Muito bem, se você é fã de cinema e procura conhecer a era de ouro de Hollywood é importante fugir do lugar comum. Veja o caso do ícone Gary Cooper. Muitos o conhecem por obras primas como "Por Quem os Sinos Dobram", "Sargento York" ou "Matar ou Morrer". São filmes maravilhosos, não restam dúvidas sobre isso, porém Cooper foi muito além desses filmes mais conhecidos. Ao longo da carreira ele desfilou seu talento em 119 filmes! Infelizmente a maioria deles esquecidos hoje em dia. Assim abro um pequeno espaço aqui para escrever sobre um drama familiar da filmografia de Cooper que poucos comentam, mesmo em fóruns de cinema. Estou me referindo ao drama familiar "Ten North Frederick" (que no Brasil recebeu o título de "A Casa das Amarguras").
Gary Cooper interpreta Joe Chapin. Aparentemente um homem bem sucedido. O roteiro começa a contar sua vida justamente pelo seu funeral. Os familiares e amigos vão chegando em sua bonita mansão enquanto a imprensa cobre todos os eventos. Os elogios a ele são os melhores possíveis, porém dentro de sua família, entre quatro paredes, todos lamentam alguns aspectos sobre o verdadeiro Chapin. Ele deixou esposa e um casal de filhos. Ao que tudo indica, por baixo da fachada de família rica, bonita e feliz, existe uma série de traumas psicológicos, amarguras e tristezas. A partir do momento que sua filha começa a relembrar o passado, em seu quarto, ao lado do irmão, o roteiro recua no tempo, em um grande flashback, para mostrar os cinco últimos anos da vida de Chapin e todos os acontecimentos que o levaram a ter uma morte relativamente precoce.
Nesse caso o título nacional até que foi bem adequado. Realmente aquela seria uma casa de amarguras. Embaixo da hipocrisia reinante do funeral vamos entendendo os erros e tropeços de Chapin, tanto em sua vida pública como na familiar. Ele tem aspirações políticas e impulsionado pela esposa, uma mulher fria, calculista e ambiciosa, entra no jogo partidário para conseguir a nomeação a uma disputa por um importante cargo público. Para ser escolhido vale tudo, até subornos e propinas (pelo visto a corrupção não é exclusividade tão brasileira como muitos pensam!). Nesse processo o próprio Chapin vai perdendo sua honra e sua dignidade. Em pouco tempo perceberá que está entrando em um jogo extremamente sujo.
Dentro de casa, na vida familiar, tudo também começa a ruir. A filha mais velha, sua preferida, se apaixona por um músico pobre, de origem italiana. Ele certamente não cumpre os requisitos para fazer parte da família Chapin. Joe usa da pior artimanha para afastá-lo de sua filha, o comprando para ficar longe. Pior é que ela está grávida e Joe precisa evitar o escândalo a qualquer preço. Um aborto seria bem-vindo, apesar da degradação moral que traria. O outro filho também tem problemas. Ele sonha ser músico, entrar para a prestigiada Juilliard School em Nova Iorque, algo que Chapin abomina. Ele acaba colocando o filho em Yale para estudar Direito para se tornar advogado no futuro (embora o rapaz odeie essa ideia). Enfim, muitos problemas causados principalmente pelo excessivo controle dos pais sobre a vida dos filhos, praticamente os sufocando, o que só resulta no final das contas em suas próprias infelicidades. Aliás a grande lição do roteiro é justamente essa: há limites para a interferência dos pais sobre a vida dos filhos. O excessivo controle, a opressão e a imposição de vontades só levam a família para o choque e o confronto, nada de bom saindo de tudo isso.
Com a vida ruindo sobra a bebida. Joe Chapin (Cooper) começa a beber excessivamente para afogar as mágoas, ainda mais depois que se apaixona por uma jovem que teria a idade para ser sua filha! Como se pode perceber esse é um drama ao velho estilo, como já não se faz mais como antigamente. Parece que Hollywood perdeu a sensibilidade e o bom gosto para produzir filmes desse estilo. Em termos de elenco todos estão muito bem, mas como não poderia deixar de ser o destaque vai mesmo para Cooper. Bastante envelhecido, com cabelos grisalhos e costas arreadas pelo peso dos problemas da vida, o ator dá um show de interpretação. Seus momentos finais, com a mão trêmula e o aspecto doentio, deveriam ter lhe dado um Oscar pelo precioso trabalho de atuação. Definitivamente Cooper deixou um vazio no cinema americano que jamais foi ocupado depois.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
Espionagem Internacional
Ontem assisti "Espionagem Internacional" (Triple Cross, França, Inglaterra, 1966). Aqui temos um filme que se passa na II Guerra Mundial, mas que deixa as grandes batalhas épicas de lado para se concentrar no intenso jogo de espionagem existente entre países aliados (Estados Unidos, Inglaterra e Rússia) e países do Eixo (Alemanha, Japão e Itália). O protagonista é interpretado por Christopher Plummer (sempre excelente) que dá vida ao personagem Eddie Chapman. No começo do filme, logo nas primeiras cenas, somos apresentados a ele e descobrimos do que vive. É um ladrão de cofres inglês que usa de todas as artimanhas para escapar das garras da polícia. Depois de mais um roubo ele finalmente é preso na França. Acaba condenado a uma dura pena de 14 anos de reclusão.
Sua sorte muda quando o país é invadido pela Alemanha. A chegada dos nazistas se mostra uma excelente oportunidade para Chapman finalmente sair da prisão. Ele prontamente se oferece para se tornar espião dos alemães. Já que é inglês e tem talentos de arrombamento e assalto, algo que bem poderia ser aproveitado pelo serviço secreto do Reich. A ideia, que inicialmente parece um tanto absurda, acaba sendo aprovada pelo exército de Hitler. Chapman é liberado e começa um treinamento com outros agentes nazistas. Antes porém que entre em campo para começar os serviços de espionagem ele é colocado à prova, como um teste, para que se saiba se realmente suas intenções são verdadeiras. Poderia um traidor inglês ser leal ao Partido Nazista?
