terça-feira, 23 de abril de 2019

As Cartas de Grace Kelly - Parte 5

Em 1951 Grace Kelly finalmente estreou em Hollywood no filme "Horas Intermináveis" de Henry Hathaway. Era um filme da estética noir, com trama forte e pesada, mostrando um homem em desespero, prestes a cometer suicídio. O elenco era estrelado pelo ator Paul Douglas, cujo sucesso foi efêmero. Hoje em dia poucos se lembram dele, ao contrário de Grace Kelly que estava destinada a ser uma grande estrela. Outro nome interessante no elenco era o de Jeffrey Hunter, que assim como Grace, também estava em um papel coadjuvante.

A personagem de Grace se chamava senhorita Louise Ann Fuller e não tinha maior importância no filme. Isso porém era algo não tão importante, pois o que valia a pena mesmo era tentar se tornar mais conhecida em Hollywood. Em Nova Iorque Grace já tinha uma boa base de contatos no mundo fashion, da moda, e nos episódios de algumas séries de TV. Em Hollywood porém ela ainda tinha que se fazer conhecida.

Apesar de seu primeiro filme ser um noir sem muito orçamento (típico desses filmes da época), a produção ao menos conseguiu chamar atenção suficiente para arrancar uma indicação ao Oscar na categoria de melhor direção de arte. Um crítico de Los Angeles inclusive chegou a elogiar Grace Kelly por causa de sua beleza e boa presença de cena, algo que repercutiu entre os produtores da indústria. O produtor e diretor Stanley Kramer estava escalando o elenco de um novo western que seria estrelado pelo astro Gary Cooper. A direção já havia sido acertada com o mestre Fred Zinnemann. O papel da esposa do xerife Kane estava em aberto. Várias atrizes tinham sido testadas para interpretar Amy Fowler Kane, mas sem sucesso.

Foi então que Kramer pensou em Grace Kelly. Ele havia assistido "Horas Intermináveis" e gostado muito de Kelly no filme. O problema é que ao tentar entrar em contato com seu agente, o produtor descobriu que Grace havia viajado de volta naquela manhã para Nova Iorque. Kelly tinha compromissos na cidade, para atuar em uma série de programas de TV e ensaios para revistas de moda. A sorte da atriz é que a pré-produção de "Matar ou Morrer" (um dos maiores clássicos do western de todos os tempos) também atrasou, fazendo com que ela tivesse tempo de cumprir todos os seus compromissos para só assim voltar para Los Angeles. Esse seria o primeiro grande filme de sua carreira e aquele que mudaria os rumos de sua trajetória de atriz para sempre!

Pablo Aluísio. 

7 comentários:

  1. Cinema Clássico
    As Cartas de Grace Kelly - Parte 5
    Pablo Aluísio.

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  2. Esse foi o tempo em que tudo dava certo para a espetacular Grace Kelly.
    Eu tenho a impressão que depois que ela foi viver aquela bizarrice de ser princesa em Mônaco a coisa degringolou na sua vida e terminou como terminou. Coisa esquisita aquele lugar.

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  3. Melhor que tivesse sido apenas princesa em Hollywood. O hitchcock já tinha dois outros projetos para filmar com ela. Uma pena que esses filmes nunca saíram do papel.

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  4. Na biografia do Onassis, ele fazia parte como conselheiro de um grupo que administrava Mônaco, conta que numa noite chegaram a conclusão que o Principado de Mônaco havia quebrado, o que gerou o seguinte comentário do Onassis, "o Rennier precisa para de se preocupar em manter seu pau molhado e vir fazer o que é seu trabalho". Dessa fatídica reunião surgiu o projeto "casamento do principie", cuja primeira opção seria Marilyn Monroe, mas logo depois, surpreendentemente pois a Marilyn cogiou em aceitar, decidiu-se pela Grace Kelly. Já viu a roubada, não? Aquilo não era um reino, mas uma faixa de terra sob a tutela da França, com grandes dificuldades fiscais. A Grade Kelly, pelo jeito conseguiu resolver os problemas de Mônaco, mas a sua vida...

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  5. Ela já era de família bem rica. E ganhou muito dinheiro em Hollywood. Complicado entender porque se envolveu nessa história de princesa. Provavelmente o glamour (já um tanto mofado) das antigas monarquias da Europa tinham algum fascínio sobre Grace. Porém o fato é que ela realmente não precisava de nada disso.

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  6. Você imagina a Marilyn no lugar dela, a bagunça que não teria feito logo no começo do seu principado? Ou não teria morrido tão jovem?

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  7. A senhorita Monroe tinha personalidade auto destrutiva. Assim como Jim Morrison, Elvis Presley e tantos outros da classe artística. Assim penso que ela teria se matado logo, seja morando nos Estados Unidos ou Europa.

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