quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019
Dallas
O problema é que o ator Larry Hagman morreu bem no meio de uma dessas novas temporadas e isso me fez perder completamente o interesse por essa nova "Dallas". Devo dizer que não me arrependi de ter visto essas duas novas temporadas. Foi uma espécie de despedida de JR e do próprio ator que o interpretou. Além disso a ótima trilha sonora (com destaque para a música de abertura) sempre iria valer a pena. Assim fechei de uma vez por todas as portas para "Dallas", com um misto de tristeza e nostalgia. Nada mais seria como antes, essa é a conclusão. Abaixo publico alguns poucos episódios que resenhei. São apenas amostras avulsas, esporádicas. Vale pelas impressões que tive quando ainda estava assistindo a série. The End.
Dallas 2.09 - Ewings Unite
A morte do ator Larry Hagman deixou um buraco muito grande em "Dallas". Não é novidade para ninguém que seu personagem J.R. Ewing era a alma da série, tanto em suas temporadas originais quanto aqui nessa nova repaginada. Esse é o primeiro episódio após a morte de J.R. e apesar dele não mais aparecer fisicamente é a presença mais constante em todo o episódio, fruto é óbvio de sua importância dentro dessa trama. E por falar em trama a velha e boa "Dallas" continua a mesma, com todo mundo querendo passar a perna em todo mundo. Nesse aqui temos após a leitura do testamento de J.R. uma tentativa de união entre Bobby, John Ross e Christopher! Mas é óbvio que em se tratando da família Ewing nenhum tipo de união dessa vai muito longe. Melhor não confiar em ninguém realmente. Bom episódio que marca o começo da tentativa de se levar "Dallas" adiante, mesmo sem seu mais marcante personagem. / Dallas 2.09 - Ewings Unite (EUA, 2013) Direção: Steve Robin / Roteiro: David Jacobs, Cynthia Cidre / Elenco: Jesse Metcalfe, Josh Henderson, Jordana Brewster.
Dallas 2.12 - A Call to Arms
Essa nova versão de "Dallas" começa a perder o fôlego. Com a morte de JR Ewing a série ficou sem seu personagem mais forte e em consequência também se perdeu muito em termos de carga dramática. Cada novo episódio se mostra apenas como uma tentativa de reviver os bons tempos, mas obviamente sem o mesmo sucesso. De certa forma você já assistiu tudo isso antes - Cliff Barnes (Ken Kercheval) segue realizando todas as manobras para se apoderar das empresas Ewing. Isso inclui até mesmo colocar em risco a vida da própria filha e de seus netos! O problema é que Barnes não tem mais seu antagonista perfeito dentro da trama (papel que cabia a JR, claro) e assim vamos acompanhando aquela moçada jovem do novo elenco tentando barrar suas vilanices. Está um pouco cansativo, certamente. Curiosamente para o público americano isso tem sido de menor importância pois a série tem conseguido atingir e manter bons índices de audiência. Uma nova temporada foi renovada e sabe-se lá como os roteiristas conseguirão levar essa fórmula desgastada pelos anos em frente. Estou predisposto a assistir essa segunda temporada até o fim, mas seguir adiante ainda é uma incógnita. Confesso que é uma tarefa que está a cada dia mais complicada. Provavelmente jogarei o chapéu texano fora depois do fim dessa segunda rodada de episódios. / Dallas 2.12 - A Call to Arms (EUA, 2013) Direção: Ken Topolsky / Roteiro: David Jacobs, Cynthia Cidre / Elenco: Josh Henderson, Jesse Metcalfe, Jordana Brewster.
