domingo, 5 de dezembro de 2021

007 - Permissão para Matar

Nessa aventura o agente secreto James Bond (Timothy Dalton) resolve trabalhar por conta própria, indo em busca de vingança contra um perigoso e sanguinário traficante de drogas internacional, responsável pela morte de um agente da CIA, velho amigo e companheiro de Bond em missões conjuntas realizadas no passado. Um jornada em busca de justiça de fundo bem pessoal por parte do famoso personagem criado por Ian Fleming. Apesar da proposta mais inovadora do roteiro, o fato é que não deu muito certo essa segunda atuação do ator Timothy Dalton como James Bond. A famosa franquia tentava se adaptar aos novos tempos e procurou trilhar um caminho mais realista para as aventuras do agente inglês nas telas. O público porém não comprou a ideia. Com uma bilheteria considerada fraca demais pelo estúdio o resultado morno do ponto de vista comercial selou o destino de Dalton na série. Ele foi demitido e os produtores foram atrás de um novo ator (que acabaria sendo Pierce Brosnan, que finalmente daria certo, conciliando público e crítica em torno de seu nome).

Assim o reinado de Timothy Dalton como James Bond só duraria dois filmes, fato que o colocaria à frente apenas de George Lazenby que realizou apenas um filme como Bond nos anos 1960 (o mal sucedido "007 – À Serviço Secreto De Sua Majestade"). Considero Dalton um bom ator, que segurou bem as pontas nesse momento de transição da franquia durante os anos 1980. Roger Moore estava velho demais para o papel e não havia ninguém ainda disposto a aceitar a responsabilidade de encarnar Bond nas telas. Um fato curioso é que Mel Gibson havia sido convidado para suceder Moore, mas recusou alegando que o personagem era "inglês demais" para seu gosto! Ele não gosta de ingleses, como todos sabemos. Esse filme, como o anterior, é bom, bem produzido e com roteiro bem escrito. Infelizmente os fãs queriam mesmo ver as antigas e fantasiosas estórias envolvendo Bond e não o aceitaram muito bem como alguém de carne e osso. De qualquer forma a direção do veterano John Glen manteve a qualidade do filme acima de qualquer crítica.

007 - Permissão para Matar (Licence to Kill, Estados Unidos, Inglaterra, 1989) Direção: John Glen / Roteiro: Michael G. Wilson, Richard Maibaum / Elenco: Timothy Dalton, Robert Davi, Carey Lowell / Sinopse: Um agente, amigo de James Bond, é assassinado por um perigoso traficante internacional de drogas. Depois desse crime James Bond decide ir atrás de vingança. Filme indicado ao prêmio da Edgar Allan Poe Awards.

Pablo Aluísio.

sábado, 4 de dezembro de 2021

Venom: Tempo de Carnificina

São tantos filmes sendo lançados pela Marvel que até mesmo personagens secundários dos gibis ganham sua própria franquia cinematográfica. É o caso desse Venom, um vilão dos quadrinhos do Homem-Aranha que se deslocou do universo do famoso herói para ter a sua exclusiva linha de filmes. Com a chegada desse segundo exemplar posso dizer que nenhum deles é lá grande coisa. São filmes para assistir com muita pipoca, visando unicamente tirar ali pouco mais de uma hora e meia de diversão descompromissada. No fundo é um daqueles filmes de monstros lutando entre si. Nada de novo desde os tempos dos primeiros filmes de Godzila no Japão. Só que aqui tudo turbinado por efeitos digitais de última geração aliado a um roteiro bem simples, pontuado com algumas pitadas de bom humor, muitas delas bem sem graça.

Eddie Brock, interpretado por Tom Hardy (que também produziu em parte o filme e ajudou no roteiro) é um jornalista investigativo que vai atrás de uma nova matéria com o serial killer Cletus Kasady (Woody Harrelson). O problema é que a matéria de Brock acaba levando a inúmeros corpos de vítimas de Cletus e isso o condena à pena de morte. Só que em um lance do acaso o psicopata também se contamina com a substância alien de Venom, o que dá origem a uma nova criatura chamada propriamente de Carnificina. O curioso é que nos quadrinhos essa saga do Carnificina foi bem criticada pelos especialistas na nona arte, mas no cinema até que rendeu uma boa diversão. Pelo visto os deuses da sétima arte são mesmo mais generosos.

