segunda-feira, 7 de setembro de 2015
Dark Was the Night
Título no Brasil: Ainda Não Definido
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Image Entertainment
Direção: Jack Heller
Roteiro: Tyler Hisel
Elenco: Kevin Durand, Lukas Haas, Steve Agee, Nick Damici,
Sinopse:
O xerife e seu assistente precisam investigar uma série de aparições inexplicáveis nas redondezas de uma pequena cidade americana. Os moradores relatam ter visto estranhas criaturas, com cascos de cavalos, mas que andam sobre duas pernas, algum tipo de animal desconhecido da ciência. Em pouco tempo todos os mais antigos moradores relembram velhas lendas, de demônios que supostamente habitariam as profundezas da floresta local, mas o xerife considera esse tipo de coisa uma grande bobagem, uma crendice sem qualquer tipo de fundamento. Os acontecimentos que virão irão demonstrar que ele está redondamente enganado em pensar assim. Filme vencedor do Screamfest na categoria de Melhores Efeitos Visuais.
Comentários:
Bom, se você curte Criptozoologia (o estudo de espécies animais lendárias, mitológicas, hipotéticas ou avistadas por poucas pessoas) certamente vai ao menos se interessar por esse terror. A história se passa numa daquelas cidadezinhas sonolentas do interior dos Estados Unidos. O xerife local não tem muito o que fazer até que algo incomum acontece. Durante uma expedição floresta adentro um grupo de madeireiros é brutalmente assassinada. Ao mesmo tempo em que ocorrem as mortes inexplicáveis, as pessoas da cidade começam a contar avistamentos fantásticos, como animais estranhos e o surgimento de aparições de pessoas falecidas (o próprio xerife começa a ver seu jovem filho, morto alguns meses antes). Não demora muito e o policial toma conhecimento de velhas lendas. Os mais antigos afirmam que existem demônios ancestrais dentro da escura floresta e agora eles estão de volta para expulsar os moradores que invadiram o território de seu antigo lar. "Dark Was the Night" prioriza bastante o suspense, por essa razão não vá esperar um show de computação gráfico a todo momento. Sim, os monstros surgem nas cenas finais, mas até lá o diretor Jack Heller se mostra mais interessado em criar todo um clima antes do surgimento dos estranhos seres. Como é um filme de curta duração não há como se aborrecer com a ausência explícita dos monstros. Para falar a verdade quando finalmente eles surgem algo se perde, já que o mais interessante era imaginar como seriam. São bem feitos, mas eram melhores em nossa pura imaginação. Quando eles começam a atacar uma velha igreja católica grande parte do suspense também se vai. Não faz mal, é uma boa fita que diverte e consegue manter a atenção, mesmo com a presença de clichês aqui e acolá. Vale conhecer.
Pablo Aluísio.
domingo, 6 de setembro de 2015
Everly - Implacável e Perigosa
Título no Brasil: Everly - Implacável e Perigosa
Título Original: Everly
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Vega, Baby!
Direção: Joe Lynch
Roteiro: Yale Hannon
Elenco: Salma Hayek, Hiroyuki Watanabe, Laura Cepeda
Sinopse:
Ao abrir seus olhos Everly (Salma Hayek) percebe que está em uma situação extrema. Há corpos espalhados por todos os cantos, sangue nas paredes e sinais de que houve um grande tiroteio em seu apartamento. Sequestrada no passado e levada para servir de escrava sexual de um chefão da máfia japonesa, ela agora precisa sobreviver de todas as formas. Depois de descobrir uma mala cheia de dinheiro nos fundos de um quarto ela decide deixar o lugar, algo que definitivamente não será nada fácil pois o apartamento está cercado por todos os tipos de criminosos. A única chance dela é usar todo o arsenal que está a sua disposição para abrir caminho, mesmo que seja no meio de uma chuva de balas!
