"He Touched Me" foi o terceiro e último álbum gospel da carreira de Elvis. Também foi o menos vendido, o que menos causou repercussão. Em minha opinião pessoal também é o disco religioso menos inspirado de Elvis. As belas sonoridades que ouvimos em "His Hand in Mine" e "How Great Thou Art" não se repetiram aqui. Houve de certa maneira um certo desleixo nos arranjos e produção. Ao invés de procurar por um novo tipo de som, mais de acordo com o tema religioso do disco, o produtor Felton Jarvis apenas trouxe a banda de palco de Elvis para o estúdio, sem muito capricho ou inovação.
Claro que há no repertório algumas gravações bonitas e belas, mas no conjunto geral não consigo ouvir nada muito relevante, que fuja do tipo de sonoridade que Elvis já vinha utilizando em seus discos convencionais. Não há maiores cuidados nos arranjos, como já escrevi, nem a tentativa de criar algo novo, com novos instrumentos e linhas melódicas. O disco sempre me pareceu terrivelmente comum, sem inovações ou cuidados técnicos. Em termos de qualidade há também uma montanha russa, que vai do belo ao ordinário, sem pausas. Hoje em dia a audição do álbum soa até mesmo um pouco cansativa, um mal sinal para um trabalho de estúdio de qualquer artista.
Nem tudo porém foi perdido. Um dos destaques positivos desse disco vem justamente de "Amazing Grace", um dos maiores clássicos religiosos da cultura norte-americana. Penso até que o disco deveria ter sido nomeado de "Amazing Grace", não apenas porque essa faixa é muito superior a "He Touched Me" como também pela força comercial do nome da música. Provavelmente não foi escolhida para nomear o álbum por questões de direitos autorais, ou então porque os executivos da RCA Victor acreditavam que esse gospel já havia sido gravado tantas vezes antes, por tantos artistas diferentes ao longo dos anos, que estaria simplesmente saturado no mercado. De qualquer maneira esse gravação é uma das que justificam a existência do disco como um todo. Mesmo com problemas, etc, "Amazing Grace" na voz de Elvis é sem dúvida um belo momento de sua discografia. Algo muito inspirador e belo. Pena que seja uma exceção no meio convencional dominante que impera no disco.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 5 de maio de 2010
terça-feira, 4 de maio de 2010
Elvis Presley - He Touched Me - Parte 2
"He Touched Me", a música que dá título ao álbum, foi um lançamento original de Bill Gaither em 1963. Porém a versão que fez Elvis efetivamente se interessar por ela foi outra, mais tardia, gravada pelo grupo vocal The Imperials. Elvis admirava bastante esse quarteto gospel, sempre comprava seus singles e álbuns, então acabou sendo algo natural para ele gravar a música alguns anos depois. A letra foi inspirada nas páginas do próprio evangelho, nos milagres que Jesus fazia usando apenas suas próprias mãos. Basta lembrar da cura do cego e outras passagens. Também há o toque inspirativo de sua própria mensagem que tocava o coração dos homens.
"Lead Me, Guide Me", por sua vez, era uma velha composição da cantora e compositora gospel Doris Mae Akers. O auge de sucesso de sua carreira aconteceu no pós guerra. Ela decidiu se mudar para Los Angeles em 1946 e lá tirou a sorte grande ao ser contratada pela gravadora RCA Victor, que começava a apostar no mercado gospel, na produção de discos voltados mais para o público religioso. Provavelmente Elvis conhecia suas músicas desde a infância pois Gladys gostava de ouvir música evangélica no rádio, na estação local de Memphis. Foi assim uma forma de Elvis voltar no passado, nos bons tempos que passou ao lado de sua mãe.
