quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Lugar Nenhum na África

Título no Brasil: Lugar Nenhum na África
Título Original: Nirgendwo in Afrika
Ano de Produção: 2001
País: Alemanha
Estúdio: Constantin Film
Direção: Caroline Link
Roteiro: Caroline Link, Stefanie Zweig
Elenco: Juliane Köhler, Merab Ninidze, Matthias Habich, Lea Kurka, Karoline Eckertz, Gerd Heinz

Sinopse:
Uma família alemã, de origem judia, decide ir embora de seu país pouco antes da explosão da Segunda Guerra Mundial. A mudança de país salva suas vidas, mas a nova existência na África, no Quênia, também se revela cheia de desafios.

Comentários:
Filme alemão muito pouco conhecido. Eu o assisti sendo exibido em canais a cabo, muito provavelmente no canal HBO. É uma história interessante, mostrando esses europeus, de origem alemã, que precisam se adaptar a uma nova vida, vivendo e morando nos confins do interior da África. Lugar perigoso, não apenas por causa dos animais selvagens, mas também por violência e distúrbios sociais. O filme é até bom, diria curioso, mas não esconde também suas origens televisivas. É uma produção bem modesta, nada de encher os olhos. O que vale a pena é realmente seu enredo e sua história bem peculiar. Não há atores conhecidos, mas isso não significa que não sejam bons profissionais da arte dramática. Muito pelo contrário, gostei do trabalho de todo o elenco de uma maneira em geral.

Pablo Aluísio.

Quase sem Destino

Título no Brasil: Quase sem Destino
Título Original: Flashback
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Franco Amurri
Roteiro: David Loughery
Elenco: Dennis Hopper, Kiefer Sutherland, Carol Kane, Paul Dooley, Cliff De Young, Richard Masur

Sinopse:
Finalmente os federais o pegaram! O infame radical dos anos 60, Huey Walker, está indo para a prisão. Então, por que é o jovem escolta do FBI de Huey que acaba atrás das grades?

Comentários:
Dennis Hopper foi um dos "malucos beleza" do movimento da contracultura dos Estados Unidos. E ele se consagrou com o clássico on the road "Sem Destino". Então o título nacional e o roteiro original do filme aproveitaram essa imagem para aproveitar o velho Hopper nesse filme. Ficou bom? Ficou agradável, vamos colocar nesses termos. É um filme que você assiste, até com um certo interesse, curte a sessão e depois de algumas semanas esquece completamente que um dia assistiu ao filme. Enfim, um bom passatempo, nada muito além disso. E para ter na coleção? Não, não, agredeça ao Dennis Hopper por tudo o que ele representou, mas não é preciso ter esse filme na sua coleção  particular. Não é para tanto. .

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Perdido em Marte

Por livre e espontânea pressão fui assistir ao filme Perdido em Marte com o meu filho hoje. Eu não queria ver. Filmes sobre Marte geralmente são péssimos. Eu me recordo de um estrelado por Val Kilmer (antes dele virar um boneco inflado) que era realmente de amargar. Roteiro ruim, história sem pé e nem cabeça e tudo de ruim que você possa imaginar. Outro com Arnold Schwarzenegger e Sharon Stone até que era bonzinho, porém nada demais também. Tive que engolir tudo isso para levar o guri ao cinema. Filho é filho e de repente você está fazendo coisas que se fosse solteiro teria vergonha de fazer. Acabei também indo numa sessão 3D. Como eu odeio 3D!!! Tudo fica escuro demais e aqueles óculos me incomodam demais. Eu não estava em uma posição confortável na cadeira e o preço salgado do ingresso me deixou ainda mais chateado. O filme começou e tive que encarar trailers de filmes nacionais horrorosos. Encarar Regina Casé em 3D tentando parecer engraçada é dose para leão sarnento. Mas enfim, é a vida. Como era dirigido por Ridley Scott percebi que as coisas não seriam tão desastrosas como pensei, fiquei surpreso até quando foram ficando melhores com o passar do tempo. Não há nada de muito original no roteiro, tampouco o Damon pode ser considerado o Marlon Brando. Mesmo com tanta coisa pesando contra até que curti o filme, apesar da minha rabugice. O Ridley parece encantado com o planeta vermelho e aquele deserto sem fim, uma verdadeira imensidão de nada. O céu vermelho é de deixar qualquer ser humano deprimido. Uma desolação até que poética. Para Ridley porém tudo parece ser seu parque de diversões particular.

O filme tem problemas de lógica. Aqui vai alguns furos do roteiro - e contém spoilers. Em resumo: Matt Damon e seu eterno jeito de adolescente baby face fica em Marte após uma tempestade épica. Seus companheiros de missão vão embora e ele fica para trás, enterrado na areia. Pior do que isso, sua barriga foi perfurada por um pedaço de metal. Bom, sabemos que naquele ambiente radioativo isso seria morte certa, mas vamos relevar, afinal de contas ele se recupera bem rapidinho (absurdo 1). Seguindo em frente... Ele volta ferido para a estação e lá encontra tudo o que precisa para sobreviver, menos comida que tem em estoque limitado. Para viver até que uma missão de resgate venha lhe salvar ele precisa fazer como Quincas Borba e plantar batatas numa hortinha improvisada dentro da estação (absurdo 2: aquela terra cheia de radiação jamais seria adequada para a germinação de qualquer tipo de alimento viável). Embora esteja em uma estação espacial de última tecnologia ele não tem como se comunicar com a Terra (absurdo 3, que nunca é explicado direito, como um equipamento daquele não possui um único rádio primitivo?). Para achar um modo de comunicação ele então vai atrás de uma antiga sonda, a Mars Pathfinder (absurdo 4 - como ele achou um equipamento pequeno daqueles em um planeta daquela dimensão?). Por fim no momento do resgate ele entra em órbita com uma nave adaptada, sem nariz (é sério!) e com uma lona cobrindo tudo (absurdo dos absurdos, não merece nem comentários). No final fica aquela sensação de ter visto algo que parece sério, mas não é! Parece científico, mas também não é! Pelo menos parece divertido... e pelo menos nesse ponto é de fato mesmo. Se eu gostei do filme? Bom, depende do que você espera ver. Se for apenas para levar a gurizada para o cinema até que não chega a dar dor de barriga. Agora se você estiver em busca de algo bom de verdade é melhor desistir de Marte porque no cinema americano o planeta vermelho realmente não dá muito certo mesmo. Melhor os produtores tentarem algo em Plutão da próxima vez...

Perdido em Marte (The Martian, Estados Unidos, 2015) Direção: Ridley Scott / Roteiro: Drew Goddard / Elenco: Matt Damon, Jessica Chastain, Kristen Wiig / Sinopse: Um astronauta fica perdido em Marte durante uma expedição. E ele terá que sobreviver de alguma forma. Sua plantação de batatas pode significar vida ou morte naquele distante e hostil planeta.

Pablo Aluísio.

Comando Para Matar

Título no Brasil: Comando Para Matar
Título Original: Commando
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Mark L. Lester
Roteiro: Jeph Loeb, Matthew Weisman
Elenco: Arnold Schwarzenegger, Rae Dawn Chong, Dan Hedaya, Vernon Wells, David Patrick Kelly, Alyssa Milano

Sinopse:
Jenny Matrix (Alyssa Milano) é sequestrada por um grupo paramilitar. Um ex-ditador latino-americano tenta usar a garota como meio de troca para que seu pai, o Coronel John Matrix (Arnold Schwarzenegger), mate um rival político que atualmente está no poder em seu país. Como descobrirá depois essa definitivamente não foi uma boa ideia.

Comentários:
De certa forma era para ser mais um genérico de "Rambo". Realmente era essa a intenção da produtora. Usar um ator musculoso como um militar imbatível, um exército de um homem só. Acabou virando sensação do verão americano de 1985. Afinal tinha como grande atração aquele ator austríaco de nome impronunciável que o público americano só conhecia mesmo de dois recentes sucessos, "Conan" e principalmente "O Exterminador do Futuro". O filme acabou sendo importante para a carreira de Arnold Schwarzenegger porque provou que ele poderia segurar um filme sozinho, tornando ele um sucesso de bilheteria. Afinal de contas em "Conan" ele virava coadjuvante do próprio personagem, que já tinha fama entre os leitores de quadrinhos e em "Terminator" ele era suplantado pelo roteiro bem escrito e pela direção impecável de James Cameron. Já aqui ele contava apenas com ele mesmo, com as cenas de ação e com o apelo publicitário de aparecer no poster do filme já devidamente camuflado, pronto para a guerra. Revisto hoje em dia o filme soa como um exemplo do exagero do cinema de ação dos anos 80, onde apenas um super soldado era capaz de matar dez, vinte ou cinquenta inimigos sem maior problema. O que importavam eram as cenas com as metralhadoras cuspindo chumbo quente para todos os lados. Sem perda de tempo e sem sentimentalismos baratos. Sem firulas. Puro cinema para macho! Nada mais do que isso. Se nunca assistiu não deixe de ver para ter uma ideia do que imperava nos cinemas na época.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Ghoul

Título no Brasil: Ghoul
Título Original: Ghoul
Ano de Produção: 2015
País: República Tcheca, Ucrânia
Estúdio: J.B.J. Film
Direção: Petr Jákl
Roteiro: Petr Bok, Petr Jákl
Elenco: Jennifer Armour, Alina Golovlyova, Jeremy Isabella
  
Sinopse:
Um grupo de amigos americanos, estudantes de cinema, decide ir até a Ucrânia para filmar um pequeno documentário sobre um homem que ficou vários anos preso após ser condenado por canibalismo. A intenção dos jovens é produzir uma entrevista com o criminoso e depois ligar sua história a várias lendas sobrenaturais da região que nasceram durante a ditadura soviética de Stálin, na década de 1930. Na ocasião se deu um grande surto de fome no país e a população sem ter o que comer começou a praticar em massa o canibalismo. Filme vencedor do Grossmann Fantastic Film and Wine Festival na categoria de Melhor Filme de terror.

Comentários:
Inicialmente você pensa estar assistindo a mais um daqueles filmes ao estilo mockumentary, que anda tão popular nos Estados Unidos. Há diferenças porém. A primeira e mais óbvia é que o filme foi produzido na Europa. Os produtores inclusive fizeram questão de filmar na Ucrânia, algo até perigoso nos dias de hoje por causa dos inúmeros conflitos que existem por lá. A segunda diferença substancial é que o roteiro fez uma bem bolada ligação do enredo com a vida do infame serial killer ucraniano Andrei Chikatilo. Esse foi um dos mais violentos psicopatas da história, acusado de ter matado mais de 50 pessoas e depois praticar canibalismo com seus corpos. Era um louco perigoso que ficou muito conhecido pelas atrocidades que cometeu em sua vida miserável. Tão violento que agora acabou virando vilão de filmes de terror. A ideia não é ruim, embora Chikatilo tenha conseguido ser mais sanguinário e monstruoso do que qualquer tipo de história ficcional que se possa imaginar. Infelizmente a criatividade também não vai muito além disso. Um mockumentary que usa uma história real, a utilizando como ponto de partida para a pura ficção é uma boa sacada, porém seu desenvolvimento fica no lugar comum. As mocinhas gritando, as imagens sem foco, tremendo e o caos e a gritaria imperando de forma banal. Mesmo com tantas ressalvas ainda vale a pena conferir, nem que seja para mudar um pouco, vendo um filme realizado no leste europeu; se bem que na verdade qualquer documentário que conte a história do verdadeiro Chikatilo é bem mais aterrorizante do que esse filme.

Pablo Aluísio.

2010 - O Ano Em Que Faremos Contato

Título no Brasil: 2010 - O Ano Em Que Faremos Contato
Título Original: 2010
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Peter Hyams
Roteiro: Peter Hyams
Elenco: Roy Scheider, John Lithgow, Helen Mirren
  
Sinopse:
Baseado no livro de ficção escrito por Arthur C. Clarke, o filme "2010 - O Ano Em Que Faremos Contato" dá sequência aos acontecimentos vistos no clássico de Stanley Kubrick "2001 - Uma Odisséia no Espaço". Uma nova expedição, dessa vez soviética, é enviada até os confins do sistema solar. O objetivo é chegar o mais rapidamente possível em Júpiter para descobrir o que teria acontecido com a tripulação da expedição anterior que desapareceu misteriosamente, sem deixar vestígios. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhores Efeitos Especiais, Som, Figurino, Maquiagem e Direção de Arte.