Comentários:
Um filme bem violento, sangrento e sem medo de mostrar todo tipo de cena com torturas e assassinatos, alguns bizarros causados por espadas de samurai e uso intenso de armas pesadas, de grosso calibre. De certo modo "Everly" chegou a me lembrar até mesmo em seu jeito exagerado de ser dos filmes de Tarantino, em especial "Kill Bill", mas isso claro colocando tudo em seu devido lugar. Isso porque temos que realmente tirar as devidas proporções para comparar essa produção com qualquer obra assinada pelo diretor Tarantino. Agora em termos de estética cinematográfica é tudo realmente bem semelhante. Nunca descobrimos, por exemplo, a razão de tanto ódio dirigido contra a personagem interpretada por Salma Hayek, tudo o que é informado, da forma mais sucinta possível, é que ela teria "traído" seu mentor na máfia japonesa. E isso é só.
Como um filme que está mais preocupado em explorar a violência insana e sem limites de seus rasos personagens do que descer a detalhes de seu enredo, "Everly" aposta todas as suas fichas na mais pura e descerebrada ação. Não que isso implique que o filme não seja divertido, muito pelo contrário, ao se assumir como tal a produção acaba prendendo a atenção do espectador, sempre na expectativa do próximo absurdo que surgirá na tela. Tudo se passa praticamente dentro de um apartamento onde Everly está impossibilidade de fugir. Lá fora e lá embaixo no térreo do edifício há uma verdadeira legião de capangas armados até os dentes. Sem condições de ir até sua filha e sua mãe, Everly as traz para o meio desse campo de batalha onde elas acabam protagonizando cenas do mais puro nonsense. Embora bem violento o filme curiosamente não chega a chocar porque tudo surge bem caricato, nada muito realista ou verossímil. O final em aberto deixa claro que "Everly" seguirá em frente, provavelmente na forma de uma franquia de ação daquelas bem exageradas mesmo. É esperar para ver.
Pablo Aluísio.
Um Domingo de Chuva
Título Original: Like Sunday, Like Rain
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: BB Film Productions
Direção: Frank Whaley
Roteiro: Frank Whaley
Elenco: Leighton Meester, Julian Shatkin, Debra Messing, Billie Joe Armstrong
Sinopse:
A jovem Eleanor (Leighton Meester) tem uma vida complicada. Depois de ir embora da casa dos pais ela vai até Nova Iorque tentar realizar seu sonho de entrar na conceituada escola de música da Juilliard, mas sem dinheiro ou bolsa de estudos acaba se tornando garçonete para sobreviver na grande cidade. Para piorar ela tem um relacionamento tumultuado com o namorado, o músico Dennis (Billie Joe Armstrong). Após brigar com ele em seu trabalho acaba sendo demitida. Precisando de um novo emprego acaba aceitando uma vaga como babá em um rico apartamento do Upper East Side. Lá conhece o pequeno garoto prodígio Reggie (Julian Shatkin), um jovem com um QI acima da média que criará um laço de amizade e afeição com ela.
Comentários:
Esse filme é especialmente recomendado para os fãs da série "Gossip Girl". Isso porque ele é estrelado pela atriz Leighton Meester que interpretava a patricinha malvada Blair Waldorf. Curiosamente aqui ela retorna para o mesmo bairro chique de Upper East Side onde a série se passava, mas ao invés de dar vida a uma mimadinha da região ela vive uma garota da classe trabalhadora que precisa ganhar a vida com os empregos que vão lhe surgindo pela frente. Entre eles está justamente a de ser a babá de um garoto de 12 anos que apesar da idade é um pequeno gênio. Ele toca violoncelo, tem uma mente sofisticada e pensamentos de uma pessoa com uma idade bem superior a da sua faixa etária. Em pouco tempo ele vai se apegando emocionalmente com a nova babá, até porque vive praticamente solitário em um grande apartamento de Manhattan. Sua mãe é uma executiva estressada que vive viajando, jogando a educação de seu filho todo nas mãos de um grupo de empregados da casa. Debra Messing, a Grace Adler da série Will & Grace, interpreta esse papel. Outro destaque interessante do elenco é a presença do roqueiro Billie Joe Armstrong da banda Green Day tentando se dar bem como ator. Ele até que não se sai mal, apesar do personagem ser pequeno e de pouco destaque. No geral é um bom filme, com uma história interessante, que só peca mesmo por não assumir abertamente o amor platônico que o garoto começa a sentir por sua babá. Em tempos tão politicamente corretos a impressão que fica é a de que os produtores tiveram receio ou medo de mostrar um quase romance entre uma jovem garota adulta e um menino de 12 anos. Assim ao invés de explicitar esse aspecto preferiram apenas sugerir tudo. A saída foi um pouco covarde, mas também trouxe uma inegável sofisticação ao enredo.
