sábado, 21 de setembro de 2019

Efeito Zero

Os brasileiros gostam de chamar esse tipo de produção de "filmes de detetives". Nem precisa dizer que o auge desse tipo de filme aconteceu lá por volta dos anos 40, 50, com o surgimento do film noir. De lá para cá tudo o mais parece uma pálida cópia, plágio plastificado. Esse filme aqui tenta ser um "noir moderno", algo que sempre me pareceu ser sem sentido e sem noção. Na trama (ou diria traminha) um detetive é chamado para resolver um caso misterioso envolvendo chantagens, roubo e assassinato.

Como sempre acontece com esses herdeiros tardios do noir tudo que parecesse mais enrolado e sombrio, melhor. O problema é que sem o charme dos anos 40 tudo fica pelo meio do caminho. No elenco dois destaques. Bill Pullman sempre foi um ator bacana. Aqui está meio perdido.  Ryan O'Neal funciona como coadjuvante de luxo. Nada demais, apenas uma lembrança pálida dos ótimos filmes que fez nos anos 70. Já Ben Stiller é sem salvação. Sujeitinho mais chato não existe no cinema americano. Então é isso. Fica o resgate desse filme que pouca gente lembra hoje em dia.

Efeito Zero (Zero Effect, Estados Unidos, 1998) Direção: Jake Kasdan / Roteiro: Jake Kasdan / Elenco: Bill Pullman, Ben Stiller, Ryan O'Neal / Sinopse: Detetive particular é contratado para resolver um caso misterioso envolvendo chantagens, roubos e assassinato. Filme dos anos 90 que tenta ressuscitar a estética do cinema noir.

Pablo Aluísio.

3 comentários:

  1. Cinema dos anos 90
    Efeito Zero
    Pablo Aluísio.

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  2. O problema do Noir é que ele dependia de uma condição sine qua non para para parecer real e não uma mimetização da realidade. E essa condição foi o período da grande depressão norte americana, em que a desilusão alimentava o niilismo que sustenta o Noir. Não tem como existir Noir em época de progresso e felicidade, pois as pessoas não se identificam com o que estão vendo.

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  3. Exatamente. E o noir nasce da falta de recursos, da crise mesmo. As sombras e os cenários escurecidos eram feitos para esconder a pobreza das produções. Só que esteticamente combinavam muito bem com as histórias cheias de personagens vis. Acabou virando um estilo cinematográfico bem singular.

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