domingo, 21 de maio de 2006

Adeus, Texas

Título no Brasil: Adeus, Texas
Título Original: Texas, addio
Ano de Produção: 1966
País: Itália, Espanha
Estúdio: B.R.C. Produzione S.r.l., Estela Films
Direção: Ferdinando Baldi
Roteiro: Ferdinando Baldi, Franco Rossetti
Elenco: Franco Nero, Alberto Dell'Acqua, Elisa Montés

Sinopse:
Após longos anos trabalhando como xerife, Burt Sullivan (Franco Nero) resolve deixar seu cargo para resolver um velho problema de seu passado. Acontece que ele finalmente descobre que Cisco Delgado (José Suárez) foi o responsável pela morte de seu pai, muitos anos atrás. Como homem da lei ele não poderia levar adiante seu plano de vingança, por isso resolve deixar a estrela de prata de lado para rumar em direção ao Texas com o firme objetivo de acertar contas com Cisco. Para isso conta com a ajuda de seu irmão Jim Sullivan (Alberto Dell'Acqua) pois ambos possuem interesse em fazer justiça com as próprias mãos. Uma vez na pequena cidade descobrem que Cisco se tornou um homem rico, poderoso e influente na região, o que dificultará ainda mais seu anseio de vingança.

Comentários:
No grande ano da carreira de Franco Nero ele ainda estrelou mais esse western Spaghetti, "Texas, addio". Uma das primeiras coisas que chamam atenção aqui é o fato do enredo ser muito parecido com o de seu filme anterior, "Tempo de Massacre". Isso se explica facilmente. Acontece que na década de 1960 o cinema italiano produzia filmes em ritmo industrial. Ao contrário do que acontece hoje em dia o número de salas de cinema no mundo só aumentava e com muita demanda era de se esperar que muitos filmes fossem produzidos rapidamente. Franco Nero assim pulava de um set de filmagens para outro, tudo para aproveitar sua popularidade após "Django". Nesse ritmo frenético nem sempre havia tempo hábil para se escrever roteiros muito originais, assim não era raro se aproveitar de uma estória que havia dado certo antes para se contar novamente algo bem parecido. Usando da velha tática de escrever roteiros "diferentes, mas iguais" os escritores do cinema italiano tinham que reciclar muitas vezes a mesma estória em filmes diferentes. Temas como vingança envolvendo a morte de familiares, xerifes que se tornavam criminosos e homens poderosos e ricos como vilões eram recorrentes por essa época. O mesmo acontece nessa produção. A boa notícia é que o filme realmente diverte, ainda hoje, e traz todos os elementos que fizeram a diversão dos fãs do estilo Spaghetti. Olhando sob esse prisma "Adeus, Texas" ainda pode ser considerado uma boa pedida.

Pablo Aluísio.

Deus Perdoa... Eu Não!

Título no Brasil: Deus Perdoa... Eu Não!
Título Original: Dio perdona... Io no!
Ano de Produção: 1967
País: Itália, Espanha
Estúdio: Cronocinematografica Productores Films
Direção: Giuseppe Colizzi
Roteiro: Giuseppe Colizzi
Elenco: Terence Hill, Bud Spencer, Frank Wolff, Bruno Ariè, Francisco Sanz, Antonio Decembrino

Sinopse:
Um trem chega na estação com todos os passageiros mortos. Havia um carregamento de ouro no valor de 200 mil dólares que simplesmente sumiu. Tudo leva a crer que foi um roubo bem planejado e executado com requintes de crueldade, mas quem teria sido o autor de tal crime? E o mais importante de tudo, onde foi parar aquela pequena fortuna? É justamente para responder essas perguntas que Cat Stevens (Terence Hill) e Hutch Bessy (Bud Spencer) se unem para procurar pelo ouro. Ambos acreditam que o roubo foi cometido pela quadrilha liderada pelo bandoleiro Bill San Antonio (Frank Wolff). O problema é que Bill é dado como morto desde que enfrentou Stevens no passado! Mas será mesmo que ele morreu?