Pablo Aluísio.
sábado, 5 de setembro de 2015
O Exterminador do Futuro: Gênesis (2015)
Esse novo filme é tão decepcionante, tão decepcionante! Não que a marca Terminator tenha gerado algo que preste nos últimos anos, mesmo sob o ponto de vista dos filmes ruins anteriores esse se supera no quesito porcaria. Na verdade vamos colocar as cartas na mesa. Só existe um filme realmente bom, o primeiro. Era uma produção sem muitos recursos, porém souberam criar um enredo bem bolado e ágil, que caiu como uma luva para o inexpressivo ator austríaco Arnold Schwarzenegger, um fisiculturista que tentava a sorte como ator em Hollywood lá no distante ano de 1984. Com o sucesso houve uma (praticamente) refilmagem, dessa vez com muito dinheiro e recursos, o que resultou em uma ótima produção, com trilha sonora assinada pelo Guns N' Roses (quando eles eram realmente bons e não hoje, quando mais se parecem com um grupo de velhinhos cansados). Depois disso nada mais deu muito certo. A verdade é que a trama básica de Terminator é simples e fácil de entender e por essa razão funcionou que foi uma beleza nos anos 80 e 90. Sem ideias novas e sem renovação, aliado ainda ao desejo de levantar a carreira do Scharza, então foi realizado essa saturada, cansada e confusa quarta parte (ou seria quinta?) da série. Não deveriam ter revirado esse ferro velho!
Gente, vamos ser sinceros. Que coisa chata! Ficou tudo muito fraco, do enredo que é ruim e mal bolado (embora ao contrário do que muita gente vem dizendo até seja mais ou menos fácil de entender) ao elenco, que em muitos casos é sim bizonho. A começar pelo próprio Arnold Schwarzenegger. Quem conhece algumas fotos recentes da férias do ator que foram tiradas na praia já sabe que a velha boa forma física já era, claro, causada pela idade avançada dele. Tudo bem, é a vida, o tempo passa para todo mundo. Para contornar isso o estúdio trouxe um Arnold Schwarzenegger novinho em folha, completamente digital, vindo diretamente de 1984. Ficou bacana, mas também melancólico por vermos as marcas que o tempo deixa nas pessoas. A nova Sarah Connor, a atriz Emilia Clarke, é bonitinha e faz um esforço danado para agradar. Nesse ponto temos que reconhecer. O problema é que o que antes era bem desenvolvido agora sai truncado, enrolado. Nesse processo ela acabou ficando presa (literalmente) numa verdadeira teia de idas e vindas entre passado, presente e futuro que chegou ao ponto de me fazer perder a paciência com o que estava acontecendo. Toda hora a mocinha tinha que dizer "Estou em 2007", "Estou em 1984", "Estou em 1973"... Ah, vá procurar outro para aborrecer! Cansei, não quero mais saber em que ano você está... se ao menos eu pudesse voltar ao passado e não entrar no cinema, isso sim seria uma boa viagem no tempo!
