quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Jim Morrison - Ninguém Sai Vivo Daqui

Essa biografia de Jim Morrison foi um grande sucesso de vendas nos Estados Unidos, vendendo em torno de 2 milhões de cópias, entrando na lista dos best-sellers do New York Times. O autor é bem conhecido para quem gosta de ler sobre música. Jerry Hopkins foi jornalista da revista Rolling Stones no auge de popularidade do rock e já era bem conhecido pelos fãs de Elvis Presley, principalmente pelo ótimo livro que escreveu sobre o Rei do Rock. Nesse aqui ele foi atrás da história do líder dos Doors, Jim Morrison, entrevistando amigos, familiares e namoradas. Acabou escrevendo um livro bem agradável de se ler.

Um dos pontos fortes dessa obra é que o autor foi um dos poucos jornalistas que conseguiram entrevistar Pamela, a musa de Morrison, a garota que o acompanhou até o dia de seu morte em Paris. Aliás foi ela que encontrou o artista morto na banheira de seu apartamento na cidade francesa. Ela não viveu muitos anos além de Morrison, morrendo de uma overdose de heroína em 1974. O fato de ter seu ponto de vista nessa páginas já qualifica o livro como um dos melhores sobre Morrison. A Pamela, infelizmente, teve uma vida tão auto destrutiva como o próprio namorado. Ela terminou seus dias bem pobre, viciada em drogas e dormindo de favor na casa de alguns amigos em Los Angeles. Nunca conseguiu desfrutar da fama e da riqueza gerada pelo nome The Doors.

Agora um fato curioso vem à tona. O escritor afirma com todas as letras que era bem mais admirador de Jim Morrison antes de escrever o livro. Quando foi exposto à verdadeira história do cantor ele ficou um tanto decepcionado com o que encontrou. Nos últimos anos Jim Morrison havia se tornado mesmo uma figura trágica. Estava alcoólatra e vivia perambulando pelas piores espeluncas e bares de Los Angeles. Vivia bêbado, caindo pelas ruas. Isso sem contar as drogas pesadas que tomava quando as encontrava de forma fácil pelos becos da cidade. Em Paris não mudou muito sua rotina. Continuou a ir em bares e boates onde passava o dia bebendo e tomando drogas. Supõe-se que no dia de sua morte injetou um tipo de heroína vinda do Marrocos. Seu organismo que já vinha sofrendo vários abusos ao longo dos anos não suportou mais essa agressão. Ele morreu muito jovem, aos 27 anos, pelos excessos que tinham se tornado rotina em sua vida.

Assim só coube ao autor lamentar a morte de um talento desses, tragado por seus vícios. Ele também descartou em sua biografia todas aquelas loucas teorias de que Morrison teria forjado sua própria morte, indo morar na África, como contrabandista, tal como seu ídolo Rimbaud. Nada dessa bobagem faz sentido para o escritor. Ao adotar esse estilo sóbrio e realista, o livro acaba ganhando mesmo muitos pontos positivos. No fim de tudo sobraram processos judiciais, envolvendo a família de Pamela, de Jim e dos demais membros dos Doors e um busto no cemitério de Père-Lachaise, busto esse inclusive que foi roubado alguns anos atrás. O lugar onde ele foi enterrado acabou se tornando um ponto de encontro de junkies europeus e americanos. Pelo visto os excessos de Jim Morrison não o deixaram nem após sua morte. Realmente não houve salvação para o auto denominado Rei Lagarto.

Pablo Aluísio.

Robert Schumann

Robert Schumann foi um dos grandes pianistas e compositores da história. Ele nasceu em Zwickau, no antigo Reino da Saxônia (hoje Alemanha) no dia 8 de junho de 1810. Desde jovem mostrou paixão e aptidão para a música Seu pai o incentivava muito, pois também tinha alma de artista. Depois com os anos de estudo ele foi se tornando um maravilhoso pianista, apesar da pouca idade. A vida de Robert Schumann foi repleta de tragédias, sendo a primeira delas a morte de seu querido pai. Sem ele, o jovem pianista se viu sem seu maior incentivador.

A mãe de Schumann não via a vida de artista com bons olhos. Para ela os músicos não tinham grande futuro, sendo que muitos deles morriam na maior miséria. Por isso fez de tudo para proibir que seu filho seguisse por esse caminho. Para ela o importante era ir para uma universidade de direito, para se tornar advogado. Esse era um grande futuro para o seu filho.

Mesmo a contragosto Schumann foi cursar direito. Só que seu velho sonho de ser um pianista não o deixava. Assim ele acabou conhecendo um grande professor que ficou admirado por seu talento. Ao jovem pupilo o mestre disse: "Largue o curso de direito e venha estudar comigo. Eu vou lhe transformar no maior pianista do mundo!". Com esse inventivo o ele simplesmente largou tudo e foi buscar o sonho de ser um músico profissional. E se deu muito bem, pelo menos nos primeiros anos, quando deu concertos por toda a Alemanha, se tornando celebrado e admirado.

Porém seu destino quase sempre caminhava para a tragédia. Ele teve um problema sério nas mãos que liquidou sua carreira de concertista. Sem conseguir tocar piano, ele foi para o lado de composição, se tornando um grande criador. Também se destacou no jornalismo, onde se tornou crítico de arte de um jornal de sua cidade. Só que nada disso impediu que Robert Schumann tivesse um sério problema mental que o deixou incapaz de trabalhar. Acabou sendo internado em uma instituição psiquiátrica, onde veio a falecer ainda muito moço, na idade de apenas 46 anos de idade. Sua adorada esposa Clara reuniu todos os seus trabalhos e conseguiu levar para a posteridade todo o seu grande trabalho de compositor. Sua obra chegou intacta até nós, graças a ela. Especialistas atuais e estudiosos em geral colocam o músico como um dos mais importantes na história do piano, lado a lado com Chopin e Franz Liszt.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

The Beatles


Beatles Fashion
Os Beatles posam para a foto mostrando toda a sua elegância. O grupo que no começo da carreira usava roupas de couro, tais como as que Marlon Brando desfilou no filme "O Selvagem", teve seu visual mudado pelo empresário Brian Epstein. Saíram os blusões e entraram finos ternos ingleses. Para Brian o visual era tão importante quanto a música e o grupo deveria se apresentar com a mesma finesse dos bons rapazes britânicos, como se toda mãe da Inglaterra tivesse orgulho de tê-los como genros! A nova sofisticação no figurino pegou muito bem e em pouco tempo os Beatles estavam em todas as capas de revistas do Reino Unido.



Beatles e Dylan
Na foto John e Paul trocam figurinhas enquanto compõem mais uma canção. Para John os discos de Bob Dylan foram uma grande influência na composição das letras dos Beatles, uma vez que Lennon descobriu que poderia haver mais alternativas do que a velha fórmula "garoto-ama-garota" que eles vinham usando até então. Usando uma linguagem rebuscada os Beatles começaram a criar letras com intenso jogo de palavras, muitas delas sem sentido algum, apenas valendo a sonoridade que poderiam trazer para as melodias. Já sobre a própria pessoa de Dylan, John foi mais ácido ao dizer: "Não havia como ficar muito tempo ao seu lado, ele era muito paranóico".


Pete Best e os Beatles
Uma das primeiras formações dos Beatles: John Lennon, George Harrison, Paul McCartney e Pete Best. O baterista foi considerado tecnicamente fraco pelo primeiro produtor dos Beatles, George Martin. Ele então sugeriu que ele fosse substituído por outro durante as gravações dos discos, sendo utilizado apenas nos shows ao vivo. Os três Beatles então se reuniram e decidiram tirar Best da banda. Quem ficou responsável pela demissão foi John Lennon. Anos depois ele relembrou: "Sempre que havia um serviço sujo a fazer eu era o designado para isso!". Depois de uma conversa tensa Pete Best finalmente foi afastado, entrando em seu lugar Ringo Starr, velho conhecido dos tempos em Hamburgo. 