Dallas 2.13 - Love & Family
A nova "Dallas" está chegando no final de sua segunda temporada. É curioso porque apesar de ser uma nova roupagem da antiga série em essência tudo continua igual ao passado. O foco é sempre centrado no duelo entre a Barnes Global e as empresas da família Ewing, uma querendo dominar a outra. Nesse episódio o grupo Ewing tem apenas 24 horas para quitar um empréstimo milionário. Caso não seja pago a empresa vai parar nas mãos de Cliff Barnes (Ken Kercheval). Para evitar isso Bobby Ewing (Patrick Duffy) faz de tudo para localizar sua ex-esposa, que está desaparecida e ao que tudo indica está morando em Zurique. Ela detém um terço das ações da empresa de Barnes e poderia virar o jogo em favor da família Ewing. Somando-se as ações dela com as de Pamela Rebecca Barnes (interpretada pela linda atriz argentina Julie Gonzalo) os Ewing assumiriam o controle do grupo de Cliff Barnes, enquanto ele pensa estar dominando a Ewing. Confuso não é mesmo? Eu roubo sua empresa e você a minha! Coisas de "Dallas". Na outra linha narrativa Drew Ramos (Kuno Becker) confessa ter participado do atentado à plataforma de petróleo da empresa de Bobby. Ele precisa fugir para evitar ser assassinado, mas se torna uma peça chave nessa guerra corporativa. Se falar o que sabe o próprio Cliff Barnes pode ir parar atrás das grades! O episódio termina com um casamento surpresa que ninguém esperava, onde obviamente o amor pesa menos do que os interesses financeiros. Afinal estamos falando de "Dallas" onde todos os personagens mais se parecem com víboras do que com qualquer outra coisa. / Dallas 2.13 - Love & Family (EUA, 2013) Direção: Randall Zisk / Roteiro: David Jacobs, Cynthia Cidre / Elenco: Jesse Metcalfe, Josh Henderson, Jordana Brewster, Julie Gonzalo.
Dallas 2.15 - Legacies
Aos trancos e barrancos cheguei no final da segunda temporada da nova série "Dallas". Depois da morte de J.R Ewing (Larry Hagman) pensei seriamente em deixar de acompanhar a série, mas como os roteiristas são verdadeiros malas (e especialistas em capturar a atenção do espectador) acabei indo até o fim para saber como esse grande personagem morreu. É justamente nesse episódio que descobrimos finalmente como! [A partir desse ponto escreverei spoilers, então se ainda não viu ou não sabe sobre a morte de J.R. não siga lendo o texto]. A versão que todos estavam sabendo até agora era a de que J.R. havia sido encurralado em um hotel no México e morto de forma covarde por um assassino profissional contratado por seu inimigo Cliff Barnes (Ken Kercheval). Bom, nesse episódio descobrimos que J.R. encomendou sua morte ao seu próprio capanga Bum (Kevin Page). Ele deveria matar J.R. (que estava com câncer terminal), criando uma série de evidências para confirmar seu suposto assassinato, levando assim Cliff a assumir toda a culpa, o jogando na cadeia pelo resto de sua vida. Uma vingança final de J.R. contra um de seus piores inimigos no mundo dos negócios. Achou forçado e sem noção? Ora, meu amigo, isso é "Dallas", um típico novelão americano onde reviravoltas desse tipo não causam maiores surpresas. Com essa trama final chega ao fim a história de J.R. em "Dallas", certo? Errado! O fantasma dele não será deixado em paz. A ponta solta para a próxima temporada também envolve o personagem mais famoso de "Dallas", que no passado havia roubado terras do pai de Elena Ramos (Jordana Brewster) abrindo margem assim para que ela resolve se unir a Cliff para se vingar da família Ewing de uma vez por todas! Com isso só podemos ter pena de Christopher Ewing (Jesse Metcalfe) mesmo, já que será a segunda esposa em sua vida que agora quer ver sua caveira numa estaca! Esse cara realmente não tem sorte com as mulheres... / Dallas 2.15 - Legacies (EUA, 2013) Direção: Steve Robin / Roteiro: David Jacobs, Cynthia Cidre / Elenco: Jesse Metcalfe, Josh Henderson, Jordana Brewster.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2019
Yellowstone
Nova série que está chegando agora no Brasil. Nos Estados Unidos recentemente estreou a segunda temporada. Aqui temos o estado rural de Montana, com suas pequenas cidades, estilo de vida rural, pecuária e fazendas de perder de vista de tão grandes. Kevin Costner é um desses fazendeiros ricos da região. Ele, apesar de ter uma bela e rica fazenda, também trabalha como comissário de polícia, ou como dizem os moradores, como xerife da cidade. Também é pai de uma grande família, com seus filhos ocupando posições de destaque no lugar. Um dos filhos é advogado, a outra é executiva de uma grande empresa. Alguns são meros cowboys, trabalhando para o pai.