O pior é encarar o bombado e inexpressivo Jai Courtney tentar trazer algum carisma para seu Kyle Reese. Vamos reconhecer que o sujeitinho é chato além da conta. Fora isso existem alguns poucos efeitos especiais realmente interessantes e muita conversa mole para enrolar o espectador que vai bocejar mais de uma vez, por puro tédio. Está na hora de juntar toda essa parafernália de robôs, viagens no tempo e guerras entre máquinas e homens e jogar tudo de volta para o fundo do baú. Já está tudo ultrapassado, enferrujado e cheirando a mofo mesmo. Diante de tantas cenas do Exterminador dizendo que vai voltar toda hora não posso deixar de fazer apenas um pequeno pedido: Não volte mais, por favor! Quem diria que o Terminator seria vítima do próprio passar dos anos? Desce o pano... /
O Exterminador do Futuro: Gênesis (Terminator Genisys, Estados Unidos, 2015) Direção: Alan Taylor / Roteiro: Laeta Kalogridis, Patrick Lussier / Elenco: Arnold Schwarzenegger, Jason Clarke, Emilia Clarke. / Sinopse: Temos aqui mais um exemplar cinematográfico da famosa franquia de filmes de ação e ficção "Terminator".
Pablo Aluísio. .
96 Minutos
Título Original: 96 Minutes
Ano de Produção: 2011
País: Estados Unidos
Estúdio: First Point Entertainment
Direção: Aimee Lagos
Roteiro: Aimee Lagos
Elenco: Brittany Snow, Evan Ross, Sharon Conley, David Oyelowo
Sinopse:
Dois jovens, um negro e o outro branco, acabam sequestrando duas estudantes com a intenção de roubarem seu carro. Uma delas se desespera no momento da abordagem e acaba levando um tiro na cabeça. A outra entra em desespero, mas é levada para o banco de trás do veículo sob ameaças. Dirigindo a esmo os dois criminosos tentam bolar uma forma de saírem daquela situação extrema sem irem parar atrás das grades pelo resto de suas vidas. Filme premiado no Boston Film Festival nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Atriz (Brittany Snow).
Comentários:
Basta um pequeno momento, uma decisão errada, para colocar toda uma vida a perder. Veja o caso de um dos personagens desse filme. Ele é conhecido no bairro como Dre (Evan Ross). Ele é negro e mora num bairro barra pesada na cidade onde nasceu. Tentando fugir do destino da maioria de seus amigos, que acabaram entrando em gangues de criminosos da vizinhança, ele resolveu optar por ir em outra direção, estudando e se esforçando no colégio para ter um futuro melhor. Inteligente e cheio de esperanças ele pretende ir embora um dia daquele lugar para quem sabe cursar uma boa universidade. Seu maior problema talvez seja ser amigo do branco Kevin (J. Michael Trautmann), um sujeitinho marrento, filho de uma prostituta, que deseja virar um gangster, bem o oposto do que almeja para sua vida o próprio Dre. Tentando levar o rapaz para o bom caminho ele resolve levar o amigo para um bairro frequentado por estudantes universitários, para que talvez ele venha a se inspirar em estudar no futuro, quem sabe. Criar uma boa influência em sua mente. O tiro porém sai pela culatra. Num ato impensado Kevin resolve roubar um carro, sequestrando duas estudantes e o pior de tudo, atirando na cabeça de uma delas. A partir daí começa um verdadeiro inferno para Dre. Ele que sempre almejou ter uma vida mais promissora se vê encurralado justamente numa situação que ele mais temia ter que enfrentar um dia em sua vida. O desfecho dessa sucessão de erros é simplesmente brutal (e não poderia ser diferente pois foi um caso real). O roteiro desse filme deixa muitas lições, entre elas a de que não podemos brincar com o destino pois as consequências poderão ser bem trágicas, mais do que poderíamos supor. A outra grande lição é a de demonstrar que nem sempre o chamado "bandido social" é puramente fruto do meio. Muitas vezes atalhos errados na vida levam para esse triste caminho e nesse processo mais uma vida promissora é destruída para sempre.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 4 de setembro de 2015
Quarteto Fantástico
Título no Brasil: Quarteto Fantástico
Título Original: Fantastic Four
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Canadá
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Josh Trank
Roteiro: Jeremy Slater, Simon Kinberg
Elenco: Miles Teller, Kate Mara, Michael B. Jordan, Jamie Bell, Toby Kebbell
Sinopse:
Amigos desde a infância, Reed (Miles Teller) e Ben (Jamie Bell), decidem criar uma máquina revolucionária, que consegue transportar matéria entre dimensões diversas. Assim logo chamam a atenção de um órgão governamental que os leva para um laboratório de última geração. Lá a ideia inicial de Reed é desenvolvida e eles conseguem finalmente criar a ferramenta tecnológica perfeita para essa viagem interdimensional. Os problemas começam quando um grupo deles resolve realizar uma travessia para a outra dimensão sem autorização, o que desencadeia uma série de eventos que mudará suas vidas para sempre. Filme premiado na CinemaCon, EUA.
