domingo, 7 de outubro de 2018

Cidadão Cohn

Quando o filme começa encontramos esse velho advogado em uma cama de hospital. Ele está morrendo de AIDS. O desespero vem não apenas pelo fato dele estar nos últimos estágios de uma doença mortal e incurável, mas também pelo fato de que a Ordem dos advogados está prestes a cassar sua licença para advogar. O que aconteceu? Assim o filme volta em um longo flashback para contar sua história pessoal, os envolvimentos em pequenas e grandes corrupções envolvendo o governo dos Estados Unidos e o lado mais podre e escondido da política daquele país.

James Woods interpreta o advogado Roy Marcus Cohn. Sua interpretação é excelente, embora prejudicada um pouco pela forte maquiagem quando dá vida ao idoso moribundo. Parece uma máscara de borracha mal arranjada. Nas cenas em que aparece ao natural, com o rosto limpo, se sobressai seu talento. Do sujeito até idealista, recém saído da faculdade de direito, até o corrompimento completo de caráter ao rastejar pelo submundo e esgotos do jogo baixo envolvendo homens poderosos e corruptos, o filme tenta contar sua história. Poderia ser um retrato do Brasil, mas é uma amostra do que ocorre nos bastidores do poder nas altas esferas do governo americano. Não há democracia que resista. Assista e tenha um gostinho do que se passa também por lá, nas entranhas do grande irmão do norte.

Cidadão Cohn (Citizen Cohn, Estados Unidos, 1992) Direção: Frank Pierson / Roteiro: David Franzoni, baseado no livro escrito por Nicolas von Hoffman / Elenco: James Woods, Joe Don Baker, Joseph Bologna / Sinopse: Baseado em fatos reais o filme conta a história de um influente advogado que está morrendo de AIDS, com ameaça de perder sua carteira de advogado depois que inúmeros escândalos envolvendo sua atuação dentro do governo são revelados ao público. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (James Woods).

Pablo Aluísio.

sábado, 6 de outubro de 2018

Simplesmente Amor

São nove estórias de relacionamentos envolvendo os mais diversos personagens. Em uma delas o primeiro-ministro da Inglaterra acaba se apaixonando por uma das funcionárias de seu gabinete. Na outra uma jovem profissional, desenhista gráfica, vê sua vida amorosa ter inúmeros problemas por ter um irmão com problemas mentais. Na seguinte vemos um homem casado se interessando por sua secretária e por aí vai. Uma sucessão de pequenas crônicas amorosas que procura mostra a vida pessoal dos mais diversos tipos. Um retrato de problemas que podem atingir qualquer um, inclusive você

Esse filme tive a oportunidade de ver no cinema. Como já sabia de antemão ele apresentava vários problemas, um deles que é bem comum nesse tipo de produção com grande elenco e roteiro fragmentado, é a dispersão de foco. Com dezenas de personagens acaba que nenhum deles tem maior importância. Quando um estúdio resolve unir vários astros em um só filme já sabemos que nenhum deles terá personagens bem desenvolvidos na tela. É algo previsível. Muitos personagens, pouco foco. Além disso nem todo mundo aprecia esse tipo de roteiro ao estilo mosaico, com várias estórias correndo em paralelo ao mesmo tempo. Para muitos é algo que deixa o filme disperso demais. Enfim, "Simplesmente Amor" é isso, um filme prejudicado por suas próprias pretensões exageradas.

Simplesmente Amor (Love Actually, Estados Unidos, Inglaterra, 2003) Direção: Richard Curtis / Roteiro: Richard Curtis / Elenco: Hugh Grant, Liam Neeson, Colin Firth, Emma Thompson, Keira Knightley, Alan Rickman, Rodrigo Santoro, Billy Bob Thornton, Rowan Atkinson, Elisha Cuthbert, January Jones, Denise Richards, Claudia Schiffer, Bill Nighy, Martin Freeman, Martine McCutcheon / Sinopse: São nove estórias de amor, mostrando as dificuldades de encontrar o amor de nossas vidas. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical. Premiado pelo BAFTA Awards na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Bill Nighy).

Pablo Aluísio

Tudo para Ficar com Ele

É uma comédia romântica de rotina, estrelada por duas loiraças, a Cameron Diaz e a Christina Applegate. Essas duas atrizes nunca tinham trabalhado juntas antes. O curioso é que apesar delas serem belas mulheres, que poderiam fazer filmes que explorassem seus atributos de beleza femunina, optaram por outro caminho, indo mais para o lado do humor! A Cameron Diaz, por exemplo, chegou a atuar em comédias sexistas, com cenas que nem todo tipo de atriz toparia fazer. Porém como ela sempre andou na linha de comédias, nem ficou tão estranho assim. Ela sempre teve mesmo esse estilo mais de diversão.

