sexta-feira, 19 de maio de 2017

O Senhor da Guerra

O filme se passa na Idade Média, em pleno auge do Feudalismo. O cavaleiro Chrysagon (Charlton Heston) recebe de seu Duque um feudo para administrar, um lugar isolado na Normandia (norte da França). A região é cheia de pântanos e terras alagadas, mas tem uma vila promissora, formada por descendentes dos antigos Druídas. Embora esse povo seja cristianizado eles ainda procuram manter antigos rituais do paganismo antigo. Assim que chega o novo senhor feudal descobre que o lugar não é muito bem protegido e sofre constantes invasões de povos do norte. Para sua segurança existe apenas uma torre única no litoral, uma fortaleza de combate não muito eficiente. Chrysagon então tenta organizar militarmente uma defesa, mas sempre sabendo que ela nunca será muito poderosa. Ao mesmo tempo ele acaba se apaixonando por uma moradora local, uma jovem muito bonita que já está comprometida com um camponês. A tensão aumenta entre ele e os camponeses e vai ficando cada vez pior, principalmente após ele exigir o direito de ficar na primeira noite com a noiva (uma velha tradição medieval). A partir daí o cavaleiro descobre que precisará enfrentar não apenas os invasores estrangeiros, mas o próprio povo que vive naquele feudo.

"O Senhor da Guerra" não deixa de ser um filme muito interessante por explorar e mostrar os costumes da Idade Média, alguns deles bem estranhos ao nosso tempo (como o tal direito da primeira noite com as noivas recém casadas). Isso cria um certo problema pois o protagonista interpretado pelo astro Charlton Heston acaba se tornando aos olhos do público atual um sujeito antipático, opressivo, autoritário e em muitos aspectos sem valores morais. Como torcer por alguém assim em um filme? Complicado. Não é de se admirar que em determinado momento passemos a torcer mais pelos camponeses oprimidos do que pelo Senhor feudal de Heston. Cinematograficamente falando porém o filme é muito bom. Tem ótimos cenários (com destaque para a fortaleza da torre única) e boa reconstituição de época. Há também ótimos diálogos, todos herdados da peça de teatro original em que o roteiro foi inspirado. A insistência também em explorar cenas dentro da fortaleza, em cenário único, se explica justamente por causa das origens teatrais da história. Curiosamente as cenas de batalhas mostrando táticas medievais de guerra acabam roubando o show nos momentos finais do filme. Com isso o romance de Heston e a camponesa (interpretada pela linda atriz canadense Rosemary Forsyth) acaba ficando em segundo plano.

O Senhor da Guerra (The War Lord, Estados Unidos, 1965) Direção: Franklin J. Schaffner / Roteiro: John Collier, Millard Kaufman/ Elenco: Charlton Heston, Richard Boone, Rosemary Forsyth, Maurice Evans / Sinopse: O cavaleiro Chrysagon (Charlton Heston) é enviado por seu Duque para tomar conta de um feudo distante, no norte da França. Uma vez lá começa a ter problemas com invasores do norte, vindos pelo mar, e com o próprio povo de origem druída que vive no lugar.

Pablo Aluísio.

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