Há dois personagens bem interessantes no filme, na verdade os dois superiores na hierarquia alemã que comandam e coordenam as ações de Chapman. O primeiro deles é o Barão Von Grunen, Coronel do Exército, de origem prussiana, um membro da velha aristocracia alemã. Quem o interpreta é o ator Yul Brynner. De monóculos e trajes militares ele mais se parece com um fanático nazista que não aceita erros ou indisciplina de seus subordinados. No decorrer da história ficaremos sabendo que ele seria mais equilibrado do que se pensava inicialmente, principalmente após se envolver em um atentado contra o próprio Hitler, o que também acaba lhe custando a própria vida e sua honra perante o Terceiro Reich. Sua frase final é das mais interessantes: "Se um exército não consegue nem ao menos explodir direito um quarto onde Hitler estava, então não merece mesmo vencer essa guerra!". A morte por cápsulas de cianureto vem então quase como uma celebração.
Outra personagem muito interessante é interpretada pela linda atriz (e ícone do cinema) Romy Schneider. Sim, a eterna Sissi de tantos filmes glamorosos. Aqui ela já estava um pouco longe daquela imagem que a consagrou, pois já não era mais tão jovem, mas mesmo assim ainda continuava belíssima. Na verdade sua atuação aqui não faz mesmo tanto jus à sua importância para o cinema da época. Ela está obviamente em um papel secundário, uma Condessa envolvida com espionagem que acaba se interessando romanticamente pelo espião de Plummer. Nada muito convincente, apenas um alívio romântico em um filme de cartas marcadas. Pois bem, nesse ponto você pode pensar que realmente não seria uma boa ideia realizar um filme sobre um traidor (o roteiro aliás é baseado em fatos reais), mas isso é uma visão puramente simplista pois há contornos mais interessante sobre ele do que se possa imaginar. De modo em geral foi um filme que me agradou. Poderia ter sido melhor, com uma edição mais ágil e um ritmo menos lento (o que era comum no cinema inglês da década de 1960), porém nada muito prejudicial. Assim deixo a recomendação para esse filme de espionagem que pelo menos tentou ser diferente e mais original do que os demais, do que era costumeiramente realizado na época.
Pablo Aluísio.
Sua sorte muda quando o país é invadido pela Alemanha. A chegada dos nazistas se mostra uma excelente oportunidade para Chapman finalmente sair da prisão. Ele prontamente se oferece para se tornar espião dos alemães. Já que é inglês e tem talentos de arrombamento e assalto, algo que bem poderia ser aproveitado pelo serviço secreto do Reich. A ideia, que inicialmente parece um tanto absurda, acaba sendo aprovada pelo exército de Hitler. Chapman é liberado e começa um treinamento com outros agentes nazistas. Antes porém que entre em campo para começar os serviços de espionagem ele é colocado à prova, como um teste, para que se saiba se realmente suas intenções são verdadeiras. Poderia um traidor inglês ser leal ao Partido Nazista?
Há dois personagens bem interessantes no filme, na verdade os dois superiores na hierarquia alemã que comandam e coordenam as ações de Chapman. O primeiro deles é o Barão Von Grunen, Coronel do Exército, de origem prussiana, um membro da velha aristocracia alemã. Quem o interpreta é o ator Yul Brynner. De monóculos e trajes militares ele mais se parece com um fanático nazista que não aceita erros ou indisciplina de seus subordinados. No decorrer da história ficaremos sabendo que ele seria mais equilibrado do que se pensava inicialmente, principalmente após se envolver em um atentado contra o próprio Hitler, o que também acaba lhe custando a própria vida e sua honra perante o Terceiro Reich. Sua frase final é das mais interessantes: "Se um exército não consegue nem ao menos explodir direito um quarto onde Hitler estava, então não merece mesmo vencer essa guerra!". A morte por cápsulas de cianureto vem então quase como uma celebração.
Outra personagem muito interessante é interpretada pela linda atriz (e ícone do cinema) Romy Schneider. Sim, a eterna Sissi de tantos filmes glamorosos. Aqui ela já estava um pouco longe daquela imagem que a consagrou, pois já não era mais tão jovem, mas mesmo assim ainda continuava belíssima. Na verdade sua atuação aqui não faz mesmo tanto jus à sua importância para o cinema da época. Ela está obviamente em um papel secundário, uma Condessa envolvida com espionagem que acaba se interessando romanticamente pelo espião de Plummer. Nada muito convincente, apenas um alívio romântico em um filme de cartas marcadas. Pois bem, nesse ponto você pode pensar que realmente não seria uma boa ideia realizar um filme sobre um traidor (o roteiro aliás é baseado em fatos reais), mas isso é uma visão puramente simplista pois há contornos mais interessante sobre ele do que se possa imaginar. De modo em geral foi um filme que me agradou. Poderia ter sido melhor, com uma edição mais ágil e um ritmo menos lento (o que era comum no cinema inglês da década de 1960), porém nada muito prejudicial. Assim deixo a recomendação para esse filme de espionagem que pelo menos tentou ser diferente e mais original do que os demais, do que era costumeiramente realizado na época.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2016
Laurence Olivier e Shakespeare
Um dos sonhos de vida do ator Laurence Olivier era levar a obra de William Shakespeare para as grandes massas. De formação Shakesperiana ele começou a tentar colocar sua ideia em prática no teatro londrino. O ator abriu mão de faturar mais alto nas bilheterias para que escolas e colégios de Londres levassem seus alunos para apresentações vespertinas de Olivier e sua companhia. Aos poucos ele foi percebendo que seria mais complicado do que pensava. O texto, extremamente rico e rebuscado de Shakespeare, soava de complicado entendimento para o público mais jovem. Não era de se admirar. Shakespeare escreveu para as pessoas de sua época, em uma linguagem tão rica que muitos historiadores ainda hoje cultivam uma certa dúvida se todas as peças atribuídas a Shakespeare teriam sido escritas por ele realmente, uma vez que era difícil aceitar que tanta riqueza cultural teria vindo de apenas uma pessoa!