No primeiro episódio intitulado "Daybreak" temos a apresentação de todos os personagens. Logo na primeira cena Costner se recupera de um grave acidente. Ele estava transportando cavalos quando se chocou com outro veículo. O resultado é que precisa sacrificar um dos animais com um tiro na cabeça, isso tudo quando ainda está sangrando dos ferimentos que sofreu. Coisa de cowboy de Montana, coisa de macho! Tirando as brincadeiras de lado o fato é que gostei desse primeiro episódio. Possa ser que a série siga os caminhos de "Dallas" se tornando uma novela americana, mostrando as intrigas dentro de um clã familiar, mas ainda é cedo para classificar "Yellowstone" dessa maneira. Assim vamos conferir os próximos episódios para ver no que tudo isso vai dar. As expectativas são boas.
Yellowstone (Estados Unidos, 2018) Direção: Taylor Sheridan / Roteiro: Taylor Sheridan, John Linson / Elenco: Kevin Costner, Luke Grimes, Kelly Reilly, Wes Bentley / Sinopse: John Dutton (Costner) é um rico fazendeiro que também trabalha de xerife na cidade. Quando um novo chefe tribal é colocado como líder dos nativos locais, logo se cria uma série de atritos entre os dois membros mais destacados da região de Montana.
Pablo Aluísio.
Chicago Fire
No total, até o momento, são sete temporadas. Alguns personagens foram trocados, outros amenizados, colocados de lado, mas sempre mantendo um mesmo núcleo que garante a fidelidade dos telespectadores. Recentemente uma terceira série, chamada "Chicago Med", sobre médicos, foi criada pelos mesmos produtores. Inclusive, de tempos em tempos, há um cruzamento de elenco e tramas entre as três séries, rendendo especiais que são exibidos na TV americana, na popular NBC TV. Abaixo segue as poucas resenhas que escrevi de "Chicago Fire". É uma pequena amostra do que acompanhei. Talvez, um dia, eu volte a assistir a série, porém vou acompanhar a temporada mais recente, para não perder muito tempo. Como os episódios são relativamente independentes, não há maior problema em fazer esse tipo de "pulo". Segue abaixo os textos que escrevi e que agora são compilados nessa postagem. Espero que gostem.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019
Oscar 2019
A grande surpresa da noite foi a premiação de "Green Book - O Guia" como o melhor filme do ano. Ninguém estava apostando nele. Geralmente os ditos experts afirmavam que "A Favorita" ou então "Roma" levaria esse prêmio. Como a premiação é uma votação venceu mesmo o gosto pessoal dos membros. E foi uma boa escolha, um filme, como já escrevi aqui, muito bom, com roteiro bem estruturado, mandando uma mensagem sem ser chato e pedante. Foi uma boa escolha e eu pessoalmente fiquei bem satisfeito. O filme sempre foi um dos meus preferidos desse ano.
No prêmio de melhor direção tivemos a premiação de Alfonso Cuarón por "Roma". Um prêmio normal, nada demais. O filme levou também o Oscar de melhor filme em língua estrangeira. Essa dobradinha é bem incomum na história do Oscar. Geralmente o premiado em melhor direção é o diretor do filme que leva o Oscar de melhor filme. Assim temos outra surpresa entre os premiados. "Roma" também levou o prêmio de melhor fotografia, o que me pareceu forçado. Nessa categoria "A Favorita" estava muito acima.
