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sábado, 30 de setembro de 2023

Indiana Jones e a Relíquia do Destino

Indiana Jones e a Relíquia do Destino
Eu não estava com grandes expectativas sobre esse filme. O último Indiana Jones havia sido tão fraco que eu não acreditava que ainda viria coisa boa dessa franquia. E de fato esse quinto (e presume-se último filme com Harrison Ford) realmente começa mal. O diretor James Mangold, claramente sentindo o peso de dirigir uma propriedade intelectual criada por Steven Spielberg e George Lucas, vacila, se mostra inseguro, na direção do filme. Parece estar com medo. Por isso apela para o mais óbvio, aquelas cenas de perseguições que mais parecem cópias mal feitas dos filmes originais dos anos 80. Embora tecnicamente bem realizadas, achei essas sequências bem bobocas. Nos anos 80 funcionavam, hoje em dia, não! Nos primeiros 60 minutos de filme nada de muito interessante acontece. 

Entretanto, felizmente, esse é um daqueles filmes que vai melhorando com o tempo. Como carro velho que pega no tranco na descida da ladeira, o novo Indiana Jones vai pegando o jeito certo. Muitos podem dizer que essa coisa toda de viagem no tempo é muito saturado. De fato é mesmo, mas pelo menos aqui serviu para melhorar o filme como um todo. Gostei do final quando Jones subitamente se vê nos tempos do império romano. Só não gostei da covardia do roteiro em não ir até o fundo disso. Teria sido ótimo que no final de tudo, o aventureiro Indiana Jones voltasse aos tempos que tanto estudou ao longo de toda a sua vida. Pena que não foram nessa direção. 

Eu gostei do filme como um todo, apesar de reconhecer que ele também é bem irregular, com altos e baixos. Comercialmente o filme não foi bem. A Disney planejava romper a marca do 1 bilhão de dólares em bilheteria nos cinemas. Conseguiu apenas 380 milhões para um filme que custou 294 milhões! Ou seja, pode ser o maior fracasso comercial da franquia. A crítica também não gostou muito e nem o público se empolgou. Daqui pra frente, se forem produzidos novos filmes (acredito que sim), tudo deverá ser novo. Novos atores, novos diretores, em filmes que não custem tanto como esse. Pode até ser que vire uma série no streaming. Enfim, é isso. É o fim de um ciclo, algo que começou tão bom lá nos anos 80 e que depois, como era de se esperar, decaiu. Pois é, nada é para sempre, nem no mundo do cinema. 


Indiana Jones e a Relíquia do Destino (Indiana Jones and the Dial of Destiny, Estados Unidos, 2023) Direção: James Mangold / Roteiro: Jez Butterworth, John-Henry Butterworth, David Koepp / Elenco: Harrison Ford, Phoebe Waller-Bridge, Mads Mikkelsen, Antonio Banderas, Toby Jones / Sinopse: Indiana Jones luta contra nazistas pela posse de um antigo artefato que pode inclusive mudar os rumos da história. 

Pablo Aluísio.