Nesse filme ela interpreta uma jovem que não está preocupada em arranjar o homem certo para toda a vida, mas sim o homem certo para passar a noite. Há uma diferença aí se você pensar bem. Tudo vai mais ou menos bem até que ela se apaixona perdidamente por um cara que conhece casualmente. Com a paixão descontrolada perde a noção das coisas, fazendo qualquer coisa para ficar com ele (como o próprio título nacional sugere). Em termos gerais, como escrevi, não é um filme maravilhoso, nem nada parecido. É apenas uma fita descompromissada que até tem seus momentos. Diversão sem maiores culpas.

Tudo para Ficar com Ele (The Sweetest Thing, Estados Unidos, 2002) Direção: Roger Kumble / Roteiro: Nancy M. Pimental / Elenco: Cameron Diaz, Thomas Jane, Christina Applegate / Sinopse: Garota jovem e loira, que adora uma balada, com aventuras de uma noite só, acaba perdendo a noção e o bom senso após se apaixonar por um bonitão. Filme indicado ao Teen Choice Awards.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Cálculo Mortal

Bom filme. Um thriller de suspense, tentando até mesmo em certos momentos copiar o estilo dos antigos filmes de detetives, do cinema noir, mas claro, tudo feito de forma muito sutil. A atriz Sandra Bullock deixou um pouco as porcarias que fazia na época para atuar bem em um filme bem melhor do que seu público estava acostumado a assistir. Ela interpreta essa policial, sempre mastigando um chiclete para dar uma de durona, que começa a investigar um assassinato.

Na realidade o crime foi cometido por dois jovens bem nascidos, da elite. Eles planejam o crime como um desafio intelectual, para demonstrar que estão acima da capacidade da polícia em resolver o caso. Um dos jovens é interpretado por Ryan Gosling em comecinho de carreira. Com o cabelo loiro, olhar de psicótico, ele domina o outro colega e coloca seu plano em frente. A fotografia do filme ficou muito bonita, toda em tons pastéis. Provavelmente seja um dos trabalhos mais interessantes de toda a carreira de Sandra Bullock. Gosta dela e nunca assistiu? Corra para ver.

Cálculo Mortal (Murder by Numbers, Estados Unidos, 2002) Direção: Barbet Schroeder / Roteiro: Tony Gayton / Elenco: Sandra Bullock, Ben Chaplin, Ryan Gosling / Sinopse: Cassie Mayweather (Bullock) é uma detetive que precisa desvender um crime de homícidio cometido por dois jovens de alta classe que apenas queriam cometer o chamado "Crime perfeito", onde eles não seriam pegos de jeito nenhum pelas investigações.

Pablo Aluísio.

Baby Boy - O Rei da Rua

O diretor John Singleton sempre foi um dos cineastas negros mais interessantes de sua geração. Assim como Spike Lee ele sempre procurou retratar em seus filmes a realidade dos bairros negros da América. Aqui ele foca sua câmera na vida de um jovem de 21 anos que tenta sair do ciclo destrutivo que atinge muitos como ele. O amigo está afundando numa gangue de rua. Sua mãe tem um novo relacionamento que quase nunca termina bem. Ele está desempregado e a mãe de seus filhos o pressiona para arranjar dinheiro. No meio de tudo ele tenta se manter na linha, sem ir para a criminalidade.

O filme de uma maneira em geral é muito bom, bem realizado, com roteiro realista, bem pé no chão. É um drama social, sem espaço para bobagens. Há até boas cenas envolvendo violência e até mesmo ação, mas no fundo o toque principal de sua temática nem passa muito por esse aspecto. O Singleton acabou realizando mais um bom filme, embora não seja nem dos seus melhores e nem dos mais lembrados. Vale a pena conhecer mais essa sua obra cinematográfica.

Baby Boy - O Rei da Rua (Baby Boy, Estados Unidos, 2001) Direção: John Singleton / Roteiro: John Singleton / Elenco: AlexSandra Wright, Tyrese Gibson, Taraji P. Henson / Sinopse: Jody (Tyrese), jovem negro morador de uma grande cidade americana, tenta endireitar a vida e resolver seus problemas pessoais. Algo que não será fácil para ele. Desempregado, com mulher e filhos e uma mãe cheia de problemas, ele tenta não cair na tentação de entrar para o mundo do crime.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Damsel

Esperava bem mais desse western moderno. Não apenas por ser um faroeste, gênero cada vez mais raro nos dias atuais, como também pelo fato de trazer a atriz Mia Wasikowska. Ela é uma das minhas preferidas. O enredo começa com um pastor surtando numa parada de diligências bem no meio do deserto. A carruagem não chega e ele vai perdendo a cabeça, até que enlouquece completamente e tira as roupas, para surpresa do outro passageiro que também está esperando por seu transporte.