Outro prêmio que trouxe surpresa foi o de melhor atriz. Todos estavam apostando em Glenn Close por "A Esposa". Só que a rainha Anne levou a melhor. Isso mesmo, o prêmio foi levantado por Olivia Colman de "A Favorita". Merecido demais. A atriz realmente fez uma atuação brilhante. Nada do que reclamar. Em atriz coadjuvante quem levou a melhor foi a atriz negra Regina King por "Se a rua Beale falasse". Esse prêmio era mais esperado. Hollywood faz uma espécie de mea-culpa por causa da questão racial. Sempre que possível eles estão preferindo premiar artistas negros. O mesmo pensamento vale para Mahershala Ali de "Green Book - O Guia". Ele interpreta o músico negro e culto que precisa lidar com um italiano casca grossa durante uma viagem ao sul dos Estados Unidos, durante os anos 1960. A palavra que define o trabalho de Ali nesse filme é dignidade.
Rami Malek venceu o Oscar de melhor ator por "Bohemian Rhapsody". Foi um alívio para o estúdio e seus produtores. Ninguém estava esperando por mais premiações importantes por esse filme que é um grande sucesso (mais de 800 milhões de dólares arrecadados), mas que também teve sua leva de críticas negativas. "Infiltrado na Klan" ganhou o Oscar de melhor roteiro adaptado e "Green Book - O guia" de melhor roteiro original. A premiação do filme de Spike Lee nessa categoria foi outro exagero. O roteiro de "Poderia me perdoar?" é muito mais inspirado e bem feito, Isso só para citar um dos concorrentes. Exagero total. Erraram a mão nessa categoria.
Por fim, chegando nas categorias ditas menores e técnicas, tivemos a premiação de "Homem-aranha no Aranhaverso" como melhor animação. Outro erro, justificado apenas pelo fato da academia ter encontrado um jeito de homenagear Stan Lee. Olhando para a lista de concorrentes havia pelo menos mais duas animações muito melhores, "Os Incríveis 2" e "Mirai". E por falar em super-heróis da Marvel o filme "Pantera Negra" não venceu o Oscar de melhor filme do ano, óbvio, mas não ficou de mãos vazias, levando para casa as estatuetas de Melhor Direção de Arte, Figurino e Trilha Sonora. Já está de bom tamanho, os realizadores devem dar graças a Deus. Já "O Primeiro Homem", ignorado nas principais categorias (os produtores esperavam mais), pelo menos levou um Oscar de consolação, o de Melhores Efeitos Especiais. Melhor do que nada.
Pablo Aluísio.
domingo, 17 de fevereiro de 2019
Bohemian Rhapsody
Fora isso, tudo bem reconstruído. O lado mais promíscuo de Mercury foi amenizado. Temas fortes de sua biografia como sua homossexualidade, a diversidade de parceiros sexuais e por fim a descoberta que tinha AIDS foram tratados com delicadeza e suavidade pelo roteiro. Afinal o estigma e o preconceito ainda existem e não poderia haver em nenhum momento a intenção do filme em macular de alguma forma a biografia de seu protagonista, aqui enfocado como lendário. Porém, para finalizar, temos que dizer que nenhum detalhe cinematográfico vai superar a força da música do Queen. Essa é realmente imbatível. A trilha sonora salva o filme em inúmeros momentos. Basta uma leve caída para o diretor puxar logo um grande hit, ganhando com isso a cumplicidade do público. É como ter um craque em um time mais ou menos. Sempre será possível surgir um gol de gênio no último segundo para salvar todo o conjunto, todo o time. Assim a trilha sonora é a grande arma dessa produção. Sem ela nada poderia se sobressair. Com a música do Queen o gol de placa se mostrou garantido.
Bohemian Rhapsody (Inglaterra, Estados Unidos, 2018) Direção: Bryan Singer / Roteiro: Anthony McCarten, Peter Morgan / Elenco: Rami Malek (Freddie Mercury), Lucy Boynton (Mary Austin), Gwilym Lee (Brian May), Ben Hardy (Roger Taylor), Joseph Mazzello (John Deacon) / Sinopse: Cinebiografia do cantor de rock Freddie Mercury e sua banda Queen, grande sucesso de vendas durante os anos 70 e 80. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Ator (Rami Malek), Melhor Edição (John Ottman), Melhor Edição de Som (John Warhurst, Nina Hartstone) e Melhor Mixagem de Som (Paul Massey, Tim Cavagin e John Casali).
Pablo Aluísio.
sábado, 16 de fevereiro de 2019
Braven
Ao chegarem na cabana encontram uma sacola cheia de drogas dentro. Problemas à vista. Toda aquela cocaína tem a ver com um dos empregados de Momoa, que usou seus caminhões para transportar o tráfico. A questão é que os traficantes agora estão vindo em busca da "mercadoria", o que abre margem para um confronto violento, de um lado Momoa e seu pai, do outro os criminosos. Stephen Lang que interpreta o pai do personagem de Momoa, fez um filme bem interessante, que assisti há pouco tempo, chamado "O Homem das Trevas", onde interpretava um homem cego que via sua casa sendo invadida por ladrões. Além disso ele foi o inquisidor da série "Salem". É um ator que gosto bastante, ótimo para interpretar sujeitos durões, sem um pingo de piedade. No final das contas ele acaba sendo a principal razão para assistir a esse mediano "Braven"; Com roteiro sem novidades e poucas cenas de ação realmente empolgantes, esse filme se torna bem descartável mesmo, a não ser pela presença de Lang, que é definitivamente o único motivo para conferir essa nova produção.
Braven (Braven, Estados Unidos, 2018) Direção: Lin Oeding / Roteiro: Michael Nilon, Thomas Pa'a Sibbett / Elenco: Jason Momoa, Stephen Lang, Jill Wagner / Sinopse: Joe Braven (Jason Momoa) e seu pai Linden (Stephen Lang) decidem passar um tempo numa cabana distante, localizada no alto da montanha. Chegando lá encontram uma mochila com grande quantidade de cocaína dentro. Claro, as drogas pertencem aos traficantes da região que farão de tudo para recuperar sua preciosa "mercadoria".
Pablo Aluísio.
De Volta ao Jogo
O filme investe numa linha de ação que me lembrou muito os antigos filmes de pancadaria dos anos 80. Não há espaço para perder tempo. O que vale são as inúmeras cenas de confronto, tiroteios e brigas, algumas extremamente violentas. Reeves está tentando há tempos levantar sua carreira e pelo menos no quesito físico se saiu bem. Outro bom ator presente no elenco é o veterano Willem Dafoe interpretando Mr. Marcus, outro assassino profissional que tentará colocar um freio em Wick. Bom, não precisa ser gênio para entender que dois assassinos profissionais se enfrentando em um mesmo filme é sinal de muitas cenas de ação e brutalidade, todas, é bom frisar, bem realizadas. O único aspecto que incomoda é a frieza (ou seria pura falta de empenho?) do próprio Keanu Reeves. Com a mesma expressão facial ele pode matar um inimigo ou chorar pela esposa falecida. Definitivamente ele não é um Laurence Olivier, mas enfim.... dentro da proposta do filme até que funciona bem.