Comentários:
Esse é um Western Spaghetti dos mais interessantes, não apenas por reunir a boa dupla Terence Hill e Bud Spencer mas também por apresentar um roteiro até bem feito, com idas e vindas no tempo, para encaixar todas as peças sobre o desaparecimento (ou teria sido morte?) do bandoleiro e assassino Bill San Antonio! Esse é um personagem bem curioso pois tem jeito de afeminado, meio louco e com ares de megalomania. Imaginem um pistoleiro como esse em pleno anos 60! Como sempre acontecia em Spaghettis dessa época temos todo aquele desfile de sujeitos barbudos, suados e mal encarados. O personagem de Terence Hill é um jogador inveterado que está sempre envolvido em jogos e tiroteios, não necessariamente nessa ordem. Como sempre seu carisma se mostra à prova de falhas. O filme tem sua dose de brigas caricatas - com todos aqueles sopapos bem característicos dos filmes italianos - mas a despeito disso consegue manter um tom bem mais sério do que o habitual. No final a única dúvida que fica sem resposta é como o Bud Spencer conseguia aguentar aquele pesado casaco de peles em pleno deserto? Haja preparo físico para isso!

Pablo Aluísio.

sábado, 20 de maio de 2006

Sob o Sol do Arizona

Título no Brasil: Sob o Sol do Arizona
Título Original: Neath the Arizona Skies
Ano de Produção: 1934
País: Estados Unidos
Estúdio: Paul Malvern Productions
Direção: Harry L. Fraser
Roteiro: Burl R. Tuttle
Elenco: John Wayne, Sheila Terry, Shirley Jean Rickert

Sinopse:
Chris Morrell (John Wayne) é um cowboy durão que de repente se vê na  incumbência de cuidar de uma garotinha mestiça que se encontra abandonada. Chris tem esperanças de encontrar seu pai, que dizem viver nas montanhas, mas enquanto isso não acontece tem que deixar a menina a salvo de malfeitores que descobrem que ela é na verdade a herdeira não reconhecida de uma rica mulher branca que morreu na região.

Comentários:
Uma produção rodada ainda na primeira fase da carreira do mito John Wayne. Apesar de bastante jovem o ator já mostrava seu grande carisma, numa caracterização que se tornaria típica em sua carreira nos anos que viriam, a do durão de bom coração. Aqui Wayne tem o desafio de contracenar com uma simpática - e muito talentosa - atriz mirim. Muitos anos depois Wayne citaria o filme como uma prova de que ele havia atuado ao lado de uma criança e mesmo assim ainda conseguia chamar a atenção do público para si. Em tempos de Shirley Temple era realmente uma façanha e tanto. Apesar de ser um bangue-bangue bem na média do que era produzido em massa pelos estúdios naquela época, o filme ainda consegue crescer bastante em seu terço final quando um clima de suspense e tensão se impõe na história. Em suma, uma bela pedida para conferir o grande Wayne no alvorecer de sua maravilhosa carreira.

Pablo Aluísio

Amanhecer na Fronteira

Título no Brasil: Amanhecer na Fronteira
Título Original: Dawn on the Great Divide
Ano de Produção: 1942
País: Estados Unidos
Estúdio: Monogram Pictures
Direção: Howard Bretherton
Roteiro: Adele Buffington, James Oliver Curwood
Elenco: Buck Jones, Mona Barrie, Raymond Hatton

Sinopse:
Buck Roberts (Buck Jones) lidera uma caravana pelo meio do deserto que leva suprimentos para os trabalhadores da construção de uma estrada de ferro da região. No meio do caminho Buck e seus homens são surpreendidos por um ataque Navajo mas algo parece estranho com aqueles nativos. Na realidade são foras-da-lei disfarçados de guerreiros para desestabilizar o avanço da nova estrada férrea que avança rumo ao oeste selvagem.

Comentários:
Último filme da carreira do ator Buck Jones (1891 - 1942). Ele foi um dos mais conhecidos astros de filmes de oeste B do cinema americano. O interessante é que antes de entrar no ramo da atuação Buck exerceu realmente a profissão de cowboy. Nascido em Indiana e criado nas reservas do Oklahoma ele já atravessava aqueles territórios a cavalo muito antes de pensar em entrar na sétima arte. Seus filmes viraram sinônimo de matinês lotadas em cinemas do interior por todo o país. Com seu jeitão rude e valente mas íntegro e honesto, Buck acabou caindo no gosto da garotada que não perdia um só de seus faroestes rápidos e movimentados. No total estrelou quase 170 filmes! Agora em 2014 os fãs de western nos Estados Unidos estão celebrando o centenário de seu primeiro filme, "Life on the 101 Ranch, Bliss Oklahoma" lançado em 1914. Já nesse "Dawn on the Great Divide", que marcou sua despedida das telas, os fãs do eterno cowboy terão uma amostra de seu estilo. Foi sem dúvida uma honrosa despedida para um dos atores mais queridos da mitologia do faroeste americano.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 19 de maio de 2006