Assim Olivier se debruçou sobre "Hamlet" e escreveu uma nova versão, procurando usar uma linguagem mais moderna, que soasse mais compreensível para aqueles alunos. Sua real intenção era apresentar Shakespeare aos mais jovens para que eles criassem curiosidade sobre o famoso escritor, indo assim atrás de suas peças no original. Como a experiência deu certo e deu ótimos frutos Laurence procurou ir além. Ele quis levar para o cinema seu texto adaptado. Afinal de contas uma coisa era se apresentar para um determinado grupo de estudantes ingleses, em número limitado, outra completamente diferente seria levar isso para o mundo inteiro através do grande meio que estava à sua disposição: o cinema!
Sobre essa atitude corajosa de Laurence Olivier o grande ator Marlon Brando comentaria: "Certa vez encontrei Laurence e ele me disse que eu deveria me dedicar a Shakespeare já que tinha talento para tanto! Fiquei lisonjeado com sua opinião e de certo modo ele tinha razão em me falar aquilo. Eu só seria um grande ator se me dedicasse a interpretar Shakespeare no teatro. O problema é que eu tinha que viver, tinha contas a pagar, pois qualquer ator americano que se dedicasse completamente aos textos de Shakespeare ficaria extremamente pobre. Os americanos não possuem esse tipo de cultura. Na verdade os britânicos são os únicos a cultivarem a riqueza da língua inglesa justamente por causa de Shakespeare. A cultura americana é a da TV e a do cinema. Não temos cacife cultural para tornar Shakespeare popular em nossa sociedade".
Brando tinha razão. O americano médio é de certo modo um simplório que mal conhece o nome de outros países. Ele não tem a sutileza e a sofisticação cultural para tornar uma obra desse nível popular. Mesmo com tantas coisas contras Laurence foi em frente. Conseguiu financiamento e em 1948 lançou sua versão cinematográfica de "Hamlet". Ele ficou tão obcecado com sua atuação que resolveu também dirigir o filme. Era sua obra mais cativante e ele certamente não estava disposto a dividir isso com absolutamente ninguém. Para sua alegria e realização o filme se tornou um sucesso e acabou sendo consagrado no Oscar um ano após quando foi premiado com os prêmios de Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino e os dois mais importantes Oscars da noite: Melhor Filme e Melhor Ator (onde o grande premiado seria ele mesmo, Laurence Olivier). Não haveria maior consagração para ele do que esse reconhecimento histórico. O Bardo certamente teria ficado orgulhoso de Laurence.
Pablo Aluísio.
Assim Olivier se debruçou sobre "Hamlet" e escreveu uma nova versão, procurando usar uma linguagem mais moderna, que soasse mais compreensível para aqueles alunos. Sua real intenção era apresentar Shakespeare aos mais jovens para que eles criassem curiosidade sobre o famoso escritor, indo assim atrás de suas peças no original. Como a experiência deu certo e deu ótimos frutos Laurence procurou ir além. Ele quis levar para o cinema seu texto adaptado. Afinal de contas uma coisa era se apresentar para um determinado grupo de estudantes ingleses, em número limitado, outra completamente diferente seria levar isso para o mundo inteiro através do grande meio que estava à sua disposição: o cinema!
Sobre essa atitude corajosa de Laurence Olivier o grande ator Marlon Brando comentaria: "Certa vez encontrei Laurence e ele me disse que eu deveria me dedicar a Shakespeare já que tinha talento para tanto! Fiquei lisonjeado com sua opinião e de certo modo ele tinha razão em me falar aquilo. Eu só seria um grande ator se me dedicasse a interpretar Shakespeare no teatro. O problema é que eu tinha que viver, tinha contas a pagar, pois qualquer ator americano que se dedicasse completamente aos textos de Shakespeare ficaria extremamente pobre. Os americanos não possuem esse tipo de cultura. Na verdade os britânicos são os únicos a cultivarem a riqueza da língua inglesa justamente por causa de Shakespeare. A cultura americana é a da TV e a do cinema. Não temos cacife cultural para tornar Shakespeare popular em nossa sociedade".
Brando tinha razão. O americano médio é de certo modo um simplório que mal conhece o nome de outros países. Ele não tem a sutileza e a sofisticação cultural para tornar uma obra desse nível popular. Mesmo com tantas coisas contras Laurence foi em frente. Conseguiu financiamento e em 1948 lançou sua versão cinematográfica de "Hamlet". Ele ficou tão obcecado com sua atuação que resolveu também dirigir o filme. Era sua obra mais cativante e ele certamente não estava disposto a dividir isso com absolutamente ninguém. Para sua alegria e realização o filme se tornou um sucesso e acabou sendo consagrado no Oscar um ano após quando foi premiado com os prêmios de Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino e os dois mais importantes Oscars da noite: Melhor Filme e Melhor Ator (onde o grande premiado seria ele mesmo, Laurence Olivier). Não haveria maior consagração para ele do que esse reconhecimento histórico. O Bardo certamente teria ficado orgulhoso de Laurence.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2016
Sociedade Secreta
É uma velha história sob uma roupagem moderna. Eu me lembro que havia um clássico com esse mesmo tema. Basicamente o roteiro investe nas sociedades secretas, formadas por estudantes universitários. Esse roteiro é baseado livremente numa famosa sociedade secreta do qual fez parte o ex-presidente George W. Bush. Inclusive o nome da sociedade secreta lembra bastante a de Bush, The Skulls. Na estória Luke McNamara (Joshua Jackson) é um jovem estudante na universidade que acaba recebendo o convite para fazer parte desse tipo de sociedade.
No começo tudo parece bem. Ele se sente inclusive lisonjeado pelo convite, porém... é a tal coisa. Tudo não passa de uma grande armadilha, pior do que tudo que ele poderia imaginar. Essa produção veio na onda de uma série de filmes de terror teen dos anos 90, mas não ia para o lado do horror como os filmes da franquia Pânico. O elenco é formado de jovens, mas quem se destaca mesmo é o ídolo juvenil Joshua Jackson que, na época em que o filme foi realizado, fazia sucesso na série "Dawson's Creek". Em suma um filme comum, nada demais. Passável, mas também bem esquecível.
