Nicole Kidman, uma das atrizes mais belas do cinema mundial, decidiu deixar de lado o glamour e a beleza para interpretar sua personagem nesse filme. Temos aqui um roteiro bem elaborado, mostrando o peso da culpa de um passado cheio de falhas na vida da policial Erin Bell (Kidman). Atualmente trabalhando no departamento de homicídios ela recebe uma nota de dólar manchada, dentro de um envelope. É uma mensagem cifrada que ela sabe muito bem o que significa.
No passado ela trabalhou em uma missão de infiltração policial numa quadrilha de assaltantes a bancos. Fingindo ser uma mulher gananciosa acabou sendo aceita dentro do grupo. Ao seu lado, também disfarçado, trabalhou um agente do FBI com quem ela acabou tendo um relacionamento amoroso. Só que o disfarce acabou mexendo com sua mente e durante um dos assaltos nada acabou saindo como o planejado. Pior do que isso, ela decidiu agir completamente fora da lei e das suas funções de policial.
O roteiro é disperso, o que não significa ser ruim. Pelo contrário, como num jogo de cartas marcadas, tudo vai se revelando aos poucos ao espectador. A policial de Kidman tem muitos problemas pessoais. Uma filha que está namorando um vagabundo, que ela odeia. Um ex-marido problemático e um caso não resolvido de seu passado que precisa ser eliminado antes que seus superiores dentro da polícia venham a descobrir tudo. A coisa acaba se resolvendo na bala, o que definitivamente vai chocar alguns. O interessante é que a diretora Karyn Kusama deu um tirmo pesado ao filme. Tudo parece cinza e sem esperanças. Nada é colocado facilmente na tela, tudo parece sair com muita dor e esforço. Nem todos vão gostar, mas no meu caso pessoal acabei gostando bastante desse estilo. Assim deixo a dica para quem procura por um filme policial que fuja dos padrões de Hollywood.
O Peso do Passado (Destroyer, Estados Unidos, 2018) Direção: Karyn Kusama / Roteiro: Phil Hay, Matt Manfredi / Elenco: Nicole Kidman, Toby Kebbell, Tatiana Maslany, Sebastian Stan / Sinopse: Policial de Los Angeles precisa encobrir algo nebuloso de seu passado, algo que aconteceu durante uma operação de infiltração numa quadrilha de assaltantes de bancos. Sua única saída é encontrar o antigo líder do bando, para assassiná-lo antes que ele conte tudo o que sabe. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz (Nicole Kidman).
Pablo Aluísio.
O Peso do Passado
ResponderExcluirNota: 7.8
Pablo Aluísio.
Pablo:
ResponderExcluirPor falar em filme policial tenho que indicar um filme que vi ontem. É Estrada sem Lei, com Kevin Costner e Woody Harrelson. Apesar de ser um produção original Netflix é muito bom e conta a saga do execução de Bonnie e Cylde, só que desta vez do ponto de vista dos dois Texas Rangers aposentados que são reincorporados com a missão de eliminar os facínoras. Experimente que vale a pena.
Estou com esse filme na minha lista. Fiquei um pouco desconfiado porque vem com o selo Netflix que tem virado sinônimo de filme fraco, mas agora que você disse que é bom vou procurar ver o mais breve possível.
ResponderExcluirO estranho é que quando se lê quaisquer biografias de Bonnie e Clyde esses dois Texas Rangers não são sequer citados. Agora, não se sabe se isso é de propósito, por causa da forma em que Bonnie Clyde foram massacrados no final, ou porque e governadora que os contratou na época, que não gostava do estilo dos Texas Ranges, talvez não o os tenha nem citado como os responsáveis pela localização e morte dos bandidos. No filme isso acontece, mas filme é filme.
ResponderExcluirPor isso é um filme que apesar do assunto muito batido, tem o frescor e o sabor de coisa original.
Essa situação passa também pelo tema da "glamorização do crime". Certos criminosos foram explorados demais pela imprensa, por livros, etc. Nesse processo ocorre esse tipo de situação, os criminosos ganham uma imagem romanceada que não condiz com a verdade dos fatos. Os policiais que os prenderam ou os mataram acabam sendo hostilizados por esses escritores e jornalistas. No Brasil temos um caso muito conhecido, a do Lampião, até hoje romantizado pela literatura. Ninguém fala muito nos membros das "volantes" (policiais) que o mataram.
ResponderExcluirExato, é isso aí Pablo.
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