sábado, 13 de maio de 2006

Caravana

Título no Brasil: Caravana
Título Original: Wagon Train
Ano de Produção: 1957 - 1965
País: Estados Unidos
Estúdio: Revue Studios, Universal TV
Direção: Vários
Roteiro: Vários
Elenco: Frank McGrath, Terry Wilson, Robert Horton

Sinopse:
"Caravana" mostra várias histórias de pioneiros rumo ao oeste selvagem. Com o fim da guerra civil houve uma grande leva de americanos que decidiram rumar em direção ao oeste em busca de novas oportunidades, uma maneira de recomeçarem suas vidas. As jornadas atravessando planícies, desertos e montanhas rochosas, colocavam à prova a força e integridade desses homens, mulheres e crianças que enfrentavam as maiores adversidades para construir uma nova nação em suas fronteiras mais distantes.

Comentários:
Essa foi mais uma série de sucesso na TV americana. No total durou oito temporadas, sempre com muito êxito de audiência. O curioso é que hoje em dia, infelizmente, séries de western andam bem raras (de lembrança me recordo agora apenas de "Hell on Wheels" do canal a cabo AMC). Nos anos 1950 e 60 a situação era bem diversa. Havia toda uma diversidade para os fãs de faroestes. A estrutura dos roteiros de "Caravana" abriam muito espaço para histórias novas, com outros personagens, que vinham e iam de acordo com a aceitação do público. Um exemplo é a aparição nos enredos de ícones do velho oeste como Doc Holliday, afinal o famoso pistoleiro também foi um pioneiro, um viajante que foi para o velho oeste em busca de um recomeço em sua vida. Assim a cada novo episódio os espectadores eram apresentados a novas estórias de cada um dos viajantes de caravanas que iam para cidadezinhas perdidas no meio do deserto ou localizadas na distante e desconhecida Califórnia. Até hoje gosto bastante da proposta de "Wagon Train". Nos Estados Unidos grande parte de suas temporadas já está no mercado de DVD mas no Brasil, como sempre, ainda há escassez desse tipo de lançamento. De qualquer maneira fica a dica caso você tenha acesso a algum DVD importado para sua coleção. Certamente valerá a pena.

Pablo Aluísio.

O Cavalheiro dos Amores

Título no Brasil: O Cavalheiro dos Amores
Título Original: Bardelys the Magnificent
Ano de Produção: 1926
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: King Vidor
Roteiro: Rafael Sabatini, Dorothy Farnum
Elenco: John Gilbert, Eleanor Boardman, Roy D'Arcy, John Wayne

Sinopse:
Filme do cinema mudo que conta a estória do cavalheiro Bardelys (John Gilbert) que precisa sobreviver às intrigas e tramas da sociedade na época do reinado de Louis XIII (Arthur Lubin). Sob o comando do tirânico Cardeal Richelieu (Edward Connelly) não haveria espaço para rebeliões ou conflitos contra a ordem dominante da nação. Produção capa e espada da velha escola.

Comentários:
Esse foi o segundo filme da carreira de John Wayne. O primeiro, "Mocidade Esportiva", desse mesmo ano, é extremamente raro de encontrar mesmo nos Estados Unidos. Também é de pouco interesse pois Wayne não passa de um figurante sem qualquer relevância para o enredo do filme em si. As coisas não mudam muito nesse "Bardelys the Magnificent", já que Wayne ainda era um jovem que ninguém conhecia. A diferença maior é que esse já é um filme bem mais relevante, com produção muito mais bem cuidada e que contava no elenco com o famoso  John Gilbert. Esse foi um ator extremamente produtivo na era do cinema mudo, tendo atuado em mais de 70 filmes, de todos os gêneros cinematográficos. Até em westerns se deu muito bem. Aliás John Gilbert e Eleanor Boardman estão ótimos em cena, com belo entrosamento. Há cenas de ação, romance e aventura, tudo feito para agradar o público da época. De brinde o espectador pode se divertir procurando por Wayne nas cenas. Enfim, uma interessante volta ao passado, no tempo em que o cinema ainda não tinha voz.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 12 de maio de 2006

