quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Era uma Vez no Oeste

Título no Brasil: Era uma Vez no Oeste
Título Original: C'era una volta il West
Ano de Produção: 1968
País: Estados Unidos, Itália
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Sergio Leone
Roteiro: Sergio Donati, Sergio Leone
Elenco: Henry Fonda, Charles Bronson, Claudia Cardinale, Jason Robards, Gabriele Ferzetti, Paolo Stoppa
  
Sinopse:
Quando a bela Jill McBain (Claudia Cardinale) chega de viagem de New Orleans em uma pequenina cidade do velho oeste americano para se unir ao homem com o qual se casou e descobre que toda a sua família foi morta, ela percebe que sua vida praticamente acabou. O lugar está dominado pela quadrilha liderada pelo pistoleiro e sádico Frank (Henry Fonda), um mercenário que protege com extrema violência os interesses da companhia ferroviária, cujas linhas irião passar em breve pela região. O marido de Jill estava atrapalhando os planos da ferrovia e por essa razão foi eliminado por Frank e seus bandoleiros. Apenas dois homens parecem dispostos a proteger Jill da ameaça sempre constante de Frank, o rápido no gatilho Cheyenne (Jason Robards), um foragido da lei, e o introspectivo "Harmonica" (Bronson), um pistoleiro misterioso de origem desconhecida.

Comentários:
Para muitos críticos e especialistas em cinema esse é o melhor western spaghetti de todos os tempos. É a obra máxima que sintetiza como nenhuma outra a genialidade do mestre Sergio Leone. De fato, sob qualquer ponto de vista é impossível negar as qualidades cinematográficas desse verdadeiro clássico. Leone construiu uma verdadeira ópera visual, explorando com maestria todos os valores e dogmas sagrados do faroeste. Uma prova de seu inigualável talento acontece logo na primeira cena. Um grupo de pistoleiros mal encarados chegam em uma estação ferroviária. Eles esperam a chegada do próximo trem. Aqui Leone explora todas as possibilidades narrativas sem praticamente usar o recurso do diálogo. Tudo acontece apenas se utilizando os elementos que estão ao redor. O ruído de um velho moinho todo enferrujado, o som desolador do vento do deserto e até mesmo uma mosca incômoda que insiste em pousar no rosto do bandido, se tornam elementos narrativos extremamente ricos nas mãos de Leone. Essa sequência inicial aliás entrou na história do western como uma das mais bem realizadas já mostradas na história do cinema. Um verdadeiro toque de mestre. E assim seguirá no transcorrer de todo o filme. Sergio Leone não parece apressado em contar sua estória, mas sim em explorar todos os elementos narrativos e psicológicos possíveis. 

A simples chegada de um bando de assassinos numa fazenda já se torna para ele uma ótima oportunidade de mostrar e explorar toda a sua técnica de narração cinematográfica. Leone parecia realmente se deliciar com esse tipo de situação. O close nos olhos dos bandidos, as situações minuciosamente trabalhadas (como a da morte do irmão do personagem de Charles Bronson, ainda criança) demonstram bem como Leone era mestre nesse tipo de cena. Além do domínio completo na arte de narrar a estória de seu filme, o diretor ainda conseguiu a proeza de extrair ótimas interpretações de todo o seu elenco. Henry Fonda, por exemplo, um veterano, poucas vezes esteve tão assustador em cena. Claudia Cardinale, uma das atrizes mais bonitas do cinema europeu, nunca esteve tão talentosa como aqui sob a direção de Leone. Até mesmo Charles Bronson, com seus poucos recursos dramáticos, acaba se saindo muito bem como o pistoleiro calado, introspectivo e misterioso, sempre com uma gaita na boca, tentando com isso trazer alguma mensagem sombria que poucos conseguem decifrar. Enfim, se você tiver que ter apenas um western na sua coleção de filmes recomendamos esse grande clássico assinado por Sergio Leone. Uma obra prima maravilhosa, realmente indispensável para todo e qualquer cinéfilo que se preze.

Pablo Aluísio.

3 comentários:

  1. Direção: ★★★★
    Elenco: ★★★★
    Produção: ★★★
    Roteiro: ★★★★
    Cotação Geral: ★★★★
    Nota Geral: 9.6

    Cotações:
    ★★★★★ Excelente
    ★★★★ Muito Bom
    ★★★ Bom
    ★★ Regular
    ★ Ruim

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  2. Pablo, esse, apesar de lento demais em alguns pontos, é um filmaço de primeira. Como você disse, todos os atores estão bem, a estória é surpreendente e até muito liberal/subversivo, com a sua pegada feminista na personagem da Cláudia Cardinale, para e época e os países em que foi produzido.

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  3. Essa forma de direção era bem característica de Sergio Leone. Uma coisa que ele não tinha em seus filmes era pressa para contar e desenvolver suas estórias.

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