frankie And Johnny
2. Come Along
3. Petunia, The Gardeners Daughter
4. Chesay
5. What Every Woman Lives For
6. Look Out, Broadway
7. Beginner's Luck
8. Down By The Riverside / When The Saints Go Marching In
9. Shout It Out
10. Hard Luck
11. Please Don't Stop Loving Me
12. Everybody Come Aboard
13. Frankie And Johnny (take 1)
14. Please Don't Stop Loving Me (take 10)
15. Everybody Come Aboard (takes 1, 2)
16. Chesay (take 1)
17. Petunia, The Gardeners Daughter (take 2)
18. Look Out, Broadway (takes 3, 4, 5)
19. Please Don't Stop Loving Me (takes 1, 2, 3)
20. Shout It Out (takes 1, 2, 3)
21. Everybody Come Aboard (takes 9, 10)
22. Chesay (takes 3, 6)
23. Look Out, Broadway (takes 6, 7, 8)
24. Petunia, The Gardeners Daughter (take 5)
25. Please Don't Stop Loving Me (take 7)
26. Frankie And Johnny (takes 3, 4)
27. Frankie And Johnny (Versão do filme - acetato)

Pablo Aluísio.