Assim que Elvis chegou nos Estados Unidos o Coronel Parker o convenceu a assinar um longo contrato de sete anos com a Paramount Pictures. Esse tipo de contrato era bem tradicional em Hollywood, mas já naquela época, em 1960, era considerado prejudicial aos artistas. O problema é que era longo demais, sete anos, não havendo direito de recusa por parte de quem assinava. Era uma relíquia dos velhos tempos, do antigo Star System dos grandes estúdios.
Apesar de tudo o Coronel Parker não quis saber. Em sua visão era um bom contrato e Elvis deveria assinar sem pensar duas vezes. E assim Elvis o fez, sob orientação do Coronel. O primeiro filme seria chamado de "Saudades de um Pracinha", uma comédia romântica passada na Alemanha mostrando os romances e desencontros de um soldado americano que se apaixonava por uma dançarina de night club. Elvis não gostou do roteiro, mas decidiu guardar sua opinião apenas para si.
Ou quase isso, já que ele desabafou com Priscilla que havia ficado na Alemanha. Elvis contou a ela que o roteiro do filme era ruim, que as músicas eram bobagens e que ele não queria atuar nesse filme, pois achava que era pura apelação essa coisa de explorar seus anos no exército. Priscilla ouviu tudo, mas como era uma adolescente, o que ela poderia fazer? Nada, apenas tentar dar uma força ao namorado.
Esse foi o primeiro sintoma de que algo não ia bem, que Elvis havia assinado um contrato que prendia suas mãos. Ele não poderia recusar o que o estúdio lhe mandava fazer. A única coisa boa que o Coronel Parker havia conseguido nisso tudo foi a retirada da cláusula de exclusividade. Assim Elvis poderia trabalhar em outros estúdios de cinema, quem sabe aí sim escolhendo os roteiros de seu agrado pessoal. Ele queria ser Marlon Brando e James Dean, por isso estava sempre falando em estrelar dramas no cinema. Será que isso algum dia iria realmente acontecer?
Pablo Aluísio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário