quarta-feira, 4 de outubro de 2023

O Titã dos Ares

Título no Brasil: O Titã dos Ares
Título Original: China Clipper
Ano de Lançamento: 1936
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Ray Enright
Roteiro: Frank WeadNorman Reilly Raine
Elenco: Pat O'Brien, Humphrey Bogart, Beverly Roberts, Marie Wilson, Joseph Crehan, Addison Richards

Sinopse:
O filme conta a história real de um pioneiro da aviação chamado Dave Logan. Após o voo realizado por Lindbergh, ele se sentiu inspirado a criar sua própria companhia de aviação que iria levar correspondência e cargas entre os continentes. E sua ambição não encontra limites quando planeja uma rota em direção à China, ao distante Oriente. 

Comentários:
O mundo e o futuro pertencem aos visionários. Esse filme é interessante porque resgata a história desse pioneiro do mundo da aviação que ousou sonhar com rotas comerciais regulares de aviões cruzando os oceanos Atlântico e Pacífico, algo que naquela época era visto como uma loucura, pois os aviões não tinham toda essa autonomia de voo. Além de ser muito arriscados, voos tão longos com aviões ainda não plenamente desenvolvidos para isso, trazia o risco sempre presente de se perder nas viagens, algo que realmente aconteceu com muitos piolotos de aviação, inclusive alguns bem famosos. Seus aviões nunca mais foram encontrados, se perderam nesses mares sem fim. Mas nada disso parecia abalar a coragem dessas pessoas. Penso inclusive que esse filme merecia um remake nos dias atuais. Histórias assim sempre inspiram as pessoas que sonham em romper limites e barreiras de seu tempo. 

Pablo Aluísio.

Luz de Esperança

Título no Brasil: Luz de Esperança
Título Original: Green Light
Ano de Lançamento: 1937
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Frank Borzage
Roteiro: Milton Krims, Lloyd C. Douglas
Elenco: Errol Flynn, Anita Louise, Margaret Lindsay

Sinopse:
O astro Errol Flynn interpreta um jovem cirurgião, um médico brilhante, que assume a culpa por um colega quando uma cirurgia fracassada causa a morte de um paciente. Depois disso sua vida entra em um turbilhão de acontecimentos trágicos e ele tenta dar a volta por cima em sua profissão e em sua vida pessoal. 

Comentários:
A estranheza já começa quando vemos Errol Flynn interpretando um médico sério e centrado. Logo ele que ficou famoso interpretando Robin Hood e piratas dos sete mares, em interpretações físicas e empolgantes, em roteiros que exploravam aventuras e muita movimentação. Já aqui temos um dramalhão com toques religiosos. Realmente bem fora do comum. O livro original que deu origem a esse roteiro foi escrito por um pastor americano do século XIX, então o que temos aqui é basicamente uma história que tenta trazer uma lição de moral cristã, nada muito bem desenvolvido, apenas um instrumento de mensagem subliminar. Talvez por essa razão o roteiro do filme não seja particularmente bem escrito, uma vez que a história em si tem vários furos de lógica. Ainda assim por trazer o vigoroso Flynn em um personagem tão diferente acaba despertando o interesse dos cinéfilos. Um ator fora de seu habitual não deixa de ser algo sempre interessante de se conferir. 

Pablo Aluísio.

O Bandido Mascarado

Título no Brasil: O Bandido Mascarado
Título Original: Dick Turpin
Ano de Lançamento: 1925
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Film Corporation
Direção: John G. Blystone
Roteiro: John G. Blystone, Charles Darnton
Elenco: Tom Mix, Gary Cooper, Alan Hale, Philo McCullough, Lucille Hutton, Bull Montana

Sinopse:
Nesse filme de faroeste o astro Tom Mix interpreta um bandoleiro chamado Dick Turpin. Ele ataca diligências ao longo das trilhas rumo ao oeste. Após os roubos ele divide parte do dinheiro roubado com pobres camponeses. Sua jornada acaba quando a coroa inglesa decide levá-lo à justiça, após assaltar uma diligência com nobres ingleses em viagem. 

Comentários:
Em 1925 Gary Cooper faria seu primeiro western! Isso mesmo, já na sua segunda aparição no cinema ele já abraçava o gênero cinematográfico que iria consagrá-lo no anos seguintes. O filme se chamava "O Bandido Mascarado" e era estrelado pelo maior cowboy do cinema na época, o popular Tom Mix. Mix era um sujeito exagerado e esbanjador que acreditava em seu próprio mito. Tinha um enorme carrão com grandes chifres de touro na frente. Sempre se vestindo de forma espalhafatosa, com enormes chapéus brancos, ele soube muito bem se vender para os estúdios de cinema de Hollywood. Em pouco tempo virou um astro dos mais populares. Se dedicando completamente a filmes de faroeste ele foi uma das primeiras lendas do cinema americano. Atuar ao seu lado foi importante para Cooper porque afinal de contas ele se tornou popular para o grande público. Aparecer em um filme de western com Tom Mix era garantia de ser visto pelo público e pelos produtores, sempre em busca de novos astros para esse tipo de produção. Foi o primeiro grande passo de Cooper rumo ao sucesso.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de outubro de 2023

Assassinato a Sangue Frio

Título no Brasil: Assassinato a Sangue Frio
Título Original: The Onion Field
Ano de Lançamento: 1979
País: Estados Unidos
Estúdio: Black Marble Productions
Direção: Harold Becker
Roteiro: Joseph Wambaugh, Eric Roth
Elenco: John Savage, James Woods, Christopher Lloyd, Ted Danson, Ronny Cox, Lee Weaver

Sinopse:
Dois criminosos em um carro são parados por uma patrulha policial em uma estrada quase desértica perto de Los Angeles. Eles conseguem render os dois tiras durante a abordagem e os levam para um campo de cebola bem distante da cidade. Ali precisam decidir o que vão fazer com os homens da lei. Será que matá-los seria uma boa saída?

Comentários:
Bom filme policial do final da década de 1970. O filme, quando lançado nos Estados Unidos, causou uma certa repercussão porque sua história era totalmente baseada em um crime real envolvendo a execução de dois patrulheiros da Califórnia e os desdobramentos na justiça de tal crrme. O título original do filme, "O Campo de Cebolas", retrata o lugar onde tudo aconteceu. Inclusive o diretor fez questão de filmar tudo no mesmo local onde teria ocorrido os assassinatos. Mostra bem a perversidade e a psicopatia de certos criminosos, o perigo de ser um policial trabalhando nas madrugadas de uma grande cidade dos Estados Unidos na época e os problemas e erros que acabam acontecendo no sistema judiciário daquele país. O cinema dando sua versão do submundo da criminalidade que acontece no mundo real. 

Pablo Aluísio.

Halloween: A Noite do Terror

Título no Brasil: Halloween: A Noite do Terror
Título Original: Halloween
Ano de Lançamento: 1978
País: Estados Unidos
Estúdio: Compass International Pictures
Direção: John Carpenter
Roteiro: John Carpenter, Debra Hill
Elenco: Donald Pleasence, Jamie Lee Curtis, Tony Moran, Will Sandin, Sandy Johnson

Sinopse:
Michael Myers, um psicopata insano e assassino que havia matado a própria irmã em 1963, consegue fugir da instituição psiquiátrica onde havia sido internado. De volta à liberdade, ele retorna para sua cidade natal para se vingar dos moradores que o prenderam anos antes e acaba encontrando como vítima ideal um jovem babá e as crianças que ela está cuidando na noite de Halloween.

Comentários:
Esse foi o primeiro filme de uma longa franquia de filmes de terror que ainda hoje gera novos lançamentos. Na época o produtor apenas queria um filme ao estilo "sangue e tripas" para lançar no feriado do dia das bruxas. Ele acreditava que a metade do marketing viria apenas pelo uso do nome Halloween no título da produção. Ele estava certo pois o filme que custou meros 300 mil dólares iria faturar nas bilheterias mais de 45 milhões de dólares. Méritos também para o jovem diretor John Carpenter que construiu seu filme em cima de nada, apenas de uma ideia vaga do produtor. Ele escreveu o roteiro ao lado da esposa e trabalhou com uma equipe técnica formada por jovens que tinham acabado de sair da faculdade de cinema. Deu certo demais. Até a Jamie Lee Curtis, que na época era vista apenas como a filha do Tony Curtis, começou a abrir seu espaço na carreira. E o Mike Myers, acredite ou não, primeiro surgiu de apenas uma máscara descolorida do capitão Kirk de Jornada nas Estrelas. Carpenter considerou aquele artefato bem assustador, ideal para o assassino do filme! Coisas de um tempo em que o cinema tinha mesmo muita criatividade. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de outubro de 2023

O Negócio é Sobreviver

Título no Brasil: O Negócio é Sobreviver
Título Orinal: The Survivors
Ano de Lançamento: 1983
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Michael Ritchie
Roteiro: Michael Leeson
Elenco: Walter Matthau, Robin Williams, Jerry Reed

Sinopse:
Depois de ambos terem perdido o emprego, dois estranhos tornam-se amigos improváveis ​​depois de um encontro com um suposto ladrão, que na verdade é um assassino de aluguel que guarda rancor dos dois.

Comentários:
Essa comédia do começo dos anos 80 tem algo bem especial, seu elenco. Reuniram dois comediantes excelentes. O veterano Walter Matthau estava entrando naquele momento em sua última fase, curiosamente um período de bons sucessos comerciais no cinema. Ele aprimorou aquele tipo de personagem que o tornaria inesquecível, a do homem velho, meio rabugento, mas ainda dotado de bons sentimentos, apesar do cinismo sempre presente. Já Robin Williams, ainda no começo da carreira, teve a oportunidade de aprender muito com as dicas do experiente Matthau. Pena que esse foi o único filme que fizeram juntos. Uma dupla de bons atores e excelentes comediantes que deveria ter sido unido em outros filmes. De maneira em geral é uma comédia que me agradou bastante e que até hoje, revista, funciona bem. 

Pablo Aluísio.

A Melhor Defesa é o Ataque

Título no Brasil: A Melhor Defesa é o Ataque
Título Original: Best Defense
Ano de Lançamento: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Willard Huyck
Roteiro: Robert Grossbach, Gloria Katz
Elenco: Dudley Moore, Eddie Murphy, Kate Capshaw

Sinopse:
Em tom de humor o filme conta a história de um projeto militar mostrando os dois pontos (de planejamento e de execução) da construção de um novo tanque de guerra, onde um engenheiro tenta fazer o seu melhor enquanto um piloto de tanques do exército sofre todas as consequências de um projeto mal feito. 

Comentários:
Apesar do bom elenco esse filme é bem fraquinho. Também teve lançamento muito modesto na época e não fez sucesso de bilheteria. Nos Estados Unidos mal chegou aos vinte milhões de faturamento, sendo que custou 19 milhões. No Brasil foi lançado timidamente no mercado VHS pelo selo CIC. É um dos primeiros filmes de Eddie Murphy prestes a alcançar seu maior sucesso de bilheteria com "Um Tira da Pesada". Já o bom Dudley Moore tentava se consolidar no cinema após o sucesso de "Arthur". Ainda com esses nomes em destaque o filme não conseguiu atrair a atenção do público. Então é isso, bons atores, bons comediantes, em filme fraco que no final das contas não ajudou muito em suas carreiras cinematográficas naquela época em que chegou aos cinemas. 

Pablo Aluísio.

domingo, 1 de outubro de 2023

Nova York Contra a Máfia

Título no Brasil: Nova York Contra a Máfia
Título Original: Fear City: New York vs the Mafia
Ano de Lançamento: 2020
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Sam Hobkinson
Roteiro: Sam Hobkinson
Elenco: Rudy Giuliani, Frank O'Hara, Joseph F. O'Brien

Sinopse:
Esse documentário mostra os bastidores do amplo planejamento de combate ao crime que foi realizado por policiais, agentes federais do FBI e promotores públicos na cidade de Nova Iorque durante as décadas de 1970 e 1980. Esse plano tinha como objetivo prender os principais chefes das famílias mafiosas italianas na cidade durante aquele período. 

Comentários:
A máfia italiana de Nova Iorque dominou diversos aspectos da cidade desde o começo do século XX. Depois de décadas atuando no submundo do crime, o ministério público americano, a polícia de Nova Iorque e o FBI decidiram que iriam fazer uma ampla campanha para prender os líderes das cinco principais famílias mafiosas que atuavam na grande cidade. Não foi uma tarefa fácil como se pode ver nesse documentário, mas que a médio prazo deu bastante certo. Através de escutas e informantes, os policiais foram chegando nas provas que colocariam esses chefões atrás das grades. Além disso havia a própria guerra interna dentro do crime organizado. As famílias geralmente entravam em conflito, causando muitas mortes entre eles mesmos. Enfim, temos aqui uma prova que é possível combater o crime organizado, desde que haja competência policial e vontade política para atingir esse objetivo.

Pablo Aluísio.