A partir daí o filme volta em um longo flashback para contar parte de sua história. Uns trinta anos antes ele é contratado por um jovem pregador (interpretado pelo fraco Robert Pattinson). O objetivo é localizar sua noiva que foi raptada por um bandido do velho oeste. Pelas últimas notícias que ele teve, ela está em uma cabana bem distante da cidade mais próxima. Assim ele vai até lá, com o pastor e um pônei! (isso mesmo, um pônei que ele quer dar de presente para sua amada!).

O filme não se desenvolve muito bem. Há diversas perdas de ritmo e uma estranha pitada de humor negro, não muito em evidência, que também estraga um pouco as coisas. O maior destaque, já esperava por isso, vem da interpretação da Mia Wasikowska. Ela praticamente salva o filme do desastre total em sua parte final. No começo você fica pensando que ela vai ser mais uma personagem daquelas loirinhas bobinhas que sempre surgem nesse tipo de faroeste, mas não, numa reviravolta ficamos sabendo que ela está muito feliz e apaixonada por seu sequestrador e que mesmo sendo uma beldade sabe se defender muito bem, com arma em punho. Para terminar de destruir a imagem de mulher indefesa ela ainda fuma um nada sexy cachimbo de milho e bebe whisky na boca da garrafa! Pois é, a Mia acabou mesmo sendo a melhor coisa de um filme que no geral é bem fraco mesmo. Por ela vale o sacrifício.

Damsel (Estados Unidos, 2018) Direção: David Zellner, Nathan Zellner / Roteiro: David Zellner, Nathan Zellner / Elenco: Robert Pattinson, Mia Wasikowska, David Zellner / Sinopse: Jovem pregador vai até o oeste selvagem em busca de sua noiva, que foi sequestrada por um bandoleiro. Só que ao chegar na pequena cabana onde ela vive descobre que nada era do que ele pensava ser. Filme indicado no Berlin International Film Festival.

Pablo Aluísio.

Amor Louco

A atriz Drew Barrymore fez muitos filmes durante os anos 90. Não era difícil chegar na locadora e descobrir que havia um novo filme com ela na sessão de lançamentos. Como apareceu em inúmeras fitas, muitas delas acabaram caindo no esquecimento completo com o passar dos anos. Esse "Amor Louco" é um dos filmes mais interessantes dela nessa época, principalmente por causa de sua personagem, uma jovenzinha bonita, simpática, alegre, boa companhia, mas que sofre de problemas mentais. Não se trata apenas de crises depressivas, mas sim de um problema bem maior.

Seu namorado no filme é o próprio Robin, ou melhor dizendo, o ator Chris O'Donnell. Quando ela é internada em uma instituição psiquiátrica ele tenta resgatá-la a levando para longe, pegando a estrada, o que acaba tornando o filme um road movie. Não espere por grande coisa, mas é aquele tipo de filme que você não se arrepende de assistir, principalmente por causa do carisma do casal principal. Além disso a personagem da Drew tem mais a ver com ela na vida real do que qualquer outra coisa. Isso por si só, já desperta o interesse.

Amor Louco (Mad Love, Estados Unidos, 1995) Direção: Antonia Bird / Roteiro: Paula Milne / Elenco: Chris O'Donnell, Drew Barrymore, Matthew Lillard / Sinopse: Matt Leland (Chris O'Donnell) ama sua namoradinha Casey Roberts (Drew Barrymore), o problema é que a garota tem distúrbios mentais, o que a torna uma pessoa imprevísivel e cheia de manias. Quando ela é colocada dentro de uma instituição de tratamento, ele resolve raptá-la para juntos pegarem a estrada, rumo à liberdade.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Rua Cloverfield, 10

Gostei do roteiro desse filme. É um daqueles enredos que mexem com o espectador que fica na dúvida sobre o que de fato estaria acontecendo. O filme começa quando Michelle (Mary Elizabeth Winstead) recobra a consciência e descobre que está em lugar estranho que mais parece um porão de uma casa. É lá que vive o estranho Howard (John Goodman). Ele explica a ela que houve um acidente de carro. Após a batida ela foi levada até lá. O problema é que não poderá sair, pois aconteceu uma catástrofe do lado de fora, uma guerra nuclear ou um ataque químico. Impossível deixar a casa. Se tentar será morte certa.

Nesse ponto o espectador começa a se perguntar: seria verdade o que o personagem de John Goodman diz? Ou tudo não seria uma mera desculpa para ele manter aquela mulher ali, aprisionada. Com um quebra-cabeças desses sobre a mesa o espectador tem que sair pincelando pistas que vão surgindo aos poucos. É interessante saber também que a estória desse filme se passa em paralelo com o que se assistiu no primeiro Cloverfield, aquela ficção em que um monstro gigante começa a destruir toda uma cidade, enquanto as pessoas lá embaixo vão filmando tudo com seus celulares. Assim se curtiu o primeiro filme não deixe de ver esse aqui, que aliás é bem mais inteligente do que o anterior.