Venom: Tempo de Carnificina (Venom: Let There Be Carnage, Estados Unidos, 2021) Direção: Andy Serkis / Roteiro: Kelly Marcel, Tom Hardy / Elenco: Tom Hardy, Woody Harrelson, Michelle Williams, Naomie Harris / Sinopse: Segundo filme da franquia Venom. Na história um perigoso psicopata se contamina com a substância vinda do espaço que deu origem ao Venom. Com isso surge uma nova criatura, um novo monstro, chamado Carnificina.

Pablo Aluísio.

Dunkirk

Título no Brasil: Dunkirk
Título Original: Dunkirk
Ano de Produção: 2017
País: Inglaterra, Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Christopher Nolan
Roteiro: Christopher Nolan
Elenco: Fionn Whitehead, Barry Keoghan, Mark Rylance, Barry Keoghan, Tom Glynn-Carney, Mark Rylance

Sinopse:
O filme mostra, em detalhes históricos precisos, a chamada retirada de Dunquerque quando barcos civis se arriscaram para salvar a vida de milhares de militares ingleses que batiam em retirada de Dunquerque, após um forte avanço das tropas alemãs do III Reich nazista.

Comentários:

Um dos melhores filmes sobre a II Guerra Mundial lançados nos últimos dez anos. O interessante (e estarrecedor) é que muita gente não entendeu as motivações do filme. Para os mais cínicos o filme retrataria um momento embaraçoso para os ingleses, quando eles tiveram que sair às pressas de Dunquerque, após o avanço das tropas nazistas. Não se trata disso. O filme tenta passar o valor da honra de muitos britânicos que se arriscaram para salvar a vida de seus patriotas. Muitos barcos civis se aventuraram no mar para ir até a praia de Dunquerque e de lá trazer os jovens soldados para casa. Não foi um ato de covardia, muito pelo contrário, mas sim um ato de coragem, de bravura, de muito patriotismo. Algumas produções já tinham tratado desse mesmo evento histórico, só que aqui se ganha contornos de uma melhor produção, com os avanços da atual tecnologia de efeitos especiais. Como se pode ver bem na cena dos aviões da Força Aérea real dando rasantes incríveis nas praias de Dunquerque. Enfim, temos aqui um grande filme sobre um grande momento da história da Inglaterra. Mostra bem os valores das pessoas que participaram desse momento único e histórico da Grã-Bretanha. Grande filme. Se você gosta de produções com enfoque na II Guerra Mundial então o filme se torna simplesmente obrigatório.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Assassino à Preço Fixo 2

Título no Brasil: Assassino à Preço Fixo 2 - A Ressurreição
Título Original: Mechanic - Resurrection
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Millennium Films
Direção: Dennis Gansel
Roteiro: Philip Shelby, Tony Mosher
Elenco: Jason Statham, Jessica Alba, Tommy Lee Jones, Sam Hazeldine, Toby Eddington, Michelle Yeoh
  
Sinopse:
Dado como morto, o paradeiro do assassino profissional Arthur Bishop (Jason Statham) finalmente é descoberto. Ele está vivendo no Rio de Janeiro, com outra identidade. O criminoso internacional Riah Crain (Sam Hazeldine) então resolve chantagear Bishop. Ele deverá eliminar três alvos, caso contrário Crain irá matar pessoalmente a garota Gina (Jessica Alba) por quem Bishop está apaixonado. Assim Bishop se vê preso em uma armadilha, mas não sem antes ter algumas cartas mortais na manga.

Comentários:
Terceiro filme com o personagem do assassino Bishop. A primeira produção foi estrelada por Charles Bronson em 1972. Em 2011 tivemos o remake, já com Jason Statham como protagonista. Agora temos a sequência. É a tal coisa, quem vai em busca de algum filme de ação com o astro Statham já deve saber de antemão o que encontrará pela frente. Ele acabou se tornando o legítimo herdeiro dos filmes de ação ao estilo anos 80 e nesse nicho se sai muito bem. É curioso porque esse filme me fez recordar muito algumas produções de James Bond nos anos 70. Estou me referindo à estrutura do roteiro e a seu estilo. Há uma cena, no bondinho do Rio de Janeiro, que é muito parecida com uma sequência de "007 Contra o Foguete da Morte" de 1979. Seu desfecho completamente absurdo (quando ele pula em cima de uma asa delta que vai passando lá embaixo) reforçou ainda mais essa impressão. Outra cena que me chamou muito a atenção vem quando Bishop precisa eliminar um rico empresário australiano (um sujeito inescrupuloso que fez fortuna com tráfico de seres humanos). O tal milionário tem uma enorme piscina suspensa no alto de sua cobertura luxuosa. Essa sequência é de longe a melhor de todo o filme. 