De Volta ao Jogo (John Wick, EUA, 2014) Direção: Chad Stahelski, David Leitch / Roteiro: Derek Kolstad / Elenco: Keanu Reeves, Willem Dafoe, Michael Nyqvist, Alfie Allen, Adrianne Palicki, John Leguizamo / Sinopse: Assassino profissional é injustamente provocado por um jovem membro da máfia russa, despertando um acesso de fúria e mortes por onde ele passa. Para deter a matança um chefão russo resolve contratar os serviços de outro assassino de aluguel, dando origem a um banho de sangue na cidade. Filme indicado aos prêmios da Phoenix Film Critics Society Award e San Diego Film Critics Society Awards.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019
A Bruxa
É cada vez mais raro encontrar um filme de terror tão bom como esse! Por isso os fãs do gênero podem celebrar. "A Bruxa" é um filme inteligente, que joga mais psicologicamente com o público do que apelando para cenas de efeitos visuais vazios ou sem justificativa. Sim, não se engane, temos aqui um dos melhores filmes de horror psicológico dos últimos anos. O diretor e roteirista Robert Eggers soube muito bem por onde procurar as fontes de seu roteiro. Ele estudou velhas peças judiciais da época da inquisição protestante na América colonial e vitoriana e a partir disso escreveu sua estória que é bem aterrorizante e bem escrita. A família que preza pela devoção a Deus e seu isolamento na floresta, longe da vila de colonizadores ingleses, forma certamente o cenário perfeito para tudo o que acontece.
Há também uma bem colocada exploração em torno de símbolos macabros que estão no inconsciente coletivo de todos: o bode, a casa perdida no meio do nada, os objetos hereges, etc. Um dos aspectos mais curiosos vem da figura da própria bruxa, que diga-se de passagem nunca é muito explorada justamente para aumentar ainda mais o suspense em torno de todos os acontecimentos sobrenaturais que vão surgindo. Destaco o momento em que o jovem Caleb (Harvey Scrimshaw), em plena entrada na sua puberdade, é seduzido por uma sensual figura na porta de um casebre. Tudo de acordo com o que você mesmo pode descobrir ao estudar teologia medieval. O mal muitas vezes pode surgir pela beleza de uma imagem irresistível. Há também um ótimo jogo de pistas falsas, sendo que o espectador quase sempre nunca sabe ao certo quais pessoas daquela família estariam realmente sob o domínio do mal absoluto! Seria a filha mais velha, a mãe destruída emocionalmente pela perda de seu jovem bebê ou os gêmeos que agem e se comportam de forma completamente fora do convencional?
Enquanto os males vão se multiplicando todos os personagens parecem caminhar para a insanidade completa. Seria algo realmente vindo das trevas ou apenas um surto psicótico de todos eles, que viviam imersos em uma espécie de fanatismo religioso fora do comum? Todos esses questionamentos são plenamente válidos e vão surgindo em nossas mentes enquanto assistimos ao filme. Enfim, falar mais seria estragar as várias surpresas do argumento. É muito bom encontrar novamente um filme desse nível que explora o tema das bruxarias do século XVII sem jamais cair em clichês ou soluções baratas. O diretor Eggers foi muito sutil nesse aspecto e por isso realizou realmente uma obra bem acima da média. Excelente filme de terror. Assista sem receios. Está mais do que recomendado.
A Bruxa (The Witch - A New-England Folktale, Estados Unidos, Inglaterra, Canadá, 2015) Estúdio: Universal Pictures / Direção: Robert Eggers / Roteiro: Robert Eggers / Elenco: Anya Taylor-Joy, Ralph Ineson, Kate Dickie, Harvey Scrimshaw /Sinopse: Durante a era colonial uma família passa a ser atormentada por uma estranha criatura da floresta, algo que pode ser definido como uma bruxa satânica. Filme vencedor do London Film Festival e do Sundance Film Festival na categoria de Melhor Direção (Robert Eggers).
Pablo Aluísio.