Sociedade Secreta (The Skulls, Estados Unidos, 2000) Direção: Rob Cohen / Roteiro: John Pogue / Elenco: Joshua Jackson, Paul Walker, Hill Harper / Sinopse: Jovem universitário, recém chegado na universidade, recebe o convite para fazer parte de uma sociedade secreta, sem saber que na verdade está entrando numa armadilha. Filme indicado ao Teen Choice Awards.
Pablo Aluísio.
No começo tudo parece bem. Ele se sente inclusive lisonjeado pelo convite, porém... é a tal coisa. Tudo não passa de uma grande armadilha, pior do que tudo que ele poderia imaginar. Essa produção veio na onda de uma série de filmes de terror teen dos anos 90, mas não ia para o lado do horror como os filmes da franquia Pânico. O elenco é formado de jovens, mas quem se destaca mesmo é o ídolo juvenil Joshua Jackson que, na época em que o filme foi realizado, fazia sucesso na série "Dawson's Creek". Em suma um filme comum, nada demais. Passável, mas também bem esquecível.
Sociedade Secreta (The Skulls, Estados Unidos, 2000) Direção: Rob Cohen / Roteiro: John Pogue / Elenco: Joshua Jackson, Paul Walker, Hill Harper / Sinopse: Jovem universitário, recém chegado na universidade, recebe o convite para fazer parte de uma sociedade secreta, sem saber que na verdade está entrando numa armadilha. Filme indicado ao Teen Choice Awards.
Pablo Aluísio.
Santos ou Soldados - Missão Berlim
Título no Brasil: Santos ou Soldados - Missão Berlim
Título Original: Saints and Soldiers - Airborne Creed
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Go Films
Direção: Ryan Little
Roteiro: Lamont Gray, Lincoln Hoppe
Elenco: Corbin Allred, David Nibley, Jasen Wade
Sinopse:
Segunda Guerra Mundial. Agosto de 1944. Um esquadrão de paraquedistas do exército americano salta no sul da França para dar apoio às tropas aliadas que marcham em direção a Berlim. Três dos militares ficam isolados do resto da tropa por caírem longe do ponto certo. Agora eles precisam sobreviver aos ataques do inimigo, ao mesmo tempo em que decidem ajudar um grupo da resistência que se encontra prisioneiro das tropas nazistas.
Comentários:
Uma pequena produção de guerra que se propõe dar continuidade à franquia "Saints and Soldiers". Eu confesso que me recordo apenas vagamento do primeiro filme (sequer me lembro se cheguei a escrever algo sobre ele), mas de qualquer forma não é complicado de antever o que virá pela frente para o espectador. Em termos gerais os roteiros são simples e o orçamento limitado. A produção fica na fronteira entre um telefilme e um filme barato para o cinema. Não há grandes estrelas e o diretor é praticamente um desconhecido. Mesmo assim, com tantas limitações, ainda é uma fita que dá para assistir sem problemas, desde que você não esteja esperando nada excepcional como, por exemplo, "O Resgate do Soldado Ryan" ou coisas desse nível. Não, você encontrará apenas um filme modesto que se propõe a contar uma boa estória, sem exageros e sem produção luxuosa ou classe A. Olhando sob esse ponto de vista até que essa linha de filmes não é tão mal. Como diversão ligeira compensa suas deficiências.
Pablo Aluísio.
Título Original: Saints and Soldiers - Airborne Creed
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Go Films
Direção: Ryan Little
Roteiro: Lamont Gray, Lincoln Hoppe
Elenco: Corbin Allred, David Nibley, Jasen Wade
Sinopse:
Segunda Guerra Mundial. Agosto de 1944. Um esquadrão de paraquedistas do exército americano salta no sul da França para dar apoio às tropas aliadas que marcham em direção a Berlim. Três dos militares ficam isolados do resto da tropa por caírem longe do ponto certo. Agora eles precisam sobreviver aos ataques do inimigo, ao mesmo tempo em que decidem ajudar um grupo da resistência que se encontra prisioneiro das tropas nazistas.
Comentários:
Uma pequena produção de guerra que se propõe dar continuidade à franquia "Saints and Soldiers". Eu confesso que me recordo apenas vagamento do primeiro filme (sequer me lembro se cheguei a escrever algo sobre ele), mas de qualquer forma não é complicado de antever o que virá pela frente para o espectador. Em termos gerais os roteiros são simples e o orçamento limitado. A produção fica na fronteira entre um telefilme e um filme barato para o cinema. Não há grandes estrelas e o diretor é praticamente um desconhecido. Mesmo assim, com tantas limitações, ainda é uma fita que dá para assistir sem problemas, desde que você não esteja esperando nada excepcional como, por exemplo, "O Resgate do Soldado Ryan" ou coisas desse nível. Não, você encontrará apenas um filme modesto que se propõe a contar uma boa estória, sem exageros e sem produção luxuosa ou classe A. Olhando sob esse ponto de vista até que essa linha de filmes não é tão mal. Como diversão ligeira compensa suas deficiências.
Pablo Aluísio.
domingo, 17 de janeiro de 2016
Furyo: Em Nome da Honra
Título no Brasil: Furyo - Em Nome da Honra
Título Original: Merry Christmas Mr. Lawrence
Ano de Produção: 1983
País: Inglaterra, Japão, Nova Zelândia
Estúdio: National Film Trustees
Direção: Nagisa Ôshima
Roteiro: Nagisa Ôshima
Elenco: David Bowie, Tom Conti, Ryuichi Sakamoto
Sinopse:
A frágil harmonia existente dentro de um campo de prisioneiros de guerra localizado na ilha de Java é quebrada com a chegada de um oficial inglês, o Major Jack 'Strafer' Celliers (David Bowie), que não está nem um pouco interessado em colaborar com os japoneses. Como inimigos de guerra, naquele momento em uma luta feroz no Pacífico, os dois oponentes, o Major britânico e o comandante japonês que administra o campo, entram em uma guerra psicológica entre si, tudo com o objetivo de determinar quem sairia vencendo em sua própria guerra particular. Filme indicado à Palma de Ouro no Cannes Film Festival. Vencedor do Awards of the Japanese Academy na categoria de Melhor Filme.