Cavalgada Infernal

Título no Brasil: Cavalgada Infernal
Título Original: Take a Hard Ride
Ano de Produção: 1975
País: Estados Unidos, Itália, Espanha
Estúdio: Bernsen-Ludwig-Bercovici Production
Direção: Antonio Margheriti
Roteiro: Eric Bercovici, Jerrold L. Ludwig
Elenco: Jim Brown, Lee Van Cleef, Fred Williamson, Catherine Spaak, Barry Sullivan, Dana Andrews

Sinopse:
Depois de vender seu gado na cidade, o dono da fazenda Morgan morre inesperadamente, e seu capataz Pike tem que levar o dinheiro do pagamento de volta para os seus familiares, na região de onde veio. E essa será uma jornada de retorno perigosa pois ele passa a ser seguido por bandoleiros, pistoleiros e ladrões de todos os tipos.

Comentários:
Quando o western spaghetti começava a desaparecer dos cinemas, um grupo de produtores americanos se associou a produtores europeus, italianos e espanhóis, para a produção desse faroeste no melhor estilo spaghetti. O filme até que é bem interessante, diria bom, com destaque para as cenas de ação, todas bem elaboradas. O problema, ao meu ver, vem do fraco desempenho de Jim Brown que deveria ser o suposto astro principal do filme. Só que ele acabou sendo ofuscado por Lee Van Cleef, um veterano ator nesse tipo de produção. Aliás nem só de bandidos e violões viveu sua carreira. Na vida real ele se tornou de fato um ladrão, ladrão de filmes alheios. Costumava mesmo ofuscar todos os "mocinhos" de seus faroestes, se tornando um vilão tão interessante que acabava roubando todas as atenções para si.  De resto posso dizer que os fãs de faroeste nessa linha certamente não vão se decepcionar. Todos os elementos que fazem a festa desses cinéfilos estão presentes nessa produção. Pode assistir sem receios.

Pablo Aluísio.

Cinco Revólveres Mercenários

Título no Brasil: Cinco Revólveres Mercenários
Título Original: Five Guns West
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Palo Alto Productions
Direção: Roger Corman
Roteiro: R. Wright Campbell
Elenco: John Lund, Dorothy Malone, Mike Connors, R. Wright Campbell, Jonathan Haze, Paul Birch

Sinopse:
Durante a Guerra Civil, oficiais da Confederação perdoam sob certas condições cinco criminosos e os enviam para o território Comanche para recuperar o ouro confederado apreendido pela União. Eles também precisam capturar um traidor confederado.para cumprir o trato que foi feito. Caso contrário, voltarão para a prisão.

Comentários:
Quem poderia imaginar que Roger Corman, que iria se tornar o rei dos filmes B em Hollywood, iria estrear na indústria de cinema dos Estados Unidos justamente dirigindo um faroeste! E foi justamente isso que aconteceu. Esse foi seu primeiro filme, que aliás tem até uma boa produção para um western dos anos 50, com bonita fotografia realizada em locações no Vale da Morte na Califórnia. O tema novamente vinha de uma história passada na guerra civil americana. Os personagens principais são criminosos, pistoleiros e bandoleiros... ladrões em essência. Eles roubaram o ouro dos confederados e agora, para não encararem uma corda de enforcamento, precisam recuperar toda a fortuna. No caminho encontram um jovem e seu tio, o que lhes causam novos problemas. Filme movimentado, bem roteirizado, inclusive com bons diálogos. Não se parece em nada com o tipo de filme que Roger Corman iria se acostumar a dirigir e produzir ao longo de sua produtiva carreira.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 18 de maio de 2006

Destino Violento

Título no Brasil: Destino Violento
Título Original: The Parson and the Outlaw
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Oliver Drake
Roteiro: Oliver Drake, John Mantley
Elenco: Anthony Dexter, Sonny Tufts, Marie Windsor, Charles 'Buddy' Rogers, Jean Parker, Robert Lowery