Dois Contra o Oeste

Título no Brasil: Dois Contra o Oeste
Título Original: Texas Across the River
Ano de Produção: 1966
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Michael Gordon
Roteiro: Wells Root, Harold Greene
Elenco: Dean Martin, Alain Delon, Rosemary Forsyth, Joey Bishop, Tina Aumont, Peter Graves

Sinopse: 
Don Andrea Baltazar (Alain Delon) é um nobre espanhol que vai até os Estados Unidos para desposar a bela e rica Phoebe Ann (Rosemary Forsyth) da aristocracia sulista, mas no dia do casamento uma grande confusão é armada, um soldado americano cai de um terraço e Baltazar é acusado de assassinato. Sem alternativas, resolve fugir para o oeste em direção ao Texas onde conhece Sam Hollis (Dean Martin); Juntos eles rumam para desbravar as terras do território que, em breve, iria se tornar o mais novo estado a integrar os Estados Unidos.

Comentários:
É incrível que o mesmo diretor de "Confidências à Meia-Noite", uma das melhores comédias dos anos 50, tenha errado tão feio como nesse equivocado "Texas Across the River". O que era sofisticado, de fino humor, acaba virando um pastelão dos mais sem graça nessa tentativa de fazer rir no velho oeste. Nem o elenco formado por atores bacanas como Dean Martin e Alain Delon salva a fita de ser um desastre completo. Poucas vezes vi um tipo de humor tão grosseiro, numa sucessão de cenas que tentam ser engraçadas mas que nunca conseguem atingir seu objetivo. Até os comanches do filme são trapalhões, saindo dando cabeçadas por aí. Por falar nos Trapalhões a comparação, infelizmente, é válida. Imagine o mais sem graça filme dos Trapalhões. Pois bem, saiba que esse "Dois Contra o Oeste" consegue ser pior do que isso. Um filme quando é ruim não tem jeito. Até Dean Martin, que tinha ótimo feeling para comédias, está perdido e sem graça. Suas cenas são constrangedoras sob qualquer ponto de vista. Pior ainda se sai Alain Delon que odiou a experiência de ir para Hollywood para fazer algo tão estúpido. Era melhor ter ficado na Europa, fazendo filmes cults certamente. Em suma, essa tentativa de mesclar comédia com faroeste é simplesmente desastrosa. Um abacaxi  sem tamanho. Ignore.

Pablo Aluísio.

Uma Pistola Para Cem Caixões

Título no Brasil: Uma Pistola Para Cem Caixões
Título Original: Una Pistola Per Cento Bare
Ano de Produção: 1968
País: Itália, Espanha
Estúdio: Copercines, Cooperativa Cinematográfica
Direção: Umberto Lenzi
Roteiro: Marco Leto, Eduardo Manzanos Brochero
Elenco: Peter Lee Lawrence, John Ireland, Gloria Osuna

Sinopse:
Jim Slade (Peter Lee Lawrence) é forçado a se alistar nas tropas confederadas durante a Guerra Civil americana mas não se dá bem pois sendo muito religioso se recusa a matar outro homem. Preso por insubordinação passa dois anos preso numa prisão de trabalhos forçados. Com o fim da guerra finalmente é libertado e volta para casa mas ao chegar lá encontra seus pais mortos por uma quadrilha de foras-da-lei. Em vista disso ele decide deixar suas convicções religiosas de lado para vingar a morte deles. Compra uma pistola e sai em busca dos assassinos de seus pais.

Comentários:
Bom, não é todo dia que você se depara com um filme onde o personagem principal é uma testemunha de Jeová pistoleiro! Pois as caracterizações fora do comum não se resumem a ele. Há também um pregador que segura uma bíblia numa das mãos e uma pistola na outra, um agente funerário que adora sua profissão, seu cemitério e os tiroteios (afinal sua clientela sempre aumenta com as mortes) e até um prefeito que gosta tanto de dinheiro que topa até mesmo se passar por defunto para transportar a grana dentro de seu caixão. E o que dizer do bando de doidos que fogem do manicômio e ganham as ruas tocando o terror? É um western Spaghetti típico, com alguns toques do roteiro que soam ao mesmo tempo caricatas e engraçadas. Por exemplo, quando o pistoleiro resolve ir atrás dos assassinos de seus pais ele compra apenas quatro balas para os quatro criminosos que ele busca para acertar as contas. Nada de atirar em vão! Apesar de todos esses momentos folclóricos a verdade pura e simples é que você acaba se divertindo com tudo. Talvez esse seja um dos segredos do sucesso dos filmes italianos de faroeste pois eles geralmente nunca se levavam muito à sério, o que acabava criando um clima de muita diversão escapista. Até os títulos dos filmes mostram isso. Então se você estiver disposto a ver uma só pistola mandando cem bandoleiros para seus caixões essa é uma pedida e tanto! Divirta-se!

Pablo Aluísio

quinta-feira, 11 de maio de 2006

O Grande Massacre

Título no Brasil: O Grande Massacre
Título Original: The Great Sioux Massacre
Ano de Produção: 1965
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Sidney Salkow
Roteiro: Marvin A. Gluck, Sidney Salkow
Elenco: Joseph Cotten, Darren McGavin, Philip Carey,
Julie Sommars, Nancy Kovack, John Matthews

Sinopse:
O General George Armstrong Custer (Philip Carey) é designado para a fronteira como comandante da Sétima Cavalaria do exército americano para concretizar a missão de pacificar as tribos indígenas Sioux da região. Chegando lá adota uma postura de superioridade, arrogância e intolerância para com as reivindicações dos índios, o que acaba despertando a ira de todos os caciques. O confronto final se dá em Little Big Horn quando as tropas de Custer são cercadas por centenas e centenas de guerreiros liderados por Touro Sentado.

Comentários:
Começa um certo revisionismo dentro do cinema americano sobre o real papel exercido pelo general George Armstrong Custer e a sétima cavalaria nas chamadas guerras Indígenas. Para entender bem isso basta prestar atenção na época em que esse filme foi produzido, meados dos anos 1960, quando os americanos ficaram mais críticos em relação a vários grandes nomes de sua história. Nesse filme o general não é mais apresentado como um herói sem máculas, como era comum em filmes antigos, estrelados por galãs como Errol Flynn. Aqui o militar americano surge como um sujeito de moral duvidosa, de caráter dúbio em relação ao tratamento que dispensava aos membros da nação Sioux. Claro que ainda não temos um completo realismo em cena mas o filme mostra claramente o caminho que produções futuras iriam tomar sobre esse espinhoso tema. Como não poderia deixar de ser os acontecimentos ocorridos na batalha de Little Big Horn - quando a cavalaria foi massacrada pelos índios liderados por Touro Sentado - ganham destaque. Sem dúvida é uma obra bem corajosa para a época, um western socialmente consciente que merece ser redescoberto.

Pablo Aluísio.

Roubo no Rancho

Título no Brasil: Roubo no Rancho
Título Original: Pistol Harvest
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: Lesley Selander
Roteiro: Norman Houston
Elenco: Tim Holt, Joan Dixon, Robert Clarke, Mauritz Hugo, Robert J. Wilke, Edward Hearn

Sinopse:
O sonho do cowboy Tim (Tim Holt) é se casar com a bela Felice Moran (Joan Dixon), indo morar em um bonito rancho que há anos ele sonha comprar. Para isso terá que superar as vilanices de Terry Moran (Edward Hearn), um mal-intencionado rancheiro da região que também deseja comprar a propriedade dos sonhos de Tim, além de ter uma queda nada correspondida por Felice que ele a todo custo tenta conquistar.