Comentários:
Ao longo de sua vida o cantor David Bowie fez inúmeras participações em filmes, alguns bons, outros medianos e até mesmo alguns lixos. Sua carreira cinematográfica foi irregular, mas não isenta de filmes extremamente interessantes. Quer um exemplo? Veja o caso desse aqui. Esse drama de guerra chamado "Furyo - Em Nome da Honra" (cujo roteiro foi baseado no romance escrito por Laurens van der Post) é certamente um dos melhores filmes da (curta) carreira como ator de David Bowie. Dirigido pelo polêmico Nagisa Ôshima, cuja filmografia foi marcada pelas controvertidas obras O Império dos Sentidos (1976) e O Império da Paixão (1978), o filme explora a tensão crescente entre um oficial britânico interpretado pelo próprio Bowie e o comandante de um campo de prisioneiros na ilha de Java durante a Segunda Guerra Mundial (a trama do filme se passa em 1942, bem no auge do maior conflito armado da história). O interessante de tudo é que Ôshima procura o tempo todo fugir do velho clichê envolvendo soldados aliados sendo torturados e submetidos a todos os tipos de absurdos pelos carrascos japoneses. Claro que esse aspecto também é desenvolvido no roteiro, porém o diretor vai além, criando até mesmo uma polêmica em torno de uma subliminar atração homoafetiva entre os dois personagens principais, algo completamente surreal para um filme passado na II Guerra. Com boa produção, roteiro criativo e excelentes atuações, até mesmo do astro David Bowie, o filme merece ser redescoberto, ainda mais agora com a recente morte do cantor. Para aqueles que acreditam que seu melhor momento nas telas foi "Labirinto" deixo aqui a dica de um filme que causou uma melhor recepção da crítica em seu lançamento (já que em termos de público a fita não foi tão bem como se esperava). Vale a pena conhecer para finalmente reconhecer agora todos os seus méritos e qualidades.
Pablo Aluísio
Título Original: Merry Christmas Mr. Lawrence
Ano de Produção: 1983
País: Inglaterra, Japão, Nova Zelândia
Estúdio: National Film Trustees
Direção: Nagisa Ôshima
Roteiro: Nagisa Ôshima
Elenco: David Bowie, Tom Conti, Ryuichi Sakamoto
Sinopse:
A frágil harmonia existente dentro de um campo de prisioneiros de guerra localizado na ilha de Java é quebrada com a chegada de um oficial inglês, o Major Jack 'Strafer' Celliers (David Bowie), que não está nem um pouco interessado em colaborar com os japoneses. Como inimigos de guerra, naquele momento em uma luta feroz no Pacífico, os dois oponentes, o Major britânico e o comandante japonês que administra o campo, entram em uma guerra psicológica entre si, tudo com o objetivo de determinar quem sairia vencendo em sua própria guerra particular. Filme indicado à Palma de Ouro no Cannes Film Festival. Vencedor do Awards of the Japanese Academy na categoria de Melhor Filme.
Comentários:
Ao longo de sua vida o cantor David Bowie fez inúmeras participações em filmes, alguns bons, outros medianos e até mesmo alguns lixos. Sua carreira cinematográfica foi irregular, mas não isenta de filmes extremamente interessantes. Quer um exemplo? Veja o caso desse aqui. Esse drama de guerra chamado "Furyo - Em Nome da Honra" (cujo roteiro foi baseado no romance escrito por Laurens van der Post) é certamente um dos melhores filmes da (curta) carreira como ator de David Bowie. Dirigido pelo polêmico Nagisa Ôshima, cuja filmografia foi marcada pelas controvertidas obras O Império dos Sentidos (1976) e O Império da Paixão (1978), o filme explora a tensão crescente entre um oficial britânico interpretado pelo próprio Bowie e o comandante de um campo de prisioneiros na ilha de Java durante a Segunda Guerra Mundial (a trama do filme se passa em 1942, bem no auge do maior conflito armado da história). O interessante de tudo é que Ôshima procura o tempo todo fugir do velho clichê envolvendo soldados aliados sendo torturados e submetidos a todos os tipos de absurdos pelos carrascos japoneses. Claro que esse aspecto também é desenvolvido no roteiro, porém o diretor vai além, criando até mesmo uma polêmica em torno de uma subliminar atração homoafetiva entre os dois personagens principais, algo completamente surreal para um filme passado na II Guerra. Com boa produção, roteiro criativo e excelentes atuações, até mesmo do astro David Bowie, o filme merece ser redescoberto, ainda mais agora com a recente morte do cantor. Para aqueles que acreditam que seu melhor momento nas telas foi "Labirinto" deixo aqui a dica de um filme que causou uma melhor recepção da crítica em seu lançamento (já que em termos de público a fita não foi tão bem como se esperava). Vale a pena conhecer para finalmente reconhecer agora todos os seus méritos e qualidades.
Pablo Aluísio
De Volta Para o Futuro Parte III
Terceiro e último filme da série. Também é considerado (com toda a razão) como o mais fraco da trilogia. É a tal coisa, misturar gêneros cinematográficos diversos pode até soar interessante, mas tem que dosar bem as coisas. O exemplo de "Cowboys & Aliens" está aí para provar que não estou exagerando. Aqui o diretor Robert Zemeckis misturou ficção com western. Funciona? Apenas em termos. Durante uma das entrevistas de promoção do filme o cineasta explicou que o roteiro não passa de um puro capricho seu. Acontece que a Paramount resolveu produzir as duas sequências (Parte II e III) de uma só vez, para economizar custos e aumentar lucros. O problema é que Zemeckis só tinha de fato um roteiro pronto, acabado e lapidado (justamente o do segundo filme). Então surgiu a dúvida de como ele poderia criar algo para a terceira parte. Meio na correria ele teve essa ideia de levar McFly e o Dr. Brown para o velho oeste americano. Como ele adorava filmes de faroeste seria algo no mínimo divertido.