Achei extremamente bem feita, rivalizando com qualquer cena de ação mais bem elaborada da franquia Bond. Realmente ótima. As semelhanças com os filmes de 007 não param por aí. O assassino profissional Bishop faz uma verdadeira tour mundial, passando por inúmeros países (tal como costuma acontecer com Bond). Ele passa pelo Brasil, Bulgária, Austrália, Tailândia e Camboja. As locações, como eram de se esperar, são lindas, o que trouxe uma bela fotografia para o filme. Por fim um aspecto que certamente chamará a atenção dos cinéfilos é a presença no elenco do ator Tommy Lee Jones. Ele é o último alvo do "mechanic". Usando um figurino bizarro, com direito a óculos hippie e barbicha, Jones parece se divertir muito com seu vilão. O espectador deve seguir seu exemplo, encarando o filme como uma grande e descompromissada diversão. Não levar nada à sério é o grande segredo para curtir mais essa eficiente fita de ação estrelada pelo ator Jason Statham.

Pablo Aluísio.

Hitman - Agente 47

Título no Brasil: Hitman - Agente 47
Título Original: Hitman: Agent 47
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos, Alemanha
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Aleksander Bach
Roteiro: Skip Woods, Michael Finch
Elenco: Rupert Friend, Hannah Ware, Zachary Quinto
  
Sinopse:
No passado o governo americano desenvolveu um projeto genético ambicioso que procurava criar o assassino perfeito, sem emoção, sem remorso e sem culpa, apenas eficiência completa na execução de ordens. Com o cancelamento do programa o seu criador, o cientista Litvenko, simplesmente desapareceu, sem deixar vestígios. Agora dois grupos inimigos lutam para descobrir onde ele está se escondendo. A chave para achá-lo é sua filha, Katia (Hannah Ware), que pode saber onde ele vive.

Comentários:
No ano passado a indústria de games divulgou seu resultado financeiro anual. Para surpresa de muitos o mercado de videogames gera atualmente mais dinheiro do que o mundo do cinema. Uma verdadeira fortuna todos os anos. E dentro do universo dos games "Hitman" é um dos jogos mais populares. Basicamente o game é sobre um assassino profissional perfeito. Como as adaptações de quadrinhos e games andam em alta em Hollywood a Fox comprou os direitos de Hitman e produziu esse filme. Eu já havia assistido um filme anterior com o mesmo universo de Hitman, mas esse aqui é bem mais produzido. Até porque os estúdios da Twentieth Century Fox não colocariam sua marca em uma produção fraca ou mal feita. Realmente em termos de efeitos especiais, produção, etc não há o que reclamar. O filme conta com várias locações ao redor do mundo, entre elas Berlim na Alemanha e a exótica e distante Singapura. Tudo muito bem produzido. O problema é que assim como acontece nos games não há muito enredo para contar. São cenas e mais cenas de ação em sequência, sem qualquer perda de tempo para o espectador recuperar seu fôlego. A trama se resume a dois grupos inimigos tentando chegar no criador do programa Hitman. Ele está em algum lugar do mundo, escondido. Colocar as mãos em sua filha significa ter um passo à frente nessa caça. E termina por aí. Talvez os gamers venham a gostar do resultado final, quem sabe. Como cinéfilo o filme não me pareceu grande coisa. Na verdade é um produto bem vazio e sem substância.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Vingança & Castigo

Faroeste da Nefflix. Um Black Western. E o que significa esse termo? Basicamente um faroeste com personagens e atores negros. Um bom filme, com uma história bem escrita que faz o espectador manter o interesse no desenrolar de todos os acontecimentos. No enredo dois criminosos do velho oeste precisam acertar as contas com um passado sangrento. O pistoleiro de armas douradas Rufus Buck (Idris Elba) matou o pai e a mãe de Nat Love (Jonathan Majors) quando ele era apenas uma criança. O tempo passa e Nat forma seu próprio bando de criminosos especializados em roubos a bancos. Só que ele é surpreendido pela notícia de que Rufus está em liberdade novamente após ficar longos anos na prisão. Seus comparsas o libertam quando ele viajava de trem ao ser transferido para uma nova prisão em outro estado. Livre das correntes, Rufus reorganiza sua quadrilha e começa a espalhar o terror novamente no velho oeste. E Nat está disposto a matá-lo para vingar a morte de seus pais anos antes.