Comentários:
Desde o seu lançamento esse novo filme sobre o Quarteto Fantástico tem sido massacrado pela crítica e pelos fãs de quadrinhos em geral. Muita coisa foi dita e escrita sobre a produção e por essa razão fui assistir esperando encontrar uma bomba, um verdadeiro abacaxi cinematográfico pela frente. Sinceramente falando não vi nada do que foi tão alardeado por aí. Tudo bem, passa longe de ser uma obra prima ou de ser considerado algum filme marcante. Longe disso. Na verdade é um filme que não vai além do que se vê de forma cotidiana por aí, mas também não desce a níveis abissais em termos de qualidade como foi afirmado por alguns. A maior crítica que faria seria mesmo em relação ao roteiro. Como se trata de um filme de origens percebi que os roteiristas perderam muito tempo com certos detalhes menores, fazendo com que o ritmo da história seja mais lenta do que seria esperado pelos fãs dos personagens. O filme vai avançando e pouca coisa de importante acontece. Como é pequeno (pouco mais de 90 minutos de duração) muita coisa fica pelo meio do caminho.
Além disso a própria origem deles foi modificada, o que levou muitos dos fãs mais radicais a criarem um tipo de indignação desproporcional com o que se vê na tela. Tudo bobagem. A fita é na média, volto a afirmar. Não chega a decepcionar completamente como foi dito por alguns. Apenas acredito que o próprio Quarteto Fantástico seja algo meio fora de moda nos dias de hoje. Eles foram criados na década de 1960 e na época até poderia ser legal ver um sujeito cujo poder era se esticar, tal como se fosse um homem de borracha. Hoje em dia será que algo assim ainda vai interessar a alguém? O mesmo pode-se dizer do jovem que se torna uma tocha humana e da garota que fica invisível. O único personagem que poderia render algo a mais no cinema atualmente seria justamente a coisa, mas ele surge nesse filme até mesmo apagado, como uma figura soturna e abalada pelo seu próprio destino inglório. Enfim, tudo isso são meros devaneios. A questão principal é que realmente não estamos na presença de algo tão ruim como foi amplamente noticiado desde o seu lançamento. "Fantastic Four" versão 2015 é cinema pipoca plenamente digerível, sem maiores problemas.
Pablo Aluísio.
Missão Impossível - Nação Secreta
Título Original: Mission Impossible - Rogue Nation
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Christopher McQuarrie
Roteiro: Christopher McQuarrie
Elenco: Tom Cruise, Rebecca Ferguson, Jeremy Renner, Ving Rhames, Sean Harris, Alec Baldwin
Sinopse:
Dessa vez o agente Ethan Hunt (Tom Cruise) precisa sobreviver após se tornar alvo de uma organização chamada O Sindicato. Durante anos se especulou se ela realmente existia ou não. Para Hunt a confirmação veio ao saber que ele agora é a caça de um grupo de ex-agentes que até então eram considerados desaparecidos ou mortos em ação. Como se isso já não fosse ruim o bastante ele também precisa entender o que se passa com o seu próprio grupo de espionagem que agora está sendo desativado pelo governo americano, com suas antigas funções sendo repassadas para a agência de inteligência dos Estados Unidos, a CIA. Existiria alguma ligação entre os dois eventos?