Comentários:
Faroeste B da RKO que investe no carisma do ator Tim Holt, tudo embalado em um roteiro dos mais simples, com um enredo bem clichê, que fazia a festa da gurizada que lotava as matinês dos cinemas nos anos 1950. A fita é tão curtinha que mais parece um média metragem. De fato tem pouco mais de 60 minutos e quando menos esperamos ela acaba. Na época a RKO já passava por inúmeros problemas financeiros (o estúdio iria à falência alguns anos depois) e por isso produzia fitas de western em ritmo industrial como essa que geralmente eram exibidas em sessão dupla nas matinês (por essa razão é que eram tão curtinhas). O ator Tim Holt (1919–1973) que hoje em dia anda bem esquecido era extremamente popular por essa época. Ele chegou à fama ainda bastante jovem, o que criou uma identificação com seu público que acabava se vendo também na tela. Muitas de suas produções são perfeitos exemplos do faroeste juvenil que fez a alegria de muitas crianças nos anos 1940 e 50. Um retrato de uma época que já não mais existe. Se você deseja conhecer como eram as produções dessa era esse "Roubo no Rancho" é uma ótima opção.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de maio de 2006

As Aventuras de Búfalo Bill

Mais um clássico do faroeste americano. Os lendários Buffalo Bill Cody (Charlton Heston) e Wild Bill Hickok (Forrest Tucker) se empenham pessoalmente no sucesso da Pony Express, uma via de comunicação rápida entre a distante Califórnia e o centro do poder americano, Washington. O sucesso da rede é vital para manter o estado da Califórnia como parte integrante da União, pois políticos inescrupulosos desejavam que ocorresse uma separação, uma secessão do mais importante e rico estado do oeste do restante do país. Por essa razão não era nada fácil estabelecer essa via de integração entre as duas costas da nação americana pois poderosos interesses queriam que tudo se tornasse um fracasso. O roteiro desse filme mistura personagens reais com eventos de mera ficção. "As Aventuras de Búfalo Bill" evoca a mitologia do velho oeste. Obviamente que tanto Buffalo Bill como Wild Bill Hickok existiram de fato e se tornaram símbolos daquela era, mas também é verdade que nunca se envolveram em uma aventura como a mostrada nesse filme, muito embora a Pony Express também tenha existido, tanto que no final da película os produtores colocaram inclusive uma carta do presidente Abraham Lincoln elogiando os serviços dessa via de comunicação que serviu para manter a Califórnia unida ao restante dos Estados Unidos. Assim o grupo de roteiristas do filme criou um enredo que misturava história com eventos de imaginação. E esse aspecto, que era até bem comum na época, funcionou muito bem.

Outro aspecto a se considerar vem da interpretação de Charlton Heston no papel de Búfalo Bill. Como se sabe Bill foi o dono de um espetáculo de velho oeste que cruzava os Estados Unidos em bem sucedidas turnês. Em determinado momento de sua vida ele virou mais um artista de palco do que qualquer outra coisa. Tanto que fundou uma empresa circense, especializada em apresentações de cowboys e índios, que o tornaram muito rico. O enredo desse filme passa longe disso, procurando mostrar o personagem em sua juventude, mas isso não inibiu Heston que encontrou o tom certo para Búfalo Bill, embora fossem fisicamente bem diferentes. O verdadeiro Bill era loiro com grandes cabelos e bigode espalhafatoso. Também usava roupas chamativas e exageradas, fora dos padrões. Heston tem a aparência de um cowboy comum no filme, em nada diferente das demais pessoas. Claro que o filme não avança muito nesse aspecto de se preocupar com fatos históricos da biografia de Búfalo Bill. Tente comparar com a caracterização que Paul Newman faria de Bill anos mais tarde desse mesmo personagem e você entenderá a diferença substancial entre as duas interpretações. No saldo geral é um bom western valorizado pelo enredo que presta homenagem aos cavaleiros da Pony Express que, com seus esforços, mantiveram uma nação unida, de costa a costa, apesar de todas as dificuldades.