A questão é que apenas uma ideia divertida não garante um bom filme. "De Volta Para o Futuro III" assim usa de todos os meios para trazer elementos clássicos do western (como cenas clichês e nomes de mitos do gênero) para divertir o máximo possível. No fundo, se formos analisar bem, o filme nem é uma ficção e nem um western, mas sim uma comédia de costumes. Conforme o filme vai seguindo em frente vamos percebendo que as tais ideias originais vão sumindo, se esgotando. Para segurar a barra até o The End, Zemeckis então resolveu reciclar tudo o que já havia sido visto nos dois filmes anteriores. É como eu sempre digo: um dos problemas mais recorrentes em franquias de sucesso do cinema americano é a falta de originalidade, a ausência de uma coragem maior para inovar - parece que os produtores têm medo de investir em algo que não seja mais do mesmo (vide esse último "Star Wars" para perceber bem isso). Diante de tudo o que sobra é apenas um prato requentado, sem grandes inovações, a não ser o contexto histórico da América dos tempos dos índios e cowboys. Muito pouco, para falar a verdade.
De Volta para o Futuro Parte III (Back to the Future Part III, Estados Unidos, 1990) Direção: Robert Zemeckis / Roteiro: Robert Zemeckis, Bob Gale / Elenco: Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Mary Steenburgen / Sinopse: No presente, após retornar de mais uma viagem de volta ao passado, o jovem Marty McFly (Fox) recebe uma carta do Dr. Brown (Lloyd) lhe informando que está agora no passado, no velho oeste americano. Ele encontrou o grande amor de sua vida, a bela e doce Clara Clayton (Mary Steenburgen), mas está enfrentando também alguns sérios problemas. Caberá a McFly voltar para aqueles tempos pioneiros para ajudar seu velho amigo de aventuras. Filme premiado pela Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Música (Alan Silvestri) e Melhor Ator Coadjuvante (Thomas F. Wilson).
Pablo Aluísio.
A questão é que apenas uma ideia divertida não garante um bom filme. "De Volta Para o Futuro III" assim usa de todos os meios para trazer elementos clássicos do western (como cenas clichês e nomes de mitos do gênero) para divertir o máximo possível. No fundo, se formos analisar bem, o filme nem é uma ficção e nem um western, mas sim uma comédia de costumes. Conforme o filme vai seguindo em frente vamos percebendo que as tais ideias originais vão sumindo, se esgotando. Para segurar a barra até o The End, Zemeckis então resolveu reciclar tudo o que já havia sido visto nos dois filmes anteriores. É como eu sempre digo: um dos problemas mais recorrentes em franquias de sucesso do cinema americano é a falta de originalidade, a ausência de uma coragem maior para inovar - parece que os produtores têm medo de investir em algo que não seja mais do mesmo (vide esse último "Star Wars" para perceber bem isso). Diante de tudo o que sobra é apenas um prato requentado, sem grandes inovações, a não ser o contexto histórico da América dos tempos dos índios e cowboys. Muito pouco, para falar a verdade.
De Volta para o Futuro Parte III (Back to the Future Part III, Estados Unidos, 1990) Direção: Robert Zemeckis / Roteiro: Robert Zemeckis, Bob Gale / Elenco: Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Mary Steenburgen / Sinopse: No presente, após retornar de mais uma viagem de volta ao passado, o jovem Marty McFly (Fox) recebe uma carta do Dr. Brown (Lloyd) lhe informando que está agora no passado, no velho oeste americano. Ele encontrou o grande amor de sua vida, a bela e doce Clara Clayton (Mary Steenburgen), mas está enfrentando também alguns sérios problemas. Caberá a McFly voltar para aqueles tempos pioneiros para ajudar seu velho amigo de aventuras. Filme premiado pela Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Música (Alan Silvestri) e Melhor Ator Coadjuvante (Thomas F. Wilson).
Pablo Aluísio.
sábado, 16 de janeiro de 2016
De Volta Para o Futuro Parte II
Título no Brasil: De Volta Para o Futuro Parte II
Título Original: Back to the Future Part II
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Robert Zemeckis
Roteiro: Robert Zemeckis, Bob Gale
Elenco: Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Lea Thompson, Elisabeth Shue, Thomas F. Wilson
Sinopse:
De volta para o futuro, o jovem Marty McFly (Michael J. Fox) e o cientista maluco Doc Brown (Lloyd) descobrem que algo inesperado aconteceu no passado, mudando a realidade do presente deles. Eles então percebem que precisam voltar mais uma vez até 1955 para modificar mais uma vez o passado, colocando tudo no caminho certo de uma vez por todas. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais (Ken Ralston, Michael Lantieri, John Bell, Steve Gawley). Também vencedor do BAFTA Awards na mesma categoria.
Comentários:
Na primeira vez que assisti "De Volta Para o Futuro II" não gostei muito. Em minha opinião a metalinguagem do roteiro (onde os personagens entravam nos acontecimentos que vimos no primeiro filme) não funcionou muito bem. Com os anos o filme foi me parecendo bem melhor, embora até hoje considere apenas o primeiro filme da série realmente impecável. O terceiro também foi prejudicado pela falta de ideias novas, além das brincadeiras com o western, que nem sempre funcionavam direito. Aliás ambos os filmes foram rodados de forma simultânea pois a Paramount acreditava tanta na franquia que por questão de aproveitamento de custos resolveu rodar logo as duas sequências uma atrás da outra para maximizar seus lucros. Nesse segundo, como já escrevi, o maior problema vinha mesmo do roteiro que ficou excessivamente truncado. Algo semelhante aconteceu com a franquia do Exterminador do Futuro. Em ambos os casos o que temos é uma ótima ideia, realmente genial, que só funcionava muito bem em apenas um filme. Era realmente tudo muito bem bolado, porém também limitado em termos temporais. Tentar esticar uma trama por si simples para algo expansivo demais acabou de certa maneira esvaziando o que havia de mais criativo nesses filmes. Nesse filme, por exemplo, parte do charme do primeiro filme se foi. Temos dois Marty McFly em cena, o do primeiro filme que volta para 1955 e o segundo que volta lá para impedir que uma coisa importante venha a acontecer, mudando definitivamente os rumos do futuro. Esse segundo McFly fica o tempo todo caracterizado como se fosse um espião, com blusão de couro negro e um tipo de rádio amador portátil (pois é, não existia ainda o celular quando o filme foi realizado). De maneira em geral passa longe da qualidade do primeiro filme, embora seja longe de ser um filme ruim. Ele apenas não funciona tão bem quanto todos estavam esperando.