Comentários:
Esse é aquele tipo de filme que você nem deve se importar muito com história ou roteiro. Como um blockbuster assumido, o filme não tem maiores pretensões artísticas. Tudo se resume em puro cinema comercial pipoca para ficar semanas e semanas em cartaz nos cinemas de shopping center. Um produto para as massas. De bom mesmo temos que reconhecer que essa franquia nunca teve quedas acentuadas de qualidade. Tudo parece se manter em um bom nível, pelo menos em termos de cenas de ação e diversão escapista. Na verdade, se formos analisar bem, "Missão Impossível" é uma coisa velha, ainda dos tempos da guerra fria, quando americanos e soviéticos brigavam no mundo da espionagem para se destruírem mutuamente. Tom Cruise curtia a antiga série de TV quando adolescente e assim que se tornou um ator rico e famoso, resolveu apostar numa jogada de mestre, comprando os direitos por um preço irrisório já que ninguém mais acreditava que algo tão antigo assim e ultrapassado fosse ainda gerar algum tipo de lucro, seja na TV ou no cinema. Cruise estava certo e todos os demais errados. Com a força de seu nome nas marquises de cinema, ele conseguiu reerguer esse ferro velho de tempos passados e hoje está aí, faturando horrores em cada sequência. Isso me faz também pensar que ele desistiu de tentar alcançar um velho sonho que tinha, o de um dia conquistar o Oscar de Melhor Ator.
Depois de vários bons filmes, alguns em que ele estava realmente muito bem, Cruise ao que tudo indica se decepcionou com as indicações que não se transformaram em prêmios e a partir daí se assumiu completamente como um astro comercial e nada mais. Seguindo nessa linha até que esse filme se sai muito bem. O roteiro é primário e sem maiores novidades. Como eu escrevi o que vale o ingresso aqui é ter ao menos duas ou três grandes sequências de ação e só. Nesse aspecto o filme cumpre bem esse tipo de promessa. Há pelo menos duas belas sequências nesse sentido, uma com Cruise pendurado para fora de um avião em decolagem (que inclusive ilustra um dos posters do filme) e outra submersa, quando ele tenta desativar um protocolo de identificação em uma espécie de tubo aquático de alta pressão. Claro que tudo se passando em um ambiente totalmente inverossímil, fantasioso e bem desproporcional, o que no final das contas também faz parte do jogo. Então é isso. Um blockbuster competente que ajuda a passar o tempo com suas cenas espetaculosas. Como todo produto descartável será logo esquecido, mas quem se importa? É como tomar Coca-Cola, não traz nenhum benefício para sua saúde, não tem qualquer valor nutritivo, mas pelo menos é gostoso e mata a sua sede.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 3 de setembro de 2015
Ex-Machina - Instinto Artificial
Título Original: Ex Machina
Ano de Produção: 2015
País: Inglaterra
Estúdio: DNA Films, Film4
Direção: Alex Garland
Roteiro: Alex Garland
Elenco: Alicia Vikander, Domhnall Gleeson, Oscar Isaac
Sinopse:
O jovem estudante de informática Caleb (Domhnall Gleeson) é escolhido por uma grande empresa para participar de um projeto inovador. Ele ainda não sabe do que se trata, porém considera a chance de participar de algo assim como uma grande oportunidade em sua vida. Levado até uma instalação isolada, ele acaba conhecendo Nathan (Oscar Isaac), considerado um gênio em sua area, criador de um dos mais eficientes sites de busca da Internet. Nathan então lhe explica o que deverá fazer. Ele precisará interagir com uma nova forma de inteligência artificial, completamente diferente de tudo o que já foi inventado. O objetivo é saber se já há uma consciência formada nessa nova tecnologia. Filme vencedor do Gérardmer Film Festival. Também indicado ao Empire Awards e ao prêmio da British Society of Cinematographer.