Rua Cloverfield, 10 (10 Cloverfield Lane, Estados Unidos, 2016) Direção: Dan Trachtenberg / Roteiro: Josh Campbell, Matthew Stuecken / Elenco: John Goodman, Mary Elizabeth Winstead, John Gallagher Jr / Sinopse: Jovem mulher, Michelle (Mary Elizabeth Winstead), se vê acorrentada em um tipo de abrigo anti-nuclear após sofrer um acidente na estrada. Lá vive o estranho Howard (John Goodman), um veterano de guerra que diz a ela que o mundo lá fora está destruído, pois provavelmente houve um ataque nuclear ou químico. Eles precisam ficar no abrigo para sobreviver. Estaria Howard falando a verdade ou escondendo tudo para aprisioná-la naquele lugar?

Pablo Aluísio.

Fora de Controle

O que achei muito fraco nesse filme foi sua trama. Basicamente temos dois personagens centrais. Gavin Banek (Ben Affleck) é um jovem advogado que precisa chegar urgentemente no tribunal para entregar uma procuração. Doyle Gibson (Samuel L. Jackson) também precisa chegar rapidamente em uma audiência judicial, caso contrário perderá a guarda dos filhos. No meio do caminho ocorre um acidente. Tanto Banek como Gibson saem prejudicados. Eles perdem a oportunidade de chegarem no tribunal. Um culpa o outro pelas consequências. Uma guerra então é declarada entre ambos.

E é isso. Complicado entender como um roteiro tão básico e também inverossímil contou com uma produção milionária como essa. As coisas simplesmente não funcionam, o filme não convence e nem diz a que veio. Ben Affleck continua o mesmo. Como ator ele é inegavelmente fraquíssimo. Parece ter apenas uma expressão facial no filme inteiro. Dramaticidade zero.  Samuel L. Jackson também não está bem. Ele não é um ator ruim, mas tem tendência a cair em um tipo de caricatura de homem nervoso, soltando palavrões em série, que depois de um tempo irrita. Então é isso. Um filme que foi prejudicado por não ter uma boa estória para contar.

Fora de Controle (Changing Lanes, Estados Unidos, 2002) Direção: Roger Michell / Roteiro: Chap Taylor / Elenco: Ben Affleck, Samuel L. Jackson, Kim Staunton / Sinopse: Após um acidente de trânsito banal, dois homens, o advogado Gavin Banek (Ben Affleck) e o pai de família Doyle Gibson (Samuel L. Jackson), chegam atrasados em compromissos importantes com a justiça. A partir daí eles começam uma guerra particular.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 2 de outubro de 2018

O Agente da U.N.C.L.E.

Esse é mais um exemplo do que vem ocorrendo muito nos últimos tempos. Pega-se uma série antiga - de preferência dos anos 60 - se dá uma modelagem mais moderna e lança nos cinemas. Quem sabe se torna mais uma franquia milionária como "Missão Impossível". Não aconteceu nesse caso, mas até que valeu um pouco a tentativa. Quem é um pouco mais velho vai até se lembrar de "O Agente da U.N.C.L.E." passando nas emissoras brasileiras lá pelo final dos anos 60, comecinho dos anos 70. Fez um sucesso moderado, indo parar nas reprises vespertinas da Band.

Agora o diretor Guy Ritchie tentou revitalizar esse antigo produto televisivo. Ficou bom? Em termos. O novo filme tem excelente produção, ótima reconstituição de época, trilha sonora incidental saborosa (o que era de se esperar), mas ao mesmo tempo não empolga, não tem muito carisma. Henry Cavill, recentemente despedido do papel de Superman, é bem burocrático e sem graça. Como ele não funciona - sendo o protagonista - todo o resto acaba se perdendo numa sucessão de boas intenções que não resultou em um bom filme. Fica para a próxima.

O Agente da U.N.C.L.E.(The Man from U.N.C.L.E, Estados Unidos, Inglaterra, 2015) Estúdio: Warner Bros / Direção: Guy Ritchie / Roteiro: Guy Ritchie, Lionel Wigram / Elenco: Henry Cavill, Hugh Grant, Armie Hammer, Alicia Vikander, Jared Harris / Sinopse: Napoleon Solo (Henry Cavill) é um ladrão de jóias que é recrutado por uma agência de espionagem inglesa para fazer um serviço do outro lado da cortina de ferro, durante a guerra fria.

Pablo Aluísio.