Roma dominou o mundo antigo. Não havia nenhum outro povo ou civilização que se igualasse aos romanos em termos de conquistas territoriais. Esse segredo de vitórias militares também vinha do sucesso do Legionário Romano. Além de ser um guerreiro profissional, o que nem sempre acontecia em outras civilizações da antiguidade, o soldado Romano ainda era bem equipado, passando por um treinamento puxado, que criava mesmo grandes militares, prontos para qualquer tipo de combate. E não podemos nos esquecer também que os romanos levavam a guerra muito à sério, estudando as táticas dos inimigos, incorporando ao seu próprio exército o que aprenderam no campo de batalha contra outros povos.
Ser parte de uma Legião Romana era um grande orgulho para qualquer família de Roma. Só que a vida era breve e dura. A expectativa de vida desses militares mal chegava nos 30 anos de idade. Algo fácil de entender. Essas guerras eram brutais, face a face, viver ou morrer no campo de batalha. Os que conseguissem viver até os 40 anos eram presenteados pelo Império Romano com uma gleba de terra para que eles pudessem viver seus últimos anos de vida cultivando ao lado de suas famílias. Para um romano de origem pobre esse era a maior fortuna que poderia almejar em sua curta vida.
A dureza vinha no dia a dia das campanhas militares sem fim, muitas vezes em terras inóspitas, enfrentando bárbaros com sede de sangue. Apenas os oficiais montavam em cavalos. As longas viagens, as longas distâncias, eram percorridas à pé pelos legionários. Sempre andando em dupla, lado a lado, formando grandes fileiras de legionários. Essa maneira de ir a todas as províncias romanas levou os imperadores a construírem grandes estradas, algumas delas ainda hoje existentes na Europa. Era uma maneira de deslocar as tropas com mais dinamismo e eficiência.
Além de participar de guerras, os legionários também atuavam como força de ocupação em terras estrangeiras, executando inimigos do Estado romano. Qualquer um que viesse a ser considerado um rebelde ou terrorista contra Roma era executado da forma mais cruel, em uma cruz de madeira. Foi assim que Jesus de Nazaré foi executado, pois pela visão romana ele estava pregando uma rebelião contra o império, afirmando ser o "Filho de Deus", um título que só era cabível e aceito para Reis e Monarcas. Era o que os romanos chamavam de "Lestat", um insurgente, um inimigo do Império. Alguns até defendem que Jesus teria sobrevivido à sua crucificação, mas isso era altamente improvável, pois os Legionários eram assassinos profissionais e jamais deixariam um condenado como Jesus sobreviver aos tormentos de uma tortura como aquela.
Hoje em dia existem vários artefatos históricos dos legionários que foram encontrados em escavações arqueológicas por todo o império. Desde sapatos, espadas, elmos, capacetes, passando por escudos e armaduras. Até mesmo restos mortais de legionários também foram encontrados, inclusive alguns com sinais de terríveis mortes, como a do jovem soldado romano encontrado nas florestas da Alemanha. Seu crânio foi escavado tendo ainda uma grande lança dos bárbaros germânicos atravessando sua cabeça.
Enfim, esses homens lutavam e morriam por seu império e seu imperador. E centenas de milhares nunca retornaram para Roma. Foram mortos e enterrados nos campos de batalha, geralmente lutando contra os povos bárbaros que estavam invadindo o império por todos os lados. Seus esforços não foram em vão pois Roma se tornou o maior império do mundo antigo.
Pablo Aluísio.