Uma Viagem ao Infinito

Título no Brasil: Uma Viagem ao Infinito
Título Original: A Trip to Infinity
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Jonathan Halperin, Drew Takahashi
Roteiro: Jonathan Halperin, Alex Ricciardi
Elenco: Alan Lightman, Delilah Gates, Stephon Alexander

Sinopse:
Esse documentário tenta desvendar o conceito e os limites do infinito. Previsto pela matemática e demais ciência exatas, seria o infinito algo palpável, que realmente existe no mundo concreto ou apenas uma abstração da mente humana?

Comentários:
Gostei muito da proposta desse documentário. Ele parte de uma premissa básica, a do infinito. Na matemática o infinito é algo substancial, inclusive fazendo parte de cálculos e teorias. A física também abraça o infinito como uma possibilidade teórica, tendo sido inclusive estudado por Einstein em sua teoria da relatividade. Só que o infinito também existe no universo real em que vivemos? E o universo é infinito? Se não for infinito, o que haveria além do universo? Outro universo ou universos paralelos? Todas essas questões são levantadas e discutidas por diversos especialistas nos ramos da ciência que o estudam. Após o final do documentário chegamos em algumas conclusões. Entre elas a de que nossa mente tem um poder de compreensão finita do universo. Temos nossas limitações, inclusive para entender e compreender completamente o conceito do infinito. E assim algumas dessas questões nunca serão respondidas de forma definitiva. 

Pablo Aluísio.

sábado, 30 de setembro de 2023

Indiana Jones e a Relíquia do Destino

Indiana Jones e a Relíquia do Destino
Eu não estava com grandes expectativas sobre esse filme. O último Indiana Jones havia sido tão fraco que eu não acreditava que ainda viria coisa boa dessa franquia. E de fato esse quinto (e presume-se último filme com Harrison Ford) realmente começa mal. O diretor James Mangold, claramente sentindo o peso de dirigir uma propriedade intelectual criada por Steven Spielberg e George Lucas, vacila, se mostra inseguro, na direção do filme. Parece estar com medo. Por isso apela para o mais óbvio, aquelas cenas de perseguições que mais parecem cópias mal feitas dos filmes originais dos anos 80. Embora tecnicamente bem realizadas, achei essas sequências bem bobocas. Nos anos 80 funcionavam, hoje em dia, não! Nos primeiros 60 minutos de filme nada de muito interessante acontece. 

Entretanto, felizmente, esse é um daqueles filmes que vai melhorando com o tempo. Como carro velho que pega no tranco na descida da ladeira, o novo Indiana Jones vai pegando o jeito certo. Muitos podem dizer que essa coisa toda de viagem no tempo é muito saturado. De fato é mesmo, mas pelo menos aqui serviu para melhorar o filme como um todo. Gostei do final quando Jones subitamente se vê nos tempos do império romano. Só não gostei da covardia do roteiro em não ir até o fundo disso. Teria sido ótimo que no final de tudo, o aventureiro Indiana Jones voltasse aos tempos que tanto estudou ao longo de toda a sua vida. Pena que não foram nessa direção. 

Eu gostei do filme como um todo, apesar de reconhecer que ele também é bem irregular, com altos e baixos. Comercialmente o filme não foi bem. A Disney planejava romper a marca do 1 bilhão de dólares em bilheteria nos cinemas. Conseguiu apenas 380 milhões para um filme que custou 294 milhões! Ou seja, pode ser o maior fracasso comercial da franquia. A crítica também não gostou muito e nem o público se empolgou. Daqui pra frente, se forem produzidos novos filmes (acredito que sim), tudo deverá ser novo. Novos atores, novos diretores, em filmes que não custem tanto como esse. Pode até ser que vire uma série no streaming. Enfim, é isso. É o fim de um ciclo, algo que começou tão bom lá nos anos 80 e que depois, como era de se esperar, decaiu. Pois é, nada é para sempre, nem no mundo do cinema. 


Indiana Jones e a Relíquia do Destino (Indiana Jones and the Dial of Destiny, Estados Unidos, 2023) Direção: James Mangold / Roteiro: Jez Butterworth, John-Henry Butterworth, David Koepp / Elenco: Harrison Ford, Phoebe Waller-Bridge, Mads Mikkelsen, Antonio Banderas, Toby Jones / Sinopse: Indiana Jones luta contra nazistas pela posse de um antigo artefato que pode inclusive mudar os rumos da história. 

Pablo Aluísio.