Stu, o Quinto Beatle
O grande amigo de John Lennon no começo dos Beatles não foi Paul McCartney e nem George Harrison, mas sim Stu Sutcliffe. Ambos se conheceram bem jovens e foram amigos no instituto de arte de Liverpool onde eles estudavam. O sonho de Stu sempre foi o de ser um pintor, mas John o convenceu a entrar nos Beatles como baixista do grupo. Detalhe: ele não sabia tocar e nem levava jeito para a coisa, por isso na maioria das vezes se apresentava de costas para o público. Como a música não lhe fazia muito a cabeça Stu logo deixou os Beatles e foi viver ao lado da namorada amada Astrid Kirchherr na Alemanha. Infelizmente ele morreu muito cedo, vítima de um tumor cerebral e por essa razão não teve a oportunidade de ver o imenso sucesso que os Beatles iriam alcançar nos anos seguintes.


Beatles em Hamburgo
Na foto George, Stu e John posam para uma foto tirada por Astrid, a namorada de Stutcliff na Alemanha. Os Beatles iam para a Alemanha em busca de trabalho e experiência. Eles tocaram em boates de strip tease e pequenos bares localizados no bairro boêmio da cidade. O som do grupo em pouco lembrava os primeiros discos da banda pois tudo ainda era bem cru. Ringo, que cruzou com os Beatles na Alemanha (embora ainda não fizesse parte do conjunto) resumiu tudo ao afirmar que na época o som dos rapazes mais parecia com a de uma banda punk dos anos setenta do que qualquer outra coisa. O visual também era bem diferente, com os membros vestidos de roupas de couro tal como os roqueiros americanos da época.


The Beatles - A Hard Day's Night
Na foto os Beatles correm em cena do filme "A Hard Day's Night" (Os Reis do Ié-Ié-Ié, no Brasil). Dirigido pelo cineasta Richard Lester, com roteiro de Alun Owen, o filme tinha a proposta de mostrar o que seria um dia na vida dos Beatles. Esses por sua vez aparecem em cena intepretando a si mesmos, naquele que foi considerado o melhor momento dos Beatles no cinema. Para John Lennon foi uma oportunidade e tanto de desfilar sua personalidade mais ácida. Suas observações irônicas acabaram inspirando várias cenas. Fora das telas John continuava com seu jeito de não poupar nada, nem ninguém. Perguntado por uma jornalista sobre seu desempenho no filme, John respondeu: "Não somos atores, então não se pode se esperar grande coisa!". Para surpresa de todos porém o filme foi bem recebido por público e crítica, arrancando duas indicações ao Oscar, de melhor roteiro original e melhor música (George Martin).


John e Cynthia Lennon
John e Cynthia fogem da imprensa durante uma viagem a Londres. Eles se casaram porque ela ficou grávida, ainda na época dos Beatles. Brian Epstein, o empresário da banda, chegou na conclusão que não seria um bom negócio ter o casamento divulgado para a imprensa, uma vez que toda fã dos Beatles sonhava em se casar com um deles. Ter um Beatle casado era assim algo ruim para a imagem do grupo, por isso Cynthia ficou escondida por anos das fãs do conjunto. Apenas dois anos depois, por volta de 1964, é que a imprensa americana finalmente descobriu que John era casado há anos com ela.

John e os Deficientes - Nessa semana que passou John Lennon voltou a ser notícia em vários órgãos de imprensa mundo afora. Pena que não por um aspecto positivo. Uma instituição de proteção a pessoas deficientes condenou um vídeo onde John parecia imitar uma pessoa com deficiência mental. É obviamente uma brincadeira, mas que pegou muito mal. Eu nunca tinha visto esse show e nem essa suposta brincadeira de Lennon e confesso que não estou aqui para defende-lo, mas sim colocar um pouco de bom senso em toda essa história.

Juro que não consegui ver uma maldade nos gestos de John. Ele está no palco e imita gestos de uma pessoa com problemas mentais. Acho que foi mais uma molecagem sem noção do que qualquer outra coisa. Não penso que John tenha tido qualquer intenção de ofender ou humilhar as pessoas com deficiência. O que vi ali foi mais um homem com mentalidade de garoto, tentando fazer as fãs rirem de seus gestos. Não vejo, repito, maldade nenhuma no que John fez. Claro que muitos não vão concordar com minha forma de entender a questão, mas sinceramente acredito que houve um certo exagero por parte desses grupos que fizeram um verdadeiro escarcéu com tudo. Tudo bem, não devemos fazer dos problemas mentais das pessoas uma piada, nisso concordo, porém temos também que entender que aquele show foi há mais de cinquenta anos e naquele tempo não havia ainda esse tipo de consciência mais apurada. Condenar John Lennon como um vilão por algo como aquilo me soa muito desproporcional.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 6 de setembro de 2011

O Complexo de Édipo de John Lennon

Recentemente surgiu uma polêmica envolvendo John Lennon e sua mãe Julia. A versão oficial todos conhecemos. A mãe foi atropelada por um bêbado em uma rua de Liverpool. Ela não sobreviveu ao evento trágico e isso destruiu emocionalmente Lennon. Basta ouvir músicas como "Julia" e "Mother" para bem entender esse aspecto. O próprio Lennon não escondia nada, sua dor era expressa sem meias palavras.

O foco da polêmica porém não é essa. Uma fita, contendo um áudio privado de John, chocou algumas pessoas. Nela podemos ouvir John relatando uma estranha história quando ele supostamente teria tido algum desejo sexual em relação à Julia. Um momento incestuoso que desconcertou John, a ponto dele gravar sua confissão numa fita que seria enviada para seu analista.

A fita acabou sendo roubada de seus pertences e divulgada por um de seus antigos secretários particulares. Yoko Ono processou o gatuno, mas o estrago estava feito. Quando isso aconteceu John era apenas um jovem com hormônios a todo vapor, mas não deixa de ser algo assustador saber que ele, em algum momento de sua vida, teve uma atração sexual por sua própria mãe! E o mais estranho de tudo é que John admitia na fita que se tivesse tomado a iniciativa, provavelmente sua mãe teria cedido aos seus avanços! Que coisa mais bizarra, Mr. Lennon...

Pelo visto o ex-Beatle nutriu mesmo um complexo de Édipo pela figura materna. A única diferença é que ele não precisou disputar o amor da mãe com o pai, pois esse havia há muito abandonado a família, deixando John e Julia sem qualquer amparo, o que faria com que John criasse uma aversão completa por seu pai. Anos depois, já rico e famoso como membros dos Beatles, seu pai retornou. E segundo John o chantageou, aparecendo na imprensa lavando pratos em um boteco inglês. Sem outra alternativa John lhe ajudou na velhice, mas nunca o perdoou totalmente pelo que havia feito no passado, quando se esquivou de assumir as funções de pai e marido.

Pablo Aluísio.

Frank Sinatra - Moonlight Sinatra

O tema desse álbum de Frank Sinatra é a lua, ou melhor dizendo, a lua dos namorados. São canções românticas que evocam romantismo em cada momento. Um disco conceitual? Bom, eu poderia classificar como uma coletânea conceitual, já que as canções escolhidas pelo próprio Sinatra não foram compostas em conjunto para a elaboração de um disco específico. Pelo contrário são músicas citando a lua, mas de períodos e compositores bem diversos. Inegavelmente o conjunto ficou bonito, mas sem essa coisa de tentar criar algo mais substancial do que realmente é. Assim temos uma coleção de lindas músicas românticas na voz incomparável de Frank Sinatra.