O ator Jonathan Majors que interpreta o ladrão de bancos Nat parece ser um tipo dócil demais para enfrentar o vilão Rufus de Idris Elba. Esse sim está ótimo em cena pois capturou muito bem o que o roteiro exigia dele. Seu vilão é um tipo desalmado, que mata uma pessoa como se esmaga uma mosca que está incomodando. O plot twist da cena final também me soou bem idealizado, fazendo uma ponte de ligação ainda mais forte entre os dois personagens. O filme tem ótimas sequências de ação e uma ambientação muito boa, ora lembrando em certos momentos do estilo do western spaghetti. A trilha sonora também é um ponto positivo, com temas que fogem um pouco do estilo tradicional de músicas que você esperaria ouvir nesse tipo de filme, mas que no final se encaixam bem no que vemos na tela. Enfim, um bom western contemporâneo, mostrando que esse gênero cinematográfico tão tradicional ainda vive.

Vingança & Castigo (The Harder They Fall, Estados Unidos, 2021) Direção: Jeymes Samuel, Boaz Yakin / Roteiro: Jeymes Samuel / Elenco: Jonathan Majors, Idris Elba, LaKeith Stanfield, Zazie Beetz / Sinopse: Dois pistoleiros precisam acertar as contas no velho oeste. Rufus Buck (Idris Elba) matou os pais de Nat Love (Jonathan Majors) na sala de jantar de sua própria casa. Agora que Rufus está novamente em liberdade, Nat planeja finalmente sua vingança de sangue.

Pablo Aluísio. 

Diablo

Título no Brasil: Diablo
Título Original: Diablo
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos, Canadá
Estúdio: Orion Pictures
Direção: Lawrence Roeck
Roteiro: Carlos De Los Rios, Lawrence Roeck
Elenco: Scott Eastwood, Walton Goggins, Danny Glover
  
Sinopse:
Após o fim da guerra civil o soldado Jackson (Scott Eastwood) finalmente retorna para casa. Ele resolve levar em frente o rancho de sua família. O problema é que o lugar é atacado por uma quadrilha de bandoleiros mexicanos que levam sua jovem esposa como refém. Desesperado e com sede de vingança Jackson resolve seguir o bando, enfrentando os perigos e desafios de uma natureza hostil e selvagem. Filme premiado no San Diego Film Festival na categoria de Melhor Direção (Lawrence Roeck).

Comentários:
Apesar desse western ser estrelado pelo filho de Clint Eastwood (o que supostamente daria maior crédito a ele, já que Eastwood pai poderia muito bem opinar sobre a produção) o fato é que não há nada demais nesse faroeste. O roteiro é sem maiores novidades, reaproveitando o tema da busca obsessiva pela mulher raptada por bandoleiros mexicanos. O personagem interpretado por Scott Eastwood assim parte pelo oeste afora para salvar sua esposa, numa jornada ao molde tradicional, com toques de obsessão. Em sua jornada encontra ladrões, assassinos e nativos que o salvam da morte certa. O filho de Clint Eastwood, Scott Eastwood, procura seguir os passos de seu pai, um dos maiores ícones do western de todos os tempos. Em termos de elenco porém quem se destaca mesmo é o ator Walton Goggins. A primeira vez que vi Walton em cena foi na série Justified onde interpretava o criminoso alucinado Boyd Crowder. Depois ele foi ganhando cada vez mais papéis interessantes por causa de seu talento, até se tornar mais conhecido do público de cinema no filme "Os Oito Odiados" de Tarantino como o Xerife Chris Mannix. Ele é aquele tipo de profissional que realmente rouba as cenas em que atua. Pior para Scott Eastwood que embora seja muito parecido com seu pai quando jovem, não tem o mesmo talento para atuação. Além disso outro ponto que acaba se sobressaindo nessa produção é a linda fotografia. O diretor Lawrence Roeck resolveu filmar algumas tomadas de cima, nas alturas, com o uso de drones. Isso deu uma perspectiva bonita para as cenas, aproveitando toda a beleza natural daquelas florestas nevadas de pinheiros da região de Alberta, Canadá, onde foram filmadas. Em certos aspectos me lembrou de filmes de faroeste do próprio Clint Eastwood nos anos 70 como "O Estranho Sem Nome". Tecnicamente bonito (temos que admitir), contando com a boa atuação de Walton Goggins, o filme só peca mesmo pelo roteiro, sem novidades e derivativo demais. Se tivessem caprichado um pouco mais nesse aspecto as coisas certamente teria se saído melhor do que vemos. Do jeito que está é apenas um western ok, sem muita originalidade.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