Pablo Aluísio.
Título Original: Back to the Future Part II
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Robert Zemeckis
Roteiro: Robert Zemeckis, Bob Gale
Elenco: Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Lea Thompson, Elisabeth Shue, Thomas F. Wilson
Sinopse:
De volta para o futuro, o jovem Marty McFly (Michael J. Fox) e o cientista maluco Doc Brown (Lloyd) descobrem que algo inesperado aconteceu no passado, mudando a realidade do presente deles. Eles então percebem que precisam voltar mais uma vez até 1955 para modificar mais uma vez o passado, colocando tudo no caminho certo de uma vez por todas. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais (Ken Ralston, Michael Lantieri, John Bell, Steve Gawley). Também vencedor do BAFTA Awards na mesma categoria.
Comentários:
Na primeira vez que assisti "De Volta Para o Futuro II" não gostei muito. Em minha opinião a metalinguagem do roteiro (onde os personagens entravam nos acontecimentos que vimos no primeiro filme) não funcionou muito bem. Com os anos o filme foi me parecendo bem melhor, embora até hoje considere apenas o primeiro filme da série realmente impecável. O terceiro também foi prejudicado pela falta de ideias novas, além das brincadeiras com o western, que nem sempre funcionavam direito. Aliás ambos os filmes foram rodados de forma simultânea pois a Paramount acreditava tanta na franquia que por questão de aproveitamento de custos resolveu rodar logo as duas sequências uma atrás da outra para maximizar seus lucros. Nesse segundo, como já escrevi, o maior problema vinha mesmo do roteiro que ficou excessivamente truncado. Algo semelhante aconteceu com a franquia do Exterminador do Futuro. Em ambos os casos o que temos é uma ótima ideia, realmente genial, que só funcionava muito bem em apenas um filme. Era realmente tudo muito bem bolado, porém também limitado em termos temporais. Tentar esticar uma trama por si simples para algo expansivo demais acabou de certa maneira esvaziando o que havia de mais criativo nesses filmes. Nesse filme, por exemplo, parte do charme do primeiro filme se foi. Temos dois Marty McFly em cena, o do primeiro filme que volta para 1955 e o segundo que volta lá para impedir que uma coisa importante venha a acontecer, mudando definitivamente os rumos do futuro. Esse segundo McFly fica o tempo todo caracterizado como se fosse um espião, com blusão de couro negro e um tipo de rádio amador portátil (pois é, não existia ainda o celular quando o filme foi realizado). De maneira em geral passa longe da qualidade do primeiro filme, embora seja longe de ser um filme ruim. Ele apenas não funciona tão bem quanto todos estavam esperando.
Pablo Aluísio.
Karate Kid II - A Hora da Verdade Continua
Título no Brasil: Karate Kid II - A Hora da Verdade Continua
Título Original: The Karate Kid, Part II
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: John G. Avildsen
Roteiro: Robert Mark Kamen
Elenco: Pat Morita, Ralph Macchio, Pat E. Johnson
Sinopse:
Para resolver um velho problema de família o mestre Sr. Miyagi (Pat Morita) decide retornar para sua terra natal, Okinawa, no Japão. Sem esperar acaba descobrindo que o jovem Daniel San (Ralph Macchio) também está decidido a lhe acompanhar em sua volta para a velha casa. Juntos eles então vão até a terra do sol nascente. Lá o Sr. Miyagi acaba reencontrando o grande amor de sua vida, além de um grande rival. Já Daniel acaba conhecendo a bela Kumiko (Tamlyn Tomita), se apaixonando imediatamente por ela. Filme indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Música Original ("Glory of Love" de Peter Cetera).
Comentários:
Considero o melhor filme da franquia. Isso não se deve ao roteiro, que muitas vezes não consegue escapar de ser um mero derivativo do primeiro filme, mas sim pela mudança de ares. Acontece que nessa segunda parte a ação é transportada para o Japão, para Okinawa, uma bela localidade daquele país que um dia serviu de base da Marinha Americana. A imersão do personagem americano Daniel (Macchio) dentro da cultura japonesa acaba criando algumas das melhores situações de toda a franquia. Outro ponto muito positivo vem da participação da linda atriz Tamlyn Tomita como a namoradinha do protagonista. Ela era apenas uma adolescente na época e chama todas as atenções por seu beleza juvenil. Curiosamente Tamlyn Tomita acabaria tendo uma carreira com mais destaque de um modo em geral do que o próprio Ralph Macchio. Ela atuou em produções bem interessantes como "Grande Hotel" e "Bem-Vindos ao Paraíso", além de ter desenvolvido paralelamente ao cinema uma longa e produtiva carreira na TV, atuando em dezenas de séries americanas. Chegou inclusive a virar musa teen com sua participação em "Babylon 5". Beleza e carisma certamente não lhe faltavam. Curiosamente Tomita que era natural de Okinawa acabou sendo revelada justamente por esse filme, indo depois para os Estados Unidos para continuar sua carreira de atriz. Já Macchio também estava em um bom momento, ainda com cara e jeito de adolescente (embora pela idade já não o fosse mais). Sua sintonia com Pat Morita nas inúmeras cenas que seu mestre tenta lhe ensinar os ensinamentos mais importantes da cultura oriental acabam sendo a melhor coisa do enredo do filme. Em suma, aqui está o mais bem acabado filme da franquia, se você curte Karate Kid não deixe de conferir (ou rever) na primeira oportunidade.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Karate Kid, Part II
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: John G. Avildsen
Roteiro: Robert Mark Kamen
Elenco: Pat Morita, Ralph Macchio, Pat E. Johnson
Sinopse:
Para resolver um velho problema de família o mestre Sr. Miyagi (Pat Morita) decide retornar para sua terra natal, Okinawa, no Japão. Sem esperar acaba descobrindo que o jovem Daniel San (Ralph Macchio) também está decidido a lhe acompanhar em sua volta para a velha casa. Juntos eles então vão até a terra do sol nascente. Lá o Sr. Miyagi acaba reencontrando o grande amor de sua vida, além de um grande rival. Já Daniel acaba conhecendo a bela Kumiko (Tamlyn Tomita), se apaixonando imediatamente por ela. Filme indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Música Original ("Glory of Love" de Peter Cetera).