Historicamente o cantor teve o melhor período de sua discografia na Capitol Records. Depois ele brigou com os produtores e decidiu que iria abrir seu próprio selo. Nasceu assim a Reprise Records. Trabalhando por conta própria, sendo ao mesmo tempo artista e empresário, Sinatra não perdeu tempo. Levou sua própria equipe musical do período em que gravava seus álbuns na Capitol para a nova gravadora. Entre esses músicos estava o amigo e parceiro Nelson Riddle, acompanhado de sua fabulosa orquestra. Relembrando que na Capitol o talentoso Riddle nunca teve o espaço merecido. Ele era - pasmem! - considerado apenas um maestro substituto dentro do selo. Era do banco de reservas. Na Reprise ele seria do time principal, com o status que merecia. E como não poderia deixar de ser, novamente foi brilhante ao lado de Sinatra. Esse disco aqui demonstra muito bem isso, nessa nova fase. O mesmo talento, a mesma elegância em cada nota musical. É mais um dos grandes discos de Frank Sinatra, aqui em casa nova.

Frank Sinatra - Moonlight Sinatra
Cantor: Frank Sinatra
Álbum: Moonlight Sinatra
Selo: Reprise Records
Data de Gravação: Novembro de 1965
Produção: Sonny Burke
Local de Gravação: Hollywood, Los Angeles
Data de Lançamento: Março de 1966

Frank Sinatra - Moonlight Sinatra
1. Moonlight Becomes You (Johnny Burke / Jimmy Van Heusen)
2. Moon Song (Sam Coslow / Arthur Johnston)
3. Moonlight Serenade (Glenn Miller / Mitchell Parish)
4. Reaching for the Moon (Irving Berlin)
5. I Wished on the Moon (Dorothy Parker / Ralph Rainger)
6. Oh, You Crazy Moon (Burke / Van Heusen)
7. The Moon Got in My Eyes" (Burke, Johnston)
8. Moonlight Mood (Harold Adamson / eter de Rose)
9. Moon Love (Mack David / André Kostelanetz)
10. The Moon Was Yellow (And the Night Was Young) (Fred E. Ahlert /  Edgar Leslie)

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

The Beatles - All I've Got to Do

The Beatles - All I've Got to Do
Grupo: The Beatles
Música: All I've Got to Do
Compositores: Lennon–McCartney
Álbum: With The Beatles
Selo: EMI Odeon
Data de Gravação: 22 de novembro de 1963
Produção: George Martin
Local de Gravação: Abbey Road Studios, Londres

Músicos: 
 John Lennon (guitarra base, vocal principal), Paul McCartney (baixo, vocal de apoio), George Harrison (guitarra solo, violão, vocal de apoio), Ringo Starr (bateria)

Comentários:
Essa canção fez parte do disco "With The Beatles", o segundo álbum do grupo na Europa. Já nos Estados Unidos ela foi lançada como parte do LP "Meet The Beatles". Como se sabe no começo da carreira dos Beatles havia uma diferença entre a discografia inglesa e americana. Só tempos depois é que tudo foi unificado, sendo os discos lançados na Inglaterra considerados os oficiais. A canção conta com o vocal principal de John Lennon, com aquela voz bem característica que todos os fãs conhecem.

O curioso é que Lennon explicaria anos depois que a música tinha sido uma influência do chamado "som da Motown", a gravadora americana especializada em música negra. John diria que ele estava tentando trazer um pouco da sonoridade de Smokey Robinson, do grupo The Miracles, para os discos dos Beatles. Penso que embora tenha sido esse o objetivo, essa canção romântica tem identidade própria, que resultou igualmente numa boa gravação por parte do quarteto. É simples, romântica e muito eficiente, funcionando muito bem dentro do repertório do disco.

Pablo Aluísio.

George Harrison e Pattie Boyd



domingo, 4 de setembro de 2011

Michael Jackson - Thriller - Parte 2

A música "The Girl Is Mine" foi uma parceria de Michael com o ex-Beatle Paul McCartney. Uma dobradinha, uma troca de gentilezas, Paul cantaria no disco de Michael e esse gravaria também com Paul, em "Say, Say, Say" do álbum "Pipes of Peace". Os dois se deram muito bem em termos artísticos, embora na vida pessoal tivessem problemas. Não é segredo para ninguém que Paul se sentiu traído quando Michael comprou os direitos autorais das músicas dos Beatles pelas costas do colega.