As Aventuras de Búfalo Bill (Pony Express, Estados Unidos, 1953) Estúdio: Paramount Pictures / Direção: Jerry Hopper / Roteiro: Charles Marquis Warren, Frank Gruber / Elenco: Charlton Heston, Rhonda Fleming, Jan Sterling, Forrest Tucker / Sinopse: Buffalo Bill Cody (Charlton Heston) e Wild Bill Hickok (Forrest Tucker) participam da consolidação da Pony Express, uma linha de comunicação entre as costas leste e oeste dos Estados Unidos. Formada por bravos homens montados a cavalo, eles levavam mensagens de um lado ao outro do país.

Pablo Aluísio.

O Retorno do Pistoleiro

Título no Brasil: O Retorno do Pistoleiro
Título Original: Return to Warbow
Ano de Produção: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Ray Nazarro
Roteiro: Les Savage Jr, Les Savage Jr
Elenco: Philip Carey, Catherine McLeod, Andrew Duggan, William Leslie, William Leslie, James Griffith

Sinopse:
Após ficar preso por longos onze anos, o pistoleiro e fora-da-lei Clay Hollister (Philip Carey) consegue escapar. Ao lado de dois outros prisioneiros, ele engana os guardas e foge rumo ao deserto. Antes de ser preso pelo xerife no passado, Clay determinou ao seu irmão que enterrasse em um lugar seguro o dinheiro de um grande assalto de banco que havia cometido ao lado de seus comparsas. Agora, em liberdade, ele irá atrás desse valor que está bem escondido em algum lugar. O problema é que seu irmão é um beberrão, jogador inveterado e está hesitante em revelar o verdadeiro paradeiro daquela pequena fortuna. O que terá acontecido de verdade?

Comentários:
Outro faroeste B muito competente da Columbia. Nos anos 1950 era comum a publicação de estórias de western nos grandes jornais americanos, aos domingos. Na maioria dos casos esses textos mesclavam ficção com fatos reais, em uma espécie de romantização de eventos que realmente ocorreram no velho oeste. "O Retorno do Pistoleiro" é baseado em um desses textos que foi publicado no New York Times. Era a história de um fora-da-lei que conseguia fugir de uma prisão no meio do deserto e que logo após partia para uma jornada atrás do ouro roubado de um banco, em um assalto sangrento que ele mesmo havia cometido. Por mais que procurasse o dinheiro, não conseguia chegar no saco que supostamente havia sido enterrado logo após ele ser preso. Se não fosse um western poderia muito bem ser um filme noir, pois a trama é das melhores, com muitas reviravoltas, traições e surpresas envolvendo todos os personagens. Curiosamente nenhum deles pode ser apontado como um "mocinho" pois é de fato um ninho de cobras, com bandoleiros querendo passar a perna em pistoleiros e criminosos de toda ordem enganando uns aos outros. Não há nenhuma ética envolvendo todos eles, mas apenas a ganância de recuperar o valor do assalto, nem que para isso se tenha que matar aqueles que se colocam entre o dinheiro e o pistoleiro Clay Hollister. Com apenas 67 minutos de duração "Return to Warbow" impressiona ainda hoje por causa de seu bem estruturado roteiro. Uma ótima opção para fãs de faroestes antigos dos anos 50.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 9 de maio de 2006

Dinheiro Sangrento

Título no Brasil: Dinheiro Sangrento
Título Original: El kárate, el Colt y el impostor
Ano de Produção: 1974
País: Estados Unidos, Espanha, Itália, Hong Kong
Estúdio: Champion films, Harbor Productions
Direção: Antonio Margheriti
Roteiro: Miguel De Echarri, Barth Jules Sussman
Elenco: Lee Van Cleef, Lieh Lo, Patty Shepard, Femi Benussi, Karen Yeh, Julián Ugarte, Erika Blanc

Sinopse:
Ho Chiang (Lieh Lo), um mestre de artes marciais chinesas, se une a Dakota (Lee Van Cleef), um ás do gatilho e pistoleiro americano, para descobrir o paradeiro de um tesouro de ouro e prata escondido por bandoleiros do velho oeste no meio do deserto. No caminho enfrentarão muitos desafios e perigos. Apenas os mais fortes vão sobreviver a esse jogo de vida ou morte.