A Lenda de Tarzan

Título no Brasil: A Lenda de Tarzan
Título Original: The Legend of Tarzan
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Village Roadshow Pictures
Direção: David Yates
Roteiro: Adam Cozad, Craig Brewer
Elenco: Alexander Skarsgård, Christoph Waltz, Samuel L. Jackson, Margot Robbie, Casper Crump, Mens-Sana Tamakloe
  
Sinopse:
Muitos anos após abandonar a África e voltar para a Inglaterra, assumindo o título de nobreza de Lord Greystoke, Tarzan (Alexander Skarsgård) é convidado pelo governo belga para voltar ao continente negro. Eles querem que ele veja com os próprios olhos tudo o que o país daquele governo está fazendo em prol das populações nativas. O que Tarzan não desconfia é que tudo se trata de uma cilada arquitetada por Leon Rom (Christoph Waltz) que deseja capturar Tarzan.

Comentários:
Gostei bastante dessa nova aventura do personagem Tarzan. Ao custo de 180 milhões de dólares eles conseguiram reconstruir o clima e a nostalgia das antigas aventuras desse herói, cuja trajetória sempre andou de mãos dadas com o cinema. Olhando para o passado, revisitando os antigos filmes de Tarzan, chegamos na conclusão que esse novo filme (dirigido pelo bom cineasta David Yates de "Harry Potter e a Ordem da Fênix", "Harry Potter e o Enigma do Príncipe" e "Harry Potter e as Relíquias da Morte") seguiu de perto as produções estreladas pelo ator Gordon Scott. Isso porque ao contrário dos primeiros filmes estrelados por Johnny Weissmuller esse aqui também não se preocupa em contar pela centésima vez as origens de Tarzan. Tudo é mostrado rapidamente em flashbacks, muito bem inseridos no enredo. O filme também não se preocupa em explorar muito o lado mais dramático do personagem como vimos, por exemplo, em "Greystoke:A lenda de Tarzan, o rei da selvas". Naquela ótima produção, dirigida pelo mestre Hugh Hudson, havia uma óbvia intenção de se abraçar o realismo. Aqui não, é mesmo uma aventura como nos velhos tempos. E isso certamente é o maior mérito desse filme. Uma ótima matinê, com roteiro redondinho e produção digna da fortuna que foi gasta em sua realização. Os pontos positivos porém não se limitam a isso. As escolhas tanto do protagonista (com o atlético Alexander Skarsgård, muito bem em cena) como do vilão (Christoph Waltz, novamente roubando a cena) se mostraram certeiras. Assim não há realmente do que reclamar. Esse "The Legend of Tarzan" é realmente uma excelente diversão.

Pablo Aluísio.

The Beatles - Get Back - Part 3

Terceira e última parte do documentário "Get Back". Realmente as coisas começam a ficar cansativas para o espectador. São horas e horas de ensaios, geralmente com as mesmas músicas. Cada detalhe, cada nota, é discutida. Os Beatles de fato repetiam uma mesma canção até a exaustão para que ficasse perfeita. Para quem ouvia os discos era uma maravilha. Entretanto assistir a esse trabalho todo fica mesmo um tanto cansativo. As coisas só melhoram quando surge a garotinha Heather, filha de Linda. Ela vai ao estúdio e como toda menina de seis anos está a todo vapor na energia. Ela cria algumas baguncinhas que animam o ambiente. John contando a história do gatinhos para ela é bem divertida. Igualmente engraçada é a cena em que ela canta no microfone, imitando a Yoko e seus gritos. Todo mundo ri no estúdio, mas ninguém explica a piada para não ofender John Lennon, é claro!