Sinopse:
Para fugir de se passado violento e de sua fama de pistoleiro, Billy the Kid (Anthony Dexter) resolve recomeçar sua vida numa pequena cidade distante do velho oeste. Lá encontra o mesmo clima de opressão em que sempre viveu. A cidade é dominada por um rico comerciante e veterano da guerra civil, o coronel Morgan (Robert Lowery) que mantém todos com mão de ferro. Seu principal opositor na cidade é o pregador Jericho Jones (Charles 'Buddy' Rogers), velho conhecido de Billy. Depois da morte covarde dele, finalmente Billy The Kid resolve combater os malfeitores da região mas antes precisa se livrar da perseguição do xerife Pat Garrett, (Bob Duncan) que está em seu encalço, o perseguindo desde o condado de Lincoln.

Comentários:
O famoso Billy The Kid (1859 - 1881) se revelou uma fonte inesgotável para o cinema americano. Centenas de filmes de faroeste foram feitos em torno de sua fama de rápido no gatilho. Infelizmente poucos retrataram o personagem com fidelidade histórica. Na imensa maioria das vezes tudo o que vemos são versões romanceadas de sua vida. Esse western B da Columbia não poderia ser diferente. Os roteiristas aqui resolveram dar um verdadeiro nó nos acontecimentos reais, criando toda um enredo de pura ficção, embora usando do nome de pessoas que realmente existiram como o próprio Billy e o xerife e ex-pistoleiro Pat Garrett. Como se trata de uma produção a ser lançada nas matinês não há maiores preocupações com qualidade de roteiro ou boas atuações. É um bangue-bangue de origem e isso significa que o espectador certamente terá muita ação e duelos mas nada muito além disso. Também vamos convir que filmes assim nunca tiveram a pretensão de se tornarem obras primas do cinema, pelo contrário, o importante era realmente divertir o público. O ator que interpreta Billy The Kid, Anthony Dexter, nunca chegou a se tornar um astro do gênero no cinema mas anos depois encontrou um bom veículo em séries de TV como "Rawhide", "Bat Masterson" e "Chaparral"

Pablo Aluísio.

Os Tambores Rufam ao Amanhecer

Título no Brasil: Os Tambores Rufam ao Amanhecer
Título Original: Drums in the Deep South
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Pictures
Direção: William Cameron Menzies
Roteiro: Philip Yordan, Sidney Harmon
Elenco: Guy Madison, Barbara Payton, James Craig, Barton MacLane, Robert Osterloh, Tom Fadden

Sinopse:
Atlanta, 1861. Nas vésperas da eclosão da guerra civil americana dois amigos acabam entrando em lados opostos do conflito. Clay Clayburn (James Craig) entra para as forças confederadas, onde se torna major. Já Will Denning (Guy Madison) se alista nas forças da união. Ambos disputavam a mão da mesma mulher antes da guerra e acabam se encontrando novamente no campo de batalha quando Clay e seus homens tomam o cume da montanha do diabo, de onde promovem ataques de canhões sobre uma importante ferrovia das tropas do general Sherman da União.

Comentários:
Interessante western que mais uma vez explora a guerra civil americana, uma das mais sangrentas da história dos Estados Unidos. Curiosamente o roteiro toma partido dos confederados, dos sulistas, os elegendo como os heróis do filme. Os vilões ficam com os casacos azuis, os ianques da União. Só esqueceram de avisar aos espectadores que os confederados lutavam por, entre outras coisas, a manutenção da escravidão nas fazendas de algodão do sul. E por falar nessas grandes fazendas toda a trama se passa dentro das terras de uma. Do alto da chamada montanha do diabo os membros do pequeno batalhão confederado do major Clay bombardeia dia e noite as ferrovias unionistas. O galã Guy Madison  (1922 - 1996) estrela o filme mas quem rouba as atenções é James Craig. Já a jovem starlet Barbara Payton, que interpreta a mocinha Kathy Summers, era tão bonita quanto canastrona. Cheia de caras e bocas não consegue convencer em nenhuma cena em que aparece - e olha que ela tem vários momentos importantes dentro da estória. No geral temos uma produção modesta mas digna, em um filme que diverte acima de tudo apesar dos erros de ideologia em que toma partido.

Pablo Aluísio.