Comentários:
Um excelente argumento é a base de sustentação dessa inovadora ficção. Tudo gira em torno de uma série de experimentos dos quais participará o jovem Caleb. Ele é levado a interagir socialmente com uma nova máquina, hiper avançada, na verdade uma robô chamada Ava (Alicia Vikander). Em seu sistema cognitivo foi instalado uma nova espécie de inteligência artificial que lhe dá consciência de si mesmo e até muito provavelmente emoções humanas. A intenção é justamente sondar a mente dessa nova máquina para entender até onde vai seu potencial. O roteiro assim explora as várias sessões que são realizadas entre Caleb e Ava. Inicialmente parece haver uma aproximação normal, nada diferente do que aconteceria entre dois seres humanos. Ava é curiosa e também esperta, mais ainda do que se esperava. Ela desenvolve sentimentos comuns ao ser humano como simpatia, curiosidade e até mesmo mesmo paixão. Até surpreende a todos com nuances de bom humor no trato social.
O problema é que tendo plena capacidade de entender tudo o que está lhe acontecendo ela também desenvolve um aguçado instinto de preservação pois não está disposta a ser simplesmente desligada ou formatada depois das sessões programadas. Não demora muito e começa a manipular emocionalmente o perspicaz porém inseguro Caleb. Além do roteiro inteligente que explora esse aspecto do homem brincando de ser Deus ao criar criaturas perfeitas, o visual asséptico dos cenários e das ambientações acabam criando uma sensação desconfortável no espectador, tal como se ele próprio estivesse sondando o mundo de Ava. Os efeitos especiais também são extremamente bem inseridos dentro da trama, principalmente na composição do corpo físico da robô. Nada que venha a suplantar a importância do tema em si. Efeitos digitais a serviço de uma boa história e não o contrário como geralmente acontece em produções americanas. Assim não há nada que venha a desapontar nesse novo filme. É uma produção bem realizada, inteligente e muito oportuna pois experiências parecidas ao que vemos na tela já estão em fase de planejamento por grandes empresas do mundo real. O futuro, pelo visto, já está ao nosso redor, em nosso presente.
Pablo Aluísio.
Minions
Título Original: Minions
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Illumination Entertainment
Direção: Kyle Balda, Pierre Coffin
Roteiro: Brian Lynch
Elenco: Sandra Bullock, Jon Hamm, Michael Keaton, Geoffrey Rush
Sinopse:
Os Minions estão na Terra desde o começo da história do planeta. Assim eles surgem na era dos grandes dinossauros, no surgimento do grande Egito Antigo e até mesmo nas guerras Napoleônicas. Agora, tristes e isolados numa região ártica, três minions, Bob, Kevin e Stuart resolvem ir embora atrás de um novo vilão para seguirem. Na viagem acabam parando na Nova Iorque dos anos 60 e lá descobrem que está para ser realizada uma grande convenção de vilões do mundo inteiro em Orlando. Sem pensarem muito, embarcam em uma nova aventura e ficam fascinados pela vilã inglesa Scarlet Overkill. Ela parece ser justamente tudo aquilo que procuravam!