Para quem não consegue entender a ligação entre o rock e a música gospel indico a audição de "Bosom of Abraham", Como se sabe o rock em seus primórdios foi uma fusão de diversos ritmos musicais, entre eles o gospel. A rapidez, a vibração do ritmo, principalmente nos hinos mais enérgicos cantados nas capelas do sul, trouxe muito ao novo ritmo que nascia. Essa música mais se parece um velho rockabilly se formos pensar bem. A única diferença obviamente vem no teor de sua letra. Essa foi uma das gravações de Elvis que penso poderia ter sido muito bem aproveitada nos palcos. Pena que ele não pensou dessa forma, a relegando apenas nessa versão em estúdio, muito bem gravada por sinal.
Pablo Aluísio.
"Lead Me, Guide Me", por sua vez, era uma velha composição da cantora e compositora gospel Doris Mae Akers. O auge de sucesso de sua carreira aconteceu no pós guerra. Ela decidiu se mudar para Los Angeles em 1946 e lá tirou a sorte grande ao ser contratada pela gravadora RCA Victor, que começava a apostar no mercado gospel, na produção de discos voltados mais para o público religioso. Provavelmente Elvis conhecia suas músicas desde a infância pois Gladys gostava de ouvir música evangélica no rádio, na estação local de Memphis. Foi assim uma forma de Elvis voltar no passado, nos bons tempos que passou ao lado de sua mãe.
Para quem não consegue entender a ligação entre o rock e a música gospel indico a audição de "Bosom of Abraham", Como se sabe o rock em seus primórdios foi uma fusão de diversos ritmos musicais, entre eles o gospel. A rapidez, a vibração do ritmo, principalmente nos hinos mais enérgicos cantados nas capelas do sul, trouxe muito ao novo ritmo que nascia. Essa música mais se parece um velho rockabilly se formos pensar bem. A única diferença obviamente vem no teor de sua letra. Essa foi uma das gravações de Elvis que penso poderia ter sido muito bem aproveitada nos palcos. Pena que ele não pensou dessa forma, a relegando apenas nessa versão em estúdio, muito bem gravada por sinal.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - He Touched Me - Parte 3
"An Evening Prayer" abria o lado B do vinil original de "He Touched Me" em sua versão oficial, da discografia americana. É uma composição da dupla C. Maude Battersby e Charles Hutchison Gabriel, Era uma das faixas que a RCA Victor promoveu como uma gravação original de Elvis Presley na época de lançamento do disco. Como o próprio título deixa claro se trata de uma oração cantada, com uma letra composta de poucas linhas, mas que funciona perfeitamente aos seus propósitos. Orações são assim, puro sentimento. Elvis, por sua vez, tem uma excelente performance vocal. Ele sempre ficava muito inspirado cantando gospel.
Nunca cheguei a gostar muito de "A Thing Called Love", Acredito que seja uma das músicas mais datadas do álbum, por causa dos arranjos. A primeira versão, a original, foi lançada em 1968 por Jerry Reed, cantor country. Depois Jimmy Dean (não confundir com o famoso ator morto nos anos 50) também gravou sua versão. Curiosamente a canção se tornou sucesso mesmo com Johnny Cash, chegando a ficar em primeiro lugar na parada country. Era bem a especialidade do bom e velho Cash. Em suma, é uma country music em essência, mas com uma letra também religiosa sob certos aspectos.
"I, John" é excelente. Outra que tem uma sonoridade bem rockabilly, mostrando que o rock é mesmo uma mistura, um caldeirão de outros ritmos musicais que se fundiram e lhe deram origem. Uma canção bem rápida, com excelente trabalho coletivo entre Elvis e seu grupo de apoio. É interessante que muitos que viviam ao redor de Elvis sempre afirmaram que a canção era uma de suas preferidas nas reuniões e pequenas festas que ele dava em seu apartamento após os shows. Era uma forma dele relaxar. Sempre nessas ocasiões ele puxava o coro dos seus vocalistas, aproveitando cada nota. Então fica a questão: por que ele não a usou mais em concertos já que gostava tanto da canção? Essa é uma daquelas perguntas que apenas Elvis poderia mesmo responder.
Pablo Aluísio.
Nunca cheguei a gostar muito de "A Thing Called Love", Acredito que seja uma das músicas mais datadas do álbum, por causa dos arranjos. A primeira versão, a original, foi lançada em 1968 por Jerry Reed, cantor country. Depois Jimmy Dean (não confundir com o famoso ator morto nos anos 50) também gravou sua versão. Curiosamente a canção se tornou sucesso mesmo com Johnny Cash, chegando a ficar em primeiro lugar na parada country. Era bem a especialidade do bom e velho Cash. Em suma, é uma country music em essência, mas com uma letra também religiosa sob certos aspectos.
"I, John" é excelente. Outra que tem uma sonoridade bem rockabilly, mostrando que o rock é mesmo uma mistura, um caldeirão de outros ritmos musicais que se fundiram e lhe deram origem. Uma canção bem rápida, com excelente trabalho coletivo entre Elvis e seu grupo de apoio. É interessante que muitos que viviam ao redor de Elvis sempre afirmaram que a canção era uma de suas preferidas nas reuniões e pequenas festas que ele dava em seu apartamento após os shows. Era uma forma dele relaxar. Sempre nessas ocasiões ele puxava o coro dos seus vocalistas, aproveitando cada nota. Então fica a questão: por que ele não a usou mais em concertos já que gostava tanto da canção? Essa é uma daquelas perguntas que apenas Elvis poderia mesmo responder.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Elvis Presley - He Touched Me - Parte 4
"I've Got Confidence" foi escrita por Andraé Edward Crouch, pastor, cantor e compositor negro gospel bem popular nos Estados Unidos. Todos sabem que Elvis era um colecionador de discos religiosos. Estava sempre atento aos novos talentos. O primeiro álbum de Crouch chamado de "Take the Message Everywhere" havia sido lançado em 1969. Foi através desse álbum que Elvis conheceu a obra musical desse ministro batista.
A versão de Elvis é até bem simples. Arranjo sóbrio e destaque para a vocalização. Ficou bonito, mas em minha opinião ainda não tão marcante como outras faixas desse disco. Durante a sessão de gravação de muitas canções desse álbum Elvis contou apenas com sua banda básica e grupo vocal de apoio dentro do estúdio. Somente depois que o produtor Felton Jarvis colocava todos os demais instrumentos, para deixar as músicas mais completas, mais bonitas ao ouvinte.
"There Is No God But God" era uma das novidades do disco. Escrita por Bill Kenny, era uma canção praticamente desconhecida de muitos. A letra louvava obviamente a Deus, mostrando toda a sua grandiosidade, deixando claro que apenas existe um único Deus e nenhum outro. Elvis gostava muito do trecho da letra que afirmava que Deus havia criado tudo no universo e que não existiria nada, absolutamente nada, existente, que não fosse uma obra de Deus, nem um pássaro voando no horizonte, nem um gota de água que viesse a cair no chão. Deus absoluto, criador de todas as coisas. Esse tipo de mensagem enchia a alma de Elvis que era uma pessoa muito religiosa.
"Seeing Is Believing" também trazia uma mensagem bela do ponto de vista religioso, exaltando os fiéis a não embarcarem no equivocado pensamento do "ver para crer". A canção foi escrita pelo guarda-costas e amigo pessoal de Elvis, Red West. Foi um ato de amizade por parte dele. Ainda assim temos aqui que reconhecer que Red West, apesar de tudo o que aconteceu, tinha talento para escrever belas letras e até bonitas melodias. Elvis gravou diversas músicas de Red West ao longo de sua carreira, nenhuma delas pode ser considerada ruim ou medíocre. Aqui Red dividiu os créditos da música com o músico Glen Spreen. É um bom momento do álbum.
Pablo Aluísio.
A versão de Elvis é até bem simples. Arranjo sóbrio e destaque para a vocalização. Ficou bonito, mas em minha opinião ainda não tão marcante como outras faixas desse disco. Durante a sessão de gravação de muitas canções desse álbum Elvis contou apenas com sua banda básica e grupo vocal de apoio dentro do estúdio. Somente depois que o produtor Felton Jarvis colocava todos os demais instrumentos, para deixar as músicas mais completas, mais bonitas ao ouvinte.
"There Is No God But God" era uma das novidades do disco. Escrita por Bill Kenny, era uma canção praticamente desconhecida de muitos. A letra louvava obviamente a Deus, mostrando toda a sua grandiosidade, deixando claro que apenas existe um único Deus e nenhum outro. Elvis gostava muito do trecho da letra que afirmava que Deus havia criado tudo no universo e que não existiria nada, absolutamente nada, existente, que não fosse uma obra de Deus, nem um pássaro voando no horizonte, nem um gota de água que viesse a cair no chão. Deus absoluto, criador de todas as coisas. Esse tipo de mensagem enchia a alma de Elvis que era uma pessoa muito religiosa.
"Seeing Is Believing" também trazia uma mensagem bela do ponto de vista religioso, exaltando os fiéis a não embarcarem no equivocado pensamento do "ver para crer". A canção foi escrita pelo guarda-costas e amigo pessoal de Elvis, Red West. Foi um ato de amizade por parte dele. Ainda assim temos aqui que reconhecer que Red West, apesar de tudo o que aconteceu, tinha talento para escrever belas letras e até bonitas melodias. Elvis gravou diversas músicas de Red West ao longo de sua carreira, nenhuma delas pode ser considerada ruim ou medíocre. Aqui Red dividiu os créditos da música com o músico Glen Spreen. É um bom momento do álbum.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - He Touched Me - Parte 5
Assim que os primeiros acordes de "He Is My Everything" tocam, o fã de Elvis imediatamente lembra de outra música do cantor, "There Goes My Everything" de outro disco, do "Elvis Country (I’m 10,000 Years Old)". Quando consulta o selo descobre que o autor, Dallas Frazier, é exatamente o mesmo da outra canção. Como poderia se explicar isso?
Na realidade temos aqui a mesma melodia, porém com uma pequena mudanças na letra. Uma é romântica, a outra é gospel, religiosa. Elvis curtia as duas versões e por isso decidiu gravar a sacra para seu novo disco, "He Touched Me". Curiosamente o autor dessas duas faixas foi considerado no começo de sua carreira como uma espécie de Elvis, estilo mais country e gospel. O mundo realmente dá voltas. Eis que nos anos 70 Elvis gravaria duas composições de sua autoria. Foi o ápice para Dallas Frazier, sem dúvida.
"Reach Out To Jesus" é uma música bem antiga. Seu autor Ralph Carmichael foi um bem sucedido compositor de músicas religiosas, tendo suas obras gravadas por grandes nomes da música norte-americana, entre eles Nat King Cole, Ella Fitzgerald e Bing Crosby. Alguns anos depois ele decidiu se tornar ministro religioso e virou pastor. Também virou produtor musical, fundando seu próprio selo de músicas gospel, a Light Records.
Essa versão de Elvis é muito boa, porém não chega necessariamente a se tornar um destaque dentro do disco. "He Touched Me" vale muito pelo seu conjunto. Essa é, em minha opinião, a principal razão do disco ter sido premiado pelo Grammy. Visto como um todo é um belo álbum gospel. Assim a faixa cumpre seu papel dentro do repertório. Elvis nunca mais a utilizou em estúdio e tampouco voltou a cantá-la em concertos ao vivo. De certa forma essa gravação pode ser considerada um autêntico Lado B da discografia de Elvis Presley. Nada muito além disso.
Pablo Aluísio.
Na realidade temos aqui a mesma melodia, porém com uma pequena mudanças na letra. Uma é romântica, a outra é gospel, religiosa. Elvis curtia as duas versões e por isso decidiu gravar a sacra para seu novo disco, "He Touched Me". Curiosamente o autor dessas duas faixas foi considerado no começo de sua carreira como uma espécie de Elvis, estilo mais country e gospel. O mundo realmente dá voltas. Eis que nos anos 70 Elvis gravaria duas composições de sua autoria. Foi o ápice para Dallas Frazier, sem dúvida.
"Reach Out To Jesus" é uma música bem antiga. Seu autor Ralph Carmichael foi um bem sucedido compositor de músicas religiosas, tendo suas obras gravadas por grandes nomes da música norte-americana, entre eles Nat King Cole, Ella Fitzgerald e Bing Crosby. Alguns anos depois ele decidiu se tornar ministro religioso e virou pastor. Também virou produtor musical, fundando seu próprio selo de músicas gospel, a Light Records.
Essa versão de Elvis é muito boa, porém não chega necessariamente a se tornar um destaque dentro do disco. "He Touched Me" vale muito pelo seu conjunto. Essa é, em minha opinião, a principal razão do disco ter sido premiado pelo Grammy. Visto como um todo é um belo álbum gospel. Assim a faixa cumpre seu papel dentro do repertório. Elvis nunca mais a utilizou em estúdio e tampouco voltou a cantá-la em concertos ao vivo. De certa forma essa gravação pode ser considerada um autêntico Lado B da discografia de Elvis Presley. Nada muito além disso.
Pablo Aluísio.
domingo, 2 de maio de 2010
Elvis Presley 1970
Elvis Presley 1970
Em 1970 Elvis fez duas temporadas de grande sucesso em Las Vegas que iriam dar também origem a dois bons discos (On Stage e Thats The Way It Is) e a um excelente filme documentário feito para a MGM. O começo dos anos 70 foi excepcionalmente bom para a carreira de Elvis após ele deixar todos aqueles filmes dos anos 60 em Hollywood.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - 1972
Elvis Presley - 1972
Foto tirada em Las Vegas durante temporada do cantor Elvis Presley realizada no ano de 1972. Esse foi um ano cheio de compromissos para Elvis. Além das tradicionais temporadas em Vegas, o artista cruzou os Estados Unidos para uma série de shows. Nesse mesmo ano a RCA Victor colocaria nas lojas de discos o famoso álbum "Elvis Now", um dos preferidos dos fãs brasileiros de Elvis.
Pablo Aluísio.
sábado, 1 de maio de 2010
Elvis Presley - Elvis Now - Parte 4
É fato que os americanos nunca deram muita bola para a balada romântica "Sylvia". Nos Estados Unidos essa música nunca chegou a ser um sucesso. Nem entre os fãs mais ardorosos daquele país há qualquer destaque dado para a canção. Assim ela é considerada mesmo um verdadeiro "Lado B", ou seja, uma faixa gravada apenas para completar o espaço de um disco. Nada mais do que isso. O curioso é que mesmo em fóruns de colecionadores no exterior há um certo desprezo pela gravação.
No Brasil as coisas mudam de figura. "Sylvia" foi certamente um dos maiores sucessos da carreira de Elvis Presley. A música tocou muito nas rádios, ajudou o álbum "Elvis Now" a vender muito em nosso país, além de ter sido colocada como single nacional para aproveitar o sucesso na época. O compacto (único no mundo todo) até hoje é cobiçado por quem coleciona discos de vinil.
Em suma, "Sylvia" foi um grande hit verde e amarelo, sob qualquer ponto de vista. Fazendo um exercício de imaginação, se Elvis tivesse vindo ao Brasil realizar algum show por aqui nos anos 70 certamente ele teria que colocar "Sylvia" como um dos destaques de seus concertos, já que o público brasileiro não iria admitir uma apresentação sem essa canção tão querida dos fãs brasileiros. Como infelizmente isso nunca aconteceu e como Elvis ficou mesmo enclausurado dentro dos Estados Unidos pelo resto de sua vida, ele nunca chegou a interpretar a música ao vivo, afinal para os americanos ela nunca passou de ser um mero "Lado B" da discografia do cantor. Que pena!
Avançando no disco temos ainda "Put Your Hand in the Hand". Confesso que nunca gostei muito dessa faixa. Ela tem uma melodia até agradável, mas o excesso de repetições da letra e do refrão cansam o ouvinte após algumas audições. A letra é gospel, trazendo de volta o Elvis religioso, sempre louvando a Deus. A letra basicamente é quase uma oração, incentivando o ouvinte a colocar seu destino nas mãos de Deus, ou melhor dizendo, colocando suas mãos nas mãos do homem da Galileia, que com suas próprias mãos acalmou as águas do mar. Basicamente é isso. Como se trata de uma música religiosa o refrão é repetido inúmeras vezes. Não há nada de errado nesse tipo de composição harmônica, apenas acredito que canse um pouco, funcionando melhor mesmo dentro de um culto religioso, com todos batendo palmas e cantando juntos.
Pablo Aluísio.
No Brasil as coisas mudam de figura. "Sylvia" foi certamente um dos maiores sucessos da carreira de Elvis Presley. A música tocou muito nas rádios, ajudou o álbum "Elvis Now" a vender muito em nosso país, além de ter sido colocada como single nacional para aproveitar o sucesso na época. O compacto (único no mundo todo) até hoje é cobiçado por quem coleciona discos de vinil.
Em suma, "Sylvia" foi um grande hit verde e amarelo, sob qualquer ponto de vista. Fazendo um exercício de imaginação, se Elvis tivesse vindo ao Brasil realizar algum show por aqui nos anos 70 certamente ele teria que colocar "Sylvia" como um dos destaques de seus concertos, já que o público brasileiro não iria admitir uma apresentação sem essa canção tão querida dos fãs brasileiros. Como infelizmente isso nunca aconteceu e como Elvis ficou mesmo enclausurado dentro dos Estados Unidos pelo resto de sua vida, ele nunca chegou a interpretar a música ao vivo, afinal para os americanos ela nunca passou de ser um mero "Lado B" da discografia do cantor. Que pena!
Avançando no disco temos ainda "Put Your Hand in the Hand". Confesso que nunca gostei muito dessa faixa. Ela tem uma melodia até agradável, mas o excesso de repetições da letra e do refrão cansam o ouvinte após algumas audições. A letra é gospel, trazendo de volta o Elvis religioso, sempre louvando a Deus. A letra basicamente é quase uma oração, incentivando o ouvinte a colocar seu destino nas mãos de Deus, ou melhor dizendo, colocando suas mãos nas mãos do homem da Galileia, que com suas próprias mãos acalmou as águas do mar. Basicamente é isso. Como se trata de uma música religiosa o refrão é repetido inúmeras vezes. Não há nada de errado nesse tipo de composição harmônica, apenas acredito que canse um pouco, funcionando melhor mesmo dentro de um culto religioso, com todos batendo palmas e cantando juntos.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Elvis Now - Parte 5
"We Can Make the Morning" tem um belo trabalho vocal por parte dos grupos de apoio de Elvis. Essa canção sempre considerei uma das melhores sob esse aspecto. Talvez não tenha sido tão bem recebida pelo público porque sua sonoridade destoava um pouco do que tocava nas rádios na época. "American Pie" de Don McLean era um hit nas paradas e mostrava bem o que todos estavam querendo ouvir por volta de 1972. Músicas grandiosas como essa de Elvis Presley dificilmente iriam se sobressair no mercado.
A RCA Victor porém resolveu ignorar isso e colocou a música de Jay Ramsey como lado B do novo single de Elvis. Não houve boa receptividade, fazendo com que o compacto chegasse apenas ao quadragésimo lugar entre os compactos mais vendidos, um resultado muito longe do que a gravadora pretendia. É uma pena já que definitivamente a canção era bonita e bem executada. Apenas não era a ideal para ser lançada como single naquela ocasião. De qualquer maneira acabou recebendo boas críticas por parte de revistas especializadas em música. Se não foi tão bom do ponto de vista comercial, pelo menos ganhou a simpatia dos críticos musicais.
O Lado A desse mesmo single veio com a melancólica "Until It's Time For You To Go". Essa era uma nova versão de Elvis para um sucesso de meados dos anos 60. A música havia sido escrita e lançada pela artista canadense Buffy Sainte-Marie. Ela foi uma nativa que cantando sobre paz, amor e ativismo político, conseguiu se sobressair no cenário da música naquele período. Sua versão original é bem de acordo com o movimento hippie, com apenas voz e violão, algo singelo, simples, mas ao mesmo tempo bonito e harmonioso.
Elvis de certa forma tirou a melodia de suas origens e a levou para um estilo mais country and western. Também sua banda TCB vinha nessa pegada. Elvis assim tornava a música mais palatável para o público do sul dos Estados Unidos, que tinha mais familiaridade com a sonoridade vinda de Nashville. Muito provavelmente Elvis nem tenha se inspirada na gravação original de Sainte-Marie, mas sim na versão do grupo britânico The Four Pennies. Eles a gravaram em 1965 e conseguiram transformar sua gravação em um top 20 da parada. Um feito e tanto. Pena que na voz de Elvis a música não voltou a obter muito sucesso na parada de singles. Muito provavelmente ela já havia chegado ao máximo em termos de êxito comercial com os ingleses, sete anos antes.
Pablo Aluísio.
A RCA Victor porém resolveu ignorar isso e colocou a música de Jay Ramsey como lado B do novo single de Elvis. Não houve boa receptividade, fazendo com que o compacto chegasse apenas ao quadragésimo lugar entre os compactos mais vendidos, um resultado muito longe do que a gravadora pretendia. É uma pena já que definitivamente a canção era bonita e bem executada. Apenas não era a ideal para ser lançada como single naquela ocasião. De qualquer maneira acabou recebendo boas críticas por parte de revistas especializadas em música. Se não foi tão bom do ponto de vista comercial, pelo menos ganhou a simpatia dos críticos musicais.
O Lado A desse mesmo single veio com a melancólica "Until It's Time For You To Go". Essa era uma nova versão de Elvis para um sucesso de meados dos anos 60. A música havia sido escrita e lançada pela artista canadense Buffy Sainte-Marie. Ela foi uma nativa que cantando sobre paz, amor e ativismo político, conseguiu se sobressair no cenário da música naquele período. Sua versão original é bem de acordo com o movimento hippie, com apenas voz e violão, algo singelo, simples, mas ao mesmo tempo bonito e harmonioso.
Elvis de certa forma tirou a melodia de suas origens e a levou para um estilo mais country and western. Também sua banda TCB vinha nessa pegada. Elvis assim tornava a música mais palatável para o público do sul dos Estados Unidos, que tinha mais familiaridade com a sonoridade vinda de Nashville. Muito provavelmente Elvis nem tenha se inspirada na gravação original de Sainte-Marie, mas sim na versão do grupo britânico The Four Pennies. Eles a gravaram em 1965 e conseguiram transformar sua gravação em um top 20 da parada. Um feito e tanto. Pena que na voz de Elvis a música não voltou a obter muito sucesso na parada de singles. Muito provavelmente ela já havia chegado ao máximo em termos de êxito comercial com os ingleses, sete anos antes.
Pablo Aluísio.
Elvis Now - Resultado Comercial
Elvis Now - Resultado Comercial
Quantas cópias vendeu o álbum "Elvis Now" de Elvis Presley? O álbum foi certificado com a qualificação Gold (Disco de Ouro) pela RIAA em 27 de março de 1992, o que indica vendas ao menos de 500.000 unidades nos EUA. Infelizmente no resto do mundo não existe números precisos de quantas cópias foram vendidas desse disco.
Pablo Aluísio.
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