Comentários:
Acredito que seja um dos filmes mais subestimados da história. Há muitos pontos positivos, mas primeiro vamos comentar alguns probleminhas que a história apresenta nos dias de hoje. Em termos de futurologia o roteiro apresenta vários erros de previsão sobre o futuro. Acontece que no enredo do filme temos uma nave espacial soviética indo até Júpiter no ano de 2010. Tudo bem, na época em que o livro foi escrito era de se esperar que os russos tivessem mesmo capacidade no futuro para uma viagem espacial desse nível. Arthur C. Clarke só não contava que o muro de Berlim seria derrubado em 1989, colocando por terra todo o império socialista soviético naquele mesmo ano. Ele foi atropelado por um evento histórico que ninguém conseguiria prever na época. Outro fato que não se cumpriu, fruto de um otimismo típico dos anos 1960, vem da própria expedição humana rumo ao planeta Júpiter. No filme isso acontece em 2010 de uma forma quase rotineira. Pois bem, estamos em 2015 e até hoje a humanidade não conseguiu pisar em nenhum outro astro cósmico além da Lua. Nem o mais pessimista amante de astronomia dos anos 60 poderia antecipar um futuro tão decepcionante como esse! 

Quem diria... Também não há nenhum sinal de contato com seres extraterrestres. A não ser que você considere as aparições de OVNIs como algo válido nesse sentido. Para a ciência séria porém nada aconteceu. Estamos na mesma. Enfim, esses são equívocos de previsão, afinal de contas ninguém pode antecipar com segurança o que aconteceria no futuro próximo. De qualquer maneira considero um filme muito bem realizado, com um enredo muito bom, que embora muitos não digam, seria fartamente copiado nos anos que viriam por outras produções de Hollywood. Uma maneira de balancear o lado mais intelectual do filme original com uma história mais acessível ao fã de ficção mais comum. Também não podemos negar que o elenco é excelente. Além de Roy Scheider e John Lithgow, dois atores que gosto bastante, ainda temos a presença da dama da atuação Helen Mirren. Elegância e sofisticação que salvam o filme no quesito atuação. Só ela já justificaria o interesse em todo o filme. Em suma, vale a pena rever o filme para uma boa revisão.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

A Forca

Título no Brasil: A Forca
Título Original: The Gallows
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Blumhouse Productions
Direção: Travis Cluff, Chris Lofing
Roteiro: Travis Cluff, Chris Lofing
Elenco: Reese Mishler, Pfeifer Brown, Ryan Shoos
  
Sinopse:
Vinte anos depois de um evento trágico, quando um jovem estudante morreu em uma encenação de uma peça escolar chamada "A Forca", ela volta a ser encenada pelo grupo teatral da escola. Os atores são todos estudantes que querem dar o melhor de si no palco. O jovem Ryan Shoos resolve então gravar os bastidores da peça e acaba descobrindo que existe algo muito sinistro por trás de tudo o que está acontecendo.

Comentários:
Uma produção praticamente amadora que acabou caindo nas graças da Warner Bros que resolveu distribuir o filme nos cinemas (inclusive no Brasil). Os atores do filme usam seus próprios nomes para seus personagens e tudo é muito caseiro mesmo. Como era de esperar a linguagem e a estética seguem a linha do estilo mockumentary (uma verdadeira praga que assola o gênero terror nos Estados Unidos). Assim o espectador acaba acompanhando todos os acontecimentos em péssimas imagens  feitas naquelas pequenas câmeras de mão usadas por um dos personagens. Uma tremenda chateação. Além de não vermos praticamente quase nada do que acontece, a sensação de tontura também estará garantida (já que a câmera não para de balançar de um lado para o outro). Além da experiência nauseante você ainda será presentado (presente de grego é bom salientar) por uma trama bobinha e sem novidades. Como era de se esperar o tal fantasma do ator morto no passado volta para se vingar, com uma corda na mão e uma roupa de carrasco (fala sério!). São apenas quatro atores em cena (dois rapazes e duas garotas) que se revezam entre gritos e sustos dentro de um teatro na madrugada sem fim. Tudo muito chatinho e sem graça. As mortes não são assustadoras e nem criativas e vamos ser sinceros, quem ainda vai se assustar com esse tipo de fitinha B completamente sem originalidade? No final você vai procurar por uma corda mesmo, mas para se enforcar, com tanta raiva de ter perdido seu precioso tempo assistindo a essa bobagem nada arrepiante. É melhor pular do cadafalso do que assistir a essa bomba.

Pablo Aluísio.

Dark Was the Night

Título Original: Dark Was the Night
Título no Brasil: Ainda Não Definido
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Image Entertainment
Direção: Jack Heller
Roteiro: Tyler Hisel
Elenco: Kevin Durand, Lukas Haas, Steve Agee, Nick Damici,
  
Sinopse:
O xerife e seu assistente precisam investigar uma série de aparições inexplicáveis nas redondezas de uma pequena cidade americana. Os moradores relatam ter visto estranhas criaturas, com cascos de cavalos, mas que andam sobre duas pernas, algum tipo de animal desconhecido da ciência. Em pouco tempo todos os mais antigos moradores relembram velhas lendas, de demônios que supostamente  habitariam as profundezas da floresta local, mas o xerife considera esse tipo de coisa uma grande bobagem, uma crendice sem qualquer tipo de fundamento. Os acontecimentos que virão irão demonstrar que ele está redondamente enganado em pensar assim. Filme vencedor do Screamfest na categoria de Melhores Efeitos Visuais.

Comentários:
Bom, se você curte Criptozoologia (o estudo de espécies animais lendárias, mitológicas, hipotéticas ou avistadas por poucas pessoas) certamente vai ao menos se interessar por esse terror. A história se passa numa daquelas cidadezinhas sonolentas do interior dos Estados Unidos. O xerife local não tem muito o que fazer até que algo incomum acontece. Durante uma expedição floresta adentro um grupo de madeireiros é brutalmente assassinada. Ao mesmo tempo em que ocorrem as mortes inexplicáveis, as pessoas da cidade começam a contar avistamentos fantásticos, como animais estranhos e o surgimento de aparições de pessoas falecidas (o próprio xerife começa a ver seu jovem filho, morto alguns meses antes). Não demora muito e o policial toma conhecimento de velhas lendas. Os mais antigos afirmam que existem demônios ancestrais dentro da escura floresta e agora eles estão de volta para expulsar os moradores que invadiram o território de seu antigo lar. "Dark Was the Night" prioriza bastante o suspense, por essa razão não vá esperar um show de computação gráfico a todo momento. Sim, os monstros surgem nas cenas finais, mas até lá o diretor Jack Heller se mostra mais interessado em criar todo um clima antes do surgimento dos estranhos seres. Como é um filme de curta duração não há como se aborrecer com a ausência explícita dos monstros. Para falar a verdade quando finalmente eles surgem algo se perde, já que o mais interessante era imaginar como seriam. São bem feitos, mas eram melhores em nossa pura imaginação. Quando eles começam a atacar uma velha igreja católica grande parte do suspense também se vai. Não faz mal, é uma boa fita que diverte e consegue manter a atenção, mesmo com a presença de clichês aqui e acolá. Vale conhecer.

Pablo Aluísio.

domingo, 6 de setembro de 2015

Everly - Implacável e Perigosa

Título no Brasil: Everly - Implacável e Perigosa
Título Original: Everly
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Vega, Baby!
Direção: Joe Lynch
Roteiro: Yale Hannon
Elenco: Salma Hayek, Hiroyuki Watanabe, Laura Cepeda
  
Sinopse:
Ao abrir seus olhos Everly (Salma Hayek) percebe que está em uma situação extrema. Há corpos espalhados por todos os cantos, sangue nas paredes e sinais de que houve um grande tiroteio em seu apartamento. Sequestrada no passado e levada para servir de escrava sexual de um chefão da máfia japonesa, ela agora precisa sobreviver de todas as formas. Depois de descobrir uma mala cheia de dinheiro nos fundos de um quarto ela decide deixar o lugar, algo que definitivamente não será nada fácil pois o apartamento está cercado por todos os tipos de criminosos. A única chance dela é usar todo o arsenal que está a sua disposição para abrir caminho, mesmo que seja no meio de uma chuva de balas!

Comentários:
Um filme bem violento, sangrento e sem medo de mostrar todo tipo de cena com torturas e assassinatos, alguns bizarros causados por espadas de samurai e uso intenso de armas pesadas, de grosso calibre. De certo modo "Everly" chegou a me lembrar até mesmo em seu jeito exagerado de ser dos filmes de Tarantino, em especial "Kill Bill", mas isso claro colocando tudo em seu devido lugar. Isso porque temos que realmente tirar as devidas proporções para comparar essa produção com qualquer obra assinada pelo diretor Tarantino. Agora em termos de estética cinematográfica é tudo realmente bem semelhante. Nunca descobrimos, por exemplo, a razão de tanto ódio dirigido contra a personagem interpretada por Salma Hayek, tudo o que é informado, da forma mais sucinta possível, é que ela teria "traído" seu mentor na máfia japonesa. E isso é só. 

Como um filme que está mais preocupado em explorar a violência insana e sem limites de seus rasos personagens do que descer a detalhes de seu enredo, "Everly" aposta todas as suas fichas na mais pura e descerebrada ação. Não que isso implique que o filme não seja divertido, muito pelo contrário, ao se assumir como tal a produção acaba prendendo a atenção do espectador, sempre na expectativa do próximo absurdo que surgirá na tela. Tudo se passa praticamente dentro de um apartamento onde Everly está impossibilidade de fugir. Lá fora e lá embaixo no térreo do edifício há uma verdadeira legião de capangas armados até os dentes. Sem condições de ir até sua filha e sua mãe, Everly as traz para o meio desse campo de batalha onde elas acabam protagonizando cenas do mais puro nonsense. Embora bem violento o filme curiosamente não chega a chocar porque tudo surge bem caricato, nada muito realista ou verossímil. O final em aberto deixa claro que "Everly" seguirá em frente, provavelmente na forma de uma franquia de ação daquelas bem exageradas mesmo. É esperar para ver.

Pablo Aluísio.

Um Domingo de Chuva

Título no Brasil: Um Domingo de Chuva
Título Original: Like Sunday, Like Rain
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: BB Film Productions
Direção: Frank Whaley
Roteiro: Frank Whaley
Elenco: Leighton Meester, Julian Shatkin, Debra Messing, Billie Joe Armstrong
  
Sinopse:
A jovem Eleanor (Leighton Meester) tem uma vida complicada. Depois de ir embora da casa dos pais ela vai até Nova Iorque tentar realizar seu sonho de entrar na conceituada escola de música da Juilliard, mas sem dinheiro ou bolsa de estudos acaba se tornando garçonete para sobreviver na grande cidade. Para piorar ela tem um relacionamento tumultuado com o namorado, o músico Dennis (Billie Joe Armstrong). Após brigar com ele em seu trabalho acaba sendo demitida. Precisando de um novo emprego acaba aceitando uma vaga como babá em um rico apartamento do Upper East Side. Lá conhece o pequeno garoto prodígio Reggie (Julian Shatkin), um jovem com um QI acima da média que criará um laço de amizade e afeição com ela.

Comentários:
Esse filme é especialmente recomendado para os fãs da série "Gossip Girl". Isso porque ele é estrelado pela atriz Leighton Meester que interpretava a patricinha malvada Blair Waldorf. Curiosamente aqui ela retorna para o mesmo bairro chique de Upper East Side onde a série se passava, mas ao invés de dar vida a uma mimadinha da região ela vive uma garota da classe trabalhadora que precisa ganhar a vida com os empregos que vão lhe surgindo pela frente. Entre eles está justamente a de ser a babá de um garoto de 12 anos que apesar da idade é um pequeno gênio. Ele toca violoncelo, tem uma mente sofisticada e pensamentos de uma pessoa com uma idade bem superior a da sua faixa etária. Em pouco tempo ele vai se apegando emocionalmente com a nova babá, até porque vive praticamente solitário em um grande apartamento de Manhattan. Sua mãe é uma executiva estressada que vive viajando, jogando a educação de seu filho todo nas mãos de um grupo de empregados da casa. Debra Messing, a Grace Adler da série Will & Grace, interpreta esse papel. Outro destaque interessante do elenco é a presença do roqueiro Billie Joe Armstrong da banda Green Day tentando se dar bem como ator. Ele até que não se sai mal, apesar do personagem ser pequeno e de pouco destaque. No geral é um bom filme, com uma história interessante, que só peca mesmo por não assumir abertamente o amor platônico que o garoto começa a sentir por sua babá. Em tempos tão politicamente corretos a impressão que fica é a de que os produtores tiveram receio ou medo de mostrar um quase romance entre uma jovem garota adulta e um menino de 12 anos. Assim ao invés de explicitar esse aspecto preferiram apenas sugerir tudo. A saída foi um pouco covarde, mas também trouxe uma inegável sofisticação ao enredo.

Pablo Aluísio.