Comentários:
Considero o melhor filme da franquia. Isso não se deve ao roteiro, que muitas vezes não consegue escapar de ser um mero derivativo do primeiro filme, mas sim pela mudança de ares. Acontece que nessa segunda parte a ação é transportada para o Japão, para Okinawa, uma bela localidade daquele país que um dia serviu de base da Marinha Americana. A imersão do personagem americano Daniel (Macchio) dentro da cultura japonesa acaba criando algumas das melhores situações de toda a franquia. Outro ponto muito positivo vem da participação da linda atriz Tamlyn Tomita como a namoradinha do protagonista. Ela era apenas uma adolescente na época e chama todas as atenções por seu beleza juvenil. Curiosamente Tamlyn Tomita acabaria tendo uma carreira com mais destaque de um modo em geral do que o próprio Ralph Macchio. Ela atuou em produções bem interessantes como "Grande Hotel" e "Bem-Vindos ao Paraíso", além de ter desenvolvido paralelamente ao cinema uma longa e produtiva carreira na TV, atuando em dezenas de séries americanas. Chegou inclusive a virar musa teen com sua participação em "Babylon 5". Beleza e carisma certamente não lhe faltavam. Curiosamente Tomita que era natural de Okinawa acabou sendo revelada justamente por esse filme, indo depois para os Estados Unidos para continuar sua carreira de atriz. Já Macchio também estava em um bom momento, ainda com cara e jeito de adolescente (embora pela idade já não o fosse mais). Sua sintonia com Pat Morita nas inúmeras cenas que seu mestre tenta lhe ensinar os ensinamentos mais importantes da cultura oriental acabam sendo a melhor coisa do enredo do filme. Em suma, aqui está o mais bem acabado filme da franquia, se você curte Karate Kid não deixe de conferir (ou rever) na primeira oportunidade.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2016
Lembranças
Tyler Hawkins (Robert Pattinson) é um jovem nova-iorquino como qualquer outro de sua idade. Ele tenta levar sua vida em frente apesar dos problemas de relacionamento que tem com o pai, um executivo bem sucedido e distante. Sua namorada acaba sendo o grande diferencial no que parece ser uma vida cinzenta, sem grandes alegrias ou atrativos. Tudo porém mudará em questão de segundos numa trágica manhã na cidade. Filme vencedor do Teen Choice Awards na categoria de Melhor Ator - drama (Robert Pattinson). Começa quase como um falso documentário ou algo equivalente. A linguagem procura aproximação com o espectador, usando praticamente uma técnica amadora de filmagem, mostrando a realidade e o cotidiano de um rapaz normal de Nova Iorque. Ele tem seus problemas pessoais e familiares como todo mundo e enfrenta um momento de decisão na vida, a chamada hora da verdade. Como jovem, tem muitos planos para seu futuro, sua vida, mas tudo acaba mudando por causa de um evento histórico que marcaria para sempre o coração de toda a América (a tragédia de 11 de setembro, o maior ataque terrorista da história dos Estados Unidos).
Particularmente gostei do argumento, que nada revela ao espectador até o dia da grande tragédia. Ao mesmo tempo o filme termina exatamente na manhã daquele dia, se concentrando apenas no que acontece poucos dias antes. O roteiro obviamente opta por dar um rosto e uma identidade para todas as vítimas do ataque ao World Trade Center e o faz com bastante delicadeza e cuidado. O filme chamou mais atenção do que normalmente faria por causa da presença do ídolo adolescente Robert Pattinson. Aqui ele desfila seu repertório de gestos inspirados em James Dean. Pouco expressivo, não acrescenta muito em termos de qualidade no quesito atuação, mas tampouco atrapalha. Um bom filme valorizado pelo background histórico de fundo explorando esse dia que entrou para a história e como tal o título original sugere não deve ser esquecido jamais.
Lembranças (Remember Me, Estados Unidos, 2010) Direção: Allen Coulter / Roteiro: Will Fetters / Elenco: Robert Pattinson, Pierce Brosnan, Emilie de Ravin, Caitlyn Rund / Sinopse: Um jovem americano comum, com problemas de relacionamento com seu pai e sua namorada, vê o destino mudar completamente sua vida e seus planos para o futuro. História baseada em fatos reais.
Pablo Aluísio.
Particularmente gostei do argumento, que nada revela ao espectador até o dia da grande tragédia. Ao mesmo tempo o filme termina exatamente na manhã daquele dia, se concentrando apenas no que acontece poucos dias antes. O roteiro obviamente opta por dar um rosto e uma identidade para todas as vítimas do ataque ao World Trade Center e o faz com bastante delicadeza e cuidado. O filme chamou mais atenção do que normalmente faria por causa da presença do ídolo adolescente Robert Pattinson. Aqui ele desfila seu repertório de gestos inspirados em James Dean. Pouco expressivo, não acrescenta muito em termos de qualidade no quesito atuação, mas tampouco atrapalha. Um bom filme valorizado pelo background histórico de fundo explorando esse dia que entrou para a história e como tal o título original sugere não deve ser esquecido jamais.
Lembranças (Remember Me, Estados Unidos, 2010) Direção: Allen Coulter / Roteiro: Will Fetters / Elenco: Robert Pattinson, Pierce Brosnan, Emilie de Ravin, Caitlyn Rund / Sinopse: Um jovem americano comum, com problemas de relacionamento com seu pai e sua namorada, vê o destino mudar completamente sua vida e seus planos para o futuro. História baseada em fatos reais.
Pablo Aluísio.
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