Comentários:
Essa animação existe por motivos puramente comerciais. Depois do sucesso dos dois filmes da franquia "Meu Malvado Favorito" os produtores descobriram que os Minions eram um sucesso e tanto no mundo de brinquedos e produtos em geral para o público infantil. Estampando todos os tipos de bugigangas e mercadorias eles se tornaram mais rentáveis do que os próprios filmes onde eram meros coadjuvantes. Diante do sucesso era de se esperar que eles ganhassem seu próprio filme solo mais cedo ou mais tarde. Na minha opinião não foi uma boa ideia já que as simpáticas e carismáticas criaturinhas não conseguem levar um filme inteiro sozinhos. Eles funcionam muito bem em pequenas sequências divertidas, mas quando ficam o tempo todo em evidência logo surge o cansaço por parte do espectador. O roteiro assim se resume a uma sucessão de gags, algumas divertidas e outras nem tanto. Como os minions não vivem sem seguir algum vilão os roteiristas tiveram que inventar uma, versão feminina e inglesa, chamada Scarlet Overkill (que na versão original ganhou a voz da atriz Sandra Bullock). Usando a própria Inglaterra como cenário a traminha é frouxa e sem muitos atrativos, principalmente para o público alvo da fita que é justamente das crianças com menos de dez anos de idade. Há referências do mundo pop que até soam divertidas como a que envolve os Beatles e a capa do álbum Abbey Road, porém os pequeninos certamente não entenderão esse tipo de piada. A trilha sonora traz vários clássicos do rock dos anos 60 (a estorinha se passa nessa época) e assim somos surpreendidos com o som de grupos como The Doors, por exemplo. Infelizmente nada disso melhora o resultado final, que é bem pálido e descartável mesmo. Apenas o interesse em faturar muito no mercado infantil justifica realmente a existência desse filme, todo o resto é sem maior interesse.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 2 de setembro de 2015
Ricardo Coração de Leão - A Rebelião
Título no Brasil: Ricardo Coração de Leão - A Rebelião
Título Original: Richard the Lionheart - Rebellion
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Claang Entertainment
Direção: Stefano Milla
Roteiro: Gero Giglio
Elenco: Greg Chandler Maness, Derek Allen, Debbie Rochon
Sinopse:
Na Inglaterra medieval do ano de 1173, o nobre Ricardo Coração de Leão (Greg Chandler Maness) lidera uma rebelião para tirar do trono o seu próprio pai, o Rei Henrique II (Derek Allen), considerado um tirano sanguinário e cruel pelo povo inglês. A conspiração conta com os demais irmãos de Ricardo e o Rei da França Louis (Brian Ayres) que tem grandes interesses em terras da Normandia francesa, região ao norte da França ocupada pelos ingleses. Além disso Ricardo também conta com o apoio de sua mãe, a Rainha Eleanor de Acquitaine (Debbie Rochon), que também deseja ver o marido destronado e morto o mais breve possível. Filme premiado no Los Angeles Cinema Festival of Hollywood.
Comentários:
Ricardo Coração de Leão (1157 - 1199) foi uma figura bem peculiar da história britânica. Embora seja considerado um dos maiores monarcas daquela nação ele era na verdade mais franco do que propriamente inglês. Filho de uma francesa, praticamente criado toda a sua infância e juventude no norte da França, ele considerava sua língua natural o francês e não o inglês de seu pai. Tinha modos e educação tipicamente continentais e para falar a verdade não nutria grandes laços emocionais e sentimentais com o povo da Inglaterra. Por qual razão então ele é ainda tão celebrado até hoje naquele país? Talvez a verdade venha justamente dessa rebelião que visava destronar o despótico Henrique II, um sujeito realmente desprezível, apesar de ser seu próprio pai. Quando conseguiu seu objetivo entrou imediatamente no coração do povo da grande ilha. Outro fato digno de nota é salientar que Ricardo Coração de Leão é mais lembrado atualmente por causa de sua participação nas cruzadas do que por qualquer outra coisa que tenha realizado em vida.
A história que o roteiro desse filme porém explora é a de um período histórico bem anterior a essa jornada que iria valer a imortalidade para Ricardo. Aqui ele ainda está tentando alcançar o trono por meio de uma guerra sangrenta. Deixando a questão puramente cronológica de lado temos que reconhecer que o filme "Richard the Lionheart - Rebellion" é apenas mediano. A primeira terça parte inicial vai soar um pouco confusa para o espectador que não conheça melhor os eventos históricos. Depois o filme melhora consideravelmente, principalmente nas cenas de batalhas, mas nada que se revele muito marcante ou brilhante sob um ponto de vista puramente cinematográfico. Na verdade a produção até mesmo deixa a desejar em certos momentos, isso apesar da habilidade do diretor italiano Stefano Milla em esconder essa falta de maiores recursos (algo que ele definitivamente faz muito bem). No final de tudo a fita vai agradar muito mais a quem já tem natural curiosidade ou interesse por aspectos históricos das dinastias britânicas. Já para o espectador comum tudo vai soar apenas como um mero passatempo sem maiores consequências.
Pablo Aluísio.