Comentários:
Na década de 1970, nos chamados "cinemas de bairro", dois tipos de filmes se tornaram extremamente populares. O primeiro, que mais nos diz respeito, era o famoso Spaghetti Western, formado por produções italianas geralmente rodadas no deserto espanhol de Almería, Andalucía. Eram filmes de faroeste bem mais sujos, violentos e menos sofisticados do que os similares americanos. Talvez justamente por essa razão, tenham se tornado tão populares. Já o outro tipo de fita que formava filas e filas nas portas dos cinemas populares era o que por aqui no Brasil ficou conhecido como "filmes de Kung-Fu ou Karatê". Eram esses os nomes populares dados aos filmes de artes marciais geralmente produzidos em Hong Kong com muita pancadaria e violência. Pois bem, "Dinheiro Sangrento" era uma tentativa de unir esses dois ramos do cinema que o povão mais gostava nos anos 1970. O próprio nome original dessa película, "El kárate, el Colt y el impostor" já deixava bem claras as suas intenções para o espectador. Lee Van Cleef foi um dos atores americanos mais populares do Spaghetti e Lieh Lo era um ator muito popular dentro da indústria de cinema de Hong Kong. Só para se ter uma ideia de sua popularidade na China, ele estrelou incríveis 225 filmes!!! Sem dúvida deve ser um dos recordistas mundiais! Hoje em dia "Dinheiro Sangrento" vale como curiosidade de uma época que não existe mais. Não vá esperar nada muito bem feito ou roteirizado. Aqui temos um exemplar perfeito do cinema povão daqueles anos e nada mais. Diversão pura para as massas.

Pablo Aluísio.

A Vingança

Título no Brasil: A Vingança
Título Original: Kid Vengeance
Ano de Produção: 1977
País: Estados Unidos, Israel
Estúdio: Cannon Group
Direção: Joseph Manduke
Roteiro: Ken Globus, Bud Robbins
Elenco: Jim Brown, Lee Van Cleef, Leif Garrett, Glynnis O'Connor, John Marley, Matt Clark

Sinopse:
Bando de ladrões, assassinos e estupradores, encontra uma família viajando pelo deserto. Após matar sua única vaca, resolvem continuar seus atos criminosos. Estupram a mãe e matam o pai. O caçula da família porém escapa, pois estava no momento caçando nas montanhas da região. Ao voltar e presenciar tudo, resolve partir para a vingança contra todos aqueles facínoras.

Comentários:
A produtora Cannon se notabilizou pelas fitas de ação que produziu para astros de pancadaria ao estilo Chuck Norris, mas também se aventurou por outros estilos como esse western filmado em Israel com uma equipe americana. Logo nas primeiras cenas fica muito claro que o objetivo do filme é recriar o clima dos filmes do estilo western spaghetti. O roteiro, a edição e a trilha sonora lembram isso a todo tempo para o espectador. Lee Van Cleef também está no elenco para ninguém ter a menor dúvida sobre esse aspecto. Aliás o ator surge nas cenas com uma esquisita bandana na cabeça, sem chapéu e ostentando sua careca com orgulho o tempo todo. O título original do filme é bem explicativo, "Kid Vengeance", um garoto que parte em busca de vingança após a morte de seus pais de forma brutal pelo bando de foras-da-lei comandados pelo personagem de Cleef. O curioso é que para aparentar ser ainda mais antigo, os produtores resolveram envelhecer propositalmente a película do filme, dando um aspecto de surrado e sujo ao produto final. A verdade porém é que o resultado final não consegue ser grande coisa. Com muitos clichês "A Vingança" perde mesmo simplesmente por não ser um western spaghetti legítimo. Quem diria que um dia os americanos iriam imitar os italianos sem êxito...

Pablo Aluísio.