Depois disso a amizade azedou de vez e eles nunca mais voltaram a trabalhar juntos. Uma pena porque apesar de terem feito poucas músicas juntos todas elas eram excepcionalmente boas. "The Girl Is Mine" por exemplo, é uma balada saborosa, com tudo o que de melhor os anos 80 poderia disponibilizar no gênero Pop Music. Tocou muito nas rádios, fez grande sucesso e se tornou um hit dentro de um álbum que só trazia hits, mais parecendo uma coletânea de sucessos da carreira de Michael Jackson.

E por falar em sucesso, o que dizer de "Billie Jean"?  Essa canção era seguramente uma das mais perfeitas de toda a carreira de Jackson, um embalo dançante que não deixou ninguém parado nos anos 80. A composição era fruto da parceria de Michael com Quincy Jones, o produtor responsável por esse disco maravilhoso na carreira do cantor. Lançado em single, como uma espécie de divulgadora avançada do próprio disco, bateu inúmeros recordes de vendas quando chegou nas lojas de discos da época. Aliás um compacto original em bom estado hoje em dia é uma verdadeira raridade, disputada por colecionadores de vinis.

Michael diria anos depois que a canção havia sido escrito pensando nas fãs do grupo Jackson Five. Ele e seus irmãos costumavam chamar qualquer garota que fosse fã da banda de "Billie Jean", uma piada interna entre eles. Anos depois surgiram diversas teorias sobre isso, mas a versão dada pelo próprio cantor foi justamente essa. Como foi ele o criador da música não haveria mais o que discutir. O clip também ficou famoso, sendo o primeiro de uma linhagem que faria o disco vender milhões de cópias nos anos seguintes. A calçada iluminada pelos seus passos realmente marcaria para sempre o universo pop da música americana.

Pablo Aluísio.

Kurt Cobain e as Drogas

Lendo a biografia "Mais Pesado que o Céu", ótimo livro por sinal, descobrimos que Kurt Cobain, como todo viciado em drogas, também inventava muitas desculpas para justificar seu vício. No caso dele era uma sempre presente dor no estômago que o torturava há anos. Não estou aqui dizendo que ele não tinha essa dor crônica, nada disso, apenas afirmando que isso não tinha ligação nenhuma com seu vício na poderosa e perigosa heroína.

Kurt dizia que após injetar a droga a dor passava. Ora, algo previsível, já que ele literalmente apagava, perdia a consciência. E sem consciência não há dor. No final de sua vida ele infelizmente se entregou completamente. Vivia indo de um hotel barato para outro e embora fosse milionário procurava por quartos que custavam 10 dólares a hospedagem. A razão? Esses estabelecimentos tinham passe livre para traficantes. Assim Kurt estava livre para comprar a droga que quisesse, quando quisesse e na quantidade que ele achava que precisava. Então imagine esse rockstar, mundialmente conhecido, se hospedando em pequenos hotéis de beira de estrada apenas para se picar sem dó e nem piedade.

Ele morava em uma bela mansão na área mais exclusiva e rica de Seattle, mas sinceramente falando não se sentia à vontade ali. Ele havia sido pobre por toda a sua vida e não curtia essa ostentação toda. Além do mais a convivência com a esposa era turbulenta. Ela queria que ele largasse as drogas, mas Kurt no fundo só queria mesmo curtir seu vício em alguma espelunca da cidade. Ele também ia muito para os apartamentos dos traficantes, onde podia ficar uma tarde inteira no sofá, injetando heroína nas veias sem sermões e cobranças.

O curioso é que há uma passagem no livro em que é relatado que uma traficante recebeu Kurt em seu apartamento, mas ele estava injetando tanta heroína que ela decidiu colocar ele para fora de lá, com medo que sofresse uma overdose, que iria levar os tirar até lá, prendendo todo mundo. Totalmente drogado Kurt foi colocado literalmente no meio da rua, onde ficou estirado na calçado, como se fosse um sem´teto. E isso na mesma semana em que uma de suas músicas estava no top 5 da Billboard. O vício de drogas realmente não perdoa.

Pablo Aluísio.