A terceira parte também é salva por causa da apresentação no terraço do prédio Apple. Você já viu isso no filme original "Let It Be", mas nunca de forma tão completa. Os detalhes são mais explorados. Coitados dos dois policiais que ficam lá embaixo enquanto os Beatles tocam no alto do prédio. Educados e polidos, eles esperam pacientemente os Beatles terminarem seu show. Se fosse os policiais brasileiros... Muitas críticas estão surgindo nas redes sociais afirmando que as músicas nunca aparecem na íntegra. Isso foi proposital, uma decisão da Apple. Eles acreditam que se as músicas surgissem completas aqui no documentário as pessoas deixariam de comprar o recente box de cinco CDs de "Let It Be". Faz sentido pensar assim? Bom, eles devem ter seus motivos, ainda mais atualmente com a indústria fonográfica em eterna crise. No geral, apesar de certos momentos cansativos, vela muito a pena assistir a tudo. Quase 8 horas de documentário! É uma maratona, sem dúvida, mas que vale a pena ser percorrida.

The Beatles - Get Back - Part 3 (Inglaterra, 2021) Direção: Peter Jackson / Roteiro: Peter Jackson / Elenco: John Lennon, Paul McCartney, George Harrison, Ringo Starr, Yoko Ono, Linda Eastman, Mal Evans, George Martin, Michael Lindsay-Hogg, Glyn Johns, Neil Spinall / Sinopse: Terceira e última parte do documentário. Os Beatles continuam seus ensaios na Apple e decidem finalizar o filme tocando no alto do prédio de sua gravadora. A apresentação de poucas canções gera protestos e reclamações dos vizinhos que chamam a polícia. Paul McCartney tem finalmente o clímax que tanto esperava.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 30 de novembro de 2021

The Beatles - Get Back - Part 2

Fiquei surpreso com a duração dessa segunda parte. São quase 3 horas de filme! Realmente havia muito material para Peter Jackson trabalhar. O resultado como sempre é muito bom. Aqui os Beatles decidem ir embora de Twickenham. Não foi uma boa experiência. Aquele grande estúdio mais parecia um velho galpão. Era frio e nada acolhedor. A solução eles encontram em casa. Decidem gravar o resto do disco nos próprios estúdios da Apple, no porão do prédio de seu selo. Geprge Harrison retorna ao grupo e a chegada do pianista Billy Preston melhora bastante o clima entre eles. Na Apple as coisas começam a melhorar. Os Beatles começam a acertar e as faixas começam a ser gravadas. Tudo parece ter voltado aos eixos.

Entretanto ainda fica sem solução a questão do show que iria encerrar o filme. Eles tinham ouvido várias propostas, algumas bem estranhas, mas no final de tudo eles decidem simplesmente subir no telhado do prédio da própria Apple para encerrar o filme. Definitivamente não era a melhor solução, mas diante das circunstâncias, o que poderia se fazer? Paul sobe no telhado e faz uma checagem. Será que aquilo aguentaria o peso dos Beatles, da equipe de filmagem e dos equipamentos de som? Olhando para o passado fico até perplexo por eles terem decidido algo tão fora do script. Porém era a tal coisa, ou faziam o show no telhado ou o filme ficaria sem um clímax, um dinal adequado. Esse show obviamente ficou para a terceira e última parte do documentário. Então que venha mais algumas horas desse excelente filme.

The Beatles - Get Back - Part 2  (Inglaterra, 2021) Direção: Peter Jackson / Roteiro: Peter Jackson / Elenco: John Lennon, Paul McCartney, George Harrison, Ringo Starr, Yoko Ono, Linda Eastman, Mal Evans, George Martin, Michael Lindsay-Hogg, Glyn Johns, Neil Spinall / Sinopse: Segunda parte do novo documentário sobre os Beatles dirigido por Peter Jackson. Os Beatles deixam o Twickenham Studios para trás e voltam para o prédio da Apple onde as coisas começam a dar certo novamente. Eles gravam as primeiras faixas do novo álbum e decidem fazer um show no telhado da Apple para finalizar o documentário "Let It Be".

Pablo Aluísio.