Green Book: O Guia
O roteiro assim vai explorando as diversas situações pelos quais eles passam. Em uma região onde os negros eram segregados dos brancos, onde eles não podiam ir em certos lugares, se hospedarem em hotéis, ir a restaurantes, etc, Tony começa a seguir um guia impresso, trazendo o itinerário certo para um homem negro viajar em segurança por aqueles rincões. Agora imagine o tamanho do preconceito racial que existia na época (a história do filme se passa em 1962). Outro aspecto que o roteiro desenvolve muito bem é o choque de personalidades entre um músico negro culto, excelente pianista, de gestos e hábitos educados e refinados e um italiano de Nova Iorque meio grosseirão, falastrão, inconveniente, mas também prático para resolver problemas que vão surgindo pela estrada.
Como eu disse é um dos melhores filmes do Oscar. Roteiro muito bem escrito, baseado em fatos reais, boa interpretação dos dois atores principais e aquele tipo de mensagem que vale a pena reforçar nos dias de hoje. O único deslize da produção, ao meu ver, vem em certos momentos onde a Nova Iorque de Tony Lip surge meio artificial, ali no comecinho do filme. Isso porém é algo tão superficial que nem vale a pena prestar muito atenção. Foque-se nos valores de amizade e tolerância que o filme passa e curta o filme pelo que ele tem de melhor.
Green Book: O Guia (Green Book, Estados Unidos, 2018) Direção: Peter Farrelly / Roteiro: Nick Vallelonga, Brian Hayes Currie / Elenco: Viggo Mortensen, Mahershala Ali, Linda Cardellini / Sinopse: O filme mostra a viagem de um músico negro chamado Dr. Don Shirley (Mahershala Ali) e um italiano bom de briga, Tony Lip (Viggo Mortensen), pelo sul racista dos Estados Unidos durante a década de 1960. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Viggo Mortensen e Mahershala Ali), Melhor Roteiro Original e Melhor Edição (Patrick J. Don Vito). Filme vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Mahershala Ali) e Melhor Roteiro.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019
Boy Erased
O pai, um pastor, entende que pode consertar essa questão. Ele se reúne com outros pastores mais experientes e decide enviar Jared para um tratamento de reversão de suas preferências sexuais. É o que vulgarmente se chama "cura gay" no Brasil. Jared aceita passar pelo tal programa, indo para uma instituição que se diz especializada nesse tipo de questão delicada. O roteiro do filme então foca nesse tipo de reversão, que nos Estados Unidos é amplamente utilizado, sendo legal em diversos estados. No Brasil a questão é bem complicada, pois o conselho nacional de psicologia não dá nenhum aval para esse tipo de coisa.
Claro que o filme tem um viés ideológico por trás. Como o roteiro foi escrito a partir do livro publicado pelo próprio Jared, ele toma posição firme contra o tal programa. Seus pais porém não são destruídos por sua retórica. São retratados apenas como pessoas religiosas, que acreditavam no que estavam fazendo. Os pais aliás são o grande interesse para quem gosta de cinema pois são interpretados por atores famosos. Russell Crowe está quase irreconhecível. Muito acima do peso, não se parece mais em nada com os dias de Gladiador. Nicole Kidman, de cabelo curto e muito laquê, interpreta essa dona de casa que no final das contas decide ficar ao lado do filho. O elenco que forma o núcleo familiar aliás é a melhor coisa dessa produção que provavelmente vai gerar ainda mais polêmica e discussão ao ser lançado no Brasil.
Boy Erased: Uma Verdade Anulada (Boy Erased, Estados Unidos, 2018) Direção: Joel Edgerton / Roteiro: Garrard Conley, Joel Edgerton / Elenco: Lucas Hedges, Nicole Kidman, Russell Crowe, Joel Edgerton / Sinopse: O filme conta a história de Jared Eamons (Lucas Hedges), jovem homossexual, filho de pastor, que é enviado para um programa de reversão de sua sexualidade, onde tentará superar esse "problema" em sua vida. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator - Drama (Lucas Hedges) e Melhor Canção Original ("Revelation" de autoria do trio Jon Thor Birgisson, Troye Sivan e Brett McLaughlin